Deyse M. 02/10/2015
Encantador!
Assim como a nossa personagem principal, Aurélie, também encontrei este livro por acaso. Havia saído de uma leitura muito ruim com um outro livro que tinha uma temática muito parecida, mas que se tornou um tormento. Ambos tendo como pano de fundo Paris e comida. Mas Nicolas Barreau soube muito bem como conduzir sua história de modo leve, bem humorado e de forma muito elegante, inteligente e original.
A personagem principal faz o leitor torcer por ela desde o início, tomá-la como melhor amiga e acolhê-la em um momento difícil, que ocorre no começo do livro, quando seu namorado a abandona apenas com um bilhete de boa sorte. Aurélie é carismática, boa pessoa, tem um talento para cozinhar extraordinário e gosta do que faz e de cuidar de seu pequeno restaurante, cujos funcionários formam praticamente sua família, já que ela própria não tem família - seus pais já faleceram e ela ficou sozinha no mundo.
E o outro protagonista, André Chabanais, o revisor que trabalha nas Editions Opales, é muito engraçado! Completamente apaixonado por Aurélie, que tem por ele uma crescente antipatia, ele tenta fazer com que ela perceba que ele é um cara legal e com muitas qualidades - muitas mais do que o escritor Robert Miller, a quem a moça busca obstinadamente conhecer após se encantar com seu livro.
Além dos dois, temos como coadjuvantes Bernardete, a melhor amiga de Aurélie. Sincera ao extremo, ela fala as verdades que Aurélie não quer ouvir, dá a ela um choque de realidade quanto ao namorado canalha que ela sempre detestou. É ótima amiga, está sempre ao lado de Aurélie e a ajuda nos momentos mais difíceis.
O chefe de André, monsieur Monsignac, sempre estressado e rabugento, também me fez rir muito quando pressiona André para trazer à Paris o autor Robert Miller. O amigo inglês de André, Adam, também é uma figura muito engraçada. Eles dois juntos são responsáveis por muitos momentos engraçados.
Não posso contar muito para não dar spoiler, mas o livro é leve, engraçado, adorável, romântico e a história é inteligentemente construída de modo que instiga o leitor a querer saber como aquela sucessão de confusões e segredos vai se resolver. Lembrou-me as comédias românticas que vemos de vez em quando na televisão. Além disso, Paris é muito bem descrita, assim como a culinária francesa.
Por muito tempo tive resistência com relação a histórias narradas em 1ª pessoa. Mas Sarah Mason, outra autora maravilhosa, me fez perder este preconceito. "O sorriso das mulheres" é narrado em 1a pessoa, mas os capítulos se alternam entre os pontos de vista de Aurélie e de André. Não é confuso. Além disso, embora eu não fale francês, não tive dificuldades para compreender as frases que são ditas ao longo da história, pois o significado das mesmas se infere do próprio contexto.
Li este livro em 2 dias, apenas porque tinha que trabalhar entre um dia e outro. Vale muito à pena, é adorável, encantador e me deixou com um sorriso no rosto e sim, mais feliz. Pretendo reler daqui a algum tempo e gostaria muito de ler outros livros do mesmo autor.