spoiler visualizarFunkTheReader 17/06/2022
Spider
A coisa mais interessante do livro, sem dúvida alguma, é a capacidade que o autor tem de construir a personagem principal na mente do leitor sem precisar explicitar fatos para essa construção. É uma leitura que vale a pena.
O livro começa com o Spider já adulto, morando em uma pensão, aparentemente para loucos, revivendo momentos de seus 13 anos ao escrever um diário. A trama inicialmente é simples, o pai do jovem, Horace, começa a sair com uma mulher, Hilda, o que gera um problema dentro do casamento, a trama evolui e as consequências dessa união culmina na "morte" da mãe pelas mãos do próprio pai.
Nesse momento duas coisas me chamaram muita atenção, a primeira é que apesar do Spider dizer que é muito chegado em sua mãe em nenhum momento vi ele citar o nome dela, o segundo é ele não especificar como foi a sua morte e ao que tudo indica, ele sequer presenciou a cena, tudo não passa de uma construção mental 20 anos após o ocorrido do que ele imagina ter se passado.
Pouco tempo após o episódio da mãe o jovem Spider é enviado para um hospício onde vai ficar pelos próximos 20 anos, nesse momento comecei a repensar tudo o que o livro já havia dito, uma vez que, sendo ele louco, cada momento não pode ter sido exatamente como ele retrata.
Em vários pontos a personagem cita gás e vozes que vêm do sotão da pensão em que ele mora, no fim do livro essas duas coisas começam a fazer sentido, o gás é o instrumento que o próprio spider utiliza pra matar sua mãe, que na real é a própria Hilda, ele culpava o próprio pai, mas quem mata a mãe é ele, as vozes no sotão são as da própria cabeça já que no hospício ele é diagnosticado com esquizofrenia.