Leitora Viciada 10/07/2013Após conferir o projeto gráfico da trilogia The Fallen World, fiquei muito satisfeita em ver que a Editora Intrínseca manteve a capa original. O Fim de Todos Nós é o primeiro volume de uma saga apocalíptica voltada ao público jovem. A capa é muito mais bonita ao vivo, porque o fundo é brilhoso e o título em relevo levemente áspero.
A capa avisa que o enredo aborda um tema delicado, pois no centro e ao fundo do título, dentro de letras que "arranham" estão de mãos dadas duas personagens em meio a um caminho desolado. São duas pessoas importantes no livro, embora sejam apenas suas silhuetas. E há um detalhe no M especial.
Gosto da simplicidade aparente da capa, mas de seu significado implícito. Assim como o livro é: Simples na leitura, complexo na absorção.
O trabalho gráfico contribui para o clima de perigo se ampliar, através de uma diagramação um pouco grunge e desconexa com riscos manchando algumas páginas estratégicas: Início, intercâmbio entre as partes e final.
O livro é dividido em três partes: Sintomas, Quarentena e Mortalidade. Exatamente como o vírus fatal e desconhecido se desenvolve, a história acompanha esta evolução, tornando-se cada vez mais crítica.
O interessante é a narrativa. Ela é completamente feita em um diário pessoal, escrito pela adolescente de dezesseis anos Kaelyn, moradora da ilha bruscamente afetada por uma doença desconhecida, voraz e mortal.
Além de possuir partes principais, o livro é estruturado em inúmeros curtos capítulos, quase sempre datados. Os relatos da jovem se iniciam em 22 de setembro, quando ela viu seu melhor amigo partir da ilha para o continente. Ela resolve então, escrever para ele o diário.
É uma narrativa especial: Além de conter confissões e informações dos acontecimentos, o diário é quase uma carta; não sabemos se é um desabafo e se será entregue por Kaelyn a seu amigo Leo. É uma mistura e uma escrita muito agradável de se ler.
Embora aborde um desastre de saúde e social, uma doença incurável que apresenta sintomas inéditos, a autora mantém a narrativa leve. Mesmo nas partes mais duras e chocantes, existe uma simplicidade na escrita de Megan que segura o leitor até o final, sem causa mal estar. No entanto, consegue atingir o objetivo de provocar variadas sensações, reflexões e curiosidade.
Por ser narrado por uma única pessoa, temos um único ponto de vista, mas isso é positivo. Kaelyn já está acostumada a fazer observações e a catalogar comportamentos e desenvolvimento de sociedades animais. Ela estuda esquilos, furões, coiotes e diversos outros bichos nativos do local. Ela os analisa e os estuda, sempre em forma de diário. Kaelyn, que sempre sonhou em estudar a vida animal e contribuir com descobertas científicas nesse meio, não imaginaria que seu "diário-carta-confissão" acabaria se tornando um documento com todo o desenvolvimento da doença fatal assombrosa.
O livro se transforma no relatório mais fiel sobre as mudanças sofridas pela população da ilha. Certamente Kaelyn cria um espetacular cotidiano da ilha enfrentando o vírus. Da luta pela vida.
Por outro lado, seus textos quando focados nos acontecimentos pessoais quase levam o leitor às lágrimas. Percebemos que mesmo contando o seu dia a dia, confissões e ideias íntimas, Kaelyn tenta focar mais no lado dissertativo sobre a ilha.
Esse é o ponto forte do livro: Encontramos confissões de uma adolescente sobre sua família, sua escola, mudança de rotina e sofrimento pessoal, mas também lemos sobre o desenvolvimento do vírus na ilha como um todo, como afeta o funcionamento do ambiente, do hospital, da população.
O ponto fraco está na carência de diálogos mais espontâneos. Embora Kaelyn os relate com precisão, são todos na forma indireta; um resumo de suas conversas.
Eu prefiro diálogos pontuados com travessão; não importando se são longos ou curtos; com ou sem descrições intermediárias. Aqui, logicamente, os diálogos estão entre aspas e nos relatos pessoais da protagonista.
Apesar de eu não gostar desse tipo de estrutura, assumo que foi a melhor escolha para o livro.
Leia a resenha completa no blogue.
Desculpe, porém após sofrer inúmeros plágios, as resenhas somente são publicadas na íntegra no blogue, onde o script possui proteção anti-cópia. Obrigada pela compreensão.
site:
http://www.leitoraviciada.com/2013/07/trilogia-fallen-world-volume-1-o-fim-de.html