Su 16/01/2020
A sexualidade segundo Foucault
Um livro curto e fácil. Como o próprio título já diz, o texto é sobre sexualidade.
No início do livro há uma curta explanação sobre o conceito de loucura que assim como qualquer outro objeto de observação histórico social é interpretado de maneiras distintas. O louco na antiguidade era encarado como um indivíduo que recebeu dom divino pela sua maneira de ser e ver o mundo distinta dos demais. A loucura, o delírio, a inspiração, a intensidade, tudo isso está longe de ser encarado como atitudes nocivas à sociedade. Hoje a loucura é encarada como perigo, algo a ser excluído ou concertado. Ou seja, interpretação da loucura é definida de acordo com discurso e percepção dos tempos, mas a loucura permanece existindo o que transformou foi a maneira com que é vista.
Acontece o mesmo processo com a sexualidade. Apesar de a antiguidade ser misógina, de excluir qualquer validação da existência feminina, há alguns preceitos que devem ser pontuados e resgatados.
Foucault diz que a sexualidade é incorporal, ou seja, ela não é natural do homem, não se nasce com ela. A sexualidade é uma construção de práticas de agir e falar.
Na antiguidade a preocupação moral não era concentrada em separar o proibido do permitido, mas sim encontrar o ponto de equilíbrio para que o sujeito moral pudesse se autogovernar, agir exercendo sua liberdade. As relações gregas tinham como base a beleza e moderação. Logo, o cidadão (homem e livre) tinha a liberdade de relacionar com rapazes, mulheres ou escravos, já que a bússola da ética apontava para o equilíbrio e não à proibição ou à licitude. O mal visto era deixar-se levar demais pelas afrodisias, era mais uma questão quantitativa, por ex., se como, bebo ou se transo demais a ponto daquilo me danar de alguma maneira. Pós-modernidade, a nossa bússola moral nos aponta para a proibição de relacionar-se com alguém do mesmo sexo. Motivo pra exorcismo ou algumas terapias de reversão.
Assim como há diferenciação no sentido de afeminado que era o rapaz que transava com qualquer um, fosse por prazer ou por coisas materiais. Igualzinho aos dias atuais, né?!