Noite

Noite Erico Verissimo




Resenhas - Noite


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Heloisa e João 01/08/2013

Onde sua mente pode te levar?

A escrita de Érico Verrissimo me laçou desde a leitura de seu primeiro livro, Olhai os Lírios do Campo. É uma escrita sútil, sem pretensão que envolve e cativa. Tornei-me um admiradora.
Então tornei e lê-lo. Li, 1, 2, 3, 4 livros e não pretendo parar. Posso afirmar sem hesitar que Érico Verissimo está entre os meus três escritores brasileiros prediletos.
Decidi Ler Noite após saber que na época em que foi lançado, os críticos e setores públicos os consideraram uma ofensa a moral.
O livro começa ao final da tarde e termina no começo da Manhã... Noite.
O Desconhecido ou o 'homem de gris' vaga pela cidade. Não reconhece o lugar, não lembra do nome, de onde veio, o que fez. Carrega no pulso um relógio e no bolso um lenço com perfume feminino e uma carteira recheada de dinheiro. Sente culpa e medo. Culpa por acreditar ter furtado os objetos, ter cometido algum crime e medo que o reconhecessem, que o castigassem... Medo de que alguém o questionasse.
Caminha desnorteado pela cidade até encontrar figuras populares da noite. Duas aves noturnas: Um anão corcunda caricaturista e encrenqueiro e seu protetor, o 'homem do cravo', um sujeito charmoso com aparência distinta que ganha a vida se aproveitando de sua facilidade em conquistar a confiança das pessoas. Ao perceberem que o homem de gris possui muito dinheiro, o convidam para conhecer a noite, sem esperar, é claro, que ele aceite. O carregam e então acontecem as mais curiosas situações. Situações essas comuns para as pessoas acotumadas à vida noturna. Érico revela sem pudor o mundo além do conhecido do seu público comum. O mundo dos artistas, poetas, bêbados, figurões e prostítutas. A noite é um universo paralelo, em que tudo pode acontecer.
Ao mesmo tempo em que passa a perna em alguém, o homem do cravo nos aconselha sobre a vida, sobre as pessoas.
Os personagens de Verissimo em Noite não são de forma alguma bons ou ruins. São humanos. Para o Desconhecido, o anão é um monstro, o homem do cravo, um crápula. Ele mesmo sente-se culpado por um crime.
Veríssimo descreve detalhadamente como a noite e a agonia perseguem o homem de gris. Posso assim definir o livro como romance ou thriller psicologico em que a leitura é quase impossivel de ser interrompida. Há ímpeto para saber como se dá o desfecho daquela intrigante noite.
Aconselho à leitura aos que estão acostumados aos personagens altruístas de Clarissa ou Olhai os Lírios do Campo. Aos admiradores da vida.
Todos se surpreenderão com o enredo e o desfecho de Noite, o livro "maldito" de Érico Veríssimo.
Renata CCS 17/10/2013minha estante
Uma bela resenha! Instigante e, sem dúvida, um convite à leitura deste livro.




Poleto 21/05/2023

Uma história psicanalítica de um eu neurótico
Simplesmente o resumo daquela noite de sábado que você bebeu demais, triste após broxar e saiu pela cidade vagando sem rumo
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Jardim de histórias 26/10/2022

Achei a história bem singular, uma narrativa ousada e angustiante, onde é possível se colocar, ou melhor se sentir como o personagem principal, devido à riqueza e do ritmo da narrativa. O drama, nos prende desde o início e vale a ressaltar a importância dos personagens muito bem construídos, que nos conduzem horas a boas risadas e horas a uma raiva gutural.
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Renan461 21/04/2024

Noite
Quem sou eu? Para onde vou? São perguntas de uma pessoa pedida que busca um caminha.
Esse livro é muito bom esperem que apreciem a leitura de uma pessoa perdida na noite.
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Sirlei 05/04/2021

Livro fabuloso...como o próprio título sugere os acontecimentos se passam em uma única noite, vivido por um sujeito que encontra-se perdido e sem memória...quase um trailer a história se passa em uma grande metrópole, poderia ser qualquer uma! O que chama a atenção nesse livro é que Érico descreve a cidade como um ser vivo, pulsante e com identidade ao contrário de seus personagens que não possuem identidade, como se eles pertencesse a ela! Fala sobre a condição humana no mundo e os seus desamparos...do tipo quem sou? Onde estou? Que aconteceu?
humberto.semensato 05/04/2021minha estante
Nossa fiquei super curioso com seu comentário! Coloquei na lista


Sirlei 05/04/2021minha estante
Sou suspeita em falar, pois adoro Érico, mas é um livro maravilhoso...não vai se arrepender!




Craotchky 02/01/2018

Verissimo, eu, e seu bode expiatório
"De fato, a expressão profunda da narrativa está ancorada nesta incômoda sensação de esvaziamento do "eu", na perplexidade que advém do ato de defrontar-se com a engrenagem absurda que é a rotina, a vida imposta..."

Posso apostar que se você já leu O estrangeiro de Albert Camus deve ter pensado no livro enquanto lia o trecho acima. Entretanto, a passagem que você leu foi retirada do prefácio de Flávio Loureiro Chaves para o livro Noite, de Erico Verissimo. Segue outro fragmento do mesmo prefácio:

"O mundo externo, embora observável, é um labirinto enigmático e à impossibilidade de atribuir-lhe um valor essencial corresponde a equivalente impossibilidade de conferir qualquer valor à própria existência individual..."

Pois é, apesar de já ter lido esse livro há meses e jamais ter escrito algo sobre um livro tempos após a leitura, aqui estou. Desde que o li, volta e meia, sentia-me como um inadimplente, proprietário de uma dívida vencida. Loucura, claro, mas é que resenhei todos os outros nove livros do autor que li, menos este; até agora.

Bem, aqui estou para quitar minha dívida, expiar meu pecado.

Quando todos seus leitores esperavam com ansiedade a publicação do terceiro volume da saga O tempo e o vento, Erico surpreendeu com a publicação deste livro inesperado.

"Em geral o livro foi incompreendido até por muitos dos mais fiéis admiradores de Erico Verissimo, que não aceitaram facilmente essa narrativa angustiada e aniquiladora que interrompia o livre fluxo criador do grande romance histórico."

Noite, publicado em 1954, é uma história atípica na biografia do autor, sem outra que lhe seja semelhante. Aqui Verissimo insere novos elementos como Mistério e Suspense, ausentes nos seus livros anteriores.

(Por favor, leia a sinopse do livro e preferencialmente a sinopse cadastrada nessa minha edição do livro: Editora Globo, 1995.)

Assim como é visto em O estrangeiro de Camus, em Noite encontramos um indivíduo que busca seu lugar na sociedade que o cerca. O Desconhecido é alguém que não sabe quem é, onde está e, por isso, não sabe para onde deve ir; um indivíduo que não reconhece a si mesmo. É alguém que se vê isolado na multidão e que busca sua identidade.

As semelhanças com o livro de Camus não são tanto pelas cenas, ações, mas sim pelas questões levantadas por ambas as obras. A sensação de "estranhamento" do protagonista ao olhar para o mundo ao seu redor, a relação do "eu" com a sociedade, e "estrangeirismo" na sua própria terra.

O final pode ser chocante ou não pois é altamente interpretativo e posso garantir que há muitas interpretações possíveis para ele. Terminei o livro e fiquei sem entender nada da conclusão: será que é isso ou será que é aquilo? Será que pulei alguma parte importante? Será que não prestei suficiente atenção? Queria alguém com quem discutir esse final...
Phelipe Guilherme Maciel 04/01/2018minha estante
Você tem um dom incomum de gerar comichões por todo o corpo de uma pessoa com suas resenhas. Eu sou um devedor da obra de Veríssimo. Já li Olhai os Lírios do Campo (3 vezes!) e ainda não iniciei sua grandiosa saga histórica nem li seus outros textos como Noite, Incidente em Antares, etc. Preciso começar a expiar minha própria dívida.

Mas você faz com suas reflexões o leitor da resenha sentir um desejo muito grande de ler aquilo e ver se realmente existe tanto questionamento assim naquelas páginas, se realmente há tanto corpo assim nessa literatura. Não teve jeito. Você deixou minha lista de pecados para expiar com Érico um pouco maior hoje.


Craotchky 04/01/2018minha estante
Bem, de vez em quando exagero um pouco levado pelas minhas paixões. Erico é meu autor nacional favorito. Claro que suas outras obras são mais complexas e talvez melhores, mas quis fazer justiça e trazer essa obra à luz para não deixá-la esquecida, apagada. Ela também vale a pena. Ah, e meu próximo livro será um do Erico...


Craotchky 04/01/2018minha estante
Ah, e esqueci da agradecer. É tão bom ver quando alguém aprecia o que a gente faz. E as resenhas de Erico, em especial, faço com muito gosto e acho que por isso ficam tão boas. Obrigado.




Heloísa 03/04/2020

Mergulho no subconsciente
O que o subconsciente pode pregar em uma pessoa? Ou seria o inconsciente?
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Joao.Gabriel 06/09/2023

Ótimo. Um ótimo livro. Vou tentar fazer uma resenha mais elaboradinha aqui.

Como explicitado na própria edição: Noite é uma viagem para o interior da culpa.
O que quero fazer aqui não é falar, apenas, que o Homem de Gris é culpado. Isso todos sabemos. Vou tentar evidenciar o porquê dessa culpa.
Começamos o livro desnorteados, tal qual o Desconhecido. Não sabemos o que houve, o que aconteceu anteriormente, e por que ele está no estado que está. Ai desenrolar do livro, vamos conhecendo personagens repugnantes, mas interessantes e bem vívidos. Veríssimo traz uma personalidade singular a todos que o Desconhecido encontra, assim como uma própria personalidade complexa para o protagonista.
O Desconhecido carrega essa culpa, desde pequeno. Mas qual a origem dessa culpa, essa que impulsiona toda a narrativa? A infância.
O Homem de Gris, quando criança, sofreu um trauma terrível. Ao ver seus pais, na cama, "lutando bravamente e gemendo", imaginou sua mãe ser assassinada. Mas não era isso. Não preciso dizer o que o pequeno protagonista viu, aquela noite.
E o pequeno ouviu esses gemidos estranhos diversas noites. Esse é o trauma primevo que desencadeia toda a trama.
É por causa dele, que sua mulher o deixa. Ora, cresceu e se tornou impotente no ato do sexo. Ele se pergunta o motivo... É óbvio o motivo, mas nunca para o traumatizado.
E a culpa de não ter "salvado a mãe", na infância, segue com ele e cresce com ele. Cresce até o ponto do casamento, onde adquire ainda mais poder sobre ele, diante da impotência e "fraqueza" que vivencia perante a sociedade e sua mulher.
E é por esse motivo que sente o que sente: o ciúme da mulher, motivado pela sensação de fraqueza; Os pensamentos suicidas a todo momento de melancolia; O ato sexual como a morte. Também por isso pensa fielmente ter matado a sua esposa, ou a Ruiva, posteriormente. Associou o sexo ao assassinato inconscientemente, quando criança, devido ao trauma.
No final, recuperada as memórias, lembra-se que sua mulher o deixou. Um apanhado de acontecimentos (todos ligados à essa culpa) acarretou nisso. Mas anseia pela volta da amada, sonha com isso, é seu último recurso, e num ato desesperado ouve passos no andar de cima e, sem lembrar nem mesmo o nome da própria esposa, balbucia o nome daquela que nunca o deixou, lembrando-o sempre da culpa que ele carrega: Maria! Maria!
Sua mãe.
Ellen256 06/09/2023minha estante
Nunca li nada do autor, acho que vou ler esse antes de começar o tempo e o vento.


Joao.Gabriel 06/09/2023minha estante
Acho boa ideia. Nunca li nada dele antes desse. É uma ótima introdução, eu acho


Joao.Gabriel 06/09/2023minha estante
Aliás, senti necessidade de fazer um ensaio-resenha, assim como fiz com O Veredicto do Kafka. Desculpem se ficou mal escrito, por ser no skoob me mantive informal. Se eu passar para o medium, vou revisar o texto.




Alan Furiati 10/12/2022

Erico Verissimo merece mais atenção, não sei, eu penso assim. Sua escrita fluída que não se abstêm de encher de detalhes o caminho percorrido por seus personagens, muitas vezes perambulando pela noite, por uma noite quase dostoievskiana e muito está na emoção, sensação e mesmo intenção do que é exposto e proposto em seu texto que o torna tão cativante para mim.
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Leandra84 08/10/2023

Noite
Erico Veríssimo, muito bom, primeiro que leio dele mas já me apaixonei, recomendo pois é muito bom e o final perfeito
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Val Alves 13/05/2020

Um homem perde a memória e fica a perambular pelas ruas. Não se lembra de nada : seu nome, onde mora, o que está fazendo nessa rua - que também não consegue se lembrar qual é.
Tem no bolso uma carteira com dinheiro e a gola suja de sangue. Por algum motivo conclui que matou a própria mulher e passa a agir de forma paranóica. Precisa se livrar dessas roupas e dessa carteira!
Conhece pelo caminho dois caras muito exóticos e passa a andar com eles. E pior: não consegue se desprender deles! Como se tivesse sido sequestrado segue na companhia desses homens em busca de recuperar sua memória em algum canto da cidade.
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Jeane 13/04/2009

Faz tempo que li este livro e lembro de pouca coisa. Não tenho certeza, mas acredito que os personagens não têm nomes. A história acontece em apenas uma noite e o personagem principal se vê desmemoriado, perdido na grande cidade. Neste curto período de tempo, este homem busca sua identidade perambulando pela cidade, visitando lugares bizarros e sórdidos. Achei estranho o personagem principal aceitar com naturalidade a possibilidade de ser um assassino... É um livro sombrio, onde o autor consegue criar um clima sufocante, dando uma sensação de solidão, desamparo, perda e incerteza.
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Camilla11 28/05/2021

Sempre gostei muito de Érico Veríssimo por sua forma de ambientar os lugares da narrativa. Nesse livro encontrei algo diferente e ainda assim só me tornei mais apaixonada pelo autor. É um livro com um premissa diferente, mas encantadora e de muitas reflexões. Érico, como sempre, criando personagens complexos em tão poucas páginas!
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Adriana 08/07/2010

Um homem que se vê diante de uma esquina movimentada na grande cidade, não se lembra do seu nome, de onde vem, a única certeza que possui é que algo de terrível aconteceu.

Ao mesmo tempo em que essa novela nos mostra um retrato da noite da época, também nos demonstra a angústia de um homem que tenta descobrir quem é, e um sentido para o que lhe acontece.

Embora o início pareça um pouco monótono, mais tarde, quando o protagonista encontra outros personagens, o livro vai mostrando seus contornos e nos envolvendo nessa história sombria e nebulosa.

Muito bom.
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Braguinha 25/05/2015

Sonífero dos ruins.
Romance pretensamente misterioso, mas apenas enfadonho como uma chuva em Porto Alegre. Uma bola fora deste grande autor. A capa não deixa dúvidas: tão sóbria quanto o conteúdo.
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