Fernanda631 31/07/2023
A 5ª Onda (Quinta Onda #1)
A 5ª Onda (Quinta Onda #1) foi escrito por Rick Yancey.
Invasões alienígenas, destruição de nações, eliminação de humanos e grupos de rebeldes que tentam sobreviver. Tudo começou de forma calma e sutil, despertando o interesse e a curiosidade de todos: grandes naves surgiram sobre a Terra, permanecendo ali, sem se saber o porquê.
Num dia comum, uma enorme nave começou a orbitar a terra. Depois de um tempo de silêncio, muita inquietação surgiu na população que questionava o objetivo daqueles extraterrestres ali. Pouco tempo depois, quando estavam todos seguros, calmos e confiantes. Num outro dia comum, veio A Primeira Onda, durou segundos. Um PEM, pulso eletromagnético, aconteceu a 1ª onda: escuridão. O pânico foi instaurado: você consegue se imaginar em um mundo sem energia elétrica? Ela destruiu tudo o que funcionava de forma elétrica, matando apenas uma pequena parte da população mundial, meio milhão.
A 2ª onda: desastres naturais, tsunamis e ocorrências que mataram muitas pessoas e destruíram a civilização e modernidade. A Segunda Onda fez esse número parecer ridículo, matando três bilhões de pessoas com um tsunami gigante em cerca de um dia. Depois chegou a 3ª onda: um vírus que matou a todos que infectou, fazendo com que a morte fosse pestilenta, dolorosa, asquerosa e desesperadora. A Terceira matou quase quatro bilhões com um vírus. A Quarta Onda foram os silenciadores, preparados para matar quem quer que tivesse ousado sobreviver. E A Quinta Onda? Só lendo para saber.
Cassie tem apenas 16 anos, mas ao invés de uma adolescente comum, ela é a garota com o Ursinho numa mão e uma M16 na outra. Depois de ver a mãe morrer na terceira onda, Cassie, seu pai e seu irmão mais novo Sammy, são obrigados a sair do seu lar em busca de algum fio de esperança. Após um tempo num acampamento, soldados os encontram e levam Sammy para uma base protegida. Mas, num clima de guerra, é difícil saber quem é o inimigo, e Cassie agora está sozinha. Perseguida por um Silenciador, ela quase morre por causa de um tiro.
Ela morreria sangrando, mas se isso não a matasse, uma infecção o faria. Ou o frio. Nesse frenesi de não saber nem o que acontecerá no segundo seguinte, Cassie guarda sua promessa de encontrar o irmão e adormece. Quando acorda aquecida numa cama, coberta por lençóis e com suas feridas tratadas, ela conhece seu resgatador, Evan Walker. Ele é lindo, claro, e bom em tudo o que faz. Mas se o clima ainda é de guerra, como saber se pode confiar nele? E temos uma questão ainda mais difícil: Como conseguir manter a promessa que fez a Sammy?
Paralelamente, vemos a história de Zumbi, que já foi um garoto, mas hoje é uma máquina treinada na base militar de resgate para qual foi levado quando pego num acampamento. Ele está perdendo sua humanidade aos poucos, mas se vê lembrado dela quando um pequeno garotinho é levado para o treinamento e ele se sente obrigado a falar por ele. Numa busca incansável pela saída desse lugar, ele começa a se questionar a respeito da verdade sobre o que realmente está acontecendo.
A verdade é que, inevitavelmente, quando o leitor está diante da caminhada que é esta obra, ele se pergunta sobre o quê é a história. E a história não é sobre Cassie, ou Evan, ou Sam. A história é sobre uma invasão inimiga, contada do ponto de vista não de apenas personagens isolados, mas de pessoas específicas que formam um ciclo.
Não há começo nem fim, apenas pessoas que estão ligadas por suas histórias. Isso foi um dos aspectos que mais me agradou na leitura, sendo uma forma de construção de raciocínio no qual as peças vão se encaixando aos poucos. Cassie é forte, um pouco arrogante, mas, é possível enxergar que tudo que ela se tornou pós-chegada da nave mãe, não é nada menos do que o esperado. Sammy não é muito diferente de um garoto da idade dele, de 5 anos, mas tem uma fé inabalável. Zumbi está se afirmando depois de ser um garoto de 17 anos adorado na escola e ter fugido a luta num momento crucial, e é bastante interessante ver a construção do seu personagem ao longo da trama.
Mesmo que esse cenário meio “pós apocalíptico” não seja exatamente novo, a proposta do autor é muito interessante, foi muito surpreendente e cativante para mim. É uma leitura que flui e apesar de ser um livro longo, isso não diminui nem um pouco a qualidade da escrita do autor. Ele não entrega o que realmente está acontecendo em momento algum, então a cada página temos uma nova surpresa.
Esse é daquele tipo de livro que você sente tudo o que o personagem sente, todas as dúvidas, o medo de confiar, e mal consegue crer naquilo que você está lendo. Parece que pregam peças em você o tempo todo, e eu amo isso nesse livro.