Camis 11/09/2013Lanore estava reconstruindo sua vida ao lado de Luke quando sentiu a presença de Adair novamente. Ela estava dando a Lucas um motivo para viver, e ele estava dando a ela a atenção que a garota nunca recebeu, mas sempre desejou, de seu amado Jonathan. Ambos estavam tentando esquecer o passado, mas a partir do momento em que ela descobre que Adair voltou, Lanore sabe que está pondo em perigo o homem que arriscou tudo para ajudá-la quando mais precisou, e é por isso que ela decide partir, deixando Luke para trás enquanto viaja pelo mundo buscando um jeito de se salvar da vingança de Adair.
Lanny conseguiu fugir de Adair por 200 anos. Foram 200 anos que seu antigo “mestre” passou em profunda solidão trancado dentro de uma parede, no completo escuro, somente imaginando tudo aquilo que faria com a traidora que roubou seu coração, e sua liberdade, assim que conseguisse se livrar de sua prisão. Agora, finalmente, ele voltou, e está pronto pra recuperar o tempo perdido, nem que pra isso ele tenha que revirar os quatro cantos da Terra atrás de Lanore, e fazê-la pagar por tudo o que ele perdeu por culpa dela.
Adair só não imaginava que, em um momento de epifania, ele descobrisse que não importa o quanto ela tenha lhe feito mal, ele jamais será capaz de matá-la. Seu amor por Lanore é profundo demais, e só a ideia de viver eternamente sem sua amada por perto já lhe causa dor. A única solução que ele encontrou para resolver seu conflito de interesses foi procurar por Lanny e fazê-la amá-lo outra vez.
Adair sabia que não seria nada fácil fazer com que Lanore, a quem ele já fez tanta crueldade, se apaixonasse por ele novamentte. Ainda mais agora que ela tinha anos de experiência pelo mundo novo na frente dele, e joias e roupas de seda não seriam mais capazes de encantá-la como fizeram quando Lanny era só uma garota do interior. Mas ele não irá desistir, mesmo que pra isso tenha que buscar conselhos inesperados de seu maior rival e dominar a sua personalidade, que insiste em fazê-lo perder o controle de suas emoções. Pelo amor de Lanore, o Ladrão de Almas não se importa se precisar mudar.
Refém da Obsessão confunde, ilude, balança e cativa seu leitor. Alma Katsu dessa vez trouxe um lado de Adair que eu não tinha ideia que existia. Muitos leitores já gostavam de Adair deste o primeiro livro, no entanto, eu o odiava e acreditava que ele não passava de um monstro. Porém, agora que terminei de ler o segundo livro da série, me sinto perdidamente apaixonada pelo monstro. A autora consegue mexer tanto com nossos sentimentos que em vários momentos nos esquecemos de todo o mal que o vilão (que pra mim já virou mocinho) já fez, e acabamos torcendo pra que seu amor seja correspondido.
O livro dessa vez tem partes narradas pela Lanore em primeira pessoa, e cenas de Adair e Luke narradas em terceira pessoa. Seguindo o mesmo padrão do livro anterior, Alma Katsu construiu o enredo no tempo atual, mas com várias voltas ao passado, em que os personagem se recordam de tempos antigos que influenciaram suas decisões e acontecimentos atuais. Que fique bem claro que a autora deixou ambos os tempos, passado e futuro, conectados, mas de forma a não confundir o leitor. Pra mim, todas as cenas foram bem construídas e desenvolvidas, a autora teve certo trabalho para conciliar as narrativas de todos os personagem ao mesmo tempo, e mesmo assim conseguiu manejá-las muito bem.
Refém da Obsessão é um “romance histórico sobrenatural dramático” que vai fazer o leitor suspirar e roer as unhas. É o tipo de livro que nos faz repensar nossa concepção do que é o bem e o mal, e se as pessoas são do jeito que são por uma razão além do controle delas. Alma Katsu prova com este livro que, se analisarmos os acontecimentos que moldaram as nossas vidas e nos fizeram quem somos, podemos compreender que nada é definitivo, e nossos julgamentos podem estar tão errados que até mesmo o pior vilão pode ser um mocinho.
"Mais tarde, quando retornamos à villa, Byron escreveu aquelas palavras no forro do meu leque, que um dia seria exposto no Victoria & Albert Museum: “Para o homem o amor é algo à parte; para a mulher é sua própria existência” (Página 223)"
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