spoiler visualizarSvartzorn 22/10/2014
Um verdadeiro arroubo para os admiradores da estética haja vista a fina construção do livro e da primorosa tradução. As notas de rodapé são extensas, o que chega, entendo eu, até a mudar um tanto o foco, o modo como o livro deve ser visto. Há um certo excesso de informação que torna o escrito algo a ser apreciado por poucos.
É um livro fragmentário e que deve ser lido com alguma parcimônia para não se perder. É possível entrever algumas críticas à sociedade, ao clero e aos artistas de modo geral, bem como é explorada a relação entre artista e criação. Os atormentados nesse setor possivelmente poderão tirar, com alguma paciência, lições valiosas para fazerem suas próprias construções.
O anticlímax da obra, como o próprio autor-editor menciona, é um elemento de originalidade que é posto em xeque em face do planejamento, por Hoffmann, de um terceiro volume que ficou inédito.
Não é nenhuma bomba que mexa com a pessoa até a alma. Há certo pedantismo romântico. Não releria, mas continuo achando o conceito do livro interessante... conceito esse, aliás, que deve ser analisado levando em conta, também, o resto da literatura fantástica de Hoffmann e mesmo de outros autores a que são feitas referências.