Sargento Getúlio

Sargento Getúlio João Ubaldo Ribeiro




Resenhas - Sargento Getúlio


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Paulo.Balbe 13/02/2024

Esperava mais
Difícil criticar algo tão incensado por grandes autores da literatura brasileira. Todavia, o livro não me causou uma boa impressão.
Uma narrativa violenta, repleta de regionalismos e linguagem regional arcaica.
A impressão que se tem é de estar assistindo uma novela de época sobre o cangaço (mas é posterior, possivelmente nos anos 40 ou 50). Texto corrido, sem parágrafos ou vírgulas.
Eu diria que talvez a narrativa impressione quem tem origens no nordeste brasileiro.
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Filipe 11/12/2023

O mais interessante deste livro certamente é observar como o autor tipografou o linguajar do interior rural brasileiro, onde junção de pedaços de fragmentos palavras formam uma palavra só. Como mineiro, reconheci muitos dos exemplos apresentados, mas confesso que, no início, dificultou um pouco a leitura ao me causar estranhamento com muitas outras palavras desconhecidas.

Não é uma história grandiosa mas, na cabeça do narrador-personagem, é. Sargento Getúlio narra os delírios de uma vida em que flutuou entre combater e cometer crimes, no conhecido estilo do detentor da lei no extremo interior brasileiro. Acredito ser um retrato fidedigno de muitas figuras da nossa história.
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Juliane4 02/12/2023

O livro descreve a jornada de Getúlio através do sertão, explorando sua psicologia, dilemas morais e as complexidades sociais da região. Sargento Getúlio é notável por sua linguagem rica, estilo literário único e pela maneira como aborda questões culturais e políticas. A obra é uma reflexão profunda sobre a condição humana, o poder, a justiça e os conflitos regionais.
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Carla.Parreira 15/10/2023

Sargento Getúlio
?
A história tem uma oralidade nordestina, com uma linguagem caracteristicamente arcaica, barroca e lírica. Retirei um pequeno trecho apenas para exemplificar o realismo telúrico da época e definir o ?cabra-macho? do personagem principal:
?...O senhor já ouviu falar de meu nome, Getúlio Santos Bezerra, sou eu mesmo e quando eu dou risada pode todo mundo tremer e quando eu franzo a testa pode todo mundo tremer e se eu bater o pé no chão pode todo mundo correr e se eu assoprar na cara de um pode se encomendar. Sou curado de cobra e passo fome, passo frio e passo qualquer coisa e não pio e se me cortarem eu não pio. Durmo no chão, durmo em cama de vara, durmo em cama de couro, ou então não durmo e quem primeiro aparecer, primeiro quem atira sou eu e quando atiro não atiro nas pernas, atiro na cara ou atiro nos peitos e os buracos que eu faço às vezes é um em cima do outro e tem uma coisa: em Sergipe todo não tem melhor do que eu e se eu lhe digo que não tem um melhor do que eu em Sergipe, não vejo esse bom, estou lhe dizendo que não tem melhor no mundo, porque essa é uma terra macha e eu sou o macho dessa terra...?
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Fabio Shiva 26/03/2023

Eu sei que vou te amar, João Ubaldo Ribeiro!
Eu sempre soube que um dia iria me apaixonar por João Ubaldo Ribeiro. Durante a minha adolescência, como baiano “exilado” no Rio de Janeiro, eu acompanhava com gratidão as crônicas semanais dele no Jornal O Globo, que hoje percebo terem sido verdadeiros talismãs para preservar a minha baianitude interior.

E então, em 1991, a Rede Globo exibiu a minissérie “O Sorriso do Lagarto” (https://youtu.be/5VXp6a2z9qk), baseada em um romance de João. Não me lembro de ter visto a série, mas fiquei louco para ler o livro. Só que a leitura me causou uma profunda decepção por conta do final, que o leitor que eu era na época achou abrupto e sem sentido (hoje quero ler novamente “O Sorriso do Lagarto”).

Tempos depois, tive uma nova decepção ao ler “A Casa dos Budas Ditosos” (http://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2013/03/a-casa-dos-budas-ditosos-joao-ubaldo.html). Talvez o motivo tenha sido um puritanismo de minha parte. Mais uma vez, é o caso de ler de novo para ver o que acho agora.

Na terceira vez dei mais sorte, ao ler “O Albatroz Azul” (http://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2012/06/o-albatroz-azul-joao-ubaldo-ribeiro.html), publicado em 2009 e último romance de João, que desencarnou em 2014. Uma história serena e melancólica, retrato do autor diante do fim, que liguei a “Memorial de Aires”, derradeira obra de Machado de Assis, por evocar os mesmos sentimentos.

Mas ainda não fiquei satisfeito. Faltava um encontro arrebatador com João Ubaldo Ribeiro. Nesse início de 2023 tive a oportunidade de enfim passear pela Ilha de Itaparica, onde senti muito forte essa conexão com João. “Ele se banhava nesse mesmo mar”, cheguei a pensar, tomado por uma emoção inexplicável. Nem tentei encontrar alguma explicação: ao chegar em casa, fui direto apanhar “Sargento Getúlio” para ler.

E essa história toda que contei até aqui foi só para enfatizar: “Sargento Getúlio” é um dos melhores livros que li na vida! Uma brilhante joia da Literatura Mundial e certamente uma obra-prima da Literatura Brasileira.

É difícil escolher por onde começar a louvar esse livro, que cumpre com muito esmero uma das mais altas metas da Literatura, que é expressar a totalidade da vida em um romance. A história do Sargento Getúlio é tão horripilante quanto apaixonante: ficamos estarrecidos e, ao mesmo tempo, estranhamente comovidos. Getúlio é um monstro de brutalidade, mas também nobre e heroico à sua maneira.

A linguagem utilizada, do monólogo intensamente regional, é tão desafiadora quanto sedutora. Em poucas páginas fui capturado sem remédio, e me peguei economizando na leitura para fazer o livro durar mais. E essa foi a única queixa que guardei de “Sargento Getúlio”: o livro chegou ao fim.

Melhor deixar o próprio Getúlio falar por si:

“Sempre digo, nas festas de rua, quando o povo se junta feito besta de um lado para o outro: olhe as galinhas de Deus.”

“No natural, não falo com quem atiro, é um despropósito. Já se viu, por exemplo, matar um porco e dizer a ele que ele vai morrer por isso e por aquilo outro. Nada, é a faca. Quem se mata não se conversa.”

“Se quer fazer uma coisa, não converse. Se não quer, converse. Eu tinha de fazer.”

“Minha mulher sou eu e meu filho sou eu e eu sou eu.”

“Mas ninguém sente um bicho de pé sem se ver na obrigação de tirar.”

“Não que parece um ano; parece um dia, que o ano passa depressa, mas o dia passa devagar.”

“Essas alturas, se ele pudesse, me matava. Quer dizer, então não pode mais viver, que eu não vou existir com um cabra com sede no meu sangue, adonde.”

“Donde que o homem esguincha sangue mais longe do que pode cuspir.”

“Eu disse: dormindo na sua cama de vara, seu pirobo, agora veja essa peixeira que eu truxe, que deixei envenenada dentro dum rato morto duas semanas e tem um anzol no bico que é para eu arrancar um pedaço de sua tripa quando ela sair da sua barriga e tomar com cachaça, porque se tem uma coisa boa essa coisa é uma tripa de cabra safado assada de tiragosto, fritada na farinha do reino.”

“Eu respondia: quero viver uma vida curta de macho, sendo eu e mais eu e respeitado nesse mundo e quando eu morrer se alembrem de mim assim: morreu o Dragão. Que trouxe uma mortandade para os inimigos, que não traiu nem amunhecou, que não teve melhor do que ele e que sangrou quem quis sangrar. Agora eu sei quem sou.”

Filme “Sargento Getúlio”:
https://youtu.be/X0Zv2IUIFo4

Sinto que não demorarei a encarar a opus magna de João: “Viva o Povo Brasileiro”. E viva, viva! Viva João Ubaldo Ribeiro!

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2023/03/eu-sei-que-vou-te-amar-joao-ubaldo.html



site: https://www.facebook.com/sincronicidio
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Deco 14/11/2022

Regionalismo confuso
Essa foi a primeira obra de Ubaldo Ribeiro que li. Conta a historia do Sgt Getúlio, que recebeu a missão de transportar um preso de PAULO AFONSO/BA até ARACAJU/SE.

Toda a história é narrada pelo próprio Sgt Getúlio, como se estivesse contando para um amigo, ou ainda, refletindo consigo mesmo, com todos os regionalismos e expressões da época.

O livro é um pouco confuso pela linguagem e pelo estilo de narrativa, mas aos poucos me acostumei e fluiu melhor.

Acredito que o foco da obra seria a propria psique de Getúlio e a sua violencia contida (ou incontida) contra o prisioneiro comunista.

Apesar do renome do autor, não me agradou tanto.
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Diego 17/08/2022

Fluxo de pensamento
O personagem principal, que nomeia a obra, nos soterra com sua verborragia expressando emoções, sentimentos, narrações, enfim é o todos em um só narrador.
Gostei da linguagem, me lembrou um pouco Grande Sertão: Veredas, bem como a temática.
Leitura importante.
Edneia.Albuquerque 17/08/2022minha estante
Eu sou aquela invejosa q diz "poxa, que legal, vou ler também" rsrs


Diego 17/08/2022minha estante
Eheheh! É um livro bem incomum: ou você vai gostar muito, ou detestar, acho eu.


Ana Terra 17/08/2022minha estante
Fiquei interessada


Diego 17/08/2022minha estante
Acho que vale o interesse! ??


Ana Terra 18/08/2022minha estante
Vou procurar por ele ;)




Mandinha 03/04/2022

.
A leitura é confusa por conta do estilo de escrita, João Ubaldo utilizou do fluxo de consciência para deixar os leitores imersos na cabeça do Sargento Getúlio. Além dos regionalismos e palavras pouco usuais.
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Alê | @alexandrejjr 26/10/2021

O sertão, o jagunço e o Brasil de Ubaldo

Como é difícil falar de um gênio. Mas vamos lá.

O que faz um livro resistir ao tempo? A história? A linguagem? A mensagem? As reflexões? Tudo isso junto? Pensar sobre a dimensão de certas obras literárias é agradável, mas pode explodir a cabeça, dependendo do livro. “Sargento Getúlio” é um desses casos.

João Ubaldo Ribeiro é um autor essencial para se ter na estante se você nasceu no Brasil. Por quê? Simplesmente porque o principal tema dele é o nosso país, nosso povo. Sempre foi. Ele ultrapassa, com certa folga, a dimensão estética, ética e filosófica de autores consagrados que também tentaram refletir, através da literatura, sobre a incompreensível ideia de uma identidade nacional, como Erico Verissimo, Guimarães Rosa e Jorge Amado (e, mais recentemente, Ana Maria Gonçalves). Talvez Ubaldo seja o perfeito amálgama das qualidades desses autores, reunindo, de maneira impressionante, o que cada um deles ofereceu de melhor em seus livros.

Mas “Sargento Getúlio” não é um livro simples e está longe de ser fácil. Eu estaria mentindo se dissesse o contrário. Sua estrutura, composta por longuíssimos parágrafos em uma narrativa que é, basicamente, um monólogo com pequenas inserções de diálogos, pode assustar. E os elementos regionais são fortíssimos! A última vez que vi algo tão extraordinário em termos de representação cultural foi com Ariano Suassuna e seu clássico “Auto da Compadecida”. E não, os dois livros não são próximos um do outro, pois possuem propostas completamente diferentes, apesar de existirem pontos de convergência.

A verdade é que, a partir das veredas abertas por Guimarães Rosa, em 1956, Ubaldo aproveitou para navegar num regionalismo forte, abordando um microcosmo que vai muito além das suas fronteiras. Seja na busca pela oralidade escrita, ou na utilização de neologismos, ou ainda na forte reflexão política - lembremos, o livro foi lançado em 1971, em pleno regime militar no Brasil -, Ubaldo experimenta artisticamente sem se esquecer que seu campo de atuação é a literatura e, portanto, existe um compromisso maior a se cumprir além de toda a busca por um estilo que tente fundir, em um só texto, o erudito e o popular ao mesmo tempo: contar uma história.

E a história é contada. Sargento Getúlio, nosso violento narrador-protagonista, é formidável! Ele é uma espécie de jagunço militar que vive em um Brasil que entra na década de 50 dividido pelas confusões políticas deixadas pela recente ditadura varguista e pelos resquícios do coronelismo em crise no nordeste. Ele é aquele que obedece a uma autoridade sem pestanejar, que zomba dos “udenistas comunistas” e que se emburrece ao pensar na possibilidade de refletir. Ele é uma típica personagem ubaldiana que, mesmo sendo um tipo brasileiro da cabeça aos pés, é capaz de apresentar uma profundidade psicológica shakespeariana, algo recorrente nas vidas criadas pelo autor. Vejam, por exemplo, a profundidade existencial do trecho abaixo, localizado entre as páginas 101-102 da edição que li, quando o protagonista finalmente cede à reflexão sobre o propósito de sua missão, que é levar um preso político do interior da Bahia de volta a Aracaju, capital sergipana:

“Levo ou não levo, é isso. Talvez seja melhor sofrer a sorte da gente de qualquer jeito, porque deve estar escrito. Ou é melhor brigar com tudo e acabar com tudo. Morrer é como que dormir e dormindo é quando a gente termina as consumições, por isso é que a gente sempre quer dormir. Só que dormir pode dar sonhos e aí fica tudo no mesmo. Por isso é que é melhor morrer, porque não tem sonhos, quando a gente solta a alma e tudo finda. Porque a vida é comprida demais e tem desastres. Quem aguenta a velhice que vai chegando, os espotismos e as ordens falsas, a dor de [*****], as demoras em tudo, as coisas que não se entende e a ingratidão quando a gente não merece, se a gente mesmo pode se despachar, até com uma faca? Quem é que aguenta esse peso, nessa vida que só dá suor e briga? Quem aguenta é quem tem medo da morte, porque de lá nenhum viajante voltou e isso é que enfraquece a vontade de morrer. E aí a gente vai suportando as coisas ruins, só para não experimentar outras, que a gente não conhece ainda. E é pensando que a gente fica frouxo e a vontade de brigar se amarela quando se assunta nisso, e o que a gente resolveu fazer, quando a gente se lembra disso se desvia e acaba não se fazendo nada.”

Não é maravilhoso?

Pois é. “Sargento Getúlio” merecia ser mais lido pelo grande público hoje. Tenho a leve impressão de que ele é uma obra esquecida. É claro que é um livro reconhecido, afinal é uma obra vencedora do prêmio Jabuti, teve uma adaptação cinematográfica com o Lima Duarte no papel principal - em uma de suas atuações mais elogiadas da carreira - e acaba de ganhar uma bela edição comemorativa em alusão às suas cinco décadas de publicação, completadas em 2021. Mas ele será lido nos próximos 50 anos? Ou pior: Ubaldo continuará a falar com propriedade desse Brasil marcado pela violência, pela intolerância e pela esdrúxula política que nos representa quando completar seu centenário? Eu espero, sinceramente, que a resposta seja não, que finalmente este livro torne-se aquilo que a eternidade o reservou: ser apenas uma obra de ficção. Será possível? Para o desespero de Ubaldo, onde quer que ele esteja, a resposta ainda é não, pelo menos neste futuro próximo.
Joao 26/10/2021minha estante
Resenha sensacional Alexandre. A única coisa que li do João Ubaldo Ribeiro foi aquele livro da coleção dos plenos pecados (A casa dos budas ditosos, eu acho).
Sempre me recomendaram e essa sua resenha me fez querer ler mais ainda. Vou ver se acho algum no Kindle por um preço bacana.


Victoria 26/10/2021minha estante
Tenho muita vontade de ler "Viva o povo brasileiro" dele... quer dizer, como assim existe um livro que conta toda a história do Brasil de forma romanceada e eu ainda não o li?! kkk adoro romances históricos! Sua resenha me fez pensar que depois do Viva, com certeza Sargento Getúlio será o próximo que lerei dele (:


Alê | @alexandrejjr 26/10/2021minha estante
Joao, sabia que "A casa dos budas ditosos" foi o livro que eu menos gostei do João Ubaldo? Apesar de bem escrito e bem humorado, a narradora feminina dele não me convenceu. Agradeço por ter lido o textão por aqui. Ah, e indico, além de "Viva o povo brasileiro", o romance "O sorriso do lagarto", que é um baita livro!

Victoria, leia, se possível, "Viva o povo brasileiro" quando tiver bastante tempo disponível ou em um momento em que ele seja a prioridade, pois vale a pena! É meu livro favorito, nunca tive um prazer tão grande até hoje quanto na época em que li ele. Já "Sargento Getúlio" é um livro desafiador, mas com certeza é uma experiência única!


Joao 26/10/2021minha estante
Nossa Alexandre, eu gostei bastante, porém como te disse, não li nada do autor. Vou procurar esse livro que você citou. Tenho que tirar essa vergonha de praticamente não ter lido esse autor hehehe


Julia Mendes 27/10/2021minha estante
João, "Viva o Povo" é muito bom! Um dos melhores livros que eu já li também. ?
Alexandre, senti um alívio enorme aqui com o comentário sobre a narradora feminina de "A casa dos budas ditosos" não convencer. Rs. Também achei o livro espirituoso e claro que bem escrito, mas não imergi na leitura.
Não sei nem como posso explicar porque é mais uma sensação, simplesmente não era uma mulher pensando, falando, desejando. E não é como se eu acreditasse que um homem, sobretudo um artista, não pudesse compor uma alma feminina. Afinal, oh Chico Buarque aí. Rs


JurúMontalvao 27/10/2021minha estante
Uou?? já quero ler!


Joao 27/10/2021minha estante
Júlia, desse eu já ouvi falar muito e sempre recebi recomendações. Tenho que tirar urgentemente esses atrasos da minha vida hehehehe.


Alê | @alexandrejjr 27/10/2021minha estante
Ah, só um esclarecimento aqui: como o Skoob anula palavras "ofensivas", para quem não pegou a palavra que está em asterisco, a palavra é C-O-R-N-O.


Victoria 27/10/2021minha estante
Hahahahaha não sabia disso


Maria 27/10/2021minha estante
Uai. Eu também não sabia. Já usei termos como corno, cu, pau etc em resenhas e nunca pensei que seriam anuladas :P


Alê | @alexandrejjr 31/10/2021minha estante
Pois é Maria e Victoria. É algo novo e, pelo visto, não sei onde é aplicado. Não sei se vale só em resenhas ou se também vale para comentários e históricos de leitura.




AleixoItalo 25/09/2021

Quem já leu o 'Grande Sertão Veredas' irá se lembrar de seu famoso "prólogo" , atoladouro de jargões regionais e experimentações narrativas, onde muitos leitores acabam ficando pelo caminho. Nesse caso já sabe o que esperar de 'Sargento Getúlio'.

A narrativa é feita pelo próprio Sargento, que conta sua jornada implacável para transportar um prisioneiro da Bahia até o Sergipe e sua revolta, uma vez que no meio da missão, uma reviravolta política faz com que as ordens de libertar o prisioneiro sejam encaradas com indignação e muita raiva.

João Ubaldo Ribeiro ecoa aqui as palavras de Guimarães Rosa, ao emular o 'Grande Sertão Veredas', com exceção da trama em si, nada se difere do clássico: narrativa inteiramente em primeira pessoa, linguagem oral onde pensamentos, monólogos e diálogos se misturam numa verdadeira sopa literária.

Além da linguagem, o sertão é um dos protagonistas, com suas paisagens inóspitas e inclementes, narradas sob o olhar singular do sertanejo, com costumes e crenças próprios e entremeadas aqui e ali por surtos de muita violência.

Um ponto importante onde 'Sargento Getúlio' difere de o grande sertão, é num retrato fidedígno do típico combatente sertanejo (jagunço, militar, cangaceiro, etc...): o cabra macho em essência, forjado pela intransigência do sistema em que vive, onde machismo e intolerância são doutrinas absolutas, e toda filosofia de vida é moldada pela força e pela austeridade das hierarquias, um bruto onde as convicções estão acima da própria vida.

João Ubaldo Ribeiro foi um dos grandes escritores do Brasil, embora não tão "idolatrado" quanto outros, faz frente a nomes como Jorge Amado e Guimarães Rosa. 'Sargento Getúlio' é uma de suas obras mais consagradas, sempre presente nas listas de obras regionalistas essenciais!
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Samir 15/08/2021

Teve representação incomum do sotaque nordestino aqui
Caras, que leitura difícil!!! Mesmo eu sendo cearense e tendo vivência com familiares nordestinos nascidos algumas décadas antes da ambientação do livro nos anos 50, eu achei bem complexo.

O livro exige uma boa atenção, se não, você vai se perder de um jeito que eu vou te contar, viu
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Vilamarc 24/06/2021

Caricatura policial
Getúlio é um sargento da PM, jagunço de coronel, que recebeu a missão de transportar um preso político desafeto em Paulo Afonso na BA para Aracaju.
Na viagem tendo como companheiro o amigo motorista Amaro, as mudanças políticas acabam por abortar a missão, mas Getúlio não se convence e contra todas as evidências prossegue a viagem, atordoado pelas explosões de lembranças de sua vida violenta.
Escrito pelo jovem João Ubaldo em 1971, ano da radicalização militar no Brasil, Sargento Getúlio apresenta no melhor estilo herdado de Guimarães Rosa, uma prosa constituida de regionalismos e neologismos, que mergulham o leitor numa narrativa de fluxos de consciência ininterruptos.
O militar chegando ao seu destino, já sem missão oficial, depois de torturar cruelmente o preso indefeso, perder o amigo e a esposa em conflitos armados, percebe que faz parte de um bando fardado cumprindo ordens nem sabe mais de quem.
Mas se engana que não sabe que tudo isso é apresentado com o humor mordaz próprio de um grande escritor. As cenas de tortura são tragicômicas. Apresentando uma triste caricatura das forças policiais de ontem e de hoje.
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Bia Torrezam 11/02/2021

Muito confuso
O livro é inovador, mas é extremamente difícil compreender a história e o que acontece com os personagens.
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