As Sandálias do Pescador

As Sandálias do Pescador Morris West




Resenhas - As Sandálias do Pescador


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DznHenrique 29/04/2024

Kiril, O Pontífice.
Confesso que no início eu tinha achado o livro bem chato, mas com o tempo, o desenvolvimento da história, os personagens e o ambiente como um todo foram me cativando e me fazendo apreciar como um todo o livro.

Ver e acompanhar a história do ex-prisioneiro Kiril Lakota, que das prisões frias da Mãe Rússia, acabou por se tornar Papa, O Pontífice máximo da Igreja Católica, em Roma, acompanhar seus dilemas, tanto pessoais quanto os dilemas da igreja e papais foi maravilhoso. West conseguiu trabalhar de forma muito bem feita a complexidade que é a natureza humana, se percebe como não existe apenas um "preto e branco", mas sim diversas camadas que são pensadas e trabalhadas pela nossa própria natureza, e vemos isso não apenas em Kiril, mas em praticamente todos os personagens da obra.

Apesar disso, um incômodo que tive foi em relação as "pontas soltas" do livro, que se entendem principalmente com relação ao destino dos personagens da obra.

Um adendo a qualquer um que for ler, não inicie a leitura e pare por muito tempo, pois, por melhor que seja o ritmo, pra mim tanto a leitura quanto a "continuidade" da mesma são um pouco "pesadas" quando se tenta engata-la novamente.



"Quando o poeta escreve, a pena não tem de compreender o verso. Quer um vaso esteja inteiro ou quebrado, ele denunciará sempre o talento do ceramista que o modelou."



"Perdoai as nossas ofensas, como nós perdoamos a quem nos ofendeu, não nos deixe cair em tentação e livrai-nos de todo o mal. Amém."

4.5/5
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JuhFigueiredo 12/10/2023

Um romance muito bem escrito
"As Sandálias do Pescador" de Morris West é uma obra-prima literária que cativa os leitores desde a primeira página até o último suspiro. Publicado em 1963, o livro apresenta uma narrativa rica e complexa, repleta de profundidade emocional, política e espiritualidade, que continua a ressoar com relevância até os dias de hoje.

A trama magistralmente elaborada segue o arcebispo Kiril Lakota, um cardeal ucraniano que é inesperadamente eleito como o primeiro papa não italiano em séculos. O enredo se desenrola de forma envolvente, explorando não apenas os dilemas políticos e religiosos enfrentados pelo Vaticano, mas também as batalhas internas e os conflitos pessoais de seus personagens. A habilidade de West em retratar as complexidades da natureza humana é notável, tornando os personagens do livro incrivelmente reais e palpáveis.

Uma das maiores forças do livro é a maneira como ele mergulha profundamente em questões morais e éticas, provocando reflexões sobre o papel da igreja no mundo moderno, a responsabilidade dos líderes religiosos e as tensões entre o poder espiritual e político. West não apenas pinta um retrato vívido do Vaticano e do papado, mas também oferece uma visão penetrante da condição humana, explorando temas como fé, sacrifício e redenção.

A prosa de West é elegante e envolvente, transportando os leitores para o mundo intrigante do Vaticano e permitindo-lhes sentir as emoções e dilemas dos personagens de maneira visceral. Sua capacidade de criar um senso de urgência e suspense mantém os leitores à beira de seus assentos, ansiosos para descobrir o destino dos personagens que aprenderam a amar e admirar.

Além disso, "As Sandálias do Pescador" é profundamente espiritual, oferecendo uma visão compassiva da fé e da humanidade. A jornada espiritual do protagonista é comovente e inspiradora, proporcionando uma experiência de leitura que é ao mesmo tempo intelectualmente estimulante e emocionalmente edificante.

"As Sandálias do Pescador" é um livro excepcional que combina uma trama cativante, personagens memoráveis e temas profundos de uma maneira que é ao mesmo tempo intelectualmente desafiadora e emocionalmente envolvente. A obra de Morris West é um testemunho do poder duradouro da literatura em nos fazer refletir sobre o mundo ao nosso redor e, ao mesmo tempo, nos conectar com nossa própria humanidade de uma forma profundamente significativa. Recomendo este livro a todos os leitores, religiosos ou não - como eu - que apreciam uma narrativa rica e envolvente que continua a ressoar muito após a última página ser virada.
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Marcos.Mudado 09/01/2023

Liderança
Antes de mais nada é um livro sobre a solidão da liderança e o conflito eterno entre seguir nossos ideais e se conformar com o status quo, inclusive aquele existente dentro da própria organização na qual se exerce a liderança.
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SmildenFor 16/07/2022

É uma crítica que se enquadra a qualquer denominação. A base deve ser a caridade e deixar a política como segundo na cadeia de prioridades.
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Carlos Padilha 15/06/2022

Aquém do esperado
Cheguei a esse livro motivado pela leitura dos interessantes A Eminência e O Advogado do Diabo, do mesmo autor, além de longínquas lembranças do filme com Anthony Quinn, de 1968. Porém, em minha opinião, ele fica muito aquém dos outros dois.
Morris West parece aproveitar o livro para dar a sua opinião pessoal sobre os rumos da Igreja, usando para isso os (chatos) textos do "diário pessoal de Kiril I". Os motivos da "grande ameaça" da deflagração de uma guerra nuclear nunca ficam claros, assim como também não se entende a solução encontrada, por meio dos confusos entendimentos entre os mandatários americano e russo, intermediados por Kiril. Também não causam grande interesse as discussões em torno da obra do Padre Telemond, que supostamente deveriam abalar as estruturas da Igreja.
A despeito de algumas reflexões válidas sobre a missão da Igreja no mundo, o resultado é uma obra que não consegue gerar um maior interesse.
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Paula 03/05/2022

Um ótimo romance, que retrata os homens ligados ao comando da Igreja, com direito a muitas conspirações e intrigas nesses cargos. Um livro escrito há quase 60 anos, e ainda conseguimos ver, nos dias atuais, o quão pouco esta instituição mudou e o quanto ainda necessitará de reformas e mudanças em seus jogos políticos, excesso de rigor e corrupção de seus membros.
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CeChollet 16/06/2021

Ritmo lento!
O ritmo é lento a história e os personagens são bem contruidos, a história gira em torno de Kiril o final sujere um relacionamento homossexual entre o papa é o cardeal, mas não fica claro e se ressume a duas paginas de um diálogo nas ultimas 10 paginas.

Existem pontas que ficam soltas, personagens que o autor sequer nos da satisfação do que aconteceu com eles...

Fiquei um pouco frustrada... Achei chato, porém bem escrito.
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Fran 18/03/2021

O mundo pelos olhos de um Papa
Quando li algumas resenhas por aqui, pensei o pior, mas me surpreendi. Não achei o livro ruim, pelo contrário. Gostei dele.
Sim, é datado, pois a tão explorada ameaça de uma guerra atômica não chegou - que bom que não até agora - a se concretizar, mas é fácil compreender que para a sociedade pós Segunda Guerra e da Guerra Fria, o temor devia ser grande.
É um livro bem escrito, mas sobretudo católico. Algumas passagens podem incomodar quem não professa o catolicismo, porém, no contexto geral, mesmo não sendo católica, consegui desfrutar da leitura.
Não o considerei chato ou maçante. Gostei de poder comparar o mundo dos anos 60 com o de agora, a partir da perspectiva de um Papa. As questões dos ritos romanos, da eleição Papal, dos deveres e burocracias do Vaticano, da influência da Igreja na sociedade, comunismo, Guerra Fria, homossexualismo, divórcios. Foi um recorte diferente do que já tinha lido sobre o período.
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Deghety 03/06/2020

As Sandálias do Pescador
Em As Sandálias do Pescador Morris West cria uma ficção que mergulha nas entranhas do Vaticano.
O livro conta em primeira e terceira pessoa a história do Padre Kiril Lakota, um ex-prisioneiro, preso por sua fé, da Sibéria que após 17 anos , com a ajuda do seu carrasco, consegue fugir e ascende ao posto de Pontífice.
Quando se lê a sinopse, dá impressão de que seria uma obra que abordaria a relação entre o algoz e vítima, no entanto o livro centraliza mais a burocracia e os jogos de interesse políticos e religiosos da igreja católica no Vaticano.
O Papa Kiril é um personagem ansioso por reformas estruturais na igreja e na condução dos fiéis, mas se depara no meio de uma política dogmática.
Morris West criou , além de Kiril, personagens interessantemente ricos filosoficamente como Rinaldi, Telemond e Leone, todos membros da ordem religiosa.
Valeria uma continuação, já que o autor enfatizou outros personagens que deixou pontas soltas sobre seus destinos.
Enfim, Morris West é um escritor que admiro muito, suas obras sempre exploram as relações inter e intrapessoais em meio cenários sociopolíticos complexos.
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Livros da Julie 16/07/2019

Morris West foi um visionário!
"Se a criação e a redenção significavam alguma coisa, então queriam dizer amor entre o Criador e as suas criaturas. Do contrário, a existência seria então uma terrível ironia, indigna do onipotente."
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"Creio na harmonia divina, que é o resultado do eterno ato criativo... mas nem sempre ouço a harmonia. Tenho de lutar com a cacofonia e a aparente discordância da partitura sabendo que não ouvirei a grande resolução final até o dia em que morra e em que, cheio de esperança, me una com Deus..."
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"(...) a crise do quase desespero, que aflige muitas pessoas de inteligência e de espírito nobres, é, com frequência, um ato providencial, delineado para causar-lhes uma aceitação da sua própria natureza, com todas as suas limitações e deficiências, e da conformidade dessa natureza com um desígnio divino, cujo padrão e cuja finalidade não podemos totalmente apreender."
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"(...) a rejeição da alegria de viver é um insulto ao Senhor. A Ele que a concede e nos deu o dom de rir, juntamente com o dom das lágrimas..."
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"O que é o seu céu, senão uma cenoura à frente de um burro, para fazê-lo trotar? O que é o seu inferno, senão um monte de lixo para os seus fracassos?"
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"Nenhuma bolsa, de qualquer homem, era bastante profunda para aguentar a despesa constante do corpo e do espírito. Apesar disso, ele tinha de continuar a gastar, confiando em que o Todo-Poderoso renovasse as verbas."
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"Os regimes passam, mas a nação continua a mesma, e nós estamos ligados a ela por um cordão umbilical..."
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"... quando o poeta escreve, a pena não tem de compreender o verso."
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"Quer um vaso esteja inteiro ou quebrado, ele denunciará sempre o talento do ceramista que o moldou."
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No início do livro, o Vaticano se vê às voltas com o processo de eleição de um novo papa, em um período da história marcado pelas tensões da Guerra Fria. Enfim se decidem por um cardeal jovem, recém-nomeado, missionário e de origem soviética, que havia enfrentado a dura perseguição stalinista, como uma forma de impulsionar os ventos de renovação da propagação da fé.

Durante o novo papado, o pontífice se depara com os mais diferentes problemas que vêm sendo enfrentados pela população, sejam causados pela última guerra ou gerados pelos novos avanços científicos.

O fato de o livro ter sido escrito em 1963 é extremamente interessante. Primeiro porque traz as características e costumes peculiares da época, sejam as católicas, as romanas ou as mundiais. Segundo porque o livro parece ter sido escrito ontem, de tão atuais ainda são vários dos problemas geopolíticos ali relatados, que apenas mudam de nome ou endereço.

Não se trata de um grande drama, ação ou suspense. Mas Morris West foi extremamente sagaz em abordar, ao longo da narrativa, não só os aspectos religiosos da tradição católica, mas principalmente os aspectos logísticos e de gestão do Vaticano, normalmente não retratados em livros. A necessidade de manter as engrenagens da Igreja em perfeito funcionamento, de gerir um relacionamento harmonioso com os cardeais, juntamente com a obrigação de tutelar os rígidos princípios norteadores da fé cristã, mas, ao mesmo tempo, buscar as inovações há tanto desejadas para aproximar o povo, são apenas alguns dos desafios e reflexões do novo papa.

Como a vida imita a arte, percebe-se o tanto que muitas das questões tratadas no livro (o uso do latim, o envolvimento com a política externa, a mediação de conflitos, a educação apostólica, as viagens para o exterior) foram, de fato, vividas e enfrentadas pelos papas reais eleitos desde então. Para quem se interessa pelo assunto, o livro é leitura obrigatória!

site: https://www.instagram.com/p/BxqdXSijeLv/
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Nivia.Oliveira 19/05/2019

A viagem desta vez foi para o Vaticano. A História e os rituais da Igreja Católica sempre geraram discussões. Morris West, aborda em forma de romance questões polêmicas como o desfazimento do matrimônio, a manutenção de tradições arcaicas, o que é ser cristão e principalmente a atuação do Papa, que coincidência ou não, Kiril (o livro foi escrito em 1963) se assemelha ao Papa Francisco: humildade e diplomacia para fazer as leis da Igreja fortalecendo a fé.
Kelly.Neumann 08/11/2020minha estante
Estou no início da leitura e já tive essa percepção de semelhança entre Kiril e o Papa Francisco.




Antonio Maluco 11/06/2018

Religião
o livro mostra a história de 1 novo papa numa ficcão
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spoiler visualizar
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regifreitas 26/04/2018

Uma releitura que, infelizmente, não resistiu ao tempo.

A primeira vez que tive contato com essa obra foi há uns quinze anos; na época a considerei uma das melhores leituras daquele ano. Relendo agora, depois de tanto tempo, vejo alguns problemas que me escaparam na primeira vez. Continua sendo um bom livro, até acima da média dos best sellers usuais, mas peca um pouco, principalmente, no desenvolvimento do enredo. West aborda uma série de questões paralelas – importantes para a época – mas pouco desenvolvidas: a Guerra Fria e a iminência de um conflito atômico; a eugenia e a ciência versus a teologia; além de questões relativas à própria liturgia religiosa, implementadas anos depois, como o uso dos idiomas vernáculos e o abandono do latim nas cerimônias religiosas. Ao tratar de tantos temas, nenhum é aprofundado satisfatoriamente.

Apesar disso, o romance foi revolucionário para a época, ao tratar da eleição de um Papa mais jovem do que o usual e oriundo do Leste Europeu, semelhante ao que viria a acontecer posteriormente com a escolha do polonês Karol Wojtyla (João Paulo II), em 1978. Na obra, o ucraniano Kiril Lakota, recentemente eleito para o colégio cardinalício, e que no passado lutara contra a ocupação nazista e o stalinismo, valendo-lhe, por conta disso, dezessete anos de prisão e trabalhos forçados, é escolhido o novo Papa, por conta de uma manobra de alguns Príncipes da Igreja.

West, que já fora seminarista, faz relevantes reflexões sobre o catolismo e o papel da Igreja nos tempos modernos, tanto nesta como em muitas outras obras de sua autoria. O autor, aliás, é considerado um do melhores representantes, no século XX, de uma chamada literatura de expressão católica. No Brasil Morris West chegou a ser traduzido por Manuel Bandeira.
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Edmar.Candeia 22/10/2016

Semelhanças com a história do Papa Francisco
O enredo se assemelha bastante a história, pela menos a que e publicamente conhecida, do atual papa. É incrível como grande parte do que é narrado aparenta ser a narração de fatos recentemente vistos.
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