Poemas Rupestres

Poemas Rupestres Manoel de Barros




Resenhas - Poemas Rupestres


19 encontrados | exibindo 16 a 19
1 | 2


Lene 04/12/2014

... ele tinha um olhar cheio de sol
comentários(0)comente



Thiago Ernesto 07/11/2014

Minha paixão pela poesia é muito distinta da minha paixão pela prosa. Enquanto a prosa é a arte da sugestão e fruto de grande trabalho psicológico, a poesia é o óbvio, a verdade que brota do nada. Poesia é metafísica e Manuel de Barros um dos maiores metafísicos do Brasil. Poemas Rupestres chama a atenção desde o título. O bom sul-mato grossense demonstra, já no título, a essência da sua obra: a complexidade escondida atrás daquilo que há de mais simples no mundo. Desta forma, ao ler seus poemas rupestres, tem-se a impressão de se estar proseando com alguém: um velho filósofo do interior. É realmente maravilho que nossa literatura tenha pérolas como esta!
comentários(0)comente



Carina 10/09/2013

O rupestre Manoel
O livro divide-se em três conjuntos de poemas:

1. Canção de ver:
Nos poemas desta parte inicial do livro, narra-se liricamente a história de uma "cidadezinha qualquer" (a la Drummond) e de um menino que adquire a capacidade de enxergar como um pássaro: ou seja, de ver as coisas antes do seu nome.
Muitos dos poemas trabalham com a questão da linguagem e seus limites (ou dos limites impostos pela linguagem).

Por viver muitos anos dentro do mato
moda ave
O menino pegou um olhar de pássaro —
Contraiu visão fontana.
Por forma que ele enxergava as coisas
por igual
como os pássaros enxergam.
As coisas todas inominadas.
Água não era ainda a palavra água.
Pedra não era ainda a palavra pedra.
E tal.
As palavras eram livres de gramáticas e
podiam ficar em qualquer posição.
Por forma que o menino podia inaugurar.
Podia dar às pedras costumes de flor.

2. Desenhos de uma voz
Conjunto de poemas sobre temas diversos, mas em que predominam as questões da natureza anterior à linguagem (Alberto Caeiro?) e da linguagem em si.

Os dois

Eu sou dois seres.
O primeiro é fruto do amor de João e Alice.
O segundo é letral:
E fruto de uma natureza que pensa por imagens,
Como diria Paul Valéry.
O primeiro está aqui de unha, roupa, chapéu
e vaidades.
O segundo está aqui em letras, sílabas, vaidades
Frases.
E aceitamos que você empregue o seu amor em nós.

3. Carnaval
Difícil falar de um tema que predomine neste conjunto, mas aqui encontramos alguns poemas eróticos memoráveis.

Pêssego

Proust
Só de ouvir a voz de Albertine entrava em
orgasmo. Se diz que:
O olhar de voyeur tem condições de phalo
(possui o que vê).
Mas é pelo tato
Que a fonte do amor se abre.
Apalpar desabrocha o talo.
O tato é mais que o ver
É mais que o ouvir
É mais que o cheirar.
É pelo beijo que o amor se edifica.
É no calor da boca
Que o alarme da carne grita.
E se abre docemente
Como um pêssego de Deus.
comentários(0)comente



Juliana Rita 26/02/2013

Delicadeza pura.
comentários(0)comente



19 encontrados | exibindo 16 a 19
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR