Mirelly 22/12/2015SINOPSE:
Logo no início, percebemos a existência de uma doença que rapidamente espalha-se pela ilha, suas características ainda são desconhecidas. Contudo, sabe-se que provoca coceiras, febre, alucinações paranoicas e perca do decoro social. No último estágio, o paciente morre. O vírus logo se transforma em uma epidemia e faz com que a ilha seja sitiada, o que dificulta as pesquisas para o desenvolvimento de uma cura. Isolada do restante do mundo, as comunicações com o continente são cortadas e os carregamentos de provisões são cada vez mais escassos. Com isso, encontramos Kaelly que acabou de ver o melhor amigo partir para bem longe. A relação entre eles não está muito clara, mas há algo forte entre os dois. Pouco a pouco, os parentes dela sucumbe ao vírus, ao paço que ela insiste em acreditar que haverá salvação.
OPINIÃO PESSOAL:
O Fim de Todos Nós, juntamente com mais dois livros compõe uma trilogia, saliento que ainda não foram traduzidos para o português e as informações sobre as possíveis datas de lançamento são vagas. Eu não tenho uma estimativa exata, por enquanto. :( Mas vamos lá. :D
A trama é morna e o tema, interessante, mas poderia ser explorado com maior precisão. Mas no final, a história flui de um modo impressionante, passando a ideia que a continuação vai ser melhor. O próprio final deixa pontos soltos. O livro é leve, apenas entretenimento, excelente para ler nas horas vagas.
A autora expõe a nossa própria humanidade, o instinto de sobrevivência e de solidariedade, aliado ao abandono de um governo maior. As cenas de ação não duram muito, as melhores com certeza são aquelas protagonizadas pela "gangue", o tema romance não é tão abordado, mas ainda assim, existe. Ela concentrou-se mais em moldar o vírus fictício de forma a legitimá-lo cientificamente - o que é maravilhoso, sendo que atribui uma realidade ao vírus - do que, propriamente no desenvolvimento da história.
O livro é contato em forma de diário, tanto que existe partes em que a Kaelly está meio desconectada e zonza, por tanto não há data no respectivo dia. Outro exemplo, existem momentos em que ela passa mal e as partes ficam incompletas. No dia seguinte, ela se retrata. No começo, achei que fosse erro da editora, mas era proposital.
A Kaelly não é um protagonista monótona, possui erros e acertos. Em certo momento, ela sente que deve algo a sociedade e passa a tentar recompensá-la e quando percebe que isso não está dando resultados, simplesmente desiste. Ela se engana e não acerta na primeira tentativa, afasta ou aproxima as pessoas. É legal para o leitor ver que a autora não tentou representá-la como alguém fora do normal.
No geral, o diário busca expor os motivos que levaram a Kaelly a romper uma amizade de anos e em como, ela se sentiu durante a epidemia e a quarentena.
Com relação a escrita, não há expressões de difícil compreensão e a leitura é dinâmica, com capítulos curtos. A capa me chamou atenção antes da sinopse, o título possui uma textura mais áspera. Eu gostei. Relacionando o título e a história, encontrei várias opiniões: podemos perceber que O Fim de Todos Nós, pode ser entendido como a mortalidade da doença em contato com as pessoas ou o instinto de sobrevivência que faz com que elas acabem por cometer atrocidades umas contra as outras. A única coisa que me deixou desconfortável na diagramação e revisão do livro, foi a falta de informações sobre a trilogia, não há nas abas internas, lombada, na parte traseira ou frontal, em qualquer lugar, informações ou somente o título dos demais livros! Isso pode desconcertar o leitor que desconhece a existência das continuações.
Não tem nada de zumbis na história ou qualquer elemento fantasioso. Recomendo demais, é um livro muito bom para entretenimento. Poderia ter sido melhor com relação a duração das cenas de ação e suspense. Mas mesmo assim, é bom, principalmente pela divisão da população da ilha, uma parte entra em pânico, outra tenta fugir, outra se dedica ao vandalismo e a última, tenta maximizar as ajudas do governo das mais variadas formas. Afinal, nem todos, mediante a descrença de um país, reagem da mesma forma. :D
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