A fantástica vida breve de Oscar Wao

A fantástica vida breve de Oscar Wao Junot Díaz




Resenhas - A Fantástica Vida Breve de Oscar Wao


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Bookster Pedro Pacifico 20/07/2022

A fantástica vida breve de Oscar Wao, de Junot Díaz
Vencedor do Prêmio Pulitzer de ficção em 2008, a obra do autor domenicano Junot Díaz estava esgotada das prateleiras brasileiras há um tempo e ganhou nova edição da @editorarecord! E que coisa boa foi poder ler esse livro e saber que outros leitores também poderão encontrá-lo facilmente nas livrarias!

Antes de contar um pouco sobre esse romance, preciso dizer que o estilo de Díaz foge de qualquer tentativa simples de categorização. Ele mistura aspectos históricos (e muitos), com cultura nerd e um humor ácido, tudo isso sem abrir mão de personagens complexos e bem construídos.

O personagem principal é Oscar Wao, que dá nome ao livro. Mas diferentemente do que o título indica, o jovem Wao não tem uma vida fantástica. O protagonista tem origem domenicana, mas vive uma vida pouco sociável e rodeada de cultura nerd em um gueto de New Jersey. A busca por um primeiro beijo e um primeiro amor parece nunca ter fim na sua adolescência. Sua mãe e sua irmã também têm um papel importante no romance, sobretudo considerando a relação conturbada - e até mesmo violenta - que existe entre as duas. La Inca, avuela do garoto, também se destaca!

Aos poucos vamos conhecendo um pouco mais sobre o passado dos familiares de Oscar, que viveram na República Dominicana, assim como aprendemos sobre a história sangrenta do país, quando foi governado pelo ditador Trujillo (eu já havia lido A festa do bode, de Llosa, que trata sobre o mesmo período histórico). E, aparentemente, as tragédias que recaem sobre esse jovem têm origem em Fukú, uma antiga maldição que está presa na sua família.

Eu amei a leitura! O início pode parecer um pouco confuso com a troca dos narradores, mas aos poucos você se acostuma. O autor traz muitas referências a filmes, livros, músicas, o que deixa a obra ainda mais interessante (algumas dessas referências eu não conhecia, mas tá tudo bem)! Sei que pode não ser um livro coringa, que agrada a todos, mas eu te convido a dar uma chance de ter uma leitura marcante e diferente do que estamos acostumados a ler! Excelente!

#literatura #bookster #livros #junotdiaz

Nota 9,5/10

site: http://instagram.com/book.ster
José Marques 21/07/2022minha estante
Que bom vê-ló ativo por aqui! ?




Otávio - @vendavaldelivros 08/06/2022

“Parada nos limites do bairro, rígida como um poste, contemplando sem esperança a noite, sentiu uma onda de desespero tomar conta de si, tão infindável quanto nossas necessidades.”

Não planejar minhas leituras é um fato que acaba por gerar situações inusitadas. Fui inundado com a história da República Dominicana em dois livros recentes. O primeiro foi “A Festa do bode”, de Mario Vargas Llosa e o outro foi “A fantástica vida breve de Oscar Wao”. No final das contas, duas experiências distintas com o mesmo pano de fundo e que foram das melhores leituras do ano.

Publicado em 2007 e vencedor do Pulitzer de ficção de 2008, “A Fantástica vida breve de Oscar Wao” narra a história de Oscar, um nerd de origem dominicana, muito obeso e que vive na periferia de Nova Jersey. Oscar ama as mulheres e busca incessantemente um grande amor. Infelizmente para ele, a chance de que isso aconteça é cada vez menor.

Quando você analisa essa história superficialmente, lendo um resumo, dificilmente consegue imaginar que por trás dela existe um épico que narra a história de uma família e de um país. Ainda que o livro leve seu nome e seja ele o personagem principal, o que temos aqui é um Oscar que acaba sendo o “fim” de muitas histórias. E, mesmo que a trajetória de Oscar seja interessante, nem de longe é o que mais desperta a atenção nesse livro de Junot Díaz.

Narrado por um personagem que só descobrimos quem é em mais da metade do livro, é quando conhecemos a história dos demais e como eles são integrados à história da República Dominicana e a ditadura de Rafael Trujillo que o livro fica impossível de se largar. A irmã de Oscar, Lola, sua mãe Beli, sua “avó” La Inca e seu avô Abelard são personagens quase reais, desses que a gente passa a achar que existiram mesmo e que o autor só mudou os nomes.

A visão de Junot Díaz sobre a ditadura é ainda mais dura que a de Llosa e a gente percebe isso pelas notas de rodapé de quase uma página inteira, que dão informações importantes sobre a crueldade do regime e os efeitos no povo dominicano décadas depois da morte de Trujillo.

Em uma mistura de História, magia, linguagem popular e cultura pop, o livro prende, encanta e marca a gente de forma surpreendente e original. Da tragédia de um povo à tragédia de um homem, em um ciclo que se encerra de maneira magistral “A fantástica vida breve de Oscar Wao” é uma experiência que você merece ter.
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Pappa 19/07/2010

Drama Latino
Este livro conta a história da família de Oscar de Leon, um dominicano que, na passagem da infância para a adolescencia, torna-se extremamente obeso, e as pressões da família sobre o latino vivendo nos EUA (tem que fazer sucesso com as mulheres) e um provável fukú (maldição) que paira sobre eles, acaba tornando-o retraído e depressivo. Vai desde a infância de sua mãe, passando pelos surtos da irmã e as viagens à casa de sua avó, de volta à terra natal.

Um ponto interessante deste livro é que cada capítulo conta uma passagem da vida de um dos personagens principais: Oscar, sua mãe e sua irmã Lola. Os capítulos trazem vários tipos de narradores diferente (Lola narra alguns, um narrador onisciente outros, os capítulos finais sobre Oscar são todos narrados por Yunior, o namorado da irmã, com quem Oscar mora por um período durante a faculdade). Este estilo de escrita me agrada, e torna a experiência da leitura bastante proveitosa.

O livro traz também um pouco da história da República Dominicana, no período da ditadura de Trujillo. O autor faz questão que todos saibam o quão horrível este homem foi para seu país, e chega a exagerar um pouco, tornando-se repetitivo algumas vezes nesta crítica (ok, não há exageros quando se critica um ditador, porém na centésima vez que o cara é chamado de Ladrão de Gado Frustado já entendemos o que o autor quis dizer). Mas justamente este tema traz as melhores passagens do livro na minha opinião. O medo da população e como ele é usado pelo governo, como um país inteiro se curva perante um monstro, é muito bem retratado.

Toda a trama é permeada por comentários sobre a cultura nerd (O Senhor dos Anéis, Star Wars, RPGs etc), que dá um toque pessoal e engraçado no desenvolvimento da história.

Não vou revelar muito sobre o final, limitando-me a dizer que ele fecha bem a trama, sendo outro ponto forte a meu ver. É daqueles livros que não deixam pendências, resolvem o caso e finalizam.

Vale a pena ler, por se tratar de uma leitura fácil e que se torna rápida por isso, e uma história interessante. Fica a única ressalva que tive a impressão em alguns pontos que a tradução do livro falhou. Apesar de que várias palavras são deixadas em espanhol intensionalmente (o que achei válido, até como ferramenta para melhorar a ambientação), algumas poucas frases me pareceram perdidas, sem significado.
Marina 19/07/2010minha estante
Ótima resenha! :)
Acho que uma coisa que eu não estou achando tão legal no livro são as notas de rodapé gigantes. Tem fatos mto interessantes, mas às vezes fica cansativo de ler naquelas letrinhas. Talvez se ele tivesse conseguido inserir de outra maneira aquelas explicações teria sido melhor.
Tbm tenho a impressão de algumas frases perdidas. Mas será que não é referência à algo que nós não sabemos o que é?
Abraço!


Ferreira.Souza 22/10/2020minha estante
em fim
um livro bom




Fabio.Nunes 03/01/2024

Ótimo
A fantástica vida breve de Oscar Wao - Junot Díaz
Editora: Record, 2022

Eis que 2024 começa bem! Um livro contemporâneo indicado por um amigo e que me surpreendeu.
Díaz é um dominicano que traz nessa obra a história de Oscar, um descendente de dominicanos que vivem nos EUA. Um menino/jovem obeso introvertido, aficcionado por fantasia e Sci-Fi, com tremendo potencial imaginativo que compensava suas dificuldades em viver no mundo real e ser aceito pelas pessoas fora de sua família.
Além dele, conhecemos a história de sua irmã Lola e de sua mãe Hipatia.
Por meio desses personagens, principalmente a mãe, nós adentramos um pouco na história da República Dominicana, e conhecemos melhor o período do ditador Trujillo, mais um dos terríveis ditadores que tomaram o poder na América Latina no século XX.
Com capítulos alternados no tempo e com diversas vozes narrativas (principalmente a do ex-cunhado de Oscar - Yunior), Díaz nos brinda com uma obra densa e ao mesmo tempo jocosa, nos fazendo rir em vários momentos, mas sem perder a tensão inerente à estória.
O autor também cria personagens críveis, não só em si mesmas mas com relação às demais. Não à toa ganhou o prêmio Pulitzer de ficção.
Difícil definir esse livro, alguma coisa com certeza ficou de fora dessa resenha, mas gostei demais do processo de leitura, e por isso recomendo fortemente.
Flávia Menezes 03/01/2024minha estante
Começando com o pé direito 2024 e com uma resenha que instiga por trazer mais de um país e cultura da qual não estamos tão habituados a ouvir falar. Parabéns pela resenha, Fábio! ????


Fabio.Nunes 03/01/2024minha estante
Obrigado Flavinha! Dizem os entendidos no assunto que esse livro é um clássico da alta literatura contemporânea.




Higor 09/05/2023

"LENDO PULITZER": sobre um remake de clássicos latino-americanos
Se por um lado é incrível ver livros fora da caixinha, como "A fantástica vida breve de Oscar Wao", romper barreiras e alcançar méritos inimagináveis, como o de ganhar o Pulitzer e ser eleito o melhor livro do século 21, por outro, é um tanto frustrante lê-los e ver que foram superestimados.

Tudo bem que o Pulitzer não é o melhor parâmetro em questão de premiações, afinal, sua irregularidade é notória, mas mesmo que qualquer lista de melhores livros seja subjetiva, escolher um livro dominicano para ser o primeiro dentre os melhores livros, não do ano ou da década, mas de um século que está apenas começando, chama a atenção, não?

O leitor logo se questiona, curioso, por menor que esteja: o que este livro tem, o primeiro romance em uma bibliografia de duas coletâneas de contos, de tão interessante para desbancar nomes consagrados e populares, como Ian McEwan, Chimamanda Ngozi Adichie, Elena Ferrante e Zadie Smith, dentre tantos outros? Para mim, nada. Tanto que, em listas mais recentes, ele cai vertiginosamente de 1º para 63º, o que é muito mais coerente.

Importante ser justo e falar que "A fantástica vida breve de Oscar Wao" é, sim, um livro interessante, em que a narrativa atrai a atenção do leitor, mas também é preciso admitir que o livro não se sustenta sozinho e, pior, parece mais um remake de tantos outros clássicos latino-americanos consagrados, como se o livro fosse uma versão modernizada para atrair novos leitores, um público alvo recente ou em um nicho específico, certamente de receosos ou que consideram clássicos como Gabriel García Márquez, Mario Vargas Llosa, Juan Rulfo e tantos outros como chatos, difíceis ou antiquados de se encarar.

Digo isso porque os grandes temas abordados em "Cem anos de solidão", "Ficções", "A casa dos espíritos", "Pedro Páramo" estão presentes em "A fantástica vida breve de Oscar Wao". As ditaduras latinas, o realismo fantástico e até mesmo as gerações de famílias e suas narrativas emblemáticas se fazem presentes, mas de maneira organizada, ora tímidas, ora mais modernas e descontraídas, mas nada de tão renovada ou louvável.

Seriam, então, as referências às culturas geek e pop o grande atrativo de "A fantástica vida breve de Oscar Wao"? A mistura eficiente de espanhol com inglês em uma mesma frase, como se fosse um novo idioma usado pelos latinos nos Estados Unidos?

Claro que todo livro não precisa ser necessariamente, original, ou iniciar um novo estilo ou escola literária, mas apesar de "A fantástica vida breve de Oscar Wao" ser divertido de se ler, o que já é um dos objetivos de um livro, é bastante comum ver outros leitores falando: este livro fala sobre a Ditadura na República Dominicana, mas para entender melhor esse contexto histórico, leia livro tal. Se "A fantástica vida breve de Oscar Wao" se propõe a falar sobre tal assunto, ele não se basta? Ele não se sustenta sozinho, mas precisa de apoios, de outros romances ambientados no mesmo contexto, para poder caminhar?

"A fantástica vida breve de Oscar Wao", de Junot Diaz, não precisaria se apoiar em "A Festa do Bode", de Mario Vargas Llosa, para ser um bom livro a abordar a Ditadura Militar da República Dominicana, muito embora saibamos que se inspirou nele - ou mergulhou de cabeça na fonte - para escrever um dos mais emblemáticos capítulos de seu livro.

Acredito que o autor tenha potencial, tanto que o livro começa muito bem, mas se perde com a parte da mãe, principalmente, e quando volta, não parece mais tão promissor, e sim morno, pouco natural e apelativo até, como se forçasse o leitor a acreditar que o destino de Oscar Wao fosse um, para depois fazer um plot twist e apresentar um desfecho que leitor nenhum esperava.

Um tanto fora da caixa, "A fantástica vida breve de Oscar Wao" é um bom livro, com muitos defeitos, mas não o melhor livro do século ou sobre o assunto. Incrível para uns, dispensável para outros, é um livro democrático, pelo menos.
Tana 06/07/2023minha estante
Parti desse para A Festa do Bode de Llosa!




Tito 21/06/2010

Sobre um invencível fukú familiar (10^6.d10 de força), à sombra de uma Mordor tropical.
Ana 26/09/2010minha estante
tenho esse em espanhol. Vi numa livraria no Uruguai, achei que nunca seria publicado em português, e quando vi .. já tinha sido! É bom, então?


Léo 03/10/2010minha estante
Hahaha nunca uma resenha disse tanto em tão poucas palavras!


@Agulha3al 28/04/2011minha estante
sensacional...




Éfi 26/11/2020

Um livro bom.
9º livro lido (completo, rs) desse estimado (e conturbado) 2020. ?

A FANTA?STICA VIDA BREVE DE OSCAR WAO - JUNOT DI?AZ ?

Esse e? o tipo de livro que voce? le? numa ?sentada?. Mentira.
Ele na?o e? ta?o curto(+330 pa?ginas). Pore?m, quando voce? pega o jeito, decola.

Pessoalmente, esse e? o tipo de livro que considero ?de descanso?. E? aquela leitura que na?o exigira? muito de sua cognic?a?o (mas se voce? entende de manga?s e esses lances de super-hero?is, HQ, ficc?a?o cienti?fica e alguma coisa relacionada ao mundo nerd, certamente sera? bem mais divertido). Para ale?m desses detalhes, eu gostei da obra. E? a indicac?a?o de leitura do me?s de Junho do Clube de Leitura da @nossaliteratura e voce? deve se perguntar: se e? leitura de Junho, por que diabos voce? ja? leu? Enta?o. Eles leram Cem anos de solida?o ? em Maio. Eu na?o. Ja? li aquele livro (o que na?o quer dizer nada, ja? que na?o me recordo uma u?nica linha). Resolvi pegar esse aqui dia 28 ou 29 de maio. Na?o lembro. Tirei uns dias de fe?rias e ca? esta? ele: devidamente lido.

A histo?ria tem va?rios pontos altos. Oscar e? um cara bacana, mas, confesso que ele na?o e? meu personagem preferido. De qualquer sorte, a histo?ria dele surpreende sim, especialmente no final.

E e? isso. Gostei da experie?ncia. Recomendaria a leitura? Sim, mas com algumas ressalvas. Quais? Ah, se?rio mesmo? Ta?.
Vai depender do seu estado de espi?rito, seu estilo de leitura e exige alguma pacie?ncia no ini?cio.

Ha? algumas questo?es se?rias que cabem discusso?es - em algum ni?vel - a respeito da moral, desenvolvimento de personalidades, da organizac?a?o social, do tratamento e lugar da mulher, do poder ditatorial de um sistema poli?tico, nuances da juventude, desafios de percebemos pessoas que precisam de ajuda que esta?o ao nosso lado e outras mazelas que ocorrem tantas vezes de maneira individual, que podemos chama?-la carinhosamente de mazelas coletivas.

Ah, e tambe?m fala de FUKU?. Se voce? na?o faz ideia do que seja isso, saira? dessa leitura expert no assunto.

Se tem amor nesse livro? Tem. ?? O? se tem. O tempo todo, tudo e? sobre o amor. Duvida? Leia.
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jota 15/06/2014

Nerdices e outras esquisitices
Não me julgo nada nerd, pelo contrário, então não li quase nada do que Oscar Wao leu, daí que desconheço a maioria dos personagens que habitavam seu dia a dia. Tampouco vi os filmes por ele cultuados - exceto O Planeta dos Macacos -, e penso que jamais ouvi alguma das canções que ele ouvia, etc.

Mas isso não tem nenhuma importância: não tive como não ficar amarrado nesta história original e fantástica, ganhadora do Pulitzer de ficção de 2008, que o New York Times descreveu como “(...) um encontro entre Mario Vargas Llosa, Jornada nas Estrelas e Kanye West.” E pode ser que seja isso mesmo, de fato.

Conhecia o talento literário do dominicano Junot Díaz dos contos de Afogado, seu ótimo livro de estreia, de vários anos antes, e ali já se percebia que ele aprontaria outras mais adiante. Dito e feito.

O nerd e gorducho Oscar Wao (um jeito próprio de dizer Oscar Wilde, acreditem) e seus parentes e amigos são todos personagens que levam vidas tumultuadas e ou curiosas nessa saga desenvolvida entre Santo Domingo (República Dominicana) e Nova Jersey (EUA).

A história se passa principalmente durante o reinado de terror que o ditador Rafael Trujillo (1891-1961) impôs à República Dominicana durante longos anos, cerca de três décadas, na verdade. De vez em quando - para que possamos entender certos fatos ou localizar pessoas - somos brindados com notas de rodapé enormes, que invariavelmente fazem lembrar as das obras do americano David Foster Wallace.

Apesar de tudo, desde o início até que a fantástica vida breve de Oscar Wao finalmente chegue ao fim, há muito pitacos bem-humorados e momentos de ternura distribuídos pelas trezentas e tantas páginas da obra.

Da mesma forma, se Junot carregas nas tintas da nerdice, volta e meia também temos pitadas de erudição e até mesmo Mario Vargas Llosa é citado a certa altura. E não apenas ele; há outros distinguidos igualmente famosos.

Concluo pensando estar certo de que nem todo mundo vai achar o livro assim tão sensacional como eu achei, claro. É bem possível que alguns leitores o achem tremendamente chato. Mas aí não vai dar para dizer que a força esteja com eles, né.

Lido entre 10 e 14/06/2014.
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Thiago.Milani 06/06/2020

Vale a leitura
O livro narra a vida de uma garoto obeso e nerd. Suas alegrias (poucas) e obsessões. Com referências ao mundo nerd e história da República Dominicana o livro apresenta a história de uma família marcada pela tragédia.
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Paisagens Literárias 24/08/2020

A trágica história de uma família dominicana amaldiçoada
Este romance utiliza a história da vida de um jovem cheio de traumas e de sua família para retratar o regime militar de Rafael Leónidas Trujillo na República Dominicana e sua relação com os Estados Unidos no que toca a integração da população da periferia no capitalismo moderno. A narrativa se passa entre a décadas a 1970 e o final dos anos 1990, com uma série de apontamentos a aspectos político-sociais que marcaram a história dos personagens e do país caribenho. Além disso, por meio de crenças populares e resgates explicativos, o autor consegue trabalhar a influência institucionalizada da ditadura no imaginário da população. Assim, as tragédias da família são explicadas por meio da associação de uma maldição denominada fukú na narrativa, a qual gera falta de sorte e maus presságios durante gerações. Outro ponto muito interessante da obra é o transito entre a realidade caribenha e os elementos culturais estadunidenses, caracterizados pela situação de migração da família do personagem principal. O autor consegue tornar o processo cotidiano dos migrantes de recriar a linguagem em um princípio formal de seu livro, escrevendo seu romance misturando o espanhol e o inglês (adaptado na tradução para um “portunhol”), bem como uma série de referências da cultura nerd da época. Contudo, em certa medida a narrativa é marcada por um estereótipo de latino americano, cheio de nuances machistas e gordofóbicas, o que me incomodou bastante durante a leitura. Por último, não achei este um livro genial apesar de todas as críticas positivas na mídia. Na minha opinião, embora tenha uma série de limitações, quando lido com um viés crítico é uma leitura interessante de se fazer, mas nada mais do que isso.

site: https://www.instagram.com/p/CESN1e2DRCn/
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Bruno 27/12/2022

Melhor do ano!
Sei que tenho mais um livro para ler antes do fim do ano, mas já posso declarar o vencedor.
Uma história incrível, personagens cativantes, uma aula de História latino-americana,?
Melhor livro do ano e um dos melhores da vida!
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fabio.orlandini 21/10/2021

Triste e sensível
Não me envolvi de cara com o livro, até pensei se conseguiria terminar, mas, ainda bem que insisti. Num mundo cheio de heróis, de histórias perfeitas, Oscar vem como contraponto. Entretanto, tudo que ele não é vai nos cativando e nos faz pensar que todos temos um pouco de Oscar dentro de nós.
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mimperatriz 22/06/2022

A fantástica breve vida de Oscar Wao
Posso afirmar, sem qualquer dúvida, que amei ?A fantástica vida breve de Oscar Wao?, de Junot Días.

Livro delicioso, com uma história pulsante que nos prende do início ao fim! Tem uma pitada de realismo fantástico, muitas referências de livros, séries, músicas, filmes e uma narrativa diferente que me confundiu um pouco no início por não identificar o narrador ou narradores, mas que deixa tudo mais interessante.

Sendo bem simplista, a história é sobre a vida de Oscar, um garoto de origem dominicana, nerd, que sonha com um grande amor. Deixando a simplicidade de lado, a verdade é que estamos diante de uma história que inclui uma República Dominicana marcada pela ditadura implacável de Trujillo e uma família, a de Oscar, envolvida em uma espécie de maldição, o fukú, que se instalou no país com a chegada dos espanhóis.

Além das muitas abordagens da vida de Oscar, também conhecemos mulher incríveis: Beli, Lola e La Inca - mãe, irmã e abuela de Oscar respectivamente. Embora a vida fantástica e breve seja de Oscar, a personagem mais impactante, na minha opinião, é Beli.

Já comentei em alguma outra resenha que as personagens femininas, escritas por mulheres ou não, tem chamado mais a minha atenção e nesse livro não foi diferente.

Outro dia li a notícia sobre o curso ?Cinema e a Psicanálise? que abordará a construção de 5 personagens femininas dos cinemas, o que é incrível, e imediatamente pensei em algumas personagens femininas dos livros. Depois dessa leitura acredito que Beli poderia ser facilmente selecionada para discussão em um curso semelhante.

É um livro divertido, triste, tenso, amoroso e cheio de histórias boas.

Marcante! Indico muito a leitura!
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jackguedes 17/10/2010

A Fantástica Vida Breve de Oscar Wao
Oscar de León é um garoto norte-americano de origem dominicana cuja nerdice só se compara à sua obesidade, ambos fatores que garantem seu afastamento do sexo oposto. Virgem e impopular, o garoto busca refúgio na literatura de ficção científica e nutre planos de se tornar o Tolkien latino.

Para quem já leu a orelha do livro ou as notas na contracapa – ” [o livro é] tão original e fantástico que somente poderia ser descrito como um encontro entre Vargas Llosa, Jornada nas Estrela e Kanye West” – essas informações já são conhecidas. (O trecho é um excerto da crítica Michiko Kakutani para o New York Times, que ainda comparava o autor a David Foster Wallace).

Mas a trama que rendeu o Pulitzer de 2008 a Fantástica Vida Breve de Oscar Wao não se resume aos perrengues vividos pelo protagonista. Aliás, Oscar ocupa apenas a metade das páginas escritas, com maestria diga-se, por Junot Díaz, ele também um Dominicano de origem.

Em pouco mais de 320 páginas, Diaz empreende uma jornada ao passado da família de León – e à origem do fukú, maldição que acompanha a família de León – desde o incidente que tornou órfã a mãe de Oscar, Belicia Cabral, cujos pais e irmãs que não chegou a conhecer foram vítimas das artimanhas do temido ditador Rafael Trujillo (vulgo el jefe).

Aqui é preciso abrir um parêntese: Rafael Leónidas Trujillo Molina governou a República Dominicana com mãos de ferro entre 1930 e 1961, ano de sua morte – incidente narrado no livro. Apesar de ter assumido o poder em três mandatos intercalados, 12 anos não consecutivos, sua presença se fez sentir durante todos esses anos por meio de assassinatos constantes, enriquecimento ilícito e toda forma de controle típica de um estado ditatorial.

É esse o plano de fundo habilmente utilizado pelo autor para situar a personagem de Belicia, beldade negra, impulsiva. Mesclando doses certeiras de humor e pesar, Diaz nos põe a par da infância sofrida – e de um incidente trágico que vai lhe marcar por toda a vida – e da adolescência rebelde, culminando num envolvimento amoroso desastroso que resulta na mudança de Belicia – ou Beli – para os Estados Unidos, onde a estória de Oscar começa.

Nerd pop

Imerso em cultura pop – vídeo-game, filmes e seriados de ficção científica, quadrinhos e todo o universo familiar aos nerds – Oscar se abstrai num mundo isolado e intransponível até mesmo para o narrador, Yunior, namorado de sua irmã, que convive com o protagonista durante a época da faculdade.

A incrível capacidade de Junot Diaz para dar ritmo e agilidade à trama é notável desde as primeiras páginas. É impossível evitar adjetivos como pop, urbano, contemporâneo, e isso não é reduzir a originalidade do livro. Um importante êxito do autor para a perfeita constituição dos personagens, até mesmo de Oscar, que apenas se deixa entrever de seu universo atulhado de referências, é a utilização do idioma nativo entremeado nos diálogos, sempre carregados de significados em suas entrelinhas.

Outro recurso muito plausível no processo de caracterização é o apego ao aspecto físico dos personagens, que por si só entregam muito da personalidade de cada um, especialmente – é claro – de Oscar, mas também de sua mãe, esguia e negra, de sua irmã atleta Lola – que também faz as vezes de narradora na parte que lhe cabe da história – e de Yunior, o contraponto ao virgem e obeso Oscar.

A Fantástica Vida Breve de Oscar Wao foi o livro que tornou Junot Diaz mais conhecido mundo afora. Antes disso, fez sua estreia com a coletânea de contos Afogados (Drown) em 1996. Fenômeno pop, Diaz é o representante latino dos novos nomes da forte literatura americana contemporânea. Nesse contexto multiculturalista, o autor se assemelha a Zadie Smith, autora inglesa de origem jamaicana. Hoje, Junot Diaz é prfessor de escrita criativa no MIT (Massachusetts Institute of Technology).

http://jackguedes.wordpress.com/
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