A Misteriosa Chama da Rainha Loana

A Misteriosa Chama da Rainha Loana Umberto Eco




Resenhas - A Misteriosa Chama da Rainha Loana


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Lilly 22/02/2015

TEDIOSO
Foi o meu primeiro livro que li do Humberto, e fiquei decepcionada, a ideia do livro é legal, mas ele não soube desenvolver, o personagem Yamboo fica muito tempo em Solara com as lembranças literárias da infância, quando começa a falar da Itália fascista é que melhora um pouco, pois o livro me deixou muito entediada. No começo do livro tinha quase certeza que seria um bom livro, pois consegui rir. Bom espero que O Nome da Rosa, não me decepcione como este.
Rosanateca 10/05/2017minha estante
A ideia do livro é um memorabilia. Uma memória, já que o personagem principal havia perdido a memória recente e precisava de alguma conexão. Além disso, é um passeio pelas memórias do próprio Eco, entre livros, revistas que acabaram por formar o autor que ele se tornou, além de um estudioso de renome. É o encontro de um apaixonado por livros com seus objetos de desejo. Recomendo uma segunda leitura.




Érica 08/02/2014

Sobre o que faz o "ser"
Se se discute religião ou filosofia lembrando que estes são assuntos altamente passíveis de discussões sadias e infinitamente enriquecedoras (não o contrário como afirmam alguns) - em algum momento da vida nos deparamos com as perguntinhas cruciais que questionam sobre o objetivo da vida e da existência do homem, a existência ou não de Deus/deuses e muito mais.

Dentre os questionamentos mais importantes sempre estará aquele com relação a quais elementos constituem o homem/mulher o indivíduo pertencente à espécie humana. O que faz com que sejamos quem somos tanto no campo individual, quanto no coletivo.

Grandes pensadores se debruçaram sobre o tema e continuam fazendo-o.

Umberto Eco, o famoso ficcionista italiano também se dedica ao tema em seu livro A misteriosa chama da Rainha Loana (2004).

Ao longo desta obra toma-se um banho quase literal de cultura italiana das décadas próximas aos anos 40 além de ter-se um panorama da cultura mundial. Ali também se vê a preferência do autor pelo estudo da Semiótica, já que a relação da personagem principal, Yambo, com sua própria estória é rompida em uma espécie de acidente que o deixa desmemoriado mas, sua amnésia resume-se apenas a si mesmo: detalhes como aparência, nome, casamento, filhos, enfim, vida são simplesmente apagados de seu cérebro, enquanto que ele pode citar tudo que não esteja de alguma forma conectado às suas emoções sem dificuldade. Seu ser-racional foi completamente poupado, ao passo que seu ser-emocional foi simplesmente deletado.

Assim, Yambo que nem mesmo sabe o motivo de ter tal apelido um senhor com filhos e netos, de cultura vastíssima (é um vendedor e colecionador de livros raros) empreende uma viagem por sua própria vida vasculhando pedaços de seu passado, livros, revistinhas, músicas, cadernos de escola, comidas em uma verdadeira viagem sensorial tentando reconstruir, em ordem cronológica seu eu perdido, suas lembranças.

E é exatamente aqui que Eco discute o que nos constitui usando uma personagem que alguns enxergam como uma manifestação do próprio ficcionista Yambo parece saber sobre todos os assuntos, é um erudito, como o autor cita de cor trechos de livros famosos assim como os pensamentos dos grandes da humanidade. Fala de história, geografia, filosofia, artes com uma desenvoltura inumana lembrando seu demiurgo que, além de grande conhecedor da filosofia, estuda literatura, linguística e, mais especificamente, a Semiologia (o estudo dos signos culturais e suas múltiplas interpretações) sendo Umberto Eco catedrático da Escola Superior de Ciências Humanas da Universidade de Bolonha.

Talvez o mergulho em tanto saber tenha me dado, como disse várias vezes enquanto lia o livro, a verdadeira dimensão da minha ignorância: tive de fazer algo que não fazia há anos ler o Misteriosa chama com um dicionário do lado. Descobri ou redescobri ali várias palavras como porcina, hipocorístico, hebdomadário, opúsculo e isto mencionando apenas as primeiras quatro que sublinhei e parei para pedir esclarecimentos ao pai dos burros. E, vou dizer a verdade minha solidariedade à tradutora Eliana Aguiar que se esmerou em manter o tom erudito, sem fazê-lo pesar sobre os ombros do leitor, tendo completado uma tarefa hercúlea.

Devo acrescentar Yambo, realmente, nos deleita com sua viagem no tempo: as músicas saltam das páginas do livro elas são mencionadas e, não raras vezes, vêm acompanhadas da letra completa com um desenho da época, em páginas cuidadosamente inseridas, réplicas de jornais ou revistas antigas.

É um livro belíssimo tanto pelo enredo instigante quanto pelas tantas ilustrações que datam das épocas de nascimento e crescimento tanto da personagem quanto do escritor.

A viagem através do tempo foi o que, de fato, me impressionou e me fez desejar, nem que fosse um pouquinho, ser italiana e ter a idade de Yambo para ter o completo entendimento não apenas intelectual daquelas páginas.

Imagino que este entendimento emocional seja algo como o que acontece quando, por exemplo, em uma rodinha de amigos, todos, não importa que ali estejam reunidas duas ou três gerações, cantam juntos uma mesma música que não toca mais no rádio, ou comentam detalhes de um programa que já não é mais televisionado aqueles pontos convergentes da cultura popular são parte da nossa identidade de povo, como Eco, tantas vezes, discutiu em seus trabalhos acadêmicos onde ele argumenta que a arte popular não quer minimizar ou destronar a arte erudita é apenas mais uma manifestação do que é ser humano.

Talvez, este livro seja sua maneira de comprovar de forma prática o que ele tantas vezes discutiu: uma música, um livro, uma página de jornal podem causar impressões tão profundas em alguém quanto um Da Vinci, desde que possuam aquele quê que faça parte da identidade cultural de um povo e por extensão, de cada um dos indivíduos daquela nação.

(publicado no jornal cultural "Conhece-te a ti mesmo")
Bruno Melo 20/10/2014minha estante
"A viagem através do tempo foi o que, de fato, me impressionou e me fez desejar, nem que fosse um pouquinho, ser italiana e ter a idade de Yambo para ter o completo entendimento ? não apenas intelectual ? daquelas páginas."

Foi exatamente o pensamento que me tomou durante a leitura deste livro, se eu fosse um cidadão italiano, com, mais ou menos, a idade de Yambo, certamente seria difícil fazer a leitura sem ser constantemente interrompido por um sentimento quase inebriante de nostalgia. Seria como se, daqui a uns trinta anos, topasse com um livro que quase me afogasse com uma narrativa detalhada de minha infância, adolescência e boa parte da juventude.

Adorei o seu texto o seu texto.
Abraço




San... 23/01/2013

Meu primeiro contato com Umberto Eco foi uma feliz surpresa. O protagonista é italiano, Yambo, e aos sessenta anos sofre um derrame, perdendo a memória. Mormente não haja abalo em sua memória geral, apagaram-se, em sua mente, sua história pessoal e os personagens - grandes e pequenos, que fizeram parte de sua vida. Ele então parte para o dificil resgate de suas lembranças pessoais, retornando à casa de sua infância, onde se depara com um verdadeiro museu em forma de livros, revistas, jornais, discos e lugares. Através dos olhos de um Yambo menino, pude visitar uma Itália situada no periodo compreendido pela segunda grande guerra mundial, dominada pelo facismo. Embora algumas situações se mostrem densas, trágicas, a ótica infantil confere leveza, inocência, doçura à narrativa. Não me atrevo a dizer que compreendo o caminhar de Yambo, de sua infância à adolescência, uma vez que a construção varia, sendo eu mulher, e brasileira e outras muitas diferenças que impedem uma comparação justa, mas ouso afirmar que, guardadas as devidas proporções, há similaridade de sentimentos, de sensações... O inesquecível e platônico primeiro amor, as situações de risco vividas às escondidas, as curiosidades saciadas secretamente, as descobertas nem sempre bem vindas, a religiosidade repressora, as muitas situações perdidas na névoa dos dias, e as belas ilustrações que complementam a narrativa são alguns dos componentes que fazem do livro um passeio especial.
Marta Skoober 24/01/2013minha estante
Oi, San.
O texto do Eco não conseguiu me pegar, do mesmo jeito que O nome da rosa também não. Pelo menos este eu consegui levar até o fim, embora alguns trechos me chamassem a atenção sofri pra terminar.
Talvez um dia eu o retire da prateleira e tente reler, quem sabe...
Gostei da resenha para o DL.




Ana Cristina 29/08/2009

Interessante
O livro de Eco tem uma narrativa leve, interessante. Faz das suas lembranças, as lembranças da personagem principal Yambo.

Houve um momento que achei meio arrastado, quando se prende muito ao momento da 2a Guerra Mundial, mas realmente é um momento muito marcante e tocante na vida das pessoas...

Adorei ver encontrar nas lembranças de Eco, coisas de minha própria memória como A Ilha do Tesouro, por exemplo.

Apesar de ser muito extenso é uma leitura agradável!!!
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melissa 24/07/2010

Li esse livro de um jeito picado e acho que isso prejudicou minha leitura. É um livro cheio de detalhes então interromper a leitura por vários meses te deixa no mínimo meio perdido. Apesar disso, é um livro muito bem escrito com alguns recursos narrativos muito criativos.

Yambo, personagem principal, sofre um acidente e perde a memória. Decidido a desvendar seu passado ele se isola em Solara, a casa de sua infância, imerso em livros antigos e fotografias. Yambo lê tudo mas não encontra nada que lhe possa fazer lembrar de sua vida. No entanto, a imagem de Sibilla, sua assistente no trabalho, não lhe sai da cabeça. Teria ela alguma relação com sua própria história?

O livro é muito bom, só não é ótimo porque algumas passagens da PARTE 2 (quando Yambo se isola em casa revendo documentos de seu passado) é muito descritiva e acaba se tornando cansativa.

www.mundomel.wordpress.com
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lucio marques 18/10/2009

ecos
Seriam ecos da memória do Umberto, que ainda que pertençam a anos idos numa Italia fascista nos ecoam feito sapos numa lagoa em sinfonias interessantes...Um livro memorial, semiótico por excelencia como o seu autor. O melhor do livro é o questionamento do que somos de fato ou o que é informação retida em nossa memória e conversas..o que é muito pertinente hoje á era da comunicação. O personagem perdeu a memória e tenta acha-la em meio a N informações, livros, revistas, etc...Um livro pragmático, essencial, ecos que ecoam muito necessários aos nossos tempos...Aconselho-o!
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FEbbem 20/11/2009

A Misteriosa Chama da Rainha Loana
Sou um fã incontestável de Umberto Eco, seus romances são cheios de magia, e os seus personagens de uma sagacidade que nos permite uma pitada de inveja, por sermos seres tão boçais. Mais isso não quer dizer que as leituras de seus livro sejam mamão com açúcar, ou algo próximo de Marcelo Marmelo Martelo, pelo contrario, são sempre tramas em que se aprende muito, sobre variados temas, isso é fruto da inteligência de Eco, que usa de suas obra para nos transmitir um pouquinho de seus vasto conhecimento.
Há quem diga que este livro é a própria biografia do autor, de forma muito bem disfarçada, no qual ele faz uso de um alter ego de nome Giambattista Bodoni, para relatar como foi “bela” a sua infância.
Em especial “A Misteriosa Chama da Rainha Loana” é um livro cheio de referencias em que faz você se ambientalizar com a Itália da segunda guerra mundial. A historia propriamente relata a vida de Yambo, um culto vendedor de livros raros, que apos sofrer um acidente perde a memória e passa a viver sobre uma nevoa em relação ao seu passado. Capaz de citar os mais diversos poemas, e fazer citações de suas celebres leituras, lembrar Yambo sequer consegue lembrar o seu próprio nome.
Apos seguir a sugestão de sua esposa; Yambo volta à casa de campo de seu avô, inerte sobre a nevoa, lá ele se depara com todo o material (ainda guardado) de sua infância, entre gibis, livros, cadernos escolares e vinis antigos, passa a fazer um mapa do que foi a sua historia.
Devido ao deleite das descobertas, sofre um segundo acidente, com características diferentes do primeiro, induzido ao coma, consegue visualizar toda a sua infância e o período entre guerras, fato relativamente importante em sua personalidade, o que mais tarde explica, a sua atração pessoal pela nevoa.
Neste desenrolar, Yambo consegue se lembrar de tudo e todos, com exceção do rosto de Lilá, seu grande amor. Dessa forma o livro chega em suas linhas finais, cabendo ao leitor a interpretação mais plausível. Se levarmos em consideração as outras obras do autor como “Em nome da Rosa”, “O Pendulo de Focault” e “Baudolino”, esta obra deixa desejar, tendo como principal enredo um flaskback italiano, um prato cheio para europeus. Dentre todos os fatos, o que mais chama atenção pela originalidade, é o dialogo que se sucede a partir da pagina 345, em que um de seus mestres, discorre uma teoria em que Deus seria o maior facista de todos os tempos e ele propriamente é o mal.
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Núbia Esther 23/11/2012

Yambo é um senhor de idade, que após salvar-se de uma grave doença e voltar do coma não se lembra de fatos da sua vida. O ano do “despertar” é 1991 e cada redescoberta de Yambo após voltar do coma é comparada com referências mil de Shakespeare, passando por Doyle até a Rainha do Crime, mostrando que sua memória semântica está em perfeita ordem e dando olé em muitas memórias por aí, já sua memória autobiográfica vai de mal a pior…

“[...] Dizem que os gatos, quando caem da janela e batem o nariz, não sentem mais os cheiros e, como vivem do olfato, não conseguem mais reconhecer as coisas. Eu sou um gato que bateu o nariz. Vejo coisas, entendo com certeza do que se trata, lá embaixo as lojas, aqui uma bicicleta que passa, lá as árvores, mas não… não os sinto em meu corpo, é como se tentasse enfiar o paletó de um outro.”

É tempo de redescoberta. Yambo precisa resgatar fatos e pessoas da sua vida e sua esposa Paola lhe sugere uma temporada na casa de sua infância em Solara, entre os muitos tesouros guardados no sótão da velha casa. E nessa busca pelas memórias, Eco nos convida a um profundo mergulho com seu protagonista, um mergulho repleto de textos, imagens, sons, lembranças… É assim que Yambo nos presenteia com inúmeras citações e referências literárias, algumas com tanta precisão que podem deixar um leitor cheio de manias ressabiado com tantos spoilers (pelo menos dos livros que ele pretende ler). Os períodos históricos que marcaram a vida do protagonista também são relembrados, década de 30, crescimento do regime fascista, Segunda Guerra Mundial… todos pontuados por um comentário sarcástico ali uma releitura de um acontecimento acolá e muitas curiosidades. E aos que nutrem admiração pelas obras icnográficas, o romance, por se tratar de uma obra ilustrada, é um prato cheio de gravuras, capas de revistas, ilustrações e capas de livros antigos, cartazes, embalagens, posteres, HQ’s…

O tesouro de Yambo vai servindo ao seu papel de resgate da memória e com o desvanecimento da névoa, acontecimentos marcantes nos são revelados, amores antigos, amores perdidos, a forma como a Segunda Guerra marcou à ferro e fogo a mente juvenil. Ao longo da narrativa personagem e autor se misturam, é impossível não perceber que tem muito de Eco em Yambo e o lirismo que o autor consegue impingir nas reminiscências de Yambo provavelmente só foi possível por ele mesmo ter vivido muito do que é retratado ali. Ainda tenho Baudolino como meu romance favorito de Eco, mas a leitura desse romance aqui me deixou com mais vontade ainda de conhecer as outras obras desse autor. Já que A Misteriosa Chama da Rainha Loana é considerado por uns o seu pior romance, só posso esperar boas leituras dos próximos na lista de leitura.

[Blablabla Aleatório] - http://feanari.wordpress.com/2012/11/19/a-misteriosa-chama-da-rainha-loana-umberto-eco/
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Ruthlea Nascime 06/09/2010

Vantagens e desvantagens
A princípio eu achei o livro até legalzinho. A leitura meio que seguia seu ritmo próprio. Eu estava me envolvendo com as aventuras e desventuras de Yambo em busca da memória perdida. Eco traçou um panorama preciso da época do fascismo através da música, dos livros, jornais e revistas. É como mergulhar naqueles anos. É um livro bem interessante para quem quer conhecer bem esse período da Itália. Gostei particularmente de conhecer a mentalidade da época sobre os inimigos e a maneira como a propaganda de guerra tentava passar uma imagem falsa sem mentir. E as reflexões que ele faz sobre a memória, sem dúvidas valem a pena ser lidas.

A desvantagem do livro, na minha opinião é que o autor mergulhou realmente MUITO fundo. São tantas informações a respeito do período que a obra em alguns momentos fica um pouco cansativa. Mas quem persevera nesses momentos vê depois que vale a pena.

Mais da minha resenha no blog:

http://bibliolatras.blogspot.com/2010/09/misteriosa-chama-da-rainha-loana.html
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OceaneMontanea 13/05/2010

Encantador!
Nossa! Tô sem fôlego, meu coração disparou com o final desse livro. Na verdade o livro inteiro foi uma descoberta. Umberto Eco foi mestre ao reconstruir as memórias de Yambo, fazendo com que eu entrasse também naquele passado desconhecido. O livro é nostálgico, de uma saudade triste e bela. Extremamente poético, ás vezes denso, ás vezes leve, ás vezes divertido, ás vezes carregado de emoções que se misturam. As minhas se misturaram com a do autor, que se misturaram com a da personagem, até que não se sabia mais o que era meu e o que não era. As ilustrações ajudam a criar esse clima de nostalgia, de infância, de coisas que nunca mais serão as mesmas. Eco é historiador, e como tal me fez dar um passeio pelas memórias de Yambo, e do mundo no fim da segunda guerra, culminando num final tão terno, tão poético e ao mesmo tempo tão sensual que me tirou o fôlego, me encheu os olhos de lágrimas e me deixou com saudade de sentir algo que eu não sei se já senti na vida.
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Elton 17/05/2010

Como se pode perceber, "A misteriosa chama da Rainha Loana" exerce diferentes efeitos sobre seus leitores... Em mim, não passou de uma leitura enfadonha e muito aquém do que Umberto Eco nos mostra nos seus outros romances ("O nome da rosa" é um excelente livro).

Diversos momentos (principalmente quando Yambo encontra-se em Solara) quase me fizeram abandonar este livro, mas persisti e espero que outros leitores possam encontrar neste romance o que pra mim, esteve perdido.
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Paulo 27/09/2010

Eco, Loana, eu e as chamas da vida
Em uma sexta-feira, 29 de Julho de 2005

Hoje pela manhã terminei a leitura do livro “A Misteriosa Chama da Rainha Loana” de Umberto Eco. O livro contra a história de um senhor com 60 anos de idade chamado Giambattista Bodoni, vulgo Yambo, que acorda em uma cama de hospital sem saber quem é. A amnésia de Yambo afeta apenas a memória afetiva mas deixa intacto todo o conhecimento adquirido através dos anos. De repente vê-se com mulher, filhas e netos e proprietário de um antiquário de livros.

Yambo retorna a seus locais de origem na tentativa de recuperar sua memória e passa a reviver cada um dos momentos que lhe tocaram a alma. Emoções, lembranças e história se mesclam nessa aventura sensível, romântica e pacífica. Durante a leitura é impossível não relembrar fatos e emoções que nos tocaram pela vida como também não rememorar as perdas que porventura colecionamos pelo caminho.

Enquanto nosso herói busca pela “chama” perdida, aquela que aquece a alma, que impulsiona o espírito e que desperta o desejo, me vi, através de sua narrativa, de volta aos tempos de escola, aos tempos que morava com meus pais, revendo, rememorando, julgando, satisfazendo-me e por vezes lamentando-me de atitudes vividas e não-vividas. Imaginação e realidade se tocam, se confundem, e talvez por mero acaso, tive a impressão de que eu era o desmemoriado.

“No centro da África com dois amigos, Cino e Franco chegam a um reino misterioso onde uma rainha igualmente misteriosa guarda uma misteriosíssima chama que garante vida longa e mesmo a imortalidade, visto que Loana reina sobre uma tribo selvagem, sempre lindíssima, há dois mil anos” é o que se lê numa revista esquecida sobre a chama que desperta Yambo para a vida, que então passa a contestar sua história: “Vivi todos os anos de minha infância – e talvez até depois – cultivando não uma imagem, mas um som. Esquecida a Loana ‘histórica’, continuei a seguir a aura oral de outras chamas misteriosas. E anos depois, com a memória revirada, reativei o nome de uma chama para definir o brilho de delícias esquecidas”.

Aqueles que são afortunados se comoverão com a história de Yambo e com a sua própria, e passarão compreender (quem sabe?) a si mesmos e aos que o cercam. Esta, meus amigos, é a verdadeira auto-ajuda.

Ler é preciso. Viver é imprescindível.
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Ceduardo 19/09/2010

Cansativo
A ideia do livro é boa, e Humberto põe em demonstração sua grande cultura como conhecedor de literatura. Mas o livro é um pouco longo para tema, ou seja, ele estica execessivamente o enredo. Como li outras obras desse autor, considero essa, até agora, a pior.
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Tiago Nicacio 07/12/2010

Um pouco sobre Umberto Eco
Neste romance, Umberto Eco dá voz às suas lembranças da sua infância na Itália por meio de seu personagem principal, Yambo - esse é o apelido, confesso que nem me lembro o nome real dele.

O livro já começa com Yambo internado, pois ele sofrera uma espécie de amnésia momentânea, tendo esquecido absolutamente tudo sobre sua vida pregressa e a de sua família. Tudo o que consegue lembrar são sensações; você logo percebe a relação especial do personagem com a neblina, que marcou um momento muito especial em sua vida.

Yambo sai do hospital e resolve visitar a antiga casa do pai, numa tentativa de reconstruir sua memória por meio das diversas revistas, Lp's, cadernos e todo tipo de arquivo e lembranças contidos naquela casa onde ele passou boa parte da vida.

Eu li esse livro após "O Nome da Rosa", e confesso que me decepcionou nas primeiras páginas. No entanto, quando Yambo começa a reconstruir sua vida através do papel, como ele mesmo diz, você começa a se envolver com a estória, e a delicadeza das lembranças e as diversas ilustraçõe do livro tornam a leitura das mais de 400 páginas uma prazeroza viagem à Itália do meio do século XX.
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