A desumanização

A desumanização Valter Hugo Mãe




Resenhas - A desumanização


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Cláudia Matta 24/10/2014

Uma indicação de leitura
O primeiro livro que li de Valter Hugo Mãe foi "A fábrica de fazer espanhóis" e gostei muito. Agora, este livro é de difícil leitura. O primeiro traz muitas assuntos para reflexão, este não me despertou tanto assim a não ser sobre a questão da morte.

Este livro mostra o sofrimento de uma menina que perde sua irmã gêmea. Mostra este lado cruel da morte: a falta da pessoa querida e a imaginação de como seria a vida se ela ainda estivesse viva. O autor leva você a refletir sobre a questão da vida e da morte e de suas implicações.

Desumanidade significa crueldade ou desprovido de humanidade segundo o dicionário.

Valter Hugo Mãe nasceu em Angola, em 1971. Ele venceu o Prêmio Literário "José Saramago", em 2007. Uma das frases mais interessante que ele cita neste livro é sobre o perdão. Ele diz "Quem não sabe perdoar, só sabe coisas pequenas".
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Livrogram 29/09/2014

=)
Vamos falar de livros? Lava, gelo, vulcões, vento. Valter Hugo Mãe escolhe a Islândia como local de seu último e fascinante romance, A Desumanização. A Islândia do autor é gélida, misteriosa e intempestiva. Assim como a protagonista de doze anos, Halldora, o leitor precisa cavar o gelo em busca do afeto e da ternura dos corpos. Afundada em tristeza e confusão após a morte de sua irmã gêmea, a pequena Halldora se vê obrigada a amadurecer e enfrentar sensações e pensamentos desconhecidos até então. Do ódio direcionado à mãe à observação do temperamento suave do pai, Halldora passa a atribuir novos sentidos para tudo que a rodeia. No embate de si mesma com seu corpo em luto e com a natureza da aldeia que habita, Halldora descobre o sexo, o amor e aquilo que passa a diferenciá-la de sua irmã morta. Este é um livro brutalmente delicado. Valter Hugo Mãe mais uma vez nos surpreende com sua escrita apaixonante, viva, repleta de imagens e belezas que só as palavras escolhidas por ele são capazes de construir e revelar. No vídeo de hoje do Livrogram no canal do Youtube você encontra mais um pouco deste livro tão especial. Além de um trecho lido com carinho por mim!

site: https://www.youtube.com/user/livrogram2014
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rafaelladm 16/09/2014

Valter Hugo Mãe nunca é demais.
Acabei de terminar o livro, agorinha mesmo. Ainda estou naquele silêncio apertado que segue a leitura de VHM. Comecei a ler esse com altíssimas expectativas, após ler O apocalipse dos trabalhadores e o meu favorito, O filho de mil homens. Não sei se por isso acabei me decepcionando um pouco no começo do livro. Achei que dessa vez as metáforas estavam demais, não dava tempo de formar a imagem antes de vir outra, e outra, e outra. Os jogos de palavras, a poesia em tantas frases era cativante em alguns trechos e em outros bastante enfadonho. Só depois de mais do meio do livro é que comecei a engatar na leitura e ficar mais esperançosa sobre o futuro da protagonista Halla, já que até ali estava tão "desumanizada" que achava que devia ir até a Islândia e jogar o livro na boca de deus, rs.
Não me arrependi de ter lido esse livro, nunca. Terminei como sempre com muitas questões para pensar. Não quero crer que caminhamos para uma desumanização.
Apesar de não ter amado tanto quanto os outros recomendo muito a leitura, afinal são 160 páginas e é muito bonito e terrível.
Silvia 07/11/2014minha estante
Não li este livro, mas acredito que estamos á caminha da desumanização!




DIRCE 03/08/2014

Tentei, mas...
A resenha apaixonada da Paulinha, o histórico de leitura do Arsenio e a resenha da Nanci (leitores que muito respeito), estabeleceram uma espécie de ponte entre o regular e o ótimo, de forma que iniciei a leitura sem muitas expectativas, mas, ainda assim,o livro ficou aquém do, por mim, esperado. Tentei. Tentei ,verdadeiramente, me deixar em envolver pela temática, pelo cenário, pela escrita, queria sentir um elevo semelhante ao que senti quando li O Filho de Mil Homens (um livro que exala calor humano), entretanto, fui fadada ao fracasso.
Fracasso que não pode ser atribuído a atmosfera que subleva da gélida Islândia, tampouco a temática a solidão advinda de corações petrificados, desumana, portanto - e, sim, à monotonia que nasce da escrita do Valter Hugo Mãe, um escritor que me seduziu sobremaneira nas minha leituras anteriores (O Filho de Mil Homens e A Máquina de fazer Espanhóis) a ponto de me fazer colocá-lo no rol dos meus escritores favorito, mas que,lamentavelmente, foi o responsável por eu ter feito uma leitura extremamente cansativa.
Cansaço me deixa preguiçosa, portanto,farei apenas um apanhado da minha leitura.
Referi-me a corações petrificados, e o mais notório é o da mãe das duas meninas: Sigridur- a morta, e Halla - a menos morta e narradora do drama, do seu drama. À Halla não é permitido sepultar Sigridur, haja vista que seus pais, cada um à sua maneira, espelham a tristeza que os consomem. A perda parece ser a protagonista do romance, pois ela se apresenta quase que absoluta: perda de entes queridos, perda da inocência, perda da infância.
Fatos que também pesaram no meu Não envolvimento com o livro foram a simbologia empregada por VHM e sua tentativa de capturar a alma feminina e que me trouxeram à lembrança Mia Couto e, este, sabe como ninguém retratar o universo feminino- de forma sensível e lindamente.
No final deste meu comentário fui assaltada por uma dúvida: será que fui acometida pela desumanização? Espero que não. Quero cultivar meu lado humano, e inicio este meu cultivo optando por não avaliar esta obra, mesmo porque, sei que VHM me reserva novos encantamentos em futuras leituras.
Cláudia Matta 24/10/2014minha estante
Olá Dirce,
Gostei muito da sua resenha, pois foi assim que me senti o livro dele.
Um abraço,
Cláudia


DIRCE 25/10/2014minha estante
Obrigada pelo comentário, Cláudia.


Mariana Santiago 13/03/2015minha estante
Senti-me da mesma maneira.
Ao ler, relembrava o quanto havia gostado de O filho de mil homens, e buscava encontrar resquícios do que me arrebatou - sem sucesso! Li umas 40 páginas e fui vencida pela frustração.


Flávia 30/03/2016minha estante
Que curioso, tivemos experiencias idênticas com a leitura de VHM, porém com os livros opostos. Me pego imaginando se teria feito alguma diferença se tivesse lido na ordem inversa. Acho que não...sei. rs


Vitor.Varella 02/01/2017minha estante
Acho que a virtude de Valter Hugo Mãe é justamente a ruptura total que acontece entre um livro e outro. A desumanização é bem melancólico e frio, o que me agradou bastante. A boa notícia é que se você não gostou desse livro, provavelmente vai gostar do livro seguinte dele - não precisa excluí-lo do rol dos seus escritores favoritos.


Cristiane 07/03/2017minha estante
Você disse tudo, esse livro me deixou cansada, me deixou apática, esperava mais dele. Mas continuo fã do autor.


Sheila Pires 22/02/2019minha estante
Olá Dirce, obrigada por nos presentear com a sua resenha. Me sinto em momentos assim e me pergunto se há tempos não leio um livro mais denso, ou realmente está se arrastando. Talvez seja essa a intenção dado o tema, a intenção seja perturbar. Não é um livro pra se sentir acolhido.


skuser02844 09/05/2019minha estante
Menina, adorei a forma que você escreve, comecei o livro hoje e diferente do que se esperaria, sua resenha me animou, justamente por ter falado ser esse bem diferente de O filho de Mil Homens, que foi um livro que não consegui terminar


Maria.Jose.Brollo 27/05/2019minha estante
Exatamente o que senti. "O filho de mil homens" li de um fôlego só. "A desumanização" li até o final, buscando as mesmas sensações do outro. Não obtive. De qualquer forma é um enredo bastante forte e onírico, à forma de Valter Hugogo Mãe


Day Malze 18/02/2020minha estante
Nossa, você descreveu EXATAMENTE o que senti. Incrível.




Paty 23/07/2014

Um enredo ensanguentado que nos faz pensar a solidão, que o autor acredita ser de todos nós.
Será você capaz de estar sozinho para ler este livro?
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Paula 28/10/2013

Para não perder a ternura
Desde que eu li O Filho de Mil Homens que me encantei pela escrita do Valter Hugo Mãe. Poético, intenso, imensamente humano. Cada livro é uma aventura poética, que provoca em nós a reflexão sobre temas importantes da vida.

Tive a sorte de conhecer a escrita de Valter Hugo Mãe lendo O Filho de Mil Homens, que é meu grande favorito. Depois dele nenhum outro livro chegou tão perto do meu coração. Por tudo isso, a expectativa em relação ao novo romance, A Desumanização, que acaba de ser lançado em Portugal (com previsão de lançamento aqui no Brasil para o início de 2014) era das maiores. E o livro não me decepcionou. Continuou sendo essa leitura que instiga e que é por si só uma aventura.

Mas A Desumanização não é um livro fácil, que possibilite aquela leitura corriqueira e despretensiosa. Estava tão ansiosa para ler o livro que ele foi devorado tão logo chegou às minhas mãos. E apesar de ter gostado muito da leitura, terminei de ler com a sensação de quero mais, de quero outra vez, porque eu fui rápida demais. Então comecei a ler novamente. Sem pressa. Apreciando a linguagem como esse livro deve ser lido. E senti a necessidade de reescrever esse comentário aqui.

A linguagem poética de Valter Hugo Mãe parece emergir dessa Islândia onde a natureza é tão forte, onde a solidão é tão grande. Sim, o livro fala de solidão, mas não só sobre isso. Fala de amor, de perdas, de luto, de relações familiares, e muitas outras coisas. E contando a história de uma menina que perde a sua irmã gêmea quando criança, nessa Islândia que passamos a imaginar pelas descrições como um lugar talvez difícil de se viver (uma representação do mundo de hoje?), onde as pessoas vão perdendo a sensibilidade para conseguir continuar vivendo diante de ações e sentimentos cada vez mais desumanos. A decadência da família de Halla é contada e todo o sofrimento que a perda de sua irmã gêmea vai acarretar na vida das personagens é o fio condutor da história. Temos uma criança perdendo sua inocência e lutando para manter sua individualidade, e é bem chocante a figura materna nessa história, que não se conforma com a dor de perder uma filha, e que acaba por se tornar uma pessoa muito cruel pelo sofrimento. A filha que sobrevive será sempre a lembrança da que morreu. A solidão na dor e na ausência, por parte da mãe, e a solidão imensa da filha que fica "órfã" de mãe em vida e que perde sua metade, sua irmã.

Um homem não é independente a menos que tenha a coragem de estar sozinho, essa frase de Halldór Laxness, é a epígrafe do livro e a inspiração para o nome da personagem principal, Halldora, uma menina de 11 anos. É muito interessante ver a capacidade do autor de dar voz a essa personagem, narrando os sentimentos dessa menina, que ao longo do livro vai se tornando mulher, enfrentando todas as mudanças e descobertas que uma menina entrando na adolescência vai vivenciar.

Em A Desumanização, a figura paterna ganha força na história como ponto de equilíbrio diante da crueldade da figura materna. É o pai de Halla que traz a poesia e a literatura para a vida da filha e com isso ambos ganham uma dose extra de força para sobreviver aos desencantos:

"Os poemas, dizia o meu pai, podem ser completos como muito do tempo e do espaço. Podem ser verdadeiramente lugares dentro dos quais passamos a viver".

"O meu pai desentristeceu-me. Prometeu que leríamos um livro. Os livros eram ladrões. Roubavam-nos do que nos acontecia. Mas também eram generosos. Ofereciam-nos o que não nos acontecia".

Continuo achando que Valter Hugo Mãe é um dos escritores contemporâneos que devem ser lidos, porque em todos os livros dele terminamos a leitura refletindo sobre algo relevante. É sempre difícil terminar de ler um livro dele e dizer alguma coisa a respeito, pelo menos é assim que eu me sinto. É como se precisássemos de silêncio para que toda essa realidade dolorosa dos temas que ele aborda possa ser absorvida. E se essa não é a literatura que transforma, então eu não sei mais o que é. Creio que foi em O Filho de Mil Homens que o autor nos deu uma pequena permissão para sonhar, pois nos outros livros, e em A Desumanização não é diferente, por mais doloroso que nos seja, (por mais doloroso que seja para o autor também, como ele mesmo afirmou em entrevistas) a vida não perdoa os personagens. E nem todo leitor está preparado para esse tipo de leitura. Eu já espero ansiosamente pelo próximo livro do Valter Hugo Mãe.

Valter Hugo Mãe. A Desumanização. Portugal: Porto Editora, 2013. 252 páginas

O inferno não são os outros, pequena Halla. Eles são o paraíso, porque um homem sozinho é apenas um animal. A humanidade começa nos que te rodeiam, e não exatamente em ti. Ser-se pessoa implica a tua mãe, as nossas pessoas, um desconhecido ou a sua expectativa. Sem ninguém no presente nem no futuro, o indivíduo pensa tão sem razão quanto pensam os peixes. Dura pelo engenho que tiver e perece como um atributo indiferenciado do planeta. Perece como uma coisa qualquer. ...Aprender a solidão não é senão capacitarmo-nos do que representamos entre todos.


site: http://pipanaosabevoar.blogspot.com.br/2013/09/para-nao-perder-ternura.html
Mariana 02/11/2013minha estante
Parabéns pela linda resenha, que só nos faz ter mais vontade de ler a obra!


Paula 03/11/2013minha estante
Obrigada, Mariana! Fico feliz que tenha ficado com vontade de ler o livro, porque o Valter Hugo Mãe é um escritor que merece mesmo ser lido!
beijo,
Paula


Dalva Sales 16/02/2014minha estante
Gostei muito de suas observações. Também percebo o silêncio corrosivo depois da leitura de Mãe. O livro é deslumbrante, mas é para os que aguentam calmaria, angústias... Para quem aguenta as melancolias do homem. Este livro, em especial, senti movimentos de absorção e catarse no fim. Muito bom livro, muito boa resenha!


Paula 17/02/2014minha estante
Obrigada, Dalva! :)
beijo!


DIRCE 02/08/2014minha estante
Paulinha, amei sua resenha, mas não posso dizer o mesmo em relação ao livro. Eu a invejo pelo que conseguiu "saborear".
bjs




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