spoiler visualizarcesaryui 23/09/2023
O Silmarillion, o que faltava para conhecer sobre a Terra-Média!
J. R. R. Tolkien começou a escrever sobre a Terra-Média ainda em 1917, quando se afasta dos campos de batalha para voltar à Grã-Bretanha e casa com sua amada Edith, em cadernos redigidos a lápis. O tempo passou, o autor tem seus filhos, torna-se professor na Universidade, publica O Hobbit e O Senhor dos Anéis, mas sempre tem ideias e novas histórias a acrescentar ao relato dos cadernos iniciais. Até seus últimos dias, Tolkien tem novas ideias e não consegue finalizar os relatos iniciais que desejava publicar, para enfim dar luz aos dias da Primeira Era. Setembro de 1973 acabou sendo o último mês de vida do celebrado autor que apresentou o gênero de fantasia aos livros.
Quem acaba o serviço do pai é Christopher Tolkien, seu filho mais novo e executor de seu espólio, complementando as histórias e encadeando-as para agrupá-las em uma publicação, O Silmarillion. O livro é concluído em 1977, com auxílio do editor, para enfim dar conhecimento sobre o relato dos Dias Antigos.
Ainulindalë conta sobre a música dos Ainur para Eru/Ilúvatar, os Valar, a constituição de Arda e a primeira guerra entre os Valar e Melkor/Morgoth, o primeiro Senhor do Escuro.
Valaquenta, o segundo livro, relata sobre as raças, conta sobre cada um dos Valar, dos Maiar e comenta sobre os inimigos iniciais levantados por Morgoth, sempre com o intuito de superar o mundo e sua constituição.
Quenta Silmarillion é o livro principal, com as histórias de maior importância para a lenda da Primeira Era. Tudo gira em torno das Silmarils, pedras preciosas criadas por Fëanor e repletase da luz das Duas Árvores de Valinor. A partir do roubo destas por Morgoth, é empreendida uma enorme força-tarefa por toda a Terra-Média para recuperá-las, inclusive com o Fëanor fazendo um trato para seus descendentes também fazerem parte da recuperação das pedras. Empreendem-se várias guerras, os filhos do Fëanor não conseguem se satisfazer com os acordos e tratos, há uma cisão de forças... Os humanos também se envolvem na contenda, com Beren, que se casou com a elfa Lúthien e ludibriam o Morgoth para reaver uma das silmarils. Até chegar a linhagem de Galdor e Hareth, pouco se avançava na contenda contra Melkor, e a partir dos descendentes deles, começam a existir forças para lidar com o Senhor do Escuro, quando Eärendil lança a ofensiva na Guerra da Ira e consegue reaver a outra silmaril, trancando Morgoth em sua prisão e alcançar a paz com o advento da Segunda Era.
A Segunda Era tem seus relatos divididos entre Akallabêth e Dos Anéis de Poder e da Terceira Era, com o primeiro contando a queda do reino de Númenor e falando sobre os reis homens da época, enquanto o último debruça em detalhes da Segunda e Terceira Eras, dando o gancho para a história contada em O Hobbit e O Senhor dos Anéis, onde Sauron, servo de Melkor, torna-se Senhor do Escuro e são necessárias duas guerras para lidar com o mal que é devidamente liquidado.
Por fim, as árvores genealógicas das grandes famílias de O Silmarillion, o Glossário para não se perder no mundaréu de nomes relatados nos contos, e o mapa da Terra-Média da Primeira Era.
É uma leitura difícil, onde temos de lidar com personagens de múltiplos nomes, falados a quase todo instante, e saber quem é quem é relacionado com qual outro personagem ou entidade. Quando se chega nos livros Akallabêth e Dos Anéis de Poder e da Terceira Era, já fica mais compreensível por ser algo que conhecemos de O Senhor dos Anéis. A satisfação final em terminar o livro é imensa, mesmo com a grande quantidade de nomes e de gente a cada linha. Acho não muito recomendável iniciar as leituras por ele, a não ser que queira realmente fazê-lo para chegar nos livros mais conhecidos como mais carga de conhecimento. É ao critério. Quem espera ver algo épico como os livros iniciais de Tolkien, não é recomendável.