O herói discreto

O herói discreto Mario Vargas Llosa




Resenhas - O herói discreto


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Guilherme 11/03/2022

Razoável
O livro começa até interessante, conta duas histórias distintas mas contemporâneas alternando cada uma por capítulo, nós leitores esperamos que as histórias se encontrem... Esperamos o momento em o autor juntará as duas histórias em uma só, e mais, como vai fazer isso... Acontece que quando isso ocorre a história não empolga, o autor não amarra bem as histórias, e em alguns momentos o autor mistura os diálogos, entre os personagens e os momentos em que ocorrem, como se fossem memórias no meio da conversa principal, acho que fez isso para dar dinamismo ao texto, mas a meu ver causa confusão. Por fim, não consegui fazer a lição do título com o livro. Mas enfim, eu posso ter lido o livro de um jeito errado...
Hélio 20/03/2024minha estante
Tive essa impressão também, amigo! O final foi até divertido. A frase do menino para o pai. Mas realmente, quando as duas histórias se juntam nada de impressionante acontece, os personagens nao correm nenhum perigo ou coisa que o valha.


Guilherme 21/03/2024minha estante
Pois é




Juliana 31/03/2015

impressões
Sempre ouvi falar bem desse autor e como era um suspense resolvi o ler para o desafio, e foi um desafio! A escrita do autor é densa, mas bem construída e a curiosidade de saber onde as duas histórias se relacionam foi o que me moveu. Há coisas no livro que me levaram questionar será que isso acontece? e isso me fez pensar nunca uma novela das 20h da globo apresentará isso,isso na época que eu assistia.
Recomendo a leitura.
Fer Kaczynski 31/03/2015minha estante
Mais meninas leram esse autor para o desafio e adoraram, pretendo ler tbm, bj




Emanuela 28/12/2020

AINDA NÃO ME ARREBATOU
Não conheço muito da escrita de Mario Vargas Llosa. Antes de "O Herói Discreto", havia lido apenas "A Menina Travessa", um romance que não se destaca, da mesma maneira que neste último lido. Uma pena, pois tenho uma queda por autores latinos, mas Llosa ainda não me arrebatou.

Em "O Herói Discreto", acompanhamos duas histórias: uma protagonizada pelo proprietário de uma empresa de transporte, Felícito Yanaqué, que passa por uma tentativa de extorsão; e a outra por Ismael Carrera, dono de uma importante seguradora, que resolve casar-se novamente, dessa vez com uma empregada 40 anos mais jovem.

As duas narrativas não apenas são completamente distintas, como se passam em cidades diferentes no Peru, a primeira em Piura e a segunda em Lima, ambas no Perú.

Percebe-se a tentativa do autor em tratar de temas universais e atuais como a ganância, traição, conflitos familiares, amor, ódio... mas é feito de maneira tão simplista que não chega a empolgar. Inclusive quando nos apresenta o personagem Edilberto Torres, um homem que até o fim do livro não sabemos se é real ou fruto da imaginação do jovem Fonchito, filho de Don Rigoberto, melhor amigo de Ismael.

Apesar das duas histórias não se sobressaírem em si (na verdade, esperava que o mistério envolvendo as cartas da rainha tivesse um desenvolvimento e desfecho mais trabalhados), a maneira como as histórias são contadas paralelamente e, em um certo momento se encontrarem, permitem ao leitor, momentos de diversão com a leitura.

site: http://arredordemim.blogspot.com/2014/12/o-heroi-discreto-de-mario-vargas-llosa.html
MelAnia.Rafaela 31/08/2021minha estante
Estou iniciando a leitura deste livro e sua crítica, confesso, me jogou balde de água fria, mas antes desta obra li apenas livro de Mário Vargas Llosa, Pantaleão e as visitadoras, este se passa na Amazônia peruana e é completamente arrebatador, devorei o livro e me diverti demais.




Raffafust 30/01/2014

Foi o primeiro livro que li de Llosa, apesar de já ter ouvido falar dele diversas vezes era virgem nos livros do peruano prêmio nobel de literatura. Não por acaso ele é reverenciado no mundo todo, Llosa escreve com uma magnitude que é impossível não perceber o quanto quando conta uma história o faz com um jeito que pode lembrar a pessoas que já leram outros autores o modo saudosista como contam histórias e descrevem personagens. Me lembrou Veríssimo, as vezes Zafón, mas não consegui parar de ler o livro nenhum segundo.
Envolvendo crimes que envolvem amor e claro planos para o mal muito bem arquitetados, ele nos apresenta a vida de dois personagens. Um deles é Felícito Yanaqué, um senhor que ganhou literalmente a vida e tirou a sorte grande investindo em sua empresa de transporte. Casado com Gertrudis e pai de dois filhos que já saíram de casa, ele passa os dias trabalhando e dando atenção para sua amante Mabel . Não tem nada com a esposa há anos , com quem se casou porque disse que estava grávida dele e como era menor se sentiu responsável mas passou a vida sem saber se seu filho mais velho era realmente dele, por bem, achou melhor nem descobrir. Acontece que ele recebe uma carta sem assinatura o ameaçando , dizendo que ele precisa pagar um seguro bem caro para sua empresa, a polícia faz pouco caso, a vidente que ele acredita manda que pague mas ele é teimoso e mesmo recebendo mais cartinhas com aranha ele continua se recusando a pagar.
Em outra história temos um velho, Ismael é separado, tem filhos grandes e se apaixona pela empregada de sua casa 35 anos mais nova que ele, Armida não diz muito a que veio no início e todos são contra o casamento dos dois, claro que pensam que ela estaria só atrás do dinheiro, mas será que estão certos?
Para mim ele nem precisava de inimigos tendo aqueles dois filhos gêmeos , são maus demais e não querem nem saber da felicidade do pai.
Há alguns personagens no livro que são saídos de outros livros do autor mas eu não os li então não tive qualquer identificação com eles.
O que me encantou foi uma história que poderia ser simples mas com a riqueza de detalhes de Llosa, o vínculo entre uma história e outra, o que nos faz perceber no final cada coisa que poderia passar despercebida me fizeram ficar muito fã dele querendo ler todos os títulos do autor, nem acredito que demorei tanto para ler algo dele. No mínimo maravilhoso esse livro.
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Lina DC 07/03/2014

O herói discreto" alterna duas histórias completamente diferentes. Na primeira delas temos como protagonista Felícito Yanaqué, 55 anos, dono da empresa de transportes Narihualá em Piura, no Peru. Sua vida segue uma certa rotina até o momento em que um envelope azul é encontrado na porta de sua casa, exigindo uma quantia de dinheiro para proteção do negociante. A partir desse momento, o leitor começa a formar o quadro geral da vida de Felícito: sua espoa Gertrudes e seus dois filhos Miguel e Tiburcio, Mabel, sua amante com um histórico promíscuo e as figuras/caricaturas da lei, o sargento Lituma e o capitão Silva.

"- Eu não disse isso - interrompeu o sargento, com moderação. - Só disse que nesta vida tudo tem o seu preço. E o preço do progresso é esse". (p. 13)

Na segunda história, Ismael Carrera casa-se com sua empregada doméstica Armida, que é 40 anos mais nova do que ele, o que irrita profundamente seus filhos interesseiros, os gêmeos Miki e Escovinha. Ismael conta com a ajuda de Rigoberto, seu empregado e amigo de 62 anos, a sua esposa Lucrecia e o filho do casal Fonchito.
As duas histórias discutem problemas da sociedade como traições, ganância, egocentrismo e impunidade mas também trazem um toque sobrenatural, seja através dos "pressentimentos" de uma determinada personagem ou as visões de outro.
Uma ótima trama que discute o comportamento humano, com um enredo conciso e coeso.Em relação à revisão, diagramação e layout a editora realizou um ótimo trabalho.

"- Não é pelo dinheiro, Adelaida - disse ele, com firmeza. - Um homem não pode se deixar pisar por ninguém nesta vida. A questão é essa, comadre". (p. 21)
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Ellen Macedo 02/04/2014

Um legítimo Vargas Llosa
Muito bom rever Fonchito, Dom Rigoberto e Dona Lucrecia novamente!
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Rodrigo Scarabelli 06/06/2014

O livro nos conduz por duas histórias paralelas e praticamente sem conexão entre as personagens dos dois enredos, senão por um frágil laço consanguíneo entre dois coadjuvantes que as levarão a uma integração fugaz em certo ponto da narrativa. Ambos os protagonistas de cada entroncamento do romance evocam uma distinta coragem e notável valentia ao ousarem desafiar pretensos Golias que se põem a atravancar seus caminhos exigindo submissa renúncia do próprio âmago de sua honradez. Heróis nascidos a partir de pessoas regulares e anônimas, na discrição de suas vidas cotidianas.

Temos uma narrativa bem construída, personagens sólidos, certo suspense e apreensão pelo desenrolar das tramas que funcionam bem, apesar de conter elementos que, se não fossem bem temperados, trariam gosto de folhetim dramático ao paladar, desses tão populares na América do Sul. Não vem o gosto, mas suscita a reminiscência e até nisso a obra é particular.
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LER ETERNO PRAZER 23/07/2014

O Herói Discreto
Em O Herói Discreto acompanhamos duas histórias,muito bem escrita por sinal.
Em uma delas temos Felícito Yanaqué,um homem bem sucedido no auge de seus 60 anos, proprietário de uma empresa de transportes, a Transportes Narihualá, na cidade de Piura no Peru. Sua vida segue tranquila, um belo dia ele encontra, grudada na porta da frente de sua casa,um envelope azul com uma mensagem muito estranha. A mensagem exige um pagamento mensal de uma certa quantia em dinheiro para que ele, sua família e sua empresa sejam protegidos. A partir daí Llosa nos dá o Herói Discreto, Yanaqué um homem firme corajoso que não aceita se curvar diante de tal exigência. Envolto em todo o mistério dessa carta estão seus dois filhos; Miguel e Tibúrcio, sua amante;Mabel e o sargento Lithuma e o capitão Silva. Nessa primeira história as surpresas vão ficar por conta dos dois agentes da lei, que descobrem uma trama envolvendo pessoas de onde nunca se esperava.
Na segunda história temos o Sr Ismael Carrera um de uma idade já bem avançada,dono de uma empresa de seguros bem sucedida que fez dele um homem rico.Desiludido com seus dois filhos,(que não vêem a hora do pai morrer para colocarem as mãos na herança)Ismael toma uma decisão que irá surpreender a todos.Primeiro resolve se casar com Arminda sua empregada doméstica,que é bem mais jovem que ele. Casam-se em segredo com apenas os testemunhos de Rigoberto,seu gerente e amigo e de seu fiel motorista. Concluído o casório, Ismael parte para a lua de mel,deixando seus dois filhos revoltados e querendo interditá-lo alegando que o velho esta "GAGA" e não sabe o que sta fazendo. Ao retornar, mais uma surpresa, ele declara para seu gerente e amigo Rigoberto que fechou um grande negócio enquanto viajava; vendeu a empresa. Dando inicio uma luta judicial provocada pelo seus dois filhos Miki e Escovinha.
Nessas dua histórias tão bem elaborada e descrita por Llosa, vemos como pano de fundo, questões comum da nossa sociedade, tais como: ganancia, traição, egocentrismo, impunidade, mas também, em contra partida também estão presentes o amor,a amizade e e uma perseverança de vencer suas dificuldades.
Uma história ótima de autor maravilhoso. Um texto rico, com mensagens nas entrelinhas, que um leitor atento não irá deixar passar.
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Breno Vince 19/08/2014

Para leitores mais acostumados
Com duas tramas bastante envolventes com personagens bastante carismáticos, o Herói Discreto é uma excelente opção para leitores mais acostumados com leituras mais densas e, em minha opinião, em especial para aqueles que estão em uma transição de uma leitura de iniciação para uma mais avançada. Ao meu ver, não é o que mais recomendaria para uma primeira leitura (por melhor que seja, prefiro recomendar histórias mais leves e que requerem menos do leitor, para criar costume de ler) para os mais iniciantes (embora não seja impossível, pois a trama é muito boa), mas recomendo fortemente para os que querem iniciar suas leituras com escritores melhor gabaritados no mundo literário. Ao ler O Herói discreto, você, leitor como eu, terá o privilégio de, ao mesmo tempo, ler uma história que se desenvolve incrivelmente em diversos aspectos de relativa fácil leitura e um livro de um Autor Premiado, Mario Vargas L.
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Valério 10/02/2015

As faces de Llosa
Mario Vargas Llosa escreve livros que me provocaram sensações parecidas a um soco no estômago. Assim são os livros "Travessuras da menina má", "Elogio da Madrasta" e "Os cadernos de Don Rigoberto". Escreveu também uma obra primorosa, cruel, verdadeira: "Batismo de fogo". Estas são as grandes obras primas de Llosa. Há também uma comédia: "Panteleão e as visitadoras". Após ler todos este livros, comecei a ler "O herói discreto". Ao ver que haveria um personagem que já foi protagonista no livro "Lituma nos Andes", tratei logo de ler este também.
Os dois são uma nova faceta de Llosa: O suspense policial.
E, se Lituma não foi muito bem em "Lituma nos Andes", acertou mais a mão neste livro. Resgatou outros personagens (Dom Rigoberto, Lucrécia e Fonchito), conseguiu dar mistério no ponto certo.
Lemos o livro tentando adivinhar o que houve e o que vai acontecer. A história gira com núcleos independentes, no começo: O núcleo de Don Rigoberto e seu chefe, Ismael. E o núclelo de Felícito Yanaqué, empresário do setor de ônibus.
Até que as histórias se encontram.
Dica: Leia "Elogio da madrasta" e "Os cadernos de Don Rigoberto" antes de ler este livro. Garanto que fará muito mais sentido.
Mas não leia "Lituma nos Andes". Não fará falta nenhuma.
Por fim, ainda que "O herói discreto" seja melhor suspense policial que "Lituma nos Andes".
Mas quer um conselho: Vá nas obras primas citadas no começo. Não há arrependimentos.
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Hélio 20/03/2024

Uma jornada bonita, uma chegada sonolenta.
Eu comecei a ler "O herói discreto" há uns 10 anos. Parei depois de 3 capítulos, e desde então o livro ficou na minha estante, pedindo pra ser reaberto. Mas férias desse ano retomei a leitura, decidido a terminá-la. Acompanhar os dois núcleos sirenes diferentes foi bem empolgante porque ambas as tramas contam com mistérios e com personagens que nos cativam, como Don Rigoberto e o sargento Lituma. Os acontecimentos e as possibilidades de elucidação dos mistérios foram me empolgando e me deixando ávido pelo desfecho e pelo entrelaçamento das duas histórias.

Em especial, o personagem do Edilberto Torres, e seu charme e elegância misteriosa. Esse foi o personagem que eu melhor conseguir imaginar a voz e o jeito de falar. Acontece que seu papel na trama aacabou não sendo nada do que eu esperava, e ao final do livro, apesar da gargalhada que eu dei, ficou um gosto de: cadê os tiros, porradas e bombas que eu estava esperando???

Um outro ponto que não gostei tanto foi o Felicito Yanaqué. É um personagem que ao meu ver é raso. Tudo que ele passou com o pai e os sacrifícios que o pai fez por ele foram insuficientes para criar nele a fagulha de um pai verdadeiramente amoroso. Apesar de sua retidão de caráter, foi incapaz de superar alguns traumas pelos quais passou.

Finalizando,é um livro que vale a pena ser lido. A escrita de Vargas Llosa é primorosa, uma aula de criação de narrativas. Temos muitos personagens cativantes e um cenário vivo e pulsante.
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Kamila 21/12/2015

O Heroi Discreto conta a história de don Felícito Yanaqué, um pequeno empresário que vive em Piura, uma cidadezinha no norte do Peru. Ele é proprietário da "Empresa de Transportes Narihualá" da qual se orgulhava, pois havia lutado muito para erguê-la.

Enquanto isso, em Lima, vivem don Rigoberto, seu filho Fonchito e sua segunda esposa, Lucrecia. Don Rigoberto era amigo de Ismael Carrera, proprietário de uma companhia de seguros, aproveitando-se de sua terceira idade – oitenta anos recém completados – para casar-se com sua empregada doméstica. Mas Ismael não contava com a reprovação de seus filhos.

Um certo dia, Felícito foi para seu escritório, como sempre fazia e chegando lá, viu que tinha recebido uma carta. Uma carta com tom de ameaça. Pediam suborno. Se Felícito pagassem o que pediam, não lhe aconteceria nada, nem a ele, nem a empresa. Ao receber a carta, Felícito temeu pela vida de sua mulher, seus filhos e sua amante, Mabel. Felícito recorre ao sargento Lituma, que, apesar dos recursos escassos e a preguiça inicial, resolve ajudar a descobrir o autor das ameaças, que ficou conhecido como “aranhinha”, porque sua assinatura era o desenho de uma aranha.

Aí, Felícito evoca a memória do pai, Aliño, um homem pobre que, sozinho, criou Felícito, já que foi abandonado pela mãe ainda bebê. E a memória do pai veio em uma frase: Nunca se deixe pisar por ninguém, filho. Esta é a única herança que posso lhe deixar. A frase do começo do post e que é citada por diversas vezes.

As histórias se entrelaçam quando don Felícito descobre que sua esposa tem uma parente em Lima. Até então, Gertrudis, a esposa, era um ser submisso, quase que inexistente.
Eu recomendo a leitura por vários motivos: é de um dos meus autores favoritos, claro. Não é só por isso, a trama está bem entrelaçada, tem mistério, suspense e um criminoso que vocês nem imaginam – nem eu, rs. A história foi bem escrita, todos os pontos se unem perfeitamente, os personagens, mesmo saídos de outros livros, se encaixam aqui e se o autor não fala – e você não leu – você não saberia que don Rigoberto, Lucrecia e Fonchito são protagonistas de “Elogio à Madrasta” e o sargento Lituma é o protagonista de “Lituma nos Andes”.

Nesse livro não tem relatos biográficos do autor, mas Piúra continua viva, como em todas as histórias do autor. É o Peru, que proporciona ambientes incríveis para as histórias de Vargas Llosa.


site: http://resenhaeoutrascoisas.blogspot.com.br/2015/02/resenha-o-heroi-discreto.html
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Silmara F. 30/12/2015

A aranha, o casamento e as aparições
“Os seres humanos, cada pessoa, são abismos cheios de sombras” – página 156

O Herói Discreto, primeiro livro que li do escritor peruano Mario Vargas Llosa, conta duas histórias a princípio distintas: a primeira narra a vida de Felícito Yanaqué, dono da Transportadora Narihualá, em Piura. Logo na primeira página do livro, a personagem recebe uma carta anônima enviada pelos mafiosos da cidade que transparecia a seguinte mensagem: pague uma quantia para a gente e deixaremos sua empresa e sua família intactas. Entretanto Felícito é um homem que recebeu como herança do pai um único conselho: nunca se curvar a nada, nunca se deixar ser humilhado, e sendo assim torna-se o primeiro empresário que desafia os chantagistas. Essa escolha muda sua vida de ponta cabeça e o senhor Yanaqué se vê em uma história digna de cinema – recheada de traições, sequestro, mentiras, reviravoltas e surpresas.

O segundo enredo relata a escolha de Ismael Carrera – dono de uma empresa de seguros – em se casar com a empregada de sua casa, Armida, e essa decisão desperta a raiva de seus filhos gêmeos inconsequentes que não medem esforços para acabar com a felicidade do pai e ficar com a enorme fortuna. Foi com agradável surpresa que percebi que essa história é contada, na realidade, pelo ponto de vista do amigo de Ismael, don Rigoberto, que se vê no meio dessa confusão quando aceita ser testemunha do casamente de Ismael com Armida.

Há uma trama subsequente nesta segunda história que merece ser comentada: o filho de don Rigoberto, Fonchito. Fonchito é uma criança muito inteligente e sagaz, que de repente começa a revelar sobre as aparições de um homem, cujo conversa sobre muitos aspectos, mas principalmente religiosos. Ninguém parece saber da existência do indivíduo e os aparecimentos ocorrem em vários lugares. O que intriga os pais de Fonchito é que este homem parece saber de todos os pensamentos do filho, além de falar coisas incomuns para um desconhecido. Seria uma assombração? O diabo ou um anjo? Um homem qualquer ou uma invenção de criança? Eu fiquei muito interessada nesse mistério inusitado, pois me surpreendeu algo do tipo neste livro – já que não há menção de tal trama na sinopse. É maravilhoso ver as inquisições e indagar se tudo é verdade, mentira ou loucura. Para mim, umas das partes mais aguardadas no livro.

A narrativa do Llosa é o quesito que mais me agradou no livro. Muito bem construído, fiquei maravilhada com a habilidade do autor de passar do presente para o passado na mesma conversa, e intercalar esses dois tempos muito bem, fazendo-nos saber exatamente o que está acontecendo. Os capítulos possuem em média 17 páginas – longos, mas não entediantes – e são sempre a intercalação das histórias.

Os personagens são muito bem construídos, com suas qualidades e defeitos. Vamos aprendendo sobre cada um com o tempo e seus motivos para a realização das respectivas atitudes. Também encontramos muitas referências a cantores, artistas, obras de arte e de literatura.

Quanto ao livro físico, minha edição é a 1ª da editora Alfaguara. Tradução de Paulina Wacht e Ari Roitman. Gostei muito, não deixou a desejar. A capa é linda, por mais que eu preferiria sem o efeito de desfoque.

Concluindo, foi um livro que demorei a ler, pois não é algo infanto-juvenil, mas que me encantou demasiadamente por conta de sua narrativa bem elaborada e sua história que em determinados momentos sabe tirar o fôlego. Dou 5 estrelas por isso, apesar de não ter outro livro do mesmo autor para fazer uma comparação de qualidade.
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ElisaCazorla 30/05/2016

Sério mesmo????
Este foi minha primeira obra deste autor. Há tempos que ele está na minha lista e que sei que preciso ler para conhecer um autor tão importante.
Foi uma grande decepção! O livro é ótimo até o desfecho. O final é tão grotesco (quase uma falta de respeito com o leitor!) que desmereceu toda a obra. Não posso desistir do autor porque sei que ele é muito importante e aclamado. Depois que conseguir engolir esse livro, tentarei ler um outro.
Se esta é sua primeira vez lendo Vargas Llosa, pare! Substitua o livro. Como primeira impressão do autor este é uma péssima escolha.
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