Indignação

Indignação Philip Roth




Resenhas - Indignação


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Suzana Costa 11/10/2018

Maravilhoso
Realmente indignada! Haha
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Biblioteca Álvaro Guerra 10/05/2018

Neste peculiar romance de formação, Philip Roth narra a história de Marcus Messner, jovem americano que descobre a força de seu caráter para lidar com a vida adulta, ao mesmo tempo em que vê assomar a própria vulnerabilidade num país ameaçado pela guerra.

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adriano1979 12/07/2009

Indignação é leitura obrigatória
De um simples relato de um garoto crescendo em Nova jersey em 1950 diante de várias mudanças sociais e históricas tentando sobreviver a um pai protetor se muda para outra universidade onde diante de pequenas e insignificantes escolhas que para o jovem Messner no momento não teriam muitos resultados significativos passam num curto espaço de tempo a ter devastadoras consequências que o levarão diretamente a guerra da Coréia.
Roth escreve de forma fantástica sobre a juventude suas dúvidas os primeiros contatos e descobertas do sexo de como a juventude consegue ser resistente e apaixonada para defender seus ideiais e também não mais do que presente na juventude a inexperiência.
Roth tem uma narrativa despojada bastante objetiva e além de tudo muito criativo vale a pena ser lido.
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Leituras do Sam 25/01/2017

INDIGNAÇÃO
Marcus é o filho perfeito, o estudante exemplar, polido, austero, decidido, incapaz de deixar alguma coisa o distrair dos seus objetivos. Ao entrar para a universidade, mesmo com todas essas qualidades, seu pai amedrontado pelo medo de que as escolhas mais banais do filho o acabe matando, passa a sufoca-lo com seu cuidado excessivo. Fugindo dessa loucura, Marcus transferi-se para uma universidade longe de casa. Uma universidade conservadora, tradicionalmente cristã. E é lá que o jovem judeu inexperiente vai se questionar o porquê de estar em conflito com todo mundo o tempo todo.
Philip Roth constroe está história com maestria tanto nos diálogos afinados, quanto na construção dá atmosfera de desordem, "pré-desastres", confusão generalizada que vai nos deixando apreensivos.
Quem está errado quando algo não dá certo em nossas vidas? Qual é o real significado das decisões mais fortuitas, simples que tomamos a todo momento? Roth leva a narrativa quase que vertiginosamente para culminar na última palavra do livro que explica que tudo o que aconteceu na vida de um jovem adulto teria sido evitado caso ele e os que o cercavam não tivessem tomado decisões tão acaloradas e unilaterais.
Sabe aquela sensação de "gente não precisava de tudo isso!" É assim que fiquei o tempo inteiro enquanto lia e via as coisas do livro tão presentes atualmente que me pergunto, quando vamos realmente aprender a conviver.
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Jacqueline 17/04/2015

De como é difícil ser jovem, filho, estudante.....
Mais uma vez a guerra é pano de fundo de um romance de Philip Roth. Nesse caso, ao contrário de Nêmesis, em que o protagonista sofre por não ser aceito no alistamento, visto como sinal máximo de virilidade, o herói tem horror à ideia de ir para a guerra e, talvez por isso mesmo, acabe atraído por ela. Marcus é um jovem de 19 anos, bom filho e estudante brilhante e exemplar, que se vê obrigado a ir para uma Universidade longe de casa, depois que seu pai perde o controle e passa a temer obsessivamente o tempo todo por sua vida, seu destino. Narrado na maioria do tempo em 1a pessoa, vamos acompanhando Marcus na nova escola. Assistimos à sua iniciação sexual, seus desentendimentos com colegas, as divergências e conflitos motivados por regras deslocadas no tempo e no espaço, seu enamoramento por uma jovem com fortes questões emocionais, seus dramas familiares etc. No quesito familiar, cabe destacar o acordo nefasto proposto pela mãe, e aceito pelo filho: a não separação dela do pai pela sua separação da jovem suicida. O filho que não suporta estar perto do pai, condena a mãe a fazê-lo.
Os conflitos vão se intensificando até que uma decisão errada traz consequências desproporcionais. Sem ser necessariamente moralizante, indignação é forte e diz das nossas escolhas: do que pode nos levar a fazê-las e das consequências que podem ter. Mostra também como podemos nos enredar pelas nossas neuroses, porque um pouquinho de elaboração psicológica traria uma vida bem diferentes para o núcleo familiar central!
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Cassionei 23/02/2015

O romance do indívíduo
Philip Roth, leitor de Machado de Assis? Confesso que me fiz essa pergunta ao começar a ler o seu novo romance, Indignação (Companhia das Letras, 170 páginas, tradução de Jorio Dauster), pois logo me veio à mente o personagem Brás Cubas, relatando, depois de morto, fatos de sua vida. O personagem do escritor norte-americano, porém, pensa que morreu, mas está na verdade sob efeito da morfina, como indica o título da primeira parte do livro.
Marcus Messner, jovem americano, vai estudar na universidade de Winesburg, longe de sua casa em Newark, para se livrar do seu pai, açougueiro kosher (uma espécie de açougueiro oficial dos judeus, pois sabe preparar a carne de acordo com os preceitos da religião) cuja marcação cerrada na sua vida o deixava indignado. Mas essa ainda não é a indignação que dá título ao livro.
Outro motivo para estar estudando é se livrar da Guerra da Coréia, iniciada em 1950. Esse episódio mostra mais uma vez a veia histórica dos textos de Roth, ao realizar uma análise da sociedade americana. Nesse caso, uma sociedade conservadora e controladora, anticomunista e religiosa ao extremo. Aliás, a questão religiosa é fundamental para o enredo e, estranhamente (ou não), esse fato não apareceu nas resenhas sobre a obra nos jornais e sites literários. E é aqui que está a indignação do título.
Messner era um ateu convicto, o que era praticamente um suicídio social. Em uma das passagens mais brilhantes da narrativa, o rapaz debate com o diretor da universidade, doutor Caudwell, sobre religião. Marcus se vale da leitura de uma conferência do filósofo Bertrand Russell, intitulada “Porque não sou cristão” e publicada em um livro com o mesmo nome. Um dos argumentos de Russell se refere à causa primeira de Tomás de Aquino. Diz o filósofo e matemático britânico: “Se tudo precisa ter uma causa, então Deus precisa ter uma causa. Se é possível existir alguma coisa sem uma causa, tanto pode ser o mundo quanto Deus.” E prossegue o jovem relatando o que decorou do livro. Caudwell responde dizendo que não se poderiam levar a sério os argumentos de um imoral como o britânico, considerado subversivo pelo governo americano. Mesmo com a possibilidade de ser expulso, Marcus não abre mão de seu pensamento, mantendo sua postura independente, o que para o diretor é uma fuga aos problemas. E é justamente essa sua postura religiosa a causa de sua morte, por se negar a assistir aos encontros religiosos obrigatórios. Philip Roth volta ao tema trabalhado no conto “O defensor da fé”, do seu livro de estréia Adeus, Columbus. O motivo de a crítica, principalmente a brasileira, não destacar esse fato também seria por medo de pressão dos religiosos?

Roth também volta a retratar um personagem jovem, como fez em O complexo de Portnoy, depois de vários romances que abordavam a velhice, principalmente de seus personagens mais recorrentes: Kepesh e Zuckerman. As memórias de Messner são de um rapaz procurando apenas viver sua vida sozinho, cuidar de si mesmo, estudar, não se envolver com nenhum grupo de pessoas. Porém, se vê arrastado pela ditadura do coletivo, do que os outros querem que você faça: seja o diretor que o quer fazendo amizades com os outros colegas e que acredite em Deus, ou seus colegas que o convidam para entrar em uma das irmandades da instituição, ou sua mãe a qual não o quer se envolvendo com uma mulher como Olivia, cujo os pulsos tinham cicatrizes, ou o país que o quer numa guerra, para morrer junto com outros jovens por uma causa que não é sua.

site: http://cassionei.blogspot.com.br/2009/11/na-gazeta-do-sul-de-hoje.html
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Taci 16/06/2014

Ultimamente venho pensando se as coisas realmente acontecem por algum motivo ou se todo o desenrolar da vida seja apenas uma sequência de acasos. Logicamente não cheguei a conclusão alguma. Viver per se seria algo mais simples, ao menos teoricamente. Ao mesmo tempo que existir apenas e unicamente só por existir, sem que não haja uma cortina por trás disso tudo, me parece inconcebível. Esse questionamento, que não vai dar em lugar algum, surgiu depois de uma discussão a respeito do poema “O Guardador de Rebanhos”, de Alberto Caeiro, um dos heterônimos de Fernando Pessoa (nunca um sobrenome coube tão bem). A poesia de Caeiro é desconcertantemente simples. Ele diz o que diz, e isso quebrou minhas pernas nessa busca por um provável significado oculto nas coisas. Mas Caeiro nada tem a ver com Philip Roth e Indignação. Talvez uma coincidência tenha me levado à Indignação, ou talvez Indignação tenha me escolhido justo agora, neste momento da minha vida, com a precisão de um bisturi.

Curiosamente comecei este texto falando sobre significados, para agora dizer que o protagonista de Indignação, Marcus Messner, é ateu. E faz questão de deixar isso bem claro durante todo o livro. Se ele pudesse ler o parágrafo acima, diria enfaticamente e sem titubear que as coisas não tem significado místico nenhum. Indignação, diferentemente das outras obras de Philip Roth, não trata da velhice e da decadência dos últimos suspiros da vida, mas, sim, com foco na juventude de seu protagonista, com suas 18 primaveras, embora a morte seja sempre personagem frequente e presente mesmo que, por vezes, apenas sob a forma de uma sombra pairando sobre cada página.

Marcus começa logo nos contando sua vida. Conta-nos como trabalhou para o pai, um açougueiro, durante o ensino médio até ingressar numa faculdadezinha pequena, pertinho de casa. As passagens nas quais descreve o trabalho no açougue são metáforas que podem muito bem ser relacionadas à vida, isso, é claro, se você, assim como eu, for um caçador de significados. Tive uma total identificação com o Marcus enquanto narrava essa época das sua vida, afinal, filho único (checked), trabalhando no pequeno negócio da família (also checked) e estudante numa pequena faculdade perfeitamente cômoda perto de casa (barulhinho de caixa registradora). Vi minha vida na vida de Marcus, e a total simplicidade e falta de qualquer glamour no dia-a-dia é posta sob um baita refletor. Uma passagem, especificamente, mostrou mais de mim do que de Marcus, e a literatura nunca vai deixar de me abismar ao mostrar como é incrível o reconhecimento de si mesmo nas palavras do outro, independente de se tratar ou não de uma ficção. O trecho é o seguinte:

""Não sei relaxar", respondi, e, embora o dissesse em tom jocoso e encabulado, era a mais pura verdade. Estava sempre exigindo algo de mim. Sempre querendo atingir um objetivo." (p. 45)

E então a história segue... Marcus deixa sua cidade, e transfere seu curso para uma faculdade bem longe, escolhida aleatoriamente graças a um panfleto qualquer porque o destino não era importante, a ida, sim. Eu tinha de ir embora, só não sabia para onde. E ele estuda. Muito. Sempre repetindo que não quer ser mandado para a morte certa como um soldado raso na guerra da Coreia. Até que conhece Olivia, uma transferida assim como Marcus, aparentemente prestigiada, filha de médico, alguém que poderia muito bem viver a vida absolutamente confortável, dona de uma cicatriz no pulso que representa toda sua instabilidade emocional chegando a ser quase uma presença física em cada página na qual é retratada. A cicatriz, assim como o açougue, acabam por se tornarem também personagens.

A narrativa de Roth é fantástica. Em nenhum momento a leitura se arrasta, em nenhum momento a escrita de Roth é enfadonha. É simplesmente precisa. Indignação é extremamente preciso. O final não é inesperado, principalmente, se for dada a devida atenção as repetições de Marcus durante o livro e o que o motivava tanto, todavia, não significa menos por sua previsibilidade. Ao contrário, a vontade de que o esperado não aconteça é o que conduz o leitor até a última página, em direção a uma confirmação do que se suspeita.

"(...) a forma terrível e incompreensível pela qual nossas escolhas mais banais, fortuitas e até cômicas conduzem a resultados tão desproporcionais." Eu, definitivamente, vou continuar a buscar por significados.
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Otávio - @vendavaldelivros 12/03/2024

“Será que a eternidade serve para isso, para que meditemos sobre as minúcias de toda uma vida?”

O que te indigna? O que te revolta e faz com que você “perca a linha”? É curioso como a indignação é tão influenciada por nossa história, nossa formação e como fomos moldados a enxergar o mundo. Indignação é um sentimento natural de todo ser humano, mas se pra muitas pessoas ela se manifesta com facilidade, para outras talvez ela nunca apareça.

Publicado em 2008, “Indignação”, do americano Philip Roth, traz a história de Marcus Messner, um jovem judeu de Nova Jersey, filho de um açougueiro kosher superprotetor, que precisa migrar para uma Universidade do Meio-Oeste americano para fugir do controle sufocante do pai. Tudo isso enquanto os EUA adentram com força na Guerra da Coreia e a sombra de um alistamento forçado começa a pairar sobre os jovens americanos.

A temática, a cultura judaica e os personagens judeus estão em praticamente todos os livros de Roth, mas fica claro que o autor era um mestre na criação de cenários, personagens e enredos que, ainda que estejam embaixo do mesmo guarda-chuva cultural, são plurais e impactantes.

Messner é um personagem que parece só querer viver sua vida, cumprir seus objetivos, alcançar suas metas, mas que, por não ter a habilidade social necessária para lidar com os ambientes e as pessoas que o cercam, acaba entrando em conflitos frequentes, além de dar voz à essa indignação. Uma indignação que se mostra muito maior do que os fatos corriqueiros, mas um efeito direto do mundo (e do pai) que o sufoca.

Muito interessante como Roth trabalha a juventude e as descobertas de Messner, um personagem muitas vezes inocente, com ideais fortes, mas que sofrem da falta de compreensão do mundo que a juventude tem.

Além de muito bem escrito, esse livro tem o que podemos chamar de plot twist no meio, que não muda a história, mas o ponto de vista de quem está lendo. A partir dessa “virada” de sentido, Roth traz algumas belas e profundas passagens em uma análise sobre a vida, a morte e o sentido de tudo. Foi meu segundo livro do Roth e definitivamente me fez querer ler muito mais do autor, além de alimentar um pouco das minhas “indignações”.
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Potterish 30/11/2012

Um soco no estômago
A universidade é um período muito marcante para todos, não só pelo aprendizado acadêmico, mas também pela convivência com pessoas de cidades diferentes, com visões de mundo opostas e um senso de responsabilidade muito maior. Marcus, o protagonista de “Indignação”, teve dificuldades para lidar com tudo isso.

O jovem que sai do ambiente familiar e cômodo para viver novas experiências acaba se perdendo diante de tantos estímulos e repressões de um sistema educativo dos anos 50. Apesar da história se passar há bastante tempo, o autor Philip Roth consegue aproximar o leitor contemporâneo da narrativa de forma brilhante. Confira a resenha de “Indignação”.



“Indignação”, de Philip Roth

Você às vezes tem a sensação de que a vida está muito fácil? Muito cômoda, nos trilhos e determinada? Que não há possibilidade de exceder expectativas porque os seus pais estão muito próximos e parecem não querer que você seja “grande” (o que quer que isso signifique?). Talvez essa seja a sensação que aproxima o leitor de Marcus Messner, protagonista de “Indignação”, apesar da história se passar nos anos 50.


Marcus vivia em Newark, era um filho estudioso, aplicado e bem comportado de um açougueiro bastante rígido e uma mãe aparentemente passiva. Estudava numa pequena faculdade local e sentiu vontade de se libertar daquela rotina. Fez transferência para uma universidade maior, mas sofreu com sua inadequação diante do mundo.

Primeiramente, Marcus tem dificuldades para aceitar pessoas diferentes. Ele é um personagem tão ético, correto e ingênuo, que não consegue dialogar ou se relacionar com quem tem um estilo de vida menos regrado ou vê o mundo de forma oposta. Por isso, ele muda diversas vezes de quarto e desperta atenção do diretor da escola.

Numa das cenas mais notáveis do livro, Marcus justifica todas as suas ações e comportamentos através de grandes autores, dando uma aula de como os sistemas familiar e educacional inibem a independência e a originalidade dos jovens. Ele chega até a passar mal e recebe a visita de Olivia, a garota por quem está apaixonado.

Olivia é uma parte fundamental de “Indignação”, já que a aproximação dos dois mostra muito do caráter inexperiente de Marcus e como o amor pode funcionar melhor do que qualquer doutrina para o amadurecimento de alguém. O desenrolar do romance é o que traz a grande ação da obra, que não será revelada aqui para não estragar a leitura.

Um dos grandes autores contemporâneos, Philip Roth consegue relacionar em sua escrita diversos temas e trazê-los para o âmbito pessoal e emocional. Ao ler uma de suas obras, é impossível não parar e repensar as suas próprias escolhas. “Indignação” é um verdadeiro soco no estômago daqueles que simplesmente não conseguem se “encaixar”.

Resenhado por Sheila Vieira

171 páginas, Editora Companhia das Letras, 2009.
Título original: Indignation. Publicado originalmente em 2008.


ACESSE: WWW.POTTERISH.COM/RESENHAS
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DIRCE 07/06/2012

Vai ,Marcus! ser gauche na vida.
Normalmente somos, nós, leitores, quem escolhemos o livro que vamos adquirir, mas, "Indignação"de Philip Roth, foi quem me escolheu. Estava, eu, em um sebo na minha cidade, com dois livros nas mãos e pretendia trocá-los por algum livro do escritor Mia Couto. Nada encontrei e, meio frustrada, me dirigi à saída quando me deparei no balcão com "Indignação". Não me lembrava de ter lido algo ou sobre Philip Roth, porém, o estado de conservação do livro, chamou a minha atenção – era novíssimo e mal haviam acabado de cadastrá-lo. Para não voltar para casa com os meus 2 livros, ou ter que vendê-los muito, optei por trocá-los por esse livro que,de certa forma, me "fisgou".
Já dentro do ônibus, comecei a lê-lo e, ao me deparar com uma prosa que me soou como uma confissão, não consegui parar de ler, contrariando minha intenção de não deixar nenhum livro "furar a fila". Ufa!!! fiz a leitura, praticamente, num fôlego só.
A narrativa é feita, até quase o final do livro, pelo moribundo (ou não) Marcus Messner – um jovem, filho de um açougueiro judeu, mas que, graças à sua inteligência e dedicação aos estudos, chegou até a Universidade. Entretanto, não foram só os esforços dos seus pais que moveram Marcus a se debruçar sobre os livros: ele temia ser recrutado e enviado ao front de batalha na Guerra da Coréia.
Fruto de uma criação excessivamente zelosa - muito mais que zelosa: seu pai foi acometido por uma espécie de paranóia, Marcus sentido-se asfixiado e necessitado de novos ares , optou por cursar uma universidade quilômetros e quilômetros distante da casa de seus pais, entretanto, apesar de toda a sua bagagem de conhecimento que permitia que ele defendesse suas idéias com garra, se sentia incapaz de viver o entremeio do seio familiar e a vida no campus da universidade, fato que me remeteu ao "Poema de Sete faces" de Drummond : (...)Vai, Carlos! ser gauche na vida (...)
Não sei se Marcus foi vítima ou culpado, mas sua ética demasiadamente rígida o levou às "profundezas".
Não querendo me alongar mais, concluo meu comentário deveras pensativa: será que a pessoa que se desfez de "Indignação" chegou a ler esse livro ( o livro traz a etiqueta do sebo e de uma livraria daqui de Sorocaba )? Seria lamentável, pois esse leitor teria deixado escapar a oportunidade de ler uma obra que permite mais que uma "leitura" e entendimentos em um só enredo. A outra "leitura" é de que, talvez, Marcus e seus conflitos, tenham sidos somente expedientes que P. Roth se utilizou para poder criticar a sociedade americana da década de 50.
E mais: Drummond tinha razão.
(...)Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução(...)
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jota 30/11/2011

Escolhas que mudam a vida
Neste livro, em sua maior parte passado em 1951, segundo ano da Guerra da Coreia, temos Marcus Messner, jovem estudioso, responsável e cumpridor de seus deveres ("um jovem que todo pai gostaria de ter como filho", como diz o seu próprio a certa altura) estudando numa universidade distante de casa.

Filho de um açougueiro de origem judia, vigoroso e incansável trabalhador, o rapaz se vê sufocado pelo pai louco de medo e apreensão pelos perigos da vida adulta, pelos perigos do mundo que ele vê cercar seu amado filho único por todos os lados. Enquanto está estudando, pelo menos Marcus não será convocado para lutar na Coreia: é um consolo para ele.

Por conta desse amor exagerado, sufocante, dessa preocupação excessiva do pai, a lhe seguir os passos dia e noite, Marcus decide deixar a casa da família em Newark, Nova Jersey, para ir estudar numa faculdade distante, em Winesburg, Ohio. Mudança que vai mofificar radicalmente sua vida.

Assediado pelas fraternidades de estudantes que o querem em suas associações, ótimo aluno que é, ele decide permanecer independente. Além do que, não lhe sobra muito tempo para nada, pois trabalha como garçom num bar, algumas noites por semana para ganhar alguns trocados e não depender tanto dos pais. Não liga nem mesmo quando estudantes ricos lhe pedem cerveja dizendo Ei, judeu, vem cá. Faz de conta que estão a dizer: Ei, ô meu, vem cá.

Então, a certa altura do livro, ao mudar de parágrafo, após lido o relato da primeira vez em que Marcus sai com uma garota da faculdade, Olivia, com quem tem uma experiência sexual inusitada, a primeira dele (um trecho que me lembrou o complexado Portnoy, do livro mais famoso de Roth, se bem que aqui as coisas se passem de outro modo, claro, e no automóvel de um colega de Marcus), vem uma passagem para a qual eu não estava assim tão preparado. Não mesmo.

Mas a vida segue em frente: a história não termina aí. Na sequencia, são cerca de muitas páginas engraçadas, algumas deliciosas, em que Marcus fica revivendo sua inacreditável noite de sexo com Olivia, páginas cheias de humor. E ainda tem uma longa conversa com o reitor da universidade, a intransigente defesa que Marcus faz do ensaio de Bertand Russell, Por que não sou um cristão, sua indignação contra tanta coisa que o reitor questiona ou quer saber, que ele sai da reitoria com uma certeza: será expulso da escola.

Justamente ele, que não tinha uma nota abaixo de 10 em todo o seu currículo, que sonhava ser o orador de sua turma de estudantes de Direito. Mas não. A expulsão não acontece nesse momento, o reitor parece ser um homem tolerante - mas até certo ponto. Ocorrerá mais à frente e por outro motivo. A expulsão da universidade é, assim, um divisor de águas em sua vida; em suma, um enorme risco que Marcus buscou para si mesmo.

Desde que Marcus resolveu deixar a casa paterna em Newark para estudar em Winesburg, até o derradeiro parágrafo desta história, permeando todo o livro pois, temos um relato pontuado pela inexperiência, tolice, resistência intelectual, descoberta sexual, coragem e erro. Erro fatal.

Como diz Roth, a escolha mais banal, fortuita e até cômica que fazemos pode conduzir nossa vida para um desfecho completamente diverso daquele que imaginávamos em nossos melhores dias aqui na Terra.

Belo livro. Engraçado e também bastante triste.

(Lido entre 28 e 29.11.2011)
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Xxxxxxxx1 03/08/2011

Excelente
irÔnico, triste, comovente, trágico....Recomendo.....
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notzak 20/07/2009

Indignação
Fantastico Philp roth abardou muito bem a história , prende do inicio a ultima pagina excelente!!.
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Cris 15/11/2009

Indignação - Philip Roth
Muito bom livro. Mas não posso dizer que é ótimo. A trama se passa em 1951, quando os Estados Unidos estão lutando na Guerra da Coréia. Isso me deixa um tanto deslocado. Apesar de saber um pouco sobre essas guerras todas em que os norte-americanos se envolveram (Hollywood), elas não fazem parte dos meu verdadeiros conhecimentos históricos.
A história conta um pouco da vida de Marcus Messner. Uma história comum a vários jovens americanos daquela época. Jovens que tinham medo da guerra, e cuja uma das principais questões era estudar ou ser recrutado para a morte quase certa.
Mas Marcus era um jovem comum, sem necessariamente sê-lo. Sempre tinha que falar demais. Sempre o arrependimento pelo excesso de palavras. Sempre o excesso por causa da indignação. Sempre as atitudes precipitadas (ou não) pela falta de paciência. Mas quem pode julgá-lo sem vestir a sua pele?
Uma história de preconceitos. Intolerância. Conservadorismo. Uma crítica a tudo isso? Não diretamente, mas de certa forma o autor nos conduz a essa crítica. Pode-se lê-la também como uma crítica à rebeldia gratuita.
Não podemos esquecer que é uma história escrita nos anos 2000. E não em 1951. Então a crítica não é dirigida àquela época, mas a esta. E pensar que muito do que condenamos nos personagens do livro ainda existe hoje... (www.azuljanela.blogspot.com)
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