Isabelle 08/07/2014O livro do "Razoável"Os que pouco conhecem (ou se interessa) contos de fadas e principalmente pelo gênero terror/horror, certamente se chocaram ou abalaram-se com as histórias. Na verdade, achei muitas das cenas forçadas e /ou apelativas. Cada conto porém tem seus pontos fortes e fracos, o mais justo, portanto, seria falar deles individualmente.
Branca dos Mortos e os Sete Zumbis - Nota 2
O conto de abertura e o que nomeia o livro foi o mais decepcionante. Não sei dizer ao certo o que esperava do livro quando o comprei (sempre fui fã de terror, e achei o máximo a ideia de misturá-lo às historias infantis), Porém, enquanto eu lia, simplesmente eram jogadas para fora das paginas cenas grotescas com a única intenção de chocar. Com nível de profundidade emocional e psicológica minimas em cada personagem, a única ais trabalhada foi foi a bruxa, contudo, com todos os toques de obviedade possíveis (vaidade extrema, covardia, ódio cego pela Branca, e até um pouco de burrice). Confesso que após terminar esse conto tive um grande desânimo em continuar o livro.
João, Maria e os Outros - Nota 3
Mediano. Mais uma vez sem profundidade nas personagens, porém onde é vista a primeira ligação entre os contos (de longe o fato que mais me conquistou). O ataque dos animais ao pai e a madrasta foram bons, e o castigo do primeiro bem feito (em ambos os sentidos). Como várias historias de terror, algumas coisas não precisam de explicação sólida, apenas ser bem montada.
Os três Lobinhos - Nota 5
Original e bem criativo, com várias histórias no mesmo conto (Os 3 Porquinhos, Chapeuzinho Vermelho e o Menino que Gritava Lobo), e também a forma que muda a perspectiva, tornando os lobos os "mocinhos da história".
A Vendedora de Fósforos e o Vingador - Nota 5
Muito bom, trata bastante do egoísmo e crueldade humanos na frente da fome e miséria. Apesar de cenas fortes (bem construídas) não é agressivo, assim como João e Maria, o terror é o do desconhecido.
Cindehella e o sapatinho infernal - Nota 4
Um dos que mais me dividiu a opinião. Por um lado, achei boa a ideia da Cinderela inteligente, leitora, cientista, e sensacional o tão esperado castigo da terrível madrasta. Entretanto a cena do banho de sangue após a meia-noite demorou mais que o necessário, e o que era para assustar/chocar tornou-se um pouco enfadonho.
A Confissão - Nota 5
Achei um dos mais interessantes. Um Pinóquio que manipulou vários crimes no universo do "Era Uma Vez...". Curto, mas bem desenvolvido.
Bela Incorrupta - Nota 3
Usado apenas para a ligação com o conto da Branca de Neve e aproveitável apenas por isso. De resto, nada muito bom e nada muito ruim.
O monstro - Nota 3
Uma boa construção poética, só. Algo me fez achar "boba", não se sobressai, mesmo com a ótima ideia em faze-la em forma de poema.
O Cemitério - Nota 5
Na minha opinião, a mais divertida (mesmo talvez não sendo essa a intenção). Une quase todos os personagens mortos até então, me fez lembrar um pouco a "Turma do Penadinho".
Samarapunzel - Nota 4
Bem bolado, Rapunzel com Samara, contado por Wilhem Grimm, como forma de se livrar da famosa maldição dos "7 dias", e a parte mais gostei de todo o livro:
"- Que história foi essa? - Indaguei-lhe - Onde a leste?
- Não a li, Wilhem! Foi-me contada por meu amigo Hans, que a ouviu de Charles [...]"
Transformou a Santíssima Trindade dos Contos de Fadas em personagens.
O fim de quase todas as coisa - Nota 3
Simples. Gostei somente pela explicação da casa, e a forma bonita como foi escrita.
O livro da dor - Nota 4
O conto da "princesa e a Ervilha" e totalmente dispensável, poderia ter se concentrado somente nos demônios que assistiam (e até mesmo ajudavam) as calamidades ocorridas no decorrer do livro.
O maior tesouro que achei desta obra foi ter ligado todas as histórias, e com discrição. Os desenhos e toda a a arte contida também são muitíssimo bem feitos. Contudo, o resultado final foi mediano.