Água viva

Água viva Clarice Lispector




Resenhas - Água Viva


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Marianna 29/07/2021

romance? livro? ensaio?


Esse livro é um socão na garganta. Estranhíssimo, como (tudo) o que a autora escreveu. Mas diferente d'A Paixão Segundo G.H, me conectei mais com esse! Tudo parece rondar o campo da palavra, ela é o foco aqui, é o seu som, o seu sentido, sua disposição no texto. É a palavra que dá sentido ao que é vida, ao que é morte e ao que fica nesse entre-meio aí. "Entre-meio" este que parece ser o tal "instante-já" que o narrador tanto deseja apreender, pegar, tomar, domar... entre-meio/instante-já que é impossível de ser tomado e, por isso, se dissolve em liberdade. Liberdade é outra palavra importante para o romance (É romance? É ensaio? É livro? é o que?), pois o narrador quer se desprender de tudo que o limita. Enfim, texto muito bonito, me pareceu mais um mergulho dentro de algo que beira o sobrenatural.

"Eu me revolto: não quero mais ser gente. Quem? quem tem misericórdia de nós que sabemos sobre a vida e a morte quando um animal que eu profundamente invejo - é inconsciente de sua condição? Quem tem piedade de nós? Somos uns abandonados? uns entregues ao desespero? Não, tem que haver um consolo possível. Juro: tem que haver. Eu não tenho coragem de dizer a verdade que nós sabemos. Há palavras proibidas. Mas eu denuncio. Denuncio nossa fraqueza, denuncio o horror alucinante de morrer - e respondo a toda essa infâmia com - exatamente isto que agora vai ficar escrito - e respondo toda essa infâmia com alegria. Puríssima e levíssima alegria. Minha única salvação é alegria".
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Pedro 31/07/2021

Estou sem palavras...
Um livro maravilhoso,retrato de tudo e do nada.
"Água viva" aborda sobre a vida.É um livro que nos leva ao êxtase,ao gozo,ao it.Não sei como escrever essa resenha.Apenas leia,é perfeito.
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Vitor 05/08/2021

Palavra, Imagem e Forma
Beatitude, palavra que resume esse livro da Clarice. A beatitude começa quando o ato de pensa se liberta da forma, assim como a água viva é isenta de forma. O livro tenta romper a barreira do dizível, passeia entre o o visível e o pensável em um fluxo constante, mas sem um padrão.
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Luana 07/08/2021

Um livro que é. E não é it.
Essa foi a primeira vez que li algo da Clarice e acho que não existe melhor descrição que a que ela mesma dá a escrita. Ela só é.

É algo inexplicável e precisaria de outras leituras para interpretar melhor.

Mas gostei muito e me lembra um pouco Virginia Woolf pelos devaneios.
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Marcelo 10/08/2021

Brilhante!
Confesso que, além de alguns textos em sala de aula há muito tempo, não havia lido nada da Clarice. Pelo jeito eu comecei pelo livro certo.
Água Viva é um título muito apropriado, tendo em vista que o que a autora nos apresenta é um texto que lembra um "brainstormnig". Tudo aquo e rápido como a correnteza e fluido como a água. É uma torrente de ideias que, se lidas separadamente podem dar a impressão de desconexas, mas que dá maneira que sâo apresentadas, formam uma obra tão bela como uma sinfonia! Acho que há mais existencialismo aqui do que em grande parte dos livros de filosofia que já li.
Livro para ser lido em um fôlego só. Para mim, perfeito?
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Nepo 12/08/2021

3.5, pasmem
Eu estou muito triste por não ter amado esse livro tanto quanto amei os dois outros que li da autora.
O livro é bom, mas é também... digamos complicado. Começa pelo fato de que ele não tem uma história de fundo. Os dois outros que eu li (hr da estrela e paixão segundo GH) não seguem um padrão linear na narrativa mas tem alguma história para ser acompanhada, fica mais fácil de se prender. Nesse, é tipo um compilado de pensamentos mesmo. Não tem história.

É como se fosse um diário mas sem fatos do cotidiano. Só qualquer coisa que passou pela cabeça da Clarice no momento.

Não deixa de ser poético, mas não acho que foi feito para agradar. Acho que foi um livro escrito para transmitir a inquietude com a qual a Clarice lidava. Uma maneira dela de dividir os seus pensamentos. Não acho que cabe a mim julgar as dúvidas da Clarice como boas ou ruins, são só pensamentos, análises, idéias soltas.
Bom ou ruim, é quem ela era.

Valeu a pena a leitura, mas não recomendo que comecem por esse.
Se for o seu primeiro contato com a escritora, leia A hora da estrela.

No mais, pros fãs, recomendo.
É um livro difícil de ler e de acompanhar, mas que vale a pena ser lido. A Clarice merece ser escutada, mesmo quando não cabe à nós entender.
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arthur966 14/08/2021

para cada um de nós e ? em algum momento perdido na vida ? anuncia-se uma missão a cumprir? recuso-me porém a qualquer missão. não cumpro nada: apenas vivo.
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Thais CardBeg 23/08/2021

Água corrente
Assim, como o título, as palavras simplesmente correm em um fluxo de sentido - essência -, sendo sentido pela personagem, emaranhada pelo instante e o que ele lhe permite tatear internamente. Escrita corrente em associação livre, o assunto nãonimporta desde que vivido, sentido.
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alice 23/08/2021

meu deus que saco de escola como assimm tô a quase 10 dias sem ler?
vou chorar sério

(tinha esquecido de salvar os históricos desse livro aqui, mas basicamente é perfeito, Clarice Lispector é autoexplicativo)

então LEIA
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lorena 24/08/2021

a clarice sem absolutamente nenhuma amarra, falando o que bem entende. assim que é bom. conta seu sonho clarice eu quero ouvir
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Daniel Assunção 25/08/2021

Lê então meu invento de pura vibração sem significado senão o de cada esfuziante sílaba, lê o que agora se segue:
"Com o correr dos séculos perdi o segredo do Egito, quando eu me movia em longitude, latitude e altitude com a ação energética dos elétrons, prótons, nêutrons, no fascínio que é a palavra e a sua sombra."

"Sigo o tortuoso caminho das raízes rebentando a terra, tenho por dom a paixão, na queimada de tronco seco contorço-me às labaredas."

Clarice é de uma originalidade indefinível. Por sua acessibilidade, alguns leitores mais instruídos chegam aos seus livros esperando um texto morno, acreditando (ou teimando) que os suspiros e o alarde causados pela autora são frutos de pedância e clichês. Outros torcem o nariz pela "falta de técnica" - os mesmo que pregam que a literatura não é utilitária, que dizem que Borges foi mais longe mas não sabem dizer por quê.
Fico atento a mítica que ronda a escritora, para não me apoiar nessa ilusão pra dizer o que penso. Mas realmente, me parece que Clarice é uma grande formalista. O que outros escritores usaram de técnicas para arrendondar e elevar ao máximo suas estruturas (num esforço louvável), e produzirem os maiores livros da literatura, Clarice usou do seu cotidiano, de sua postura, de suas relações para construir sua semântica (não com menor esforço, não de graça). Ou seja, de certa maneira, suas obras são tão técnicas quanto qualquer outra expressiva elaboração artística.
Pra mim, a leitura de Água viva foi como aquelas máximas que já conhecemos, achamos interessantes mas não tocam muito; depois de um tempo, passam a ser norteadoras. Até que o sentido se empalidece, se esgota, para, de novo, dentro de uma década, voltarem com tudo, com uma única posição de palavra renovando todo o entendimento. É atmosférico, mesmo. Tem que se deixar tapear, para depois não ter que pôr no epitáfio "como fui ingênuo".
Outra vantagem de Água viva é que não há limites demarcados, então se foge daquela ideia de escolher uma direção, e ser condenado a alienar-se da outra. Como em uma passagem que a autora discorre sobre o espelho (os espelhos são um só, o Espelho) - a existência sem componentes.
Nabokov, aquele ótimo controlador, usaria um exemplar da Clarice Lispector para arremessar nas pretensões estruturais de muitos que estão no cânone e seus súditos.


" Há palavras proibidas.
Mas eu denuncio. Denuncio nossa fraqueza, denuncio o
horror alucinante de morrer - e respondo a toda essa infâmia
com - exatamente isto que vai agora ficar escrito - e respondo a
toda essa infâmia com alegria. Puríssima e levíssima alegria. A
minha única salvação é a alegria. Uma alegria atonal dentro do it
essencial. Não faz sentido? Pois tem que fazer. Porque é cruel
demais saber que a vida é única e que não temos como garantia
senão a fé em trevas -porque é cruel demais, então respondo com
a pureza de uma alegria indomável. Recuso-me a ficar triste.
Quem não tiver medo de ficar alegre e experimentar uma só vez
sequer a alegria doida e profunda terá o melhor de nossa verdade."
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Tati- Leitora 26/08/2021

Como a escrita de Clarice é fluxo de pensamentos o livro pode ser um pouco confuso se não prestar muita atenção, mas ele é maravilhoso e cheio de ideias sobre a vidam. Eu gostei muito.
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Tamiris 31/08/2021

Água Viva
Ler este livro foi como mergulhar em pensamentos, reflexões profundas colocadas em palavras, uma conversa com o outro e consigo mesma ao mesmo tempo.
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elly.crisostomo 31/08/2021

Tudo e nada
Nunca pensei que leria um livro sem história, sem enredo nenhum. Um sem começo, meio ou fim. Porém acabou sendo o caso desse livro bem pequeno da Clarisse. Amo a sensibilidade e delicadeza da escrita dela, divagar pelos devaneios de uma suposta pintora ao mesmo tempo que parece tão simples é tão complexo, como se fosse um sonho. A ?história? me inspirou a voltar a escrever e me ajudou a perder o medo, as inseguranças de que algo que eu escreva não fique bom o suficiente. Descobri que não precisa ser o suficiente, apenas meu.
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Amanda.Dutra 09/09/2021

Eu me entrego em palavras?
Clarice mais uma vez me impressiona a cada palavra, em cada frase e parágrafo me marcando, me lendo de uma forma que nem eu sentiria ser capaz e me fazendo pensar a cada momento na mais pura existência, no agora, no ser.
Água viva é mais que um livro, é contínuo, palavras mesmo com sua força não o descrevem. Leia! Vai da morte, a vida, a alegria, a Deus, a flores, ao instante, ao tempo, a todas as coisas belas que encantam a alma. Não há uma história aqui, mas ao mesmo tempo há, é como um perfume, que não se explica, mas sente, não se esqueça, que o melhor está nas entrelinhas.
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