Resenhas - Iracema

Julieta_since2002 15/05/2023

Nacionalismo ou Eurocentrismo?
Iracema se mostrou ser uma leitura bastante controversa quanto ao meio de abordar a imagem do índio valente e herói, ao colocar o indígena sempre à sombra do homem branco, sendo assim, como coadjuvante da sua própria história. Em primeiro momento, vemos a chegada de Martim causando uma desavença dentro da tribo dos tabajaras, depois vemos uma batalha que é consequência do abrigo dado a Martim, vemos índios contra índios, a favor do homem branco. Temos a imagem da índia sacerdotisa Iracema, que é submissa ao homem branco pelo amor incondicional que sente por ele, e a imagem do índio Poti, como braço direito de Martim, e quem no centro da trama? Pois é, ele novamente, o homem branco europeu, e COLONIZADOR. Durante toda a trama, Alencar ilustra uma submissão indígena diante do branco europeu, e enfatiza laços de amizade e pacificidade entre europeus e índios, como se todo o contexto de colonização tivesse se dado de maneira harmoniosa e pacífica. Vemos que há uma romantização da imagem do colonizador e da colonização, que foi um processo doloroso que atingiu toda a américa latina, e isso não é bonito e nem poético. Nas notas do autor, fica claro a imagem eurocêntrica que ele tem do povo indígena, em sua carta ao Dr. Jaguaribe, Alencar fala nitidamente que a linguagem indígena não é bem abordada por algumas produções da época por não haver a ‘’certa rudez de pensamento e expressão dos indígenas’’, exatas palavras de Alencar, em suas notas. No contexto histórico dado pelo autor no final do romance, temos também falas problemáticas, como Alencar se referindo as atitudes dos índios contra o colonizador Pero Coelho como hostis ‘’Retiraram-se os colonos, pelas hostilidades dos indígenas’’, e, pensa que os absurdos acabaram? Não, são tantos que não vou conseguir citar todos aqui, mas esse vale a citação. Ainda no argumento histórico, Alencar diz que Martim Soares Moreno, um colonizador portugues que inspirou o personagem branco, deve ter a sua memória honrada, pelos seus feitos pelo Brasil. Gente, como ainda não problematizam essas figuras históricas como deveriam? Enfim, duas estrelas apenas pela escrita que é bastante poética (em sua estrutura literária e não pelo conteúdo). Um clássico que deveria ser abordado como retrato do impacto do eurocentrismo na visão sobre o povo indígena.

Adalberto11 14/05/2023

Iracema...
O livro "Iracema", de José de Alencar, conta a história de um amor entre o colonizador português Martim e Iracema, uma nativa brasileira.
Martim se perde e acaba encontrando os Tupinambás, onde é bem recebido pelos indígenas da tribo. Logo, houve o primeiro contato com Iracema. Martim se encanta pela beleza da indigena, e assim se inicia o romance, que pode ser caracterizado como: "amor proibido" (somente lendo para entender).

gabi.mattje 11/05/2023

Iracema
A história é bem interressante, me prendeu um pouco, porém eu tento gostar de livro clássico e não consigo, mas eu considerei o livro dos males o menos.
uma coisa aleatória que eu fiquei vidrada foi o anagrama do título com América.
resumindo, não gosto de ler o que sou obrigada a ler :))

Laura.Albuquerque 10/05/2023

Muito boa com paciência
Iracema tem muitas características do romantismo, a leitura é curta mas com muitas descrições, a protagonista é melosa e eu acho a história muito bem desenvolvida, adoro essa linguagem mais poética e menos direta das obras antigas.
Se tu tiver problemas de concentração e não tiver paciência pra personagens breguinhas tlvz nn seja uma leitura mto cativante pra ti.

Yagaum 09/05/2023

Para cearenses
Esse livro é necessário para todo cearense que queira aumentar o conhecimento da região. É fácil entender o porquê das pessoas não gostarem de Iracema: o romance é muito grudento e a história é bem simples, o seu charme é a lenda da fundação do Ceará.

Eu particularmente gostei muito da escrita, gostei da Iracema apesar do seu amor platônico, gostei da amizade de Martim e Poti, gostei da história ser bem fácil de entender, gostei das notinhas de rodapé explicando o significado dos lugares... realmente um livro para se ler deitado na rede, como diz José de Alencar no prólogo.

Dani.Felicio 09/05/2023

Uma obra de arte da literatura brasileira!
"O conhecimento da língua indígena é o melhor critério para a nacionalidade da literatura [...] É nessa fonte que deve beber o poeta brasileiro; é dela que há de sair o verdadeiro poema nacional"

Comecei a ler com um pouco de preguiça, apesar do indianismo ter sido minha matéria favorita da literatura brasileira. A escrita, nas primeiras páginas, parece pesada e difícil, mas aos poucos, você vai percebendo que a escrita é impecável e culta.
Iracema é uma indígena forte, que se apaixona pelo Martim, um guerreiro branco valente. Por serem de tribos inimigas, o romance é complicado. Porém, nada abala a relação entre os dois (será?)
O final foi incrível, mas me magoou a determinação do Martim, que na hora que Iracema mais precisava dele, ele estava longe, infelizmente.

Rhanna.Florentino 09/05/2023

Eu gosto de clássicos, adoro os do Machado de Assis, então resolvi ler outro clássico de outro autor, mas foi decepcionante, não gostei do livro, tive que me forçar a terminar, apesar de ser um livro pequeno a narrativa se arrasta, definitivamente é um livro que não leria de novo

maryfirst4 07/05/2023

MEU DEUS QUE COISA MAIS CHATAAAAAAA
eu tive que ler essa merda pra aula de português, mas eu nunca tinha lido uma coisa tão chata ein, cassetada
graças a deus o augusto foi mandado embora e eu não vou precisar ler senhora

gio ;) 06/05/2023

Romance indianista
Lázaro você é responsável por eu ter lido este livro.
Li para uma prova da escola, achei o livro interessante, mas me perdi facilmente nele; são muitas aldeias e eu já não sabia quem que tava matando quem.
E eu odeio o fato de que Iracema ficou na praia GRÁVIDA e SOZINHA.
Aliás Iracema abusou do homem branco, pois ela teve relações com ele e ele tinha bebido o segredo de jurema, ou seja, ele não estava em si.

Adoro o fato de a Iracema ser um anagrama de América.

garibela_ 06/05/2023

Iracema
Tive que ler para as aulas de literatura da faculdade, e colocar todas as reflexões que foram feitas em sala seria demais. O que dá pra falar é: dá pra ver a influência de Iracema na construção da identidade de uma nação brasileira, MAS, mó machista e preconceituoso esse José de Alencar.
No entanto, a prosa poética é muito bem feita.

Alana190 05/05/2023

Valeu a pena só por causa do desfecho?
O livro narra a vida de Iracema, uma indígena Tabajara depois de ter encontrado um homem branco perdido perto de sua aldeia, Martim. A história faz parte da primeira parte do romantismo, entao narra como era o Brasil antes da colonização e tem foco nos povos indígenas e na natureza que o país apresentava antes das grandes navegações atracarem aqui.
Sinceramente a leitura é muito difícil e cansativa, mesmo o livro sendo curto precisei batalhar muito para ler ele. Mas o final dele faz toda esta leitura valer a pena. Só leia se você estiver realmente interessante ou, como eu, esteja sendo obrigado a ler por causa da escola ?

Kaique.Pugnal 05/05/2023

Não gostei
O livro Iracema do autor romantista José de Alencar é um clássico da primeira era do romantismo, a indianista, que nos conta a hístória de uma índigena chamada Iracema, que se apaixona por um guerreiro colonizador, e assim vivem uma história de amor juntos.
A obra pode ser um clássico da primeira fase do romantismo, mas não deixa de ser um livro preconceituoso carregado de estereótipos da cultura índigena, onde a todo momento se tem uma idealização inventada por parte do José de Alencar (um homem branco, e padão de sua época) sobre um povo que foi extremamente oprimido pelos colonizadores e que de certa forma ele mal conhecia. O livro tem cenas onde o leitor percebe que os personagens índigenas se submetem a imagem do personagem Martin (colonizador), onde a todo momento os personagens o veneram, o protegem e o consideram um salvador, "que chegou para trazer fé e civilização a esse povo desventurado".
Por isso, não gostei da obra. Um clássico que para mim é cheio de preconceitos, mas para uma obra de seu contexto histórico é um grande exemplo de literatura brasileira daquela época.

Marcos 05/05/2023

Iracema, a Virgem dos Lábios de Mel
Obra literária da primeira fase do romantismo brasileiro, o Indianismo, em que aspectos históricos, nacionalistas e indígenas são exaltados. "O romance traz a representação da união entre portugueses e os povos originários de forma idealizada, além de aliar ficção e fatos históricos."

É um dos romances mais conhecidos de José de Alencar. Trata-se de uma narrativa de fundação, isto é, tem por tema principal a criação de uma identidade cultural, um escrito que contribui para a representação da origem da nacionalidade brasileira.

A história inicia quando Martim, um colonizador português que defende o território brasileiro de outros invasores europeus se perde na mata (hoje, localidade corresponde ao litoral do Ceará). Ele se encontra com Iracema, índia tabajara que descansava pelo local. Assustada com o estrangeiro, a índia acerta-o com uma flexa. Ele não reage a agressão por ter sido alvejado por uma mulher, logo, Iracema entende que tinha ferido um inocente.
Demonstrando a paz, Iracema leva o estrangeiro a sua aldeia, onde seu pai, Araquém, o pajé da tribo, recebe Martim de forma hospitaleira. Irapuã, guerreiro tabajara e apaixonado por Iracema, não gosta da presença do português.
Durante sua estadia na aldeia, Martim e Iracema apaixonam-se. Iracema é uma virgem consagrada a Tupã, guardadora do segredo da jurema, um licor sagrado, que levava ao êxtase os índios tabajaras.
Entre batalhas e vitórias, os amantes consumam amorosamente a relação. Iracema não pode mais regressar a sua aldeia, por ter maculada sua função sagrada.
O casal refugia-se numa praia deserta. Iracema passa muito tempo sozinha enquanto o esposo sai em expedições a mando do governo português.
A índia estava grávida, e na solitude, tem seu filho. Martim chega a tempo de Iracema entregar-lhe a criança e, em seguida, a índia morre numa rede. Martim enterra a amada próxima ao coqueiro, onde cantava tristemente a jandaia: "Iracema!"
A ave foi embora daquele lugar que viria a ser o estado do Ceará.

O autor faz um belo trabalho linguístico, caracterizando o romance como uma prosa poética, rica em metáforas, alterações, comparações e perífrases.

A descrição da geografia, das matas selvagens e do litoral cearense torna a obra exuberante e encantadora aos leitores. O romance é grandioso por seu valor histórico, ideológico e poético.
A colonização e a catequização são processos presentes na narrativa, desenvolvendo o cunho histórico, bem como o próprio Martim, representando o colonizador europeu, que vem para dominar a região e civilizar conforme suas crenças e costumes os indígenas.

Desse modo, podemos concluir que "Iracema" é um romance lindo em diversos aspectos, com poesia e tom melancólico, apresentando a origem das terras cearenses de forma lendária.

Renata 03/05/2023

Chorei e não foi de alegria
Importante ressaltar que esta foi uma leitura obrigatória, não só pela escola mas também vestibulares. Apesar de ser uma escrita arrastada, com um rico vocabulário (afinal, se trata de uma escrita de 1865), a trama me envolveu o suficiente para permanecer. Entretanto, a partir do capitulo XX minha curiosidade já não era suficiente para me motivar. Sinceramente, o final não só me fez triste como me trouxe indignação por parte dos personagens. Recomendo apenas para quem aprecia os clássicos da literatura brasileira ou, vai prestar vestibular.

Ana Bernhard 03/05/2023

Iracema foi mais do que "a virgem dos lábios de mel"
Conta sobre o romance de Iracema, uma moça indígena belíssima e que carrega uma grande importância para sua tribo, e Martim, um homem branco distante de sua casa. Os dois se apaixonam e em meio ao conflito de tribos acabam se entregando ao relacionamento.

O livro me fez pensar bastante sobre o sofrimento de Iracema diante de tudo o que aconteceu na história. Ela era a filha querida de Araquém, protegida e preciosa na sua terra. Se apaixona por Martim e sua história começa a descer ladeira abaixo. Perde seu propósito como guardadora dos segredos de Jurema, foge da sua tribo, se vê em meio a uma perseguição, mais tarde mesmo quando está com Martim, sofre com o sentimento dele de tristeza ao se lembra da sua vida na sua terra.

Ela perdeu tudo, passou um grande tempo sozinha pois Martim se perdia nos seus pensamentos sobre a sua terra ou então viajava para guerrear batalhas. Teve seu filho sozinha, teve sua morte devagar com medo de falecer antes que Martim chegasse para receber e conhecer o filho, e por fim padeceu assim que Martim retorna.

As pessoas focam tanto em falar sobre o cabelo dela ser negro como a asa da graúna, ou sobre ela ser virgem e desejada, ou sobre a beleza estonteante e a habilidade na mata. Mas e os sentimentos dela nessa história toda? Quanta angústia essa mulher sofreu?

A narrativa é romântica de forma melosa, dramática e trágica como todo livro do romantismo, mas esse foi o pensamento que mais tive ao longo da escrita. Que as pessoas deveriam ver Iracema menos como "A virgem deseja" e mais como "uma indígena que lutou e morreu pelo seu amor".