Marcelo 04/01/2014
Como ser feliz?
"A vida feliz", de Sêneca, é um manual para quem deseja aprender a ser livre. O filósofo, nos induz a pensarmos o que é uma vida boa, como vive-la. Para isso, revela, que precisamos ter em mira a virtude, pois só fazendo o bem podemos nos equilibrar para caminhar seguramente. Mas como podemos fazer o bem se não sabemos o que ele é? Antes de tudo precisamos escolher um mestre, pois a partir do momento em que temos consciência de que somos fracos e ignorantes, necessitamos de orientações para descobrirmos quais são as nossas possibilidades de ser e atingir o alvo.
O suor de nosso rosto é fruto do nosso trabalho ou de nossas trilhas pelo deserto das ilusões? Eis a questão que deve ser abraçada em nossa jornada em busca da felicidade. Sêneca solicita de nós a maior atenção possível, desde o ato de pensar até o ato de agir. Daí a importância que devemos dar para o fortalecimento de nossa vontade, pois sem ela, acabamos sendo levados pelos vendavais dos prazeres que só nos dispersam e nos distanciam do crescimento espiritual.
De acordo com Sêneca a razão sempre deve dominar os sentidos, pois a fonte de toda perturbação é consequência do obscurecimento da nossa visão, quando enlameada de paixões descontroladas.
Como agiria Deus no lugar de nós? Essa é mais uma questão recomendada por Sêneca na hora em que pretendemos viver filiados à sabedoria. Podemos nos julgar demasiadamente pequenos para nos engajarmos em causas nobres, contudo, mais vale irmos em sua direção, ainda que tropeçando, caindo, rastejando, do que ficarmos estagnados como gados : "é preciso atentar para não seguir tal como ovelha o rebanho à frente porque, não sabendo para onde ir, vai para onde outras se dirige. [...] Como atestam numerosos exemplos, acontece findar não de acordo com a razão e, sim, imitando os outros".
A luta é diária, só poderemos nos tornar indiferentes aos vícios, e não seremos afetados pelos males do mundo, na medida em que nos perguntarmos a cada passo, se estamos adentrando a rota da serenidade, para crescermos: qual será a utilidade do passo, tanto para mim como para o mundo?