Lê | @ledelicor 14/07/2016SalFoi complicado falar sobre esse livro. Com certeza uma das resenhas que tive mais dificuldade para escrever. O fato de o enredo ter muitos personagens, narradores e muitos acontecimentos e lembranças envolvidas foi um dos fatores. O outro fator foi que não gostei do livro.
Sobre o livro
Cecília e Ivan moram em um pico, onde há um farol, em La Duiva, e têm cinco filhos. A narrativa começa com Cecília sozinha no farol. Ivan morreu e cada filho seguiu um destino diferente. O farol está com defeito, não há ninguém para consertá-lo, e Cecília está certa da volta do filho mais moço. Enquanto espera, decide reviver o passado e tecer um tapete, contanto a história da família. Para cada um é escolhida uma cor diferente.
Enquanto acompanhamos as memórias e as histórias, Flora, filha do meio, narra todos os acontecimentos em volta da família. Através do livro de Flora, cada personagem terá seu futuro traçado. O livro chega às mãos de Julius Templeman, Professor de Literatura na universidade de Cambridge. Totalmente abalado pela história, decide ir a La Duiva conhecer Flora. Sua chegada provoca profundas mudanças nos Godoy e nele próprio. Com isso, acompanharemos a trajetória de amor e descoberta de uma família em busca de um final feliz.
Capa e edição
Capa simples, em tons de cinza. A edição também está bem modesta. O tamanho da letra e o espaçamento estão ótimos.
A história é divida em 3 partes. Na primeira, temos várias vozes em primeira pessoa. A narrativa principal está em Flora, que nos conta como tudo aconteceu até chegar ao momento atual. Mesclando com os capítulos de Flora, cada integrante da família ganha uma cor correspondente. Com isso, a narrativa de Flora vai se ligando às dos seus irmãos. Além disso, Letícia insere ao longo da narração uma terceira voz. Assim, descobrimos o passado de Cecília, de Ivan e como é a vida de Julius. A Segunda parte é como se fosse um único capítulo. É narrado em 1ª pessoa por Tiberius. Há desde lembranças de sua infância no farol com sua família a detalhes de sua busca por Orpheu. Na terceira parte, voltamos ao modelo de narrativa da primeira.
Com o total de 48 capítulos, conhecemos a opinião, desejos e sentimentos de cada integrante da família Godoy. No meio disso tudo, encontramos anotações de personagens que flora fez para seu livro.
Minha Opinião
Fiquei um pouco confusa com o enredo. Não entendi onde a autora queria chegar. Até achei a premissa boa, as cores e o tapete sendo costurados, mas o desenvolvimento, muito complicado. A escrita da autora é bem desenvolvida. Ela escreve, às vezes, com um toque poético.
Como há muitos personagens, pode ser difícil entender a personalidade de todos. Porém, a autora foi feliz nesse critério. Todos os irmãos são bem diferentes, e conseguimos absorver bem a essência de cada um. Flora é reclusa e passa a maior parte do tempo lendo e escrevendo. Seu livro terá papel fundamental no futuro da família. Eva é gêmea de flora, porém muito diferente da irmã, extrovertida e namoradora. Adora sol e praia. Lucas, o mais velho, trabalha com o pai no farol; Julieta sofre com alucinações e ataques epilépticos; Orfeu é homossexual e o mais divertido, sabe como aproveitar a vida; e, por fim, Tiberius, o mais novo e misterioso. Com sonhos e premonições, consegue descobrir o futuro. Cecília, uma mãe dedicada, é, em alguns momentos, um pouco perturbada.
Além dos personagens da Família Godoy, há o professor Julius. Como não poderia ser diferente, ele também tem suas doses de esquisitices. Acompanharemos a evolução de Julius no decorrer da história.
Um livro diferente, apesar do tema. Esforcei-me para ir até o final. Entretanto, não gostei do livro. Com certeza, existem muitos fatores positivos, mas, nesse caso, os negativos superaram.
Recomendo a leitura para que vocês tenham uma opinião sobre a obra.
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http://www.lelendolido.com.br/2016/03/resenha-31-sal-leticia-wierzchowiski.html