Dani 26/05/2014Misto de drama real e fantástico.Então eu consegui o meu exemplar numa troca pelo Skoob e depois fiquei me deliciando com a visão daquele livro encantador... E criando expectativas quanto à história. Depois que eu resolvi umas leituras necessárias e pendentes do ano passado, eu pude lê-lo e dar início à Meta.
Eu gosto de dramas, geralmente eles me envolvem, têm boas reflexões e eu me identifico com as situações e os personagens. Também gosto de fantasias porque elas saciam o meu lado crianaça-que-nunca-vai-crescer e geralmente me proporcionam viagens únicas. Dessa forma, A Menina que Semeava me prometia ser a leitura ideal por abranger ambos.
Basicamente, acompanhamos duas histórias e dois conflitos que levam a um ponto comum. Beacky uma garota de 14 anos convive com a guarda dividida entre seus pais divorciados a 4 anos. Polly e Chris começaram a ter um relacionamento estranho antes mesmo de Beacky ser diagnosticada com leucemia aos 5 anos, mas as convicções divergentes que eles tinham sobre como lidar a com a filha e a doença depois do diagnóstico contribuíram para o casamento se tornar cada vez mais um problema do que uma solução. Então, quando Beacky estava com 10 anos, já com o câncer em remissão, Polly pediu o divórcio.
Não é exatamente a situação que costumamos imaginar para uma família que lida com o câncer, ainda mais o infantil. Quatro anos antes, Chris e Beacky tinham uma relação muito forte e compartilhavam um tesouro especial: Tamarisk. Enquanto Beacky estava sob tratamento não Chris a convidou para contar histórias, como um refúgio. Entretanto não era qualquer história, eles criaram um Reino inteiro: as plantas, os lugares, os animais, a comunicação, a cultura, os inimigos, as fronteiras, os materiais, os jogos, a ciência, as leis, a realeza tudo. Às vezes, perdiam noites de sono discutindo os detalhes e criando as aventuras de seus cidadãos, dentre eles figurava um em especial: a Princesa Miea. Tamarisk, aliás, foi uma das razões para os desentendimentos entre Polly e Chris, ela não conseguia se envolver com a fantasia e acusava-o de cansar a filha, apesar de as histórias fazerem bem a ela, na verdade.
"— Preciso de alguma coisa — ela disse baixinho, para ninguém em particular. Ela aceitaria qualquer coisa nesse momento. Sério, qualquer coisa."
Tamarisk cresceu, amadureceu e mudou juntamente com Beacky, mas quando Chris e Polly se separaram Tamarisk deixou de existir para ela. Beacky é inconformada pela passividade com que o pai aceitou a separação e desde então a relação entre ela e Chris é confusa. Polly seguiu em frente e tem um novo namorado, Al, que se dá muito bem com ela e com Beacky. Mãe e filha se relacionam bem também, até melhor do que pai e filha na verdade. Além disso, Beacky conta com sua melhor amiga, Lonnie, para encarar os desafios da adolescência e ser sua confidente.
A questão é que Beacky não tem se sentido muito bem: tonturas, uma hemorragia nasal... Mas ela não suporta as lembranças do tratamento e não suportaria passar por tudo de novo, também ela sabe que voltar a “ficar doente” não seria um bom sinal. Então ela se agarra a esperança de que não é nada demais, mesmo estando preocupada com ela e com Lonnie que é a única que sabe dos eventos recentes. Enquanto isso Chris lida com a “negação da infelicidade”: trabalha na área que gosta, mas no setor que não suporta, mas tudo bem; tem tido problemas com Beacky, mas é por causa da “fase” dela, então tudo bem; não consegue construir um novo relacionamento, mesmo que sua amiga Lisa lhe arranje dezenas de encontros com mulheres extraordinárias, não que isso seja um problema, afinal está tudo bem.
"Ele a seguraria e a abraçaria com tanta força quanto conseguisse. Ele diria para ela não ter medo, mesmo quando fosse óbvio que ele mesmo estivesse morrendo de medo.
E ele faria tudo que pudesse para ajudá-la e tentar deixá-la feliz. Assim como fez da última vez."
Simultaneamente, em capítulos com pontos de vista alternados, há o outro viés da história. Tamarisk. Através da Princesa Miea, conhecemos o mundo criado por Beacky e Chris. Bom, não necessariamente isso. Miea agora é rainha, sofreu muitas perdas em sua vida, lida da melhor forma que pode com suas responsabilidades, enfrenta os julgamentos de seus ministros, bem como as hostilidades dos lideres dos Thornes – vizinhos e inimigos dos Tamariskianos. Como se não bastasse, a jovem Rainha tem de encarar uma ameaça silenciosa, o antigo conhecido mais desconhecido de Tamarisk: a peste que ressurgiu nos campos de Jonrae e ameaça todo o Reino.
Confira a resenha completa no blog A Thousand Lifetimes
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