Sissa 02/11/2013O livro é bom, mas infelizmente, não tanto quanto eu esperava.“
Pela sinopse e resenhas que li desse livro achei que ele tinha tudo para ser ótimo, e ele é bom, mas infelizmente não me conquistou totalmente como eu queria. Principalmente por ser de uma autora brasileira, eu queria ter adorado o livro, mas não foi assim.
Vamos aos pontos positivos:
A ideia central do livro é ótima e original, os personagens são bacanas e têm um potencial enorme. O fato de ela ser bailarina chama a atenção e é uma atração à parte, adoro livros com música e dança. O mistério envolvendo o Evan te prende, a curiosidade sobre o Clube 13 é atiçada à medida em que você vai descobrindo um pouco mais sobre ele (confesso que senti falta de um pouco mais de informação sobre o clube, mas como é uma série, só me resta esperar, estou curiosíssima pelo 2º livro). Enfim, o livro em si é muito bom, sim.
Apesar da originalidade da ideia, é claro que há vários clichês durante a estória. Eu sei que tudo o que é sucesso acaba sendo copiado. Quando se lê vários livros do mesmo estilo, você sabe que vai encontrar uma ou outra coisa que te lembra esse ou aquele livro que você leu, independente de você ter gostado dele ou não. Para mim os clichês são totalmente válidos e eu adoro. Então, o fato de, por exemplo, ela ser virgem e ele ser o gostosão todo-poderoso e tudo mais, não é problema para mim. Se não fosse isso, seria outra coisa que também já foi mencionada em outro livro, então é normal.
O problema que tive com "Gael", foi que durante a leitura eu me perdi algumas vezes. Em várias situações foi como se a autora houvesse pensado numa coisa, mas não tivesse colocado a ideia no papel e aí você pensa: "De onde veio isso?". Outra coisa que me irritou foi a inconsistência. Era um vai e volta de pensamentos sem fim durante todo o livro. Uma hora ela estava falando dos olhos dele, aí ia para a boca, o corpo, aí voltava para os olhos de novo... Esse foi só um exemplo. Também houve várias frases e expressões que eu não entendi no decorrer da leitura, às quais tive que ler novamente para entender o contexto da autora. Aí percebi que foram mal expressadas. Talvez essas coisas tenham passado batidas para muitas pessoas, mas eu sou muito observadora e infelizmente elas me incomodaram.
Além disso, a Victoria é chatinha. Sim ela é doce, determinada, forte, compassiva e apaixonada, mas esse negócio de ficar reclamando e se lamentando me irritou porque eu achava que ela seria uma daquelas bailarinas desencanadas e bacanas. Ela
é bacana, e todo mundo tem direito a se irritar de vez e quando e desabafar, mas ficar se lamentando o tempo todo é muito chato.
O fato dela ter 19 anos e nunca ter beijado, ou ao menos
se interessado por um garoto, também não dá para engolir. Na verdade é ridículo. Não digo que ela deveria já ter se apaixonado perdidamente por algum garoto durante a adolescência, mas não sentir o coração bater mais rápido por nenhum?, acho que isso não existe. E aí, de repente, ela está morrendo de tesão por um cara assim que o vê, hum hum, não deu. Ela sentir o coração disparar, o estômago revirar, as pernas amolecerem, tudo bem, afinal, ele é lindo e charmoso, mas essa excitação sexual toda foi exagerada para mim. Ela também tem umas ideias meio descabidas, na minha opinião.
Quanto ao Evan, está mais do que claro que ele é lindo, inteligente, sensível, intrigante, misterioso e hot, muito hot, não há como negar. No entanto, para mim, as coisas aconteceram rápido demais com ele também. Sim, eu acredito em atração à primeira vista, afinal os homens são totalmente visuais, acredito até em amor à primeira vista, mas por mais passional que um homem seja, acho estranho vê-lo falando algumas das coisas que ele falou. “Quero você”, tudo bem, mas “quero ver seu sorriso pela manhã assim que acordar” na primeira conversa, achei muito precipitado. Parece um artifício para levar uma mulher para a cama, e o Evan é muito direto e seguro de si para usar de artifícios.
Acho que o grande problema, para mim, foi que achei que o relacionamento não correu de forma natural para nenhum dos dois. Foi tudo muito forçado. Se tivesse fluido mais devagar teria sido bem mais interessante acompanhar o caso deles. Não estou dizendo para eles só fazerem alguma coisa no final (Deus me livre!), mas uma sedução mais lenta é, às vezes, mais atraente do que essa coisa arrebatadora logo de cara. Claro que cada autor faz sua estória do jeito que achar melhor, eu respeito isso, mas a minha opinião é de que
eu teria gostado mais se as coisas tivessem se desenrolado um pouco mais naturalmente.
No entanto, se não fossem todos esses percalços, existiria a edição que está péssima. Há erros tão básicos que chega a ser engraçado. Se por acaso esse livro for publicado, vai ter que passar por uma séria edição. Como disse no início, o livro é muito bom, só precisa de alguém para trabalhar as ideias da autora de forma que fiquem mais apresentáveis e um pouco mais compreensíveis,
dar um pitaco aqui e ali e ele vai ficar ótimo, como eu imaginava que seria. Falo isso porque do meio para o fim, o livro ficou ótimo. Depois que o relacionamento deles se estabilizou mais, foi tudo o que eu esperava, mas infelizmente o início corrido e todos esses erros de edição já tinham tirado 50% da minha animação, então não consegui ter uma opinião completamente positiva dele.”