Gina 05/03/2014
Depois de 9 anos presa em um quartel de drogas no México, Sarai consegue escapar com a ajuda de Victor, um assassino profissional. Agora ela tem uma casa, um namorado, amigos e alguém que considera uma mãe. Mas não é o bastante. Sarai quer vingança contra Hamburgo, um milionário que comete crimes sexuais e faz parte de seu passado. Ela vai até Los Angeles com o intuito de matá-lo mas seus planos dão errado e ela se vê correndo risco de vida. Até que ela encontra Victor. Victor trabalha para si mesmo agora, ele teve que deixar a Ordem por estar "comprometido". Sarai está feliz por vê-lo mas ainda quer vingança. Victor discorda, mas acaba aceitando treiná-la, pois sabe que ela não tem experiência alguma e vai acabar se matando se tentar sozinha. E obviamente, isso acaba aproximando os dois.
"Você não está segura em qualquer lugar", diz ele. "Mas enquanto você estiver comigo, nada vai acontecer com você." - Victor.
O que eu geralmente vejo as pessoas falando sobre esse livro: "Desnecessário. Deveria ter acabado em Killing Sarai." "Sarai é doente por acaso?" "O primeiro foi mil vezes melhor." "Não foi tudo aquilo que eu esperava." "Mandem a Sarai pra um psicólogo."
"Em certo sentido, é surreal para mim, discutindo os detalhes de interrogatório e assassinato tão casualmente como se estivéssemos discutindo o clima do dia. Mas também pela primeira vez na minha vida, eu sinto que pertenço a algum lugar." - Sarai.
Ok, ok. O primeiro livro foi melhor? Sim. Esse é uma porcaria? Não. Na verdade está bem longe de ser. As reclamações que eu mais vejo são sobre a Sarai. A garota tinha uma vida normal mas decidiu que queria virar uma assassina profissional. Mas vamos combinar, ela nunca teve uma vida normal. Ela cresceu cercada de violência, vendo pessoas sendo mortas e quando chegou a hora, ela teve que matar alguém pra salvar sua própria vida. Duvido que alguém seja "normal" depois de ter passado por tudo isso.
"Você não pode aprender a nadar lendo isso num livro," eu digo a ela na viagem de volta para Albuquerque. [...] "É o melhor caminho, Sarai. Para aprender com seus erros, você tem que cometê-los. Autenticamente. Nenhuma quantidade de treinamento, nenhum cenário ensaiado vai ensiná-la melhor do que a coisa real." - Victor
Agora, desnecessário não é. Killing Sarai acabou com nossos protagonistas separados, vivendo cada um sua vida. Além do mais, vários vilões do livro anterior ficaram vivos. Eu queria ver como essa história terminava e Reviving Izabel foi perfeito pra isso.
"Mas eu sabia no dia em que eu a deixei há oito meses, eu sabia antes de sair do quarto do hospital com a Sra. Gregory ao seu lado da cabeceira, que eu um dia iria voltar para ela. Nunca foi minha intenção ou o meu plano, eu simplesmente sabia que isso eventualmente aconteceria, de um jeito ou de outro." - Victor
O romance entre Victor e Sarai está bem maior agora porque não tem mais aquela coisa toda de "será que ele tá fazendo isso só pelo trabalho ou porque ele realmente se importa com ela?". Você sabe a resposta dessa pergunta, o que torna o relacionamento deles bem mais claro pra quem está lendo. E também tem o fato de que Victor está treinando a Sarai para se tornar uma assassina. Isso aproxima os dois. E um pequeno spoiler pra deixar vocês curiosos: sim, nesse livro ele se declara para ela. É a cena mais linda do livro e com certeza, minha preferida.
"Eu pego seu rosto em minhas mãos e eu olho para baixo em seu belo rosto, seus olhos quase infantis, mas eles são tão ilusórios. Uma pequena loba se esconde atrás daquela corça. Minha pequena loba." - Victor.
Um personagem que eu já conhecia mas ganhou bastante destaque nesse livro foi o Fredrik. Ele trabalha para/com Victor como, digamos, um espião pois ele é o único ainda dentro da Ordem. No começo eu desconfiava bastante dele - assim como todos os outros personagens - mas depois ele se mostrou de confiança e eu acabei adorando ele. Niklas também aparece nesse livro e eu não soube o que pensar dele até o último capítulo. Não consigo gostar dele.
"Então eu vou ficar com você", diz ela, e pela primeira vez na minha vida, eu não posso trazer-me para protestar contra essa questão. Não com ela, ou até comigo mesmo. A maior parte de mim, a parte humana imperfeita, a quer comigo e eu vou fazer de tudo para ter certeza de que isso funcione." - Victor.
A escrita da autora continua a mesma, com aquele jeito de escrever que eu simplesmente amo. A história é contada do ponto de vista de Sarai e Victor, que vão intercalando durante o livro. A linguagem atual, com palavrões e as cenas mais quentes também continuam.
"Mas quando eu olho para Sarai, a maneira como ela olha para mim com aquele suave, mas ainda assim firme olhar em seus belos olhos verdes, eu sei que não importa o que ela me diga em seguida, ou o quanto ela me desafie, não vou ser capaz de me afastar dela." - Victor.
Killing Sarai pode até ser melhor que Reviving Izabel mas os dois são incríveis então vale muito a pena ler esse segundo volume, ainda mais quem shippa Victor e Sarai. E o melhor - ou pior, dependendo da sua opinião: não tem cliffhanger no final.
"Talvez você devesse se livrar de mim", eu sussurro em seus lábios.
"Nunca", diz ele, beijando-me uma vez suavemente. "Você é minha enquanto você respirar."
Na verdade, o final do livro é um fechamento mesmo, tem aquele prólogo, mostra a vida de Sarai 1 ano depois. Você sente como se estivesse lendo o último volume da série mesmo, apesar de não ser.
"Quando você é tão diferente da sociedade, do que é aceitável na sociedade, encontrar alguém como você é uma coisa muito rara."
O próximo volume ainda não foi lançado aqui no Brasil, aliás, nenhum deles foi. O terceiro se chama The Swan and the Jackal e vai ser uma história de Fredrik então não sei se a Sarai e o Victor vão aparecer, provavelmente não. Mas não desanimem porque ainda tem o quarto volume que eu não faço ideia de como vai ser e depois que vocês lerem Reviving Izabel vocês também vão querer saber mais sobre a história dele.
"Para o registro," eu mudo de assunto: "Eu não estou dormindo com um assassino. Eu fiquei muito ligada a um."
"É mesmo?", diz ele habilmente e eu sei que ele está sorrindo.
"Sim, eu temo que seja verdade," eu brinco como se fosse uma coisa lamentável. "E é uma ligação muito pouco saudável."
"Sério? Porque você acha que é?"
Eu suspiro dramaticamente. "Oh, eu não sei. Talvez porque ele nunca vai ser capaz de se livrar de mim."
Enfim, o livro é incrível e eu super recomendo para quem gosta de romance e muita ação.
"Mas é nos olhos de Victor que eu vejo muito mais. Um vínculo eterno entre nós que não foi criado neste momento, mas naquela noite que cruzamos o México. Empurrados para a vida um do outro por uma reviravolta do destino e mantidos lá por nossas semelhanças raras e nossa necessidade de estar juntos." - Sarai.
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