MiCandeloro 14/11/2013
Hilário!
Quem aqui nunca teve uma irmã impulsiva, ou uma irmã super protetora? Quem aqui nunca teve um namorado que destruiu os seus sonhos ou então um ex-namorado que te trouxe a esperança de volta? Quem aqui nunca fez uma escolha infeliz da qual se arrependeu amargamente?
Lottie é uma mulher de 33 anos, cheia de vida e sonhos malucos. Ela namorava Richard fazia três anos e tinha certeza de que ele era o homem da sua vida. Certo dia, Richard a chamou para um almoço num restaurante especial, dizendo que precisava fazer uma pergunta importante. Lottie tinha certeza, seu momento de glória havia chegado. Richard ia pedi-la em casamento. Mas as coisas acabaram não tomando o rumo que ela esperava. A pergunta que Richard queria fazer não era assim tão importante e ficou nítido de que ele não tinha planos de se casar, ter filhos, uma casa na praia e um cachorro fofo com Lottie.
Lottie estava arrasada. Nenhum homem prestava, afinal. O problema é que Lottie sempre foi muito durona. Nunca se permitiu se abater ou ser amparada. Sempre quando a vida lhe tirava o tapete, ela não afogava suas mágoas ou se queixava, não, ela mudava de rumo e tomava decisões impensadas das quais sempre acabava se arrependendo. Essas decisões eram chamadas de Escolhas Infelizes por sua irmã, a Fliss, a responsável por sempre juntar seus cacos.
Fliss, por sua vez, era a irmã mais velha de Lottie. Cresceu acostumada a tomar conta da irmã mais nova, assumindo cedo demais seu papel como mãe. Fliss estava passando por um momento muito crucial na sua vida, seu divórcio com Daniel, pai de Noah. Fliss havia se tornado uma mulher amarga e rancorosa de tanto Daniel fazer da sua vida um inferno e negligenciar o coitado do Noah que tanto o idolatrava. Fliss ficou arrasada quando soube da separação de Lottie e Richard, mas em se tratando de Lottie, ela sabia que não podia demonstrar piedade. Precisava esperar sua irmã se recuperar, ou explodir de vez e rezar para que a próxima Escolha Infeliz não fosse tão devastadora.
Mas ela devia imaginar que Lottie não deixaria por menos. Grandes desilusões praticamente exigem Escolhas Infelizes Supremas, e Lottie não decepcionou neste quesito. Como que por ironia do destino, Lottie reencontrou Ben, seu ex-namorado de 15 anos atrás. Ben continuava lindo e gostoso, tão maravilhoso quanto ela imaginava. O que ela não adivinharia, nem em mil anos, é que Ben ainda era apaixonado por ela e, num impulso extremamente romântico, a pediu em casamento de súbito, pedido este que ela prontamente aceitou.
Fliss quase morreu quando soube e, mancomunada com Lorcan, padrinho de casamento de Ben, decidiu que não deixaria sua única irmã passar por um divórcio trágico como ela havia passado. Não deixaria Lottie ser punida por uma atitude impensada de se casar com Ben. Só havia uma alternativa para Fliss: boicotar a Lua de Mel de Lottie e Ben e impedir que eles consumassem essa união. Mas será que os planos de Fliss darão certo, ou ela arruinará de vez a vida de Lottie?
***
Palmas para Sophie Kinsella, minha querida Diva do chick-lit que não me decepciona jamais! Desde que soube do lançamento deste livro, no início do ano, fiquei contando os dias, ansiosa para lê-lo. Não sei o que está acontecendo com Sophie, pois, curiosamente, seus últimos três livros foram relacionados a casamento, mas para mim tudo bem. Mesmo assim, ela não está sendo repetitiva ou cansativa, pelo contrário, em cada um dos livros tratou de maneira única e peculiar o tema Casamento.
Uma novidade que gostei muito em A Lua de Mel é que neste livro, diferentemente das outras histórias escritas por ela, nós temos duas protagonistas, e os capítulos são narrados de forma intercalada e em primeira pessoa por cada uma delas. Além disso, também temos algumas histórias paralelas de personagens secundários que deixam a trama ainda mais rica e complexa.
Os personagens são extremamente HILÁRIOS. Sempre quando eu achava que nada mais louco podia acontecer na história, lá vinha a Sophie aprontar algo a mais com os pobrezinhos. Se alguém aqui quiser saber como boicotar de maneira eficiente uma lua de mel, contratem Sophie Kinsella, pois ela tem ideias geniais.. kkk
Como sempre, me identifiquei demais com as protagonistas, Lottie e Fliss. No início, fiquei um pouco irritada com Lottie, por ser tão infantil e inconsequente, e com Fliss, por ser tão enxerida e por vezes a dona da verdade, mas no fundo, nenhuma das duas estava completamente certa ou errada. Eu acho que tanto teria agido como Lottie em me casar às pressas com Ben (é bem minha cara fazer isso), quanto teria agido como Fliss, ao tentar de tudo para boicotar a lua de mel de ambos, afinal, tenho um instinto protetor aguçadíssimo.
Sophie Kinsella sempre escreveu histórias de humor, com uma pitada de romance e incluía como pano de fundo temas do cotidiano para nos fazer pensar. Desta vez, Sophie tocou num ponto delicado, as Escolhas Infelizes, atitudes impensadas e impulsivas que geralmente tomamos ao longo da nossa vida. Quem tem o direito de nos dizer se esta ou aquela escolha que tomamos é certa ou errada? Alguém tem o direito de interferir nas nossas vidas, mesmo que para o "nosso bem"?
Sinceramente, eu acho que não. Pelo menos, por todas as situações que já passei, eu realmente só tirei alguma lição vivendo-as e quebrando a cara. Não adianta alguém me dizer que eu ia me machucar ou me arrepender, eu simplesmente não entendia ou processava a informação. Portanto, acho que devemos sempre decidir por nós mesmos, pois pelo menos assim, caso nos arrependamos, não teremos como culpar alguém se não a gente mesmo.
Para quem tiver interesse, escrevi um texto baseado em A Lua de Mel. Vocês podem ler AQUI.
Fora isso, o que posso dizer é LEIAM A Lua de Mel se vocês estão à procura de um livro leve, muito divertido e maluquinho, bem escrito e que, ainda de quebra, nos faz pensar sobre a vida.
Resenha originalmente postada em: http://www.recantodami.com/2013/11/resenha-a-lua-de-mel.html