Stormbringer

Stormbringer Michael Moorcock




Resenhas - Stormbringer


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Marcos 16/07/2021

E então termina - Stormbringer e a saga de Elric
Em 1964, Michael Moorcock pôs no papel a última história de seu subversivo e pioneiro anti-herói, Elric de Melniboné. A revista Amazing Fantasy, lar das histórias do albino até então, estava prestes a ser descontinuada. Fazia sentido, então, que as quatro histórias que culminam com o fim de Elric tossem escritas e publivadas ali. E, com essas quatro histórias, Moorcock solidifica seu nome no panteão dos grandes da fantasia.

Muito pode-se falar sobre Elric, mas não aqui. Stormbringer!, romance que reune as quatro histórias supracitadas (Dead God's Homecoming, Black Sword's Brothers, Sad Giant's Shield e Doomed Lord's Passing), é o fim, a culminação de tudo que Moorcock havia colocado para o personagem em suas novelas anteriores. Elric é, talvez, o primeiro anti-herói da fantasia. Condenado a ser escravo da própria espada para sobreviver sua fraca condição física, as histórias de Elric são histórias de derrotas sucessivas... E isso nunca é tão evidente quanto em Stormbringer!.

O livro é completamente fatalista. Do começo ao fim, é uma descida em espiral e queda livre em direção ao desespero de Elric, onde até mesmo a maior vitória de todas, a derrota final dos Senhores do Caos e a criação de um mundo de Ordem, se dá pela completa e fatal destruição do personagem e de seu núcleo.

Por fim, não se recomenda Stormbringer como ponto de entrada ao mito do albino de Melniboné. A leitura deixa um gosto agridoce na boca, embora flua com uma rapidez, estonteante, prova de que o senso de ritmo épico de Moorcock estava no início de seu auge. Stormbringer é, decerto, uma das melhores obras de fantasia já escritas -- E talvez o melhor final já escrito nesse gênero, com todo o seu peso filosófico e narrativo. Toda a fantasia grimdark -- Seja Dark Souls, seja os livros do Mark Lawrence, sejam aventuras de rpg publicadas no universo de Dungeons & Dragons -- deve à Moorcock a sua concepção.

Em um mundo tomado por séries genéricas de fantasia, é sempre bom lembrar de onde tudo começou: Com um anel amaldiçoado, um guarda-roupas mágico, um feiticeiro e sua sombra e um guerreiro mágico, albino e fatalista.

Leiam Elric de Melniboné e vejam a fantasia medieval no seu auge.
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