LT 20/11/2018
Boa tarde galera! Hoje eu trouxe o início de uma saga que comecei a ler um bom tempo atrás e recentemente li o terceiro livro, bastante empolgante por sinal. Wild Cards começa após a segunda guerra mundial e mistura a história da humanidade a partir do pós guerra com um universo digno dos quadrinhos.
Vamos conhecer mais desse mundo criado por diversos autores.
QUOTE: "As pessoas não são muito legais garoto. Não quando você realmente as conhece." [...]
Logo após o fim da guerra, uma nave alienígena vem em direção à Terra para fazer "testes" científicos. Eles criaram um vírus capaz de alterar geneticamente os humanos e isso pode ou não acabar com a vida na Terra.
Tachyon veio junto com a nave para tentar impedir que o vírus seja espalhado na atmosfera, mas chega tarde demais. Jetboy, herói da guerra, tenta impedir que a bomba que contém o vírus exploda, mas acaba morto e o vírus toma os céus de New York. A partir daí, a vida na Terra nunca mais será a mesma.
90% dos afetados pelo Carta Selvagem morreram instantaneamente, 9% adquiriam alguma deformidade ou anomalia bastante inconveniente, foram chamados de curingas e o 1% restante, deu sorte, ganharam alguma habilidade sobre humana que os fez ficarem conhecidos como ases.
QUOTE: “Ele estava com 6 anos quando Jetboy explodiu sobre Manhattan, havia crescido com medo do vírus, com a memória dos 10 mil que morreram no primeiro dia do novo mundo.” [...]
Acontecimentos históricos, envelhecimento dos personagens, pessoas comuns, descobertas tecnológicas, avanços da medicina... esses itens, em suas verdadeiras épocas, também afetam o enredo e Wild Cards tem muito disso, é como uma HQ de super heróis com uma temática bem mais séria.
Como não poderia deixar de ser num livro do Martin, a quantidade de personagens é enorme e o mesmo é separado em contos. Cada um de um autor, que vão alternando os pontos de vista a cada capítulo (Alguma semelhança com Game of Thrones?). Como exemplo do efeito do vírus, Croyd Crenson é um dos primeiros a ser apresentados, a habilidade dele é no mínimo estranha. Ele consegue ficar longos períodos de tempo acordado e após isso, hiberna. A cada vez que acorda, Croyd está com outra aparência e outro poder ou anomalia completamente aleatórios o que muitas vezes torna sua vida um inferno.
Há também um grupo que ficou conhecido como "Os quatro ases", e é onde entra o personagem da capa do livro, Golden Boy, que se tornou praticamente um semi deus. A história desse grupo acaba virando o centro das atenções no livro, pois os governos acabam interessados em seus poderes. Como o fim da guerra ainda é recente, a tensão política é grande e esse cenário influi muito no desenrolar do livro com diversas reuniões do grupo com os governantes dos Estados Unidos. Alguns outros ases são mostrados e acabam retornando nos volumes subsequentes da saga.
Um ponto mais sério tratado aqui é a forma de vida dos curingas, que à maneira dos autores, mostra dificuldades que as pessoas no mundo real também passam. Isolamento, preconceito, violência, sofrimento, pobreza, condições de vida bem abaixo do aceitável. É assim que muitos dos curingas são mostrados na série simplesmente por não terem tido sorte com o vírus e cabe a eles tentar sobreviver nesse "novo e cruel mundo". Eu diria que é a parte um pouco mais "realista" do enredo mesmo que de maneira diferente, pois existem essas condições de vida mesmo no mundo real, já existiam na época e ainda existem hoje em dia.
A fórmula com vários autores nos traz uma experiência diferente de leitura, alternando além de pontos de vista, capítulos excelentes e capítulos mais lentos no seu desenrolar, o que acaba pedindo uma certa paciência em alguns momentos. Entretanto, existe uma explicação para tudo isso e não atrapalha o enredo, pois como os personagens compartilham o mesmo universo, diversas vezes há encontros entre eles em momentos muitas vezes críticos e entendemos o motivo de certo personagem ter percorrido aquele caminho.
A edição da Leya ficou bem legal, a capa combina perfeitamente com o enredo e mostra Golden Boy segurando o que a princípio eu pensei ser um martelo enorme, mas se trata de um canhão de tanque de guerra. Com páginas amareladas e uma fonte de bom tamanho, alterna entre capítulos mais longos e curtos, dependendo de quem está no centro das atenções no momento. Ao final temos um texto que conta um pouco sobre o processo de criação desse universo enorme.
No Brasil atualmente a série conta com 9 livros lançados (já estou com todos eles :p rsrsrs). Mas originalmente a série atualmente conta com 23 livros e foi confirmada para ser adaptada em um seriado de tv, o que já me deixa ansioso para assistir, pois há inúmeros personagens que quero ver em ação.
Essa é uma leitura que vale muito a pena, estou para começar o quarto volume e digo, é empolgante o desenrolar da saga. A quantidade de personagens interessantes só aumenta e com o passar das épocas as coisas também vão mudando, a forma de pensar das pessoas e tudo isso só enriquece mais a leitura que sem dúvida é uma ótima escolha.
Bem galera, vou ficando por aqui, espero que tenham curtido essa primeira resenha sobre Wild Cards. Logo mais falarei dos próximos volumes.
Até a próxima semana!
Resenhista: Júlio César.
site: http://livrosetalgroup.blogspot.com.br/