A tristeza extraordinária do leopardo-das-neves

A tristeza extraordinária do leopardo-das-neves Joca Reiners Terron




Resenhas - A Tristeza Extraordinária do Leopardo-das-Neves


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Rodrigo de Lorenzi 23/02/2018

Bom livro nacional com toques de terror, suspense e fábula. Os personagens são solitários, estranhos e tudo se desenrola em cenas noturnas das ruas do Bom Retiro, em São Paulo. Daria um ótimo filme (alô, produtoras). É doido e é bonito. É curtinho e gostei.
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Rodrigo 14/02/2018

A TRISTEZA EXTRAORDINÁRIA DO LEOPARDO-DAS-NEVES
Eu adorei. Mistérios de personagens solitários, misteriosos, se desenrolam em cenas noturnas das ruas do Bom Retiro. Muito bom.
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ElisaCazorla 03/12/2015

Sobre pessoas e bichos
Terminei agora de ler este livro e estou aqui pensando se tenho que descobrir algum significado misterioso escondido nas entrelinhas dessa trama ou não.
Os personagens são intensos e o autor nos mostra o quanto somos bichos e o quanto os bichos são pessoas.
Será que matar é salvar, é fugir, é entreter, é aliviar, é entristecer, é errar ou é enlouquecer?
Caminhamos nestas páginas entre o limiar do dia e da noite. Esse livro parece um sonho onde sempre parece ser noite mesmo que seja dia. Estranho.
É uma leitura viciante e intrigante. Informações bem amarradas e deliciosamente misteriosas.
Muito bom! Sensacional!
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guidenker 29/10/2015

Caos, Noite e Morte.
Um crime é cometido dentro de uma seção noturna do zoológico da cidade. Um policial civil investiga o crime, enquanto uma criatura de hábitos noturnos vive escondida em um casarão e um taxista sádico instiga seus três cachorros rotweiller a atacar tudo o que vê pela frente. Esse é o enredo.

Na Teogonia, a Noite nasceu do Caos. E da Noite nasceu a Morte. O tempo todo durante a leitura eu pensava nesse tripé Caos, Noite e Morte, sobre os quais a história do livro se sustenta. E é por eles que analiso minhas impressões.

Caos: Não há linearidade. Entre fatos, depoimentos colhidos e acontecimentos presentes, o policial apresenta flashbacks de sua infância e juventude. O caos também se apresenta na estrutura psíquica dos personagens. Todos têm algum desvio de conduta, validando a máxima que de perto ninguém é normal. O cenário, o bairro do Retiro, é um lugar que recebe fluxos migratórios de bolivianos

Noite: A história quase toda se passa à noite. Principalmente porque a criatura, uma espécie de personagem principal, tem hábitos noturnos. Creio que por ser a noite propícia para acobertar o que temos de pior, os personagens não têm nome. E assim são tantas crueldades cometidas, que elas acabam virando hábitos impessoais.

Morte: É um livro que fala muito sobre morte. Fala muito sobre uma doença chamada Porfiria, que é uma enfermidade "que deixa a pele extremamente sensível à luz, com o surgimento de bolhas, necrose da pele e gengivas, prurido, edema e crescimento de pelos em regiões como o rosto". Há constantes descrições da cracolândia, onde os usuários se aniquilam nos caximbos de craque, há personagem que abusa de remédios para suportar a vontade de dormir e trabalhar em turnos duplos.

É um romance criativo, algo próximo das fábulas que ouvíamos quando crianças, mantendo seu caráter assustador. Fala sobre nossos preconceitos e nossa dificuldade de lidar com o que é diferente. E principalmente sobre solidão. E apesar de ser tão escuro, há beleza em cada página.

site: http://cronicasentrelinhas.blogspot.com.br/2015/10/caos-noite-e-morte-minha-resenha-de.html
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ElisaCazorla 03/12/2015minha estante
Adorei sua resenha! Queria ter escrito suas palavras! Bravo!




fsamanta (@sam_leitora) 09/07/2014

Uma história de mistério muito bem escrita. Ainda que seja fácil de deduzir o desfecho, o caminho faz a diferença.
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26/04/2014

Um livro muito bom, não segue a sequência temporal, muito interessante e capaz de prender a atenção do leitor de forma muito competente, com um final feliz, porém não muito chocante.
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Anne 16/03/2014

Sensacional
Julgo ter sido a melhor obra que li em 2014 até agora. Trata-se de um enredo que envolve um alto nível de mistério e pitadas de ficção policial noir. O autor faz diversas referências incríveis à cidade de São Paulo e seu povo e eu, mesmo eu sendo de outro Estado, achei uma bela homenagem. A história é fragmentada no tempo e no espaço, intercalando a visão de vários personagens sobre os mesmos fatos, de modo que o leitor é convidado a costurar a narração para ir desvendando os acontecimentos. Delicioso. Fiquei curiosa para ler mais obras do autor, que até então eu desconhecia.
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Renata (@renatac.arruda) 28/01/2014

Sem pressa em revelar seus mistérios
O novo livro de Joca Reiners Terron, A tristeza extraordinária do leopardo-das-neves, não tem pressa de revelar seus mistérios. Tudo é contado aos poucos, entre relatos de depoimentos policiais, a narrativa em primeira pessoa de um escrivão da polícia - o protagonista - e a fábula do leopardo-das-neves, que nos apresentam aos personagens, a princípio, gente-como-a-gente: o taxista, a enfermeira especializada em idosos, o entregador do mercado, a jovem veterinária, o médico, o casal de namorados, o protagonista e seu pai senil. E a criatura, que nunca chegamos a saber exatamente o que é. O cenário é a cidade de São Paulo dos dias de hoje, povoada de diferentes sotaques (nordestinos, coreanos, bolivianos, judeus) e palco para violência e uso de drogas a céu aberto.

O escrivão, filho mestiço de um judeu com uma negra, mesmo adulto ainda procura uma identidade na velha figura do pai, com quem não se parece em nada: seu pai é branco e ele tem a pele escura, os cabelos crespos e vira alvo de insinuações aos dez anos de idade quando seu pai passa sem reconhecê-lo na rua e o colega a seu lado crava: "ele não pode ser pai; ele é branco e você é sarará." A falta de representação racial dentro da própria família - já que sua mãe morrera jovem - é um problema que o escrivão carrega secretamente. Se dividindo entre o trabalho de escrivão durante a noite e o armazém do pai durante o dia, o protagonista insone se entope de remédios enquanto a seus olhos todos se parecem iguais e a uma única pessoa pode ser várias ao mesmo tempo.

É através dele que tomamos conhecimento da estranha criatura e sua profunda ligação com o leopardo-das-neves:

Leia mais no Prosa Espontânea

site: http://mardemarmore.blogspot.com.br/2013/06/a-tristeza-extraordinaria-do-leopardo.html
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Vilto 24/05/2013

O fascinante A Tristeza Extraordinária do Leopardo-das-Neves, de Joca Reiners Terron
“Foi então que eu descobri que a palavra fulva queria dizer vermelha e achei muito bonita, mariposa fulva, inseto noturno arruivado. Acho que nada pode me definir melhor. Tenho impressão que é isso o que sou, uma mariposa fulva. Um inseto noturno arruivado e negro. Um lemingue que se afoga no oceano. Um comanche cujos bisontes se lançaram no despenhadeiro”.

Até então, eu nunca havia lido nada do Joca Reiners Terron, embora estivesse adiando minha curiosidade, A Tristeza Extraordinária do Leopardo-das-Neves veio em boa hora. Assim que este livro chegou às minhas mãos, com uma das capas mais intrigantes que já vi de livros nacionais – quem já estudou design fica analisando essas coisas –, mergulhei numa leitura que a cada página ia me impressionando.

A princípio, o leitor se depara com um personagem-narrador. Ele vai apresentando sua vida, falando de sua insônia, de sua dupla jornada de trabalho: à noite na delegacia, como escrivão; durante o dia, no antiquário do pai, que já debilitado, precisa também do amparo do filho. A forma como ele descreve mescla presente e passado, o qual vai se revelando aos poucos, não de forma linear, como rege a cartilha da literatura pós-moderna. No capítulo seguinte, o leitor é colocado numa situação diferente, de maneira que chega a se imaginar num livros de contos, em que os fatos do primeiro capítulo parecem não estar interligados com os do segundo. A narração se torna em terceira pessoa, com um tom kafkaniano expressivo, revelando a vida da sra X., uma atípica enfermeira. Num casarão cercado por lendas, ela vive para tomar conta de um só paciente, uma criatura – é assim mesmo que o narrador se refere a ela –, com hábitos notívagos. É aí que a curiosidade é despertada, pois desde começo do capítulo fica evidente que vai acontecer alguma coisa, já que o leitor fica sabendo que por contrato, a sra. X jamais deveria sair de casa, mas por causa de um passeio noturno específico, a enfermeira quebra a regra. Uma terceira narrativa se junta às duas anteriores, a de um taxista extremamente apaixonado por cães; fechando assim uma interessante tríade, que culmina num final crescente – até mesmo poético –, mesmo diante da não linearidade do texto, como já comentei.

Além das tramas principais – as três que destaquei acima –, quatro subtramas – pode-se assim dizer – ainda chamam a atenção. Como se já não bastasse o mistério do casarão, o narrador insone, escrivão da delegacia, ainda recebe uma série de ligações estranhas, querendo falar com seu pai, para saudar uma dívida; permanecendo o mistério ao longo de quase todo o livro. O boliviano que trabalha no antiquário, mesmo com apenas uma fala no livro, constitui-se de uma história à parte, engraçada pela insignificância que representa ao narrador. As duas últimas, mais importantes, são a do entregador de compras, um coreano que entrega os alimentos e produtos de higiene à sra. X, oferecendo ao leitor uma visão do que se fala no bairro a respeito do casarão; e a última, talvez a mais espetacular, a do Leopardo-das-Neves, quase uma saga.

“Estou na delegacia, não ouço nenhum ruído nas celas e vejo sombras lá fora, viciados em crack que se esparramam pelas ruas. No entanto, não consegui repousar e ontem ainda é hoje, assim como anteontem continua a ser ontem. O passado está para acontecer. É agora, vai ser amanhã. A eternidade se concentrou num dia que não passa nunca. Tenho dúvidas se voltarei a dormir. Enquanto isso, vou permanecendo aqui. Aguardo a claridade restituir as frações do dia, seus minutos e segundos. Até o sol arrebentar contra o muro dos fundos da delegacia feito uma ambulância que perdeu os freios. Até que outra noite venha restabelecer a ordem”.

Citei uma série de características que me fascinaram neste livro, mas ainda há outra a se destacar, o cenário, de modo geral. Se analisado o mote da história, certamente, a maioria dos escritores não a ambientaria em São Paulo; em minha concepção. Nossa formação literária, tão anglófana, condenar-nos-ia ao lugar comum. Terron fugiu disso e teve êxito. Que mais escritores ambientem suas histórias no Brasil, embora sem recorrerem a um apelo bairrista, desnecessário; apenas alcançando a universalidade a partir de sua aldeia, parafraseando Tolstói.

Para encerrar, mais do nunca fiquei com vontade de ler outros livros do Joca Reiners Terron, mais um ótimo nome da literatura brasileira contemporânea. A Tristeza Extraordinária do Leopardo-das-Neves ainda está levantando questionamentos em minha mente, brincando com minhas ideias. Durante a leitura, fiquei torcendo para o livro não acabar.

A Tristeza Extraordinária do Leopardo-das-Neves/ Joca Reiners Terron. – 1ª ed. – São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
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Douglas MCT 23/05/2013

Fábula noir
Joca Reiners Terron domina o humor cínico enquanto vagueia pelo Bom Retiro, cenário de uma trama improvável, onde o contexto macro é devorado por microuniversos, de pequenas histórias pessoais que vão se coadunando de maneira natural, dentro deste fluxo narrativo delicioso.

Três plots se desenvolvem paralelamente: o da criatura e a sra. X, do escrivão monocórdico e do enigmático leopardo-das-neves. Enquanto uma trama envereda pelo suspense e bizarria, a outra climatiza um ambiente familiar intrínseco e amargo, e a terceira comete uma fábula ancestral e magnífica. Há outras subtramas também que valem tanto quanto, como o do entregador coreano e do taxista excêntrico. Todas essas histórias saltam de um bairro a outro, vindo cair na Vila Mariana, num zoológico peculiar com nome de álbum do Nick Cave, Nocturama -- e também nas Montanhas Altai, cuja geografia o escrivão-narrador nunca sabe localizar, se na China ou na Rússia (mas o Google nos diz que em ambas, ainda acrescendo Mongólia e Cazaquistão, veja só que imensidão).

Já na metade do livro é possível sacar o desfecho e os responsáveis pela ocorrência no zoo. Mas o final, construído propositalmente para ser desvendado, não importa. A essência desta obra cheia de cores, sabores e melodia reside justamente nas relações, nas interpretações das situações, nas boas e más intenções e na misericórdia acima de tudo. O ponto alto de A tristeza extraordinária do leopardo-das-neves ocorre em dois momentos: na descrição dos animais noturnos pela enfermeira na TV (eu ri, reli e ri de novo) e em todos os anexos que narram a jornada do animal-título, com o tom certo de fábula nesta trama noir acima da média.
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