Memórias do cárcere

Memórias do cárcere Graciliano Ramos




Resenhas - Memórias do Cárcere


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Raquel Lima 05/01/2010

Noossa!
Li este livro há muito anos, nem tinha colocado como lido, porque não lembrava mais de nada. Mas agora, influenciada, pela tristeza que a Ilha grande nos proporciounou peguei para ler novamente. Meu Deus!...Gracialiano consegue nos manter preso as suas celas, seu nojo, o cheiro...não somente o asco das podridões da cadeia, mas da vida naquele momente. Vou correndo ler o segundo.
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Ana 19/01/2023

primeiro livro de Graciliano que li. É uma autobiografia muito boa, com riqueza de detalhe nos capítulos e fatos que deixam o nosso estômago embrulhar mas que é a realidade nas prisões do Brasil.
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Rafa 22/02/2024

Livro baseado no tempo em que Graciliano Ramos passou na prosa. O cárcere de outrora, narrado por Graciliano, não se diferencia muito do cárcere de hoje. Memórias do Cárcere é tão atual que choca. Afinal, vivemos uma ditadura do enclausurado.
Livro muito bom. A leitura é densa, mas muito necessária
Recomendo ?
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Athenna 09/09/2022

Precisei ler para peça da escola e considero um livro e tanto, escritos de dores e uma realidade difícil vividas por Graciliano. Acredito que todos deveriam ler.
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Liu 09/02/2022

Cárcere
A leitura dessa obra de Graciliano foi feita em paralelo com uma dissertação sobre o massacre do Carandiru e os produtos culturais advindos, em especial o livro do médico Dráuzio Varela. Está evidente que o tema encarceramento é algo que aguça leitores.

Graciliano sofreu uma prisão arbitrária. Trata-se de um livro que emociona e gera repulsa aos governos ditatoriais, ao perceber a forma como homens e mulheres foram tratados por divergir politicamente do regime. As condições em que Graciliano e demais presos(as) viviam eram subumanas, lamentáveis, em especial, na Casa Correcional.

Livro de leitura extensa, com algumas ideias do autor que geram desconforto por carregarem certo tom racista. Mas, muito interessante para percebermos como a arbitrariedade é algo repugnante. Em nenhum momento, o escritor pôde saber porque estava sendo preso. Apenas sobre si pairava a suspeita de estar sendo considerado pelo governo como comunista, o que até então, não era algo afirmado pelo autor.
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Ed Carvalho 28/11/2021

Uma das melhores leituras da minha vida
"A culpa é desses cavalos que mandam para aqui gente que sabe escrever" disse o infeliz diretor da colônia correcional ao ouvir de Graciliano Ramos que este viria escrever sua estadia na cadeia. É incrível como da desgraça e miséria de um homem surgiu uma obra tão sem igual, eloquente, bem escrita e interessante quanto esta. A forma como Ramos observava e escrevia sobre seu infortúnio e sobre esta tristes manchas da história nacional que foram os períodos autoritários é de mudar a vida das pessoas. A minha ao menos mudou.
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Locimar 05/09/2020

Li esta edição. Depois de "Vidas Secas" fiquei marcado profundamente por Ramos.
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Margô 16/07/2020

Graciliano escreve com perfeição invejável. É o primeiro ponto favorável. A obra remete a sua vida pública, como prefeito de uma pequena cidade , no estado de Alagoas, à prisão do escritor no período da Ditadura do Estado Novo, onde ele relata o cotidiano na prisão, ( na ilha de Fernando de Noronha) e o encontro com outras pessoas notórias da época. É bem curioso o dia a dia dos presos políticos, além de se conhecer a conjuntura política do país. É uma obra pra quem gosta de História.
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Fernando Lafaiete 27/01/2018

Memórias do Cárcere: Relatos cruéis do autor que sentiu na pele a força da crueldade humana!

O que dizer de Memórias do Cárcere? Como avaliar as experiências repugnantes de vida as quais o autor passou ao ser preso? - Graciliano Ramos é o autor do aclamado Vidas Secas, o romance vencedor do prêmio William Faulkner como livro representativo da literatura contemporânea brasileira em 1962. O autor foi preso em meados de 1936 após a intentona comunista (também conhecida como Revolta de 35) que foi uma tentativa contra o governo de Getúlio Vargas.

Nos relatos aqui apresentados, o autor afirma ter sido preso sem saber exatamente a razão. Ao questionar seus algozes, a resposta que recebia era: Você é comunista. - O problema? O autor não se considerava comunista e nunca tinha feito nada contra o governo. Ramos nunca foi acusado formalmente e nunca teve direito a defesa. Foi preso e chegou a ser tratado de maneira desumana. As situações expostas pelo autor em questão, são difíceis de serem digeridas. É tudo muito bem escrito, muitas vezes poético e com muitos simbolismos. Não se dá para esperar menos do que isso de um dos mestres da nossa literatura. Mas o livro também cansa, se torna arrastado em vários momentos e chega a ficar maçante em um nível que foi complicado passar pelas páginas.

Memórias do Cárcere tem alguns aspectos bastantes semelhantes com a obra-prima O Processo do gênio Fraz Kafka. Ambos os clássicos retratam e criticam um sistema burocrático corrupto onde pessoas são presas sem nenhuma justificativa palpável. Ambos os protagonistas questionam e recebem respostas vazias e sem sentido que só aumentam ainda mais a revolta tantos dos personagens centrais quanto de nós leitores. O autor vai desenvolvendo um ódio pelo capitalismo não por ser comunista, mas sim por ser este o sistema econômico que o julga e o condena sem lhe dar a chance de provar sua inocência.

"...Se o capitalismo fosse um bruto, eu o toleraria. Aflige-me é perceber nele uma inteligência. Uma inteligência safada que aluga outras inteligências canalhas. [...] Não é o fato de ser oprimido (que me atormenta). É saber que a opressão erigiu em sistema."

Graciliano Ramos vai narrando passo a passo todas as situações as quais o atormentaram. Passou fome, comeu comida estragada, viu colegas serem estuprados, foi ameaçado por outros presos e em nenhum momento teve a chance de se defender ou de defender outrem. Ele reforça a todo momento que sentia o cheiro podre da comida e que em uma ocasião chegou a detectar fezes de ratos misturados aos alimentos que lhes eram servidos. Como agir em uma situação como essa? - A resposta? Comer ou morrer de fome. E se comer, rezar para não passar mal e morrer.

"Em redor de mim tudo se consumira, e obstinava-me a chupar o cigarro, olhando a infame ração. Na farinha escura havia excrementos de rato. Apesar da náusea, parecia-me necessário comer..."

Muitos sofreram, muitos morreram e Graciliano lutou pela sobrevivência. O autor também relata o momento em que percebeu que na falta de mulheres, homens se relacionavam com outro homens na intenção de se saciarem sexualmente. O autor apresenta opiniões muitas vezes homofóbicas que me desagradaram em um nível que me fizeram pegar um pouco de implicância do autor nesses raros momentos. Tais relatos mostram a dúvida do autor em relação a tudo aquilo que ele estava presenciando.

"Penso assim, tento compreendê-los - e não consigo reprimir o nojo que me inspiram, forte demais. Isso me deixa apreensivo. Seria um nojo natural ou imposto? Quem sabe se ele não foi criado artificialmente, com o fim de preservar o homem social, obrigá-lo a fugir de si mesmo."

Não me foi uma leitura fácil. Foi uma experiência penosa, gratificante, reflexiva e maçante. Tudo isso ao mesmo tempo. Esse livro foi o responsável por me deixar de ressaca e confesso que me forcei a lê-lo em alguns (vários) momentos. Mas ainda assim, afirmo que é uma obra de valor inestimável. Não digo isso apenas por ser um clássico, mas principalmente por ser uma obra que retrata uma história real e necessária. Além das situações que citei, o autor apresenta muitas outras que são revoltantes.

Terminei a leitura exausto mentalmente e a jornada que percorri foi mais do que penosa, mas que valeu a pena. Ainda acho Vidas Secas muito superior, mas Memórias do Cárcere é um livro que deve ser lido e deve ser lido principalmente por quem tem empatia. Se você é uma pessoa quase nula desse sentimento ou é uma daquelas que acha que a solução para os problemas do nosso país é a volta de um sistema como a Ditadura Militar, acredito que este livro não te apresentará algo de muito valor.

É um livro rico em sentimentos, cheio de reflexões sobre a psicologia humana e que prova que o passado deve continuar sendo estudado para que não repitamos os absurdos que tanto propagaram em um época onde me parece que tudo era permitido (no quesito injustiças). Como disse o autor em uma das passagens que citei: O mais revoltante é saber que a crueldade humana retratada era respaldada por um sistema que deveria protegê-los. Um sistema falho que ainda é governado por incompetentes que mais prezam seus status políticos do que o bem maior que deveria ser a prioridade governamental. Só rezo para que as situações expostas por Graciliano Ramos nunca voltem a acontecer. Não dá para mudar o passado, mas podemos moldar o futuro que nos espera. Que assim seja, assim será... só depende de nós e de mais ninguém!
Pedro 27/01/2018minha estante
Maravilhosa sua resenha Fernando. Confesso que sempre me surpreendo com as qualidades de suas resenhas. Se eu já estava interessado em ler esse livro agora fiquei ainda mais. O que você descreveu me fez lembrar muitas das leituras que fiz durante o mestrado, principalmente no que concerne ao forte anticomunismo que se solidificou no Brasil. Não sei se você leu a biografia de Luiz Carlos Prestes escrita pelo historiador Daniel Aarão Reis, mas é de uma qualidade excelente. É espantoso quando se pensa que mesmo o STF tenha negado asilo político a Olga, mesmo ela sendo judia e comunista e estado grávida o que infligida a própria legislação da época, pois brasileiros não poderiam ser extraditados... acabou morrendo num campo de concentração nazista. Depois disso tudo é tantas outras coisas, inclusive prisão em termos semelhantes aos que você descreveu na resenha, Prestes ainda fez alianças com Getúlio Vargas...


Pedro 27/01/2018minha estante
Em Pernambuco mesmo inúmeros trabalhadores rurais foram presos, perseguidos e assassinados, quando estavam somente lutado por direitos trabalhistas básicos. Por esses motivos eram rotulados de comunista...


Fernando Lafaiete 27/01/2018minha estante
Muito obrigado pelo comentário Pedro e fico feliz de saber que minhas resenhas te agradam.

Ainda não li o livro que citou, mas já o coloquei na lista. Obrigado pela indicação. Sobre Memórias do Cárcere, preciso reforçar que não foi uma leitura fácil e muitas vezes foi maçante e chata. Mas ainda assim, não tem como não dizer que é um livro incrível. O que mais me choca (mais até do que o conteúdo que li) é saber que em pleno século XXI ainda existem pessoas que defendem esses absurdos. É assustador pensar que muitos tem ou terão filhos e os criarão à base de todo tipo de preconceito e intolerância. Essas crianças crescerão achando que é normal as coisas relatadas pelo autor. Sendo assim eu pergunto: Que futuro nos espera?
Eu espero que nada disso volte a acontecer e que daqui alguns anos possamos olhar pra trás e respirarmos aliviados de saber que o passado ficou no passado.


Pedro 31/01/2018minha estante
Eu compartinho da sua forma de pensar Fernando, inclusive os medos e choques. Particularmente, por tudo que li e vivi, acredito que esse quadro somente de modificará (algum dia) através de uma educação de qualidade, porém a má qualidade (que em alguns casos não é somente culpa dos docentes, embora algumas vezes seja) da educação é estruturalmente pensada e posta em prática. Não precisamos ir muito longe, basta observamos as manifestações que se inciaram em junho de 2013 no Brasil e o silêncio sepulcral que hoje com Michel Temer vemos. Isso prova, na minha compreensão, que as pessoas mais habilitadas para organizar-se/mobilizar-se não estão ligando para questões sociais (falo em sentido lato). Porém fico muito feliz quando vejo pessoas extremamente inteligentes e competentes como você, que tem essa forma de pensamento. Isso gera o sentimento de amparo frente a tantos absurdos.


Fernando Lafaiete 02/02/2018minha estante
Pois é Pedro, a questão educacional no Brasil é precária em todos os sentidos. A situação social juntamente com a educacional funcionam como armas que amortece os indíviduos de maneira que todos deixam de tentar agir por simplesmente acharem que o Brasil chegou em um ponto que não tem mais solução. Os que poderiam tomar atitudes significativas e um pouco mais imediatas, como os políticos, acabam investindo suas ações em corrupção e em tentar lubridiar a população com a intenção de fortalecer suas posições financeiras e sociais. Os jornalistas (os grandes influenciares de opiniões), passam dias tentando desmentir uns aos outros em uma guerra que não beneficia ninguém de maneira realmente positiva. A educação é de fato a solução, mas enquanto a população não abrir os olhos e perceber que ficar reclamando no facebook e/ou agredindo as pessoas em uma guerra idiota de partidos, não levará a nada. É vergonhoso constatar através de pesquisas que um país tão rico como o Brasil ocupa o 53° lugar no ranking educacional onde 65 países são avaliados. Uma posição que deveria no minímo servir para a população perceber de uma vez que sendo do PT, do PSDB ou do PQP, os políticos estão muito confortáveis em suas posições e não estão dando a mínima para as questões sociais. É tanta gente alienada e sem informação, que no meio desse caos chamado Brasil, nos deparamos com gente dizendo que a solução para tudo é a volta da ditadura e o exterminio de seres humanos como negros, drogados, homossexuais. O mundo não precisa de ódio e de intolerâncias, precisa de paz e de amor. Isso só vamos encontrar através de uma educação de qualidade. Espero que um dia o Brasil passe a ocupar uma posição melhor e as pessoas passem a ser mais conscientes, para que desta maneira possamos viver em um país que não seja uma selva dominada por animais. É triste, mas é extamente assim que me sinto ultimamente... vivendo em uma selva chamada Brasil!




Gy Sousa 14/02/2012

Memórias do Cárcere
Assim a essência do livro até que é legal, mas como a maioria dos livros mais antigos a linguagem é bastante rebuscada o que faz os leitores mais jovens não se identificarem muito com esses tipos de livros porque não conseguem entendê-lo, mas como eu disse sua essência é muito interessante.
Rafael 14/04/2012minha estante
A linguagem não é tão rebuscada, são poucas palavras 'difíceis' e estas se repetem bastante.E o livro é não é ''antigo'' (1953)... Com esta resenha parece que você está falando de ''Auto da Barca do Inferno'' de Gil Vicente. (1517) Sobre a essência, tudo certo.




raphahass 11/07/2013

Apenas Citações do Livro
Capítulo 13
"Somos grãos que um moinho tritura - e ninguém quer saber se resistimos à mó ou se nos pulverizamos logo."
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Rita 27/04/2012

Li quando estava na escola para trabalho com nota. É um apanhado de idéias e da política em que vivia o Brasil em 1.930. É cansativo, só li mesmo para nota.
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Mary D. 21/09/2014

Com certeza um dos livros que tive mais dificuldade em ler. A linguagem usada por Graciliano é muito complicada, foi preciso muita concentração para concluir este livro, não era somente ler, mas analisar cada parágrafo, nessa leitura tive que deixar o hábito de ler no ônibus de lado, passei a ler quando estava sozinha ou de madrugada para compreender e acompanhar a história. Falando primeiramente da experiência de leitura deste livro, com certeza, aprendi a refletir mais profundamente sobre o que era lido, fugindo um pouco das minhas leituras habituais, em que a linguagem é mais fácil e a leitura flui com mais rapidez.

A história é narrada em primeira pessoa pelo próprio Graciliano Ramos, relatando os acontecimentos que vivenciou nos meses que passou na prisão, acusado de ter ligações com o Partido Comunista. O autor relata não somente o que acontecia com ele nesse período, mas também com os outros presos. No mesmo período em que esteve no Pavilhão dos Primários da Casa de Detenção no Rio de Janeiro, estiveram presos a militante comunista alemã e de origem judaica Olga Benário, que foi entregue pelo governo brasileiro ao governo alemão em 1936, nesse período estava grávida; o militar e comunista brasileiro Luís Carlos Prestes, companheiro de Olga; Rodolfo Ghioldi, político e comunista argentino, dentre outros. Além do Pavilhão dos Primários, Graciliano também passou pela Colônia Correcional de Dois Rios na Ilha Grande. Antes de ser mandado para a Colônia Correcional, de dentro do Pavilhão ele publicou uma de suas obras de maior destaque, Angústia, com a ajuda de amigos, como José Lins do Rego. Graciliano foi solto em janeiro de 1937 e Memórias do Cárcere foi publicado em 1953, após sua morte, o livro não conta com o capítulo final, já que Graciliano morreu antes de escrevê-lo.

Apesar da linguagem difícil, o livro é muito bom, ver esse período (Estado Novo) pela visão de alguém que sofreu repressão e não somente pelos livros de história é ótimo para entender o contexto histórico. Recomendo.
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