Indignação

Indignação Philip Roth




Resenhas - Indignação


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Otávio - @vendavaldelivros 12/03/2024

“Será que a eternidade serve para isso, para que meditemos sobre as minúcias de toda uma vida?”

O que te indigna? O que te revolta e faz com que você “perca a linha”? É curioso como a indignação é tão influenciada por nossa história, nossa formação e como fomos moldados a enxergar o mundo. Indignação é um sentimento natural de todo ser humano, mas se pra muitas pessoas ela se manifesta com facilidade, para outras talvez ela nunca apareça.

Publicado em 2008, “Indignação”, do americano Philip Roth, traz a história de Marcus Messner, um jovem judeu de Nova Jersey, filho de um açougueiro kosher superprotetor, que precisa migrar para uma Universidade do Meio-Oeste americano para fugir do controle sufocante do pai. Tudo isso enquanto os EUA adentram com força na Guerra da Coreia e a sombra de um alistamento forçado começa a pairar sobre os jovens americanos.

A temática, a cultura judaica e os personagens judeus estão em praticamente todos os livros de Roth, mas fica claro que o autor era um mestre na criação de cenários, personagens e enredos que, ainda que estejam embaixo do mesmo guarda-chuva cultural, são plurais e impactantes.

Messner é um personagem que parece só querer viver sua vida, cumprir seus objetivos, alcançar suas metas, mas que, por não ter a habilidade social necessária para lidar com os ambientes e as pessoas que o cercam, acaba entrando em conflitos frequentes, além de dar voz à essa indignação. Uma indignação que se mostra muito maior do que os fatos corriqueiros, mas um efeito direto do mundo (e do pai) que o sufoca.

Muito interessante como Roth trabalha a juventude e as descobertas de Messner, um personagem muitas vezes inocente, com ideais fortes, mas que sofrem da falta de compreensão do mundo que a juventude tem.

Além de muito bem escrito, esse livro tem o que podemos chamar de plot twist no meio, que não muda a história, mas o ponto de vista de quem está lendo. A partir dessa “virada” de sentido, Roth traz algumas belas e profundas passagens em uma análise sobre a vida, a morte e o sentido de tudo. Foi meu segundo livro do Roth e definitivamente me fez querer ler muito mais do autor, além de alimentar um pouco das minhas “indignações”.
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Luana.Iannone 30/12/2023

Profundamente triste
?nenhuma resposta. não suscitar nenhuma resposta apesar de ser tão dolorosa a tentativa de desemaranhar as coisas e revelar-me. ausentes todas as mentes com exceção da minha. nenhuma resposta. profundamente triste.?

indignação usa de um artifício que prende o leitor desde as primeiras páginas e faz com que a gente queira logo chegar no final: a gente sabe onde marcus vai parar antes mesmo de terminar o livro, só não sabemos como.
indignação nos faz pensar na proporção que nossas escolhas podem tomar em nossas vidas, e eu saio desse livro completamente desolada e pensando muito sobre minhas próprias escolhas. fim de ano é foda. obrigada por isso, philip roth
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Pequod.3 09/10/2023

O livro nos apresenta um olhar profundo sobre o protagonista Marcus Messner, um jovem estudante judeu, durante a Guerra da Coreia. A história é ambientada na década de 1950 e é contada com a maestria característica de Roth.
A história se inicia com Marcus sendo confrontado por seu pai super protetor, que está preocupado com o bem-estar de seu filho na Universidade de Winesburg, uma faculdade de Ohio. O pai de Marcus teme que seu filho caia em más influencias e tome decisões erradas, como muitos jovens fazem, No entanto, nosso protagonista está determinado a escapar do controle excessivo de seu pai e encontrar sua própria identidade.

À medida em que Marcus se estabelece na universidade, ele se vê em um ambiente que é bastante diferente de sua casa e da comunidade judaica que fazia parte, tendo de enfrentar diversos desafios em sua vida acadêmica e social, mas, também encontra amor e paixão em Olivia Hutton, uma estudante problemática e intrigante.

O título Indignação já nos apresenta o tema central da obra. Marcus é um personagem obstinado e cheio de convicções, muitas vezes expressando indignação diante de situações que ele considera injustas. Sua busca por independência e sua recusa em aceitar as normas sociais da época o levam a uma série de confrontos com figuras de autoridade na universidade.

A escrita de Roth é caracterizada por sua prosa meticulosa e detalhada, que nos permite entrar profundamente na mente do protagonista e entender seus conflitos internos, além disso, o autor também usa a narração em primeira pessoa para nos dar uma visão íntima dos pensamentos e emoções de Marcus.

Indignação é um romance que aborda questões universais, como a busca pela identidade, o conflito entre gerações e a luta contra as normas sociais, ao mesmo tempo, é uma história profundamente pessoal, que explora as complexidades da juventude e da indignação de um jovem que deseja forjar seu próprio caminho na vida. Sendo uma obra que nos faz refletir sobre as escolhas que fazemos em nossas vidas e como enfrentamos a indignação diante das injustiças do mundo.
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Fernando Almeida 25/08/2023

Muito bom
Até que ponto vale a pena se arriscar por uma verdade? Qual é o limiar sob o qual a revolta deixa de ser um ato consagrado para dar voz à insensatez?

Messner é um jovem judeu que após viver aos cuidados do pai açougueiro, resolve sair de casa e entrar pra universidade.
Acontece que a sua saída de casa emergem à luz a figura de um pai superprotetor, que não compreende e confia no próprio filho. Messner entra em contato com novas experiências, descobre a sexualidade, as amarras da religião, as novas formas de autoridades, a moralidads hipócrita. E o que ele faz diante disso tudo é revoltar-se. Uma revolta que vai se traduzir em um "vai se foder" cada vez que ele se encontra diante de alguém que vai contra seus valores e interesses.
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Henrieth Hasse 15/02/2023

É a história de um cara legal, correto, com sonhos e planos pra vida e que é atravessado por vários acasos e péssimas escolhas.
Quebra toda uma lógica ( infantil) do " querer é poder"
Livro indicado para quem aguenta encarar a vida real.
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Claudio.Berlin 25/11/2022

Descobrindo o mundo
Marcus Messner , descendente de uma família de judeus europeus , é um jovem
sufocado pelos pais , por ser judeu e filho único .
Pessoas tem contato com judeus conhecem o aspecto sufocante da "idiche mama " ( mãe judia ) como mães absurdamente protetoras .
Essas famílias no início do século XX , eram em sua maioria pobres , imigrantes ou descendentes de imigrantes que , trabalhavam em ofícios , como sapateiros , açougueiros , padeiros , vendendo em grande parte , para a comunidade judaica , que vivia no mesmo bairro .
Era uma espécie de proteção ( considerando que vinham foragidas da Europa , e/ou buscando uma vida melhor no mundo novo ) ., assim como italianos e irlandeses tinham seus bairros .
Nosso herói, não tinha uma idéia muito clara de como era a vida " lá fora " ( ou seja fora do bairro judaico )
Não conhecia pessoas divorciadas ,não conhecia alcoólatras pessoas que bebem além da conta etc ( atividades incomuns para pessoas que viviam em guetos na Europa }
Com o desenrolar do livro nosso herói vai para uma universidade onde tem contato com o mundo real .
Novidades se apresentam , problemas e pressões ocorrem , mas o que me chamou mais a
atenção , foi a auto estima e orgulho do personagem , e a reação com indignação fatos e situações impróprias ( e sem medo )
Nosso herói não era afeito a religiões , e era com orgulho e indignação que se posiciona.
Acho que é um romance que dá margem a várias interpretações , visto que em cada um de nós , existe um pouco do personagem em idade de formação .
Vale a leitura ; um livro com 160 páginas que flui bem.
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Lameq 14/11/2022

Acho que esse livro é curto até demais e isso é proposital. Ele desenvolve um arquétipo de adolescente revoltoso muito indentificavel com uma aprofundamento lento. Parece que é para ser um livro de mais de 350 páginas, mas que infelizmente acaba de forma abrupta. Mas se você ler, vai saber que isso é proposital. Se não fosse o conservadorismo que senti nas palavras, daria uma nota maior.
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Leila 12/08/2022

Eita, que agora eu estou enrascada, rs. Falar de um livro do Roth num é tarefa fácil, mas vou tentar. Acho que não é segredo para ninguém que curto para caramba esse autor e do ano passado pra cá estou lendo com uns amigos suas obras mais significativas e a cada livro lido fico mais surpreendida com a genialidade do "homi". Não existe um livro igual ao outro, ele nunca usou fórmula em suas obras, é simplesmente sensacional. Confesso que teve alguns que não gostei tanto, mas em todos reconheço a maestria do cara. Bom, mas vamos à Indignação, um livro curto (171págs) mas que fala muito.
Primeiro me pegou por eu ser mãe e na história ter um pai temeroso pelo filho, querer protegê-lo a todo custo, porque afinal "qualquer coisinha" pode dar ruim e pronto, ficamos sem o filho (no que ele não está errado, claro), mas ninguém consegue viver assim, né? e é justamente essa tensão que acaba distanciando pai e filho e levando nosso mocinho a ir cursar a faculdade em uma cidade longe da casa dos pais.
Outro ponto que achei massa demais é que o garoto era muito turrão em seus conceitos e em ser "quem era", em ser ele mesmo e focado no que queria, que naquele momento era estudar, ser um bom aluno e não decepcionar os pais (quem nunca?) e com isso ele acaba vivendo vários problemas sociais na universidade, problemas de convivência mesmo, situações que o colocam em maus bocados.
A efemeridade da vida permeia o livro todo, da primeira à ultima página e mais, como nossas escolhas, nossas pequenas ações nos guiam para situações adversas, nos mostrando que mesmo a gente tendo a melhor das intenções, o melhor dos planos e mesmo focados nas coisas certas, o "trem" descarrilha e não tem jeito, a tragédia é certa! Ou seja, meus amigos, lutas e derrotas!
O Roth não dá ponto sem nó e em todos seus livros você sempre encontrará críticas políticas, críticas ao "american way life", à religião e/ou ao que ele estava inspirado na época, o cara não tinha medo de nada e mandava ver nas palavras, doesse a quem doesse, e aqui em indignação ele usa a Guerra da Coréia como pano de fundo para a história do nosso mocinho. O garoto estava nessa ânsia toda de ser "perfeito" porque não queria ser convocado e fazer jus às premonições trágicas do pai super protetor. Agora se deu certo ou não, você terá que ler para saber, rsrsrs
Alê | @alexandrejjr 13/08/2022minha estante
Interessante, Leila. Esse não estava na minha lista, mas depois da tua resenha vou pensar a respeito desse título do grande e saudoso Roth!


Leila 14/08/2022minha estante
Alê, até o mais simples livro do Roth nunca é simples, o cara é genial e sempre tem mto a dizer




Jacy.Antunes 06/04/2022

The Graduate
Recomendo a leitura desse pequeno livro para conhecer o universo de Roth. Todos as situações estão lá: a família judia sufocante, jovem lutando contra a hipocrisia do sistema educacional e os amores juvenis. Tudo isso permeado pelo acaso das escolhas equivocadas que mudam a vida planejada.
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Nilson 10/02/2022

INTENSO
Sempre achei que judeu não acreditava em Jesus Cristo ou seja no novo testamento. Comemoram 5.782 anos desde Adão e Eva , sendo assim acreditam em Deus e ainda esperam pelo Salvador. Mas nesta história o personagem principal simplesmente abomina Deus e o que quer que seja ligado a Ele. Por consequência de sua descrença acaba expulso da sua universidade e como soldado razo é convocado e morto na querra da Coreia. Muitas outras lições se extraem desta historia INTENSA do começo ao fim. Recomendo.
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Atila.Carlos 12/12/2021

O supra sumo da escrita de Roth
Uma família americana, judia, dos meados do século XX, composta por 3 pessoas: os pais e um filho exemplar que sempre ajudou os pais em seu comércio local e que, na adolescência, se mostra um menino extremamente estudioso.

Contudo, algumas coisas começam a causar atritos na relação desse filho com seu respectivo pai e, ao escolher uma faculdade para estudar o curso de direito, ele decide por uma uma bem distante, para que ele consiga viver sua vida de forma a não ter a azucrinação de seu pai.

Marcus, que é o tal filho, começa a ter atritos também na faculdade, com algumas pessoas próximas, colegas de quarto e com o próprio sistema da instituição, uma vez que ele é ateu e a faculdade tem seus preceitos cristãos. Até que ele conhece uma menina e se apaixona por ela. Mas não se engane, essa história não nada de um romance adolescente, muito pelo contrário. A mesma corresponde a uma história dura, onde o fim é trágico.

Este livro designa os melhores traços na escrita de Roth: um livro muito bem escrito, com uma história profunda, carregada de sentimentos e traumas, que enfatiza o realismo da sociedade de forma dramática, porém sem exageros.

Pra quem está afim de tomar um leve soco no estômago em um pouco mais de 150 páginas, este é o livro.
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Bianca674 27/03/2021

Instigante
Instigante do início ao final. Embora o destino do personagem principal seja revelado logo no início do livro, a forma como desfecho se desenrola é ao mesmo tempo surpreendente e previsível. Foi a minha primeira leitura de Philip Roth e foi uma excelente experiência. Ansiosa pra ler outros títulos do autor, o próximo será Nêmesis enviado pela Tag nesse mês de abril de 2021.
Carolina.Lara 27/03/2021minha estante
Estou lendo Nêmesis! Estou gostando muito!!!


Bianca674 28/03/2021minha estante
Você é assinante da Tag também? Achei o projeto gráfico desse mês lindíssimo!!


Carolina.Lara 30/03/2021minha estante
Ainda não! ? Faculdade e pós apertam a vida da gente! Mas pretendo!!




Naiara 09/12/2020

Um livro irônico
Li o livro todo achando ok: nem muito interessante, nem muito chato. Terminei também sem me surpreender muito, mas depois de uns minutos pensando sobre a história como um todo, achei o final uma sacada muito inteligente e terrivelmente irônica, o que, para mim, beirou o tragicômico. Como diz o próprio livro: nossas escolhas mais banais podem nos levar a resultados imensamente desproporcionais.
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