Flávio 05/01/2021
a infância da língua
Simples pensamentos em torno da obra e do autor.
Divido em partes, como o livro.
(Não quis estruturar o texto, preferi passar o sentimento ao ver/ler em tentativas de palavras.)
Direto da "infância da língua", uma arte pré-histórica:
*Canção do ver(1° parte) -
Linguagem de nascimentos. Rios e rios de imaginação repleta e transbordante de invenções.
Frases de efeitos e consequências; repensamos o dia e por vezes a vida.
Fala dos dias e do tempo: "todo mundo se ocupava da tarefa de ver o dia atravessar".
Onde a seriedade não vence a invenção infantil; o "olhar de pássaro" voa livre e o "olhar furado de nascentes" vê além.
Contempla a meninice curiosa, sabendo-se parte de tudo e sabendo que "ninguém era início de nada".
Busca recordações - ou até mesmo o toque vivido - das infâncias e momentos dentro importância das coisas desimportantes.
Onde a manhã se confunde com pássaro e o pássaro se confunde com vida.
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*Desenhos de uma voz(2° parte) -
Os animais e suas tantas formas que só ele consegue ver e nos fazer ver.
A simplicidade de observar profundamente, sem muita distinção, as pequenezas nos animais.
"quem ouve a fonte dos tontos não cabe mais dentro dele", pois rejeita qualquer seriedade que seja mais séria que a própria invenção.
Continua a puxar pela memória dos nascimentos que faz e que teve.
Definitivamente um ser letral que nos carrega com suas latas e ideias.
Examina e nos mostra os caminhos e descaminhos das palavras, frases e sentidos.
Nos faz também sofrer "uma espécie de encantamento poético" pelas palavras que provocam isso nele.
Sempre a palavra mais crua de significado, tão crua que o próprio significado de cru não a identificasse.
Com seu próprio lápis criava a natureza.
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*Carnaval(3° parte)
Brinca com as palavras como pode.
Cresce e imagina; na sua fonte infinita, tudo se tem alcance; e cíclico como a vida, o olhar faz silêncios.
O susto da palavra, da língua que cria a imagem, da imagem que tem o poder de uma ou mais dúvidas.
Entrava no sonho das palavras, as via, as sentia; o oposto também era real.
Observa como quem já olha diretamente pro passado.
"Ele queria amanhecer".