Carla.Parreira 17/05/2024
A Revolução dos Bichos (George Orwell). A história se passa em uma granja de animais, onde eles buscam construir uma sociedade ideal. Para isso, estabelecem regras e planejam uma revolução contra os humanos, especialmente o fazendeiro Sr. Jones, que os explora e deixa-os passar fome. O porco Major apresenta a ideia da revolução e os animais expulsam Jones da granja. Os porcos, sendo os mais inteligentes e instruídos, assumem a liderança. Porém, com a morte do porco Major, surgem divergências e impasses entre os animais. Enquanto Bola-de-neve, um dos líderes da revolução, propõe a construção de um moinho, Napoleão é contra a ideia. Bola-de-neve é considerado traidor e expulso, dando espaço para Napoleão assumir uma postura autoritária. Napoleão convence os animais a se rebelarem contra Bola-de-neve e assume o poder. Ele explora os animais, reduz a quantidade de comida e os obriga a trabalhar como escravos. Embora a intenção inicial fosse se libertar dos humanos, a nova liderança de Napoleão revela corrupção e totalitarismo. Os porcos, agora no comando, constroem o moinho utilizando materiais obtidos através de contratos comerciais com humanos. A situação piora para os animais explorados, que começam a questionar a qualidade de vida sob a nova liderança. No final, os animais que se opuseram a Napoleão são mortos sob a acusação de serem cúmplices de Bola-de-neve. Gradualmente, os animais desaparecem da granja e os porcos restantes começam a andar em duas patas. Este final do livro sugere a união dos porcos com os humanos, corroborando a ideia de que a revolução dos animais não resultou na liberdade desejada, mas sim em uma nova forma de exploração. Melhores trechos: "...Durante o dia, o velho Major, um porco premiado da raça Middle White, tivera um sonho estranho na noite anterior e desejava contá-lo para os outros bichos. Todos haviam combinado de se encontrar no grande celeiro logo depois que o senhor Jones se recolhesse. O velho Major (como era chamado, embora o nome com o qual concorrera na exposição fosse Willingdon Beauty) era tão respeitado na fazenda que todos estavam dispostos a perder uma hora de sono para ouvir o que ele tinha a dizer. Ao fundo do grande celeiro, sobre uma espécie de plataforma elevada, Major já estava acomodado em sua cama feita de palha, embaixo de uma lamparina que pendia de uma viga. Ele tinha doze anos de idade e ultimamente ficara bastante robusto, mas ainda era um porco majestoso, com ar sábio e benevolente, apesar de suas presas nunca terem sido aparadas... Então, camaradas, qual é a natureza desta nossa vida? Vamos enfrentar os fatos: nossa vida é miserável, laboriosa e curta. Nascemos, recebemos apenas a quantidade de comida necessária para sobreviver, e aqueles de nós que conseguem trabalhar são forçados a fazer isso até o fim de suas forças; então, no exato momento em que nossa utilidade chega ao fim, somos abatidos com terrível crueldade. Nenhum animal na Inglaterra sabe o que é felicidade ou diversão depois de completar um ano de vida. Nenhum animal na Inglaterra é livre. A vida de um animal se resume à miséria e à escravidão, essa é a verdade. Mas será isso simplesmente a ordem natural das coisas? Será que esta nossa terra é tão pobre que não pode fornecer uma vida decente àqueles que lutam por ela? Não, camaradas, mil vezes não!... O Homem é o nosso inimigo. Tire o Homem de cena e a causa principal do problema da fome e do trabalho em excesso desaparecerá para sempre. O Homem é a única criatura que consome sem produzir. Ele não dá leite, não põe ovos, é fraco demais para puxar o arado, não consegue correr rápido o suficiente para pegar uma lebre. Ainda assim, ele é o senhor de todos os bichos. Ele nos coloca para trabalhar, devolve o mínimo necessário para que não passemos fome, e fica com o restante. Nosso trabalho cultiva o solo, nosso estrume o fertiliza, e ainda assim nenhum de nós possui nada além da pele de seu corpo... OS SETE MANDAMENTOS: 1. Tudo o que anda sobre duas pernas é inimigo. 2. Tudo o que anda sobre quatro pernas, ou tem asas, é amigo. 3. Nenhum animal deve usar roupas. 4. Nenhum animal deve dormir em uma cama. 5. Nenhum animal deve ingerir bebida alcoólica. 6. Nenhum animal deve matar outro animal. 7. Todos os bichos são iguais... Pela primeira vez, Benjamim consentiu em quebrar sua norma, e leu para ela o que estava escrito na parede. Nada havia, agora, senão um único Mandamento dizendo: TODOS OS ANIMAIS SÃO IGUAIS MAS ALGUNS ANIMAIS SÃO MAIS IGUAIS DO QUE OS OUTROS..."