Poly 07/11/2013Assim que li a sinopse do livro me empolguei e achei que seria um ótimo thriller policial, com investigações estilo livros do Dan Brown, mas me decepcionei profundamente.
O livro não se assemelha em nada com os títulos do Dan Brown. A narrativa, apesar de ser tão bem detalhada quanto a do Dan, não tem a mesma emoção.
Logo no início já sabemos quem é o assassino e depois de muitas voltas, chegamos ao final do livro apenas para confirmar quem foi mesmo que matou e saber os motivos do crime e entender as ligações.
"- Regra número um do Vaticano: não faça perguntas demais."
P. 32
Gabriel Allon, abandona a vida de agente e passa a se dedicar exclusivamente à restauração de obras de arte. Ele é contratado pelo Vaticano para restaurar uma obra de Caravaggio e logo no início do seu trabalho, acontece um crime dentro da Basílica de São Pedro.
Claudia Andreatti, uma curadora de antiguidades do Vaticano é encontrada morta dentro da Basílica. A primeira hipótese é de suicídio, mas o monsenhor Luigi Donati não acredita nessa hipótese e pede, juntamente com Sua Santidade, o Papa Paulo VII, para que Gabriel investigue o caso, enquanto a Guarda Suíça e o Vaticano divulgam para a imprensa a versão de suicídio.
"- Mulheres mortas são como cofres de banco… – respondeu ele, com uma sinceridade surpreendente – quase sempre contêm segredos desagradáveis."
P. 89
Gabriel descobre que Claudia, antes de morrer tinha investigado por seis meses a corrupção e o comércio ilegal de peças antigas. A partir daí ele começa suas investigações e descobre um grande esquema internacional.
Eu achava que a história se passava toda no Vaticano e em Roma, mas não, a história se passa em diversos lugares, como Viena e Jerusalém, e até mesmo a Dinamarca é palco de alguns acontecimentos.
"Gabriel consultou mais uma vez o relógio e, precisamente às seis horas, tocou a campainha da galeria. Ele esperava escutar um som suave, mas o que ouviu foi uma explosão. Viu um clarão ofuscante de luz branca e o adolescente romano sem membros voando em sua direção através de uma parede de fogo, e juntos eles caíram na escuridão."
P. 132
A narrativa é toda em terceira pessoa e não há tantos diálogos quanto eu gostaria. Acho que por isso, apesar do livro ter apenas 272 páginas, a leitura é um pouco mais demorada e sem a fluidez que eu gosto.
É o primeiro livro do Daniel Silva, quer acreditem, apesar do nome não é um autor nacional. Daniel Silva é filho de açorianos (daí o sobrenome em português), nasceu em Michigan e foi criado na Califórnia. Esse é o 12º livro com o personagem de Gabriel Allon, então não posso falar muito sobre o personagem, porque acredito que ao longo desses 12 livros ele foi crescendo e amadurecendo até chegar ao ponto em que está e seria injusto eu avaliar isso tudo com contato em apenas um livro.
"No entanto, um fato comprometia o contentamento do Escritório: Sua Santidade, o papa Paulo VII, estaria no Aeroporto Ben Gurion em menos de uma semana. Dada a turbulência geral na região, Navot considerava sensato um adiamento da viagem, uma opinião compartilhada pelo primeiro ministro e pelo restante de seu rebelde gabinete. Mas quem diria ao papapara não ir à Terra Santa? Eles só tinham um candidato. Um anjo caído. Um pecador na cidade dos santos."
P. 193
Gostei de viajar pelos lugares e imaginar as cenas narradas, mas a investigação e o crime em si eu não fiquei tão curiosa e interessada em resolver.
Achei que seria algo escandaloso e que me deixaria de queixo caído, mas não foi tão impactante assim.
Só no final, com o possível ataque e a explosão da bomba que eu fiquei mais apreensiva, mas até chegar lá eu confesso que “penei” um pouco para ler. Não foi um livro que me conquistou e me fez esquecer do resto da vida enquanto eu lia, por isso a avaliação mediana.
Gostei bastante da capa e da organização interna dos capítulos. Tem mapas nas primeiras páginas mostrando o Vaticano e a Cidade Antiga de Jerusalém é muito bacana para quem gosta de história e de geografia para conhecer e se situar melhor durante a leitura.