Adamastor Portucaldo 01/05/2024
Clássico é clássico e vice-versa!
Ler um clássico do século XIX, num português lusitano, com um pesado palavreado muita vez abstruso, além de construções de frases absolutamente não óbvias e nem tampouco usuais - realmente não era a tarefa mais desejada pelo meu espírito volátil e volúvel destes dias.
De toda forma, o dilema do personagem (após um ato bem simplezinho, mas cujo resultado excelente bem dispensa comentários e filosofias, mormente com outra coisa, cada vez mais em voga e também cada vez mais volátil...) apesar de causar-lhe algum sofrimento e algum pundonor, dando-lhe comichões de fazer reparação, não é objeto de grande elocubração! Nem elucubração!
Melhor foi a crítica do cortejo de puxa-sacos, imprensa sempre com papel de destaque! Sem olvidar que o Eça não esquece de quando Portugal foi grande!
Outra verdade nua e crua: ficando biliardário, caiu de boca nos melhores prazeres segundo seu julgamento, sem esquecer dos lupanares! E a frase célebre do livro, a chave que fecha o texto: "só sabe bem o pão que, dia a dia, ganham as nossas mãos: nunca mates o Mandarim!" - vais me dizer que não esclarece tudo e muito bem?
Aliás, e o Mandarim? Ele grudado na sua pipa - era um espírito errante, um encôsto, uma alma penada ou só um recurso literário?