><'',º> 13/06/2019
O livro “Os tambores de São Luís” é um dos principais romances de Josué Montello. Através de Damião, o leitor acompanha a saga do negro brasileiro, suas lutas, dramas e tragédias que vão desde a chegada do negro ao Brasil, vindo em navios negreiros, passando pelos horrores da escravidão, da luta pela abolição do cativeiro, até alcançar os preconceitos dos quais são vítimas. Assim, Montello refaz imagens dos tempos do cativeiro e retrata ambiente cultural, político, econômico e as tensões que marcaram as relações entre senhores e escravos.
Publicado em 1975, a narrativa começa na noite em que está para nascer o trineto de Damião. Por não ter encontrado um carro de aluguel que o levasse ao outro lado de São Luís, Damião atravessa a cidade a pé a fim de conhecer o trineto que está nascendo. E são as batidas dos tambores de Mina, vindo da Casa das Minas, que o acompanham nesta travessia. Tudo isso permeado por passagens históricas da escravidão na segunda metade do século XIX.
A história se passa em feed-back, com os pais do personagem fugindo do cativeiro com os filhos Damião e sua irmã. A obra regata a luta de Damião contra a escravidão e suas piores consequências. Sua chegada a São Luís e a tentativa frustrada de se tornar padre, impossibilitada pelo preconceito das classes dominantes mesmo sendo reconhecidamente um homem de inteligência incomum. Na capital, casa e tem um casal de filhos. Enquanto a filha lhe dá netos, bisnetos e um trineto, o filho muda-se para os Estados Unidos e nunca mais dá notícias.
Em meio a tudo isso, o amor de Josué Montello por São Luís. São ruas, becos, casarões e, claro, seus tambores, as vozes dos negros escravos que ecoam nas noites da cidade.
Fonte: ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS
site: www.academiamaranhense.org.br/cortejo-relembra-cenario-do-livro-os-tambores-de-sao-luis/