A Garota que Tinha Medo

A Garota que Tinha Medo Breno Melo




Resenhas - A garota que tinha medo


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Jeyyy 13/01/2015minha estante
Fiquei curiosa!
Muito boa a resenha e os trechos retirados, Mah =)


Mah 13/01/2015minha estante
Heyy, obrigada moça! Super recomendo, ainda mais se você curte esse tipo de tema :D se tiver a chance leia!




Karina 17/02/2015

Resenha: A garota que tinha medo
Autor (a): Breno Melo [Parceria]
Editora: Chiado
Páginas: 252

Sinopse
Diagnosticada com a síndrome do pânico, tudo o que Marina deseja é encontrar um lugar confortável neste mundo. Numa narrativa em primeira pessoa, detalhada e realista, Marina nos expõe sua vida amorosa e sexual, universitária e profissional, religiosa e familiar. Psiquiatras e psicólogos fazem os papéis de heróis neste livro tão impactante quanto revelador, que tem suas partes de amizade e amor ao próximo. Como não se emocionar com Péqui ou não se apegar ao veterano de guerra que cuida de Marina? A agorafobia é outro tema abordado de maneira tocante

OPINIÃO DELA:

Não tenho palavras para expressar o quanto eu estava ansiosa para ler este livro! Foi então que eu soube que ele seria publicado pela Chiado Editora e o Breno disse que me enviaria um exemplar

site: http://livrofagia.blogspot.com.br/2015/01/resenha-garota-que-tinha-medo.html
l@l@soueu 17/11/2015minha estante
o tema desse livro envolve muita medicina ou mais ficção?




Mari Siqueira 27/11/2013

Uma maneira inédita de descrever a Síndrome do Pânico.
Há algumas semanas, recebi um contato da Editora Schoba por email, me perguntando se eu gostaria de receber seu último lançamento, o livro A Garota que Tinha Medo, para resenha.

O mais incrível é que eu sofro de crises de ansiedade, assim como a protagonista do livro, e a proposta não poderia ter surgido em um momento melhor. Claro, aceitei e não me arrependi.

A leitura me foi muito esclarecedora, Breno Melo aborda o tema com maestria, nos explicando os dilemas da síndrome do pânico, seus desdobramentos e o preconceito enfrentado por nós, os chamados panicosos.

A protagonista dessa história é Marina (veja aí mais uma coincidência, até o nome parece com o meu), uma jovem que vive sob muita pressão da mãe para entrar numa boa faculdade. O pouco tempo livre e as enormes responsabilidades sobrecarregam a menina que simplesmente surta. Ela começa a ter crises, a gritar, a tremer, suar e sentir que vai morrer. E é assim mesmo que acontece, uma sensação indescritível de medo, um medo que provoca sintomas reais.

O namorado, os amigos, os pais, ninguém consegue compreendê-la. Talvez por falta de informação, afinal, quem nunca passou por isso ou não conhece alguém que passou por isso, não sabe como é. Eu enfrento diariamente preconceito por conta disso, as pessoas dizem que entendem, mas vivem me perguntando quando minha frescura vai acabar. E os que não dizem isso, pensam.

É complicado entender como uma doença que parece imaginária, afinal você não tem nenhum problema de saúde, pode causar um estrago tão grande na vida de uma pessoa. E eu te digo que pode. Mas essa postagem não é sobre mim, e sim sobre o que o livro me trouxe de bom. Me trouxe tranquilidade, esperança e coragem para enfrentar esse medo irracional que me faz querer fugir de alguns lugares e situações.

Marina tem um namorado, um imbecil de um namorado, na verdade. Ele não a compreende e a abandona no meio de uma crise, isso é a pior coisa a se fazer. Não adianta e só mostra que estamos sozinhos nessa luta. No livro, o namorado dela a acha uma louca. E ela até começa a acreditar nisso. Daí vem a necessidade de alguém positivo ao seu lado, de negativo já basta você.

Depois de muito sofrimento, a menina finalmente é diagnosticada com síndrome do pânico. Após sofrer crises no trânsito, na igreja, na faculdade, no shopping, ela passa a evitar tais lugares. A ansiedade e o medo de passar mal novamente a impedem de frequentar os lugares que ela sempre frequentou. Eu disse que o medo era irracional. Mas vá tentar dizer isso para o nosso cérebro no momento de pânico, é impossível. Especialmente saber que você não vai morrer e mesmo assim ainda ter medo.

Entre personagens muito bem desenvolvidos, se destaca Péqui. A melhor amiga de Marina, e também a pessoa mais fofa desse mundo. Ela talvez, tenha sido uma das únicas pessoas que apoiou a amiga desde o começo. Isso é que é amizade! Preciso de uma Péqui na minha vida *-*'

A Garota que Tinha Medo foi uma leitura incrível e eu fico muito feliz de ter sido uma das pessoas escolhidas para resenhá-lo. O único ponto negativo na minha opinião, foi o posicionamento religioso em excesso. Me incomodaram alguns trechos em que o autor fala demasiadamente da Igreja Católica, até mesmo historicamente. Parecia desconexo do texto, desnecessário mesmo. Não sou de nenhuma religião citada no livro e por isso não me senti ofendida, mas acho que como sugestão eu diria para o autor deixar fora do livro suas opiniões pessoais sobre o tema.

Agradeço muito à Editora Schoba pela cortesia e em especial à Luciana do marketing, que foi uma fofa e me atendeu super bem, me dando atenção e inclusive, depois do envio, desejando que o livro me ajudasse com minha própria síndrome. Espero que esse livro possa ajudar outros como eu, que se sentem incompreendidos e às vezes sem esperança. Acredite, você pode se curar!

"Eu não me queixava de nada e me esforçava para dar o melhor de mim em tudo, inclusive nas coisas mais tolas do dia a dia. E esse esforço, hoje eu sei, me desgastava. Fui dando o que não tinha, porque eu me preocupava demais, até que um dia arrebentei por dentro e precisei de conserto." (p.8)


site: http://loveloversblog.blogspot.com
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Rafaella 22/01/2014

"Minha mente estava acelerada, meus pensamentos eram confusos. Eu havia perdido o controle sobre mim mesma, mas estava consciente de tudo. Era como estar sonhando e ter consciência do sonho, sem poder intervir. Se ao menos eu tivesse perdido a razão ou desmaiado, teria escapado desse conjunto de sensações horríveis." Página 38


A garota que tinha medo foi a leitura que despertou o melhor e o pior em mim que já haviam sido esquecidos, ao menos tentado ser esquecidos. Essa obra resumiu tudo o que senti nos últimos quatro anos da minha vida. Não, eu não tenho a mesma doença que a protagonista, mas tenho uma enfermidade semelhante.

No final de 2009 fui diagnosticada com transtorno de ansiedade generalizada e que, em casos extremos, dá vazão a ataques de pânico. O primeiro sintoma ansioso que tive foi justamente um ataque de pânico na sala do cursinho pré-vestibular com outros 300 alunos de testemunha, não lembro ao certo como saí da sala a não ser que pedi ajuda para uma menina que não conhecia e ela me levou até o diretor, que para minha sorte já estava acostumado com descontroles deste tipo. A única característica que difere o meu momento nada glorioso no cursinho e os ataques que Marina tinha foi a de que eu passei por tudo sem dar uma palavra, já os da nossa protagonista eram extremamente barulhentos com direito a gritos e violência.

Já fui aconselhada a não expor meus problemas em redes sociais, mas senti que não seria sincera com vocês leitores ao tratar este livro como uma pessoa leiga, já que conheço todas as sensações que Marina teve ao longo de sua vida. No Skoob acabei me deparando com a resenha de outra garota que se identificou com a protagonista e não é raro encontrar pessoas que sofrem com doenças psicossomáticas, mas mesmo assim a sociedade ainda é intolerante com pessoas que sofrem desse mal.


"Minha existência sempre havia sido banal e discreta, sem grandes dramas, até que um vendaval, vindo de não sei de onde, virou-a de ponta-cabeça. Me tornei a protagonista de uma história que eu não queria interpretar, passei a ser o centro das atenções e a me sentir humilhada. Nunca mais fui a mesma depois do primeiro ataque, temendo as pessoas ou os lugares. Tinha medo de passar por outros ataques, que poderiam acontecer a qualquer momento." Página 120


Marina é uma jovem ativa que vive para estudar, dispensa sair com os amigos, passear em parques e shoppings para ficar enfurnada em seu quarto estudando para o vestibular. Seu sonho é se tornar uma jornalista e todas as suas forças estão voltadas para entrar na Universidade Católica. Sua mãe é a pessoa que mais a pressiona para entrar na faculdade e concentra todas as suas expectativas em Marina, fazendo com que a jovem se pressione mais do que o necessário para a admissão na UC.

Ao conhecer Julio pela internet a jovem que tinha dezoito anos na época começa a se relacionar com o rapaz que não sabia morar em seu condomínio. Quando é aprovada no vestibular e enfim poderia descansar, Marina acabou se envolvendo com drogas e seu namoro ficou mais sério. Alguns dias depois do início das aulas a jovem teve uma overdose e foi salva por alguns professores da UC, como punição ela e suas amigas precisaram ajudar na organização da biblioteca da universidade. Até então Marina ignorava os ataques de pânico, mas estes começaram a se tornarem frequentes. Pequi, sua melhor amiga, era uma das únicas pessoas que não a considerava louca e ajudou a jovem a entender seu problema que apesar de ser mental, atingia seu corpo das mais variadas formas.


" - Então sou como Jó nas patas de Satanás? A síndrome pode me atormentar até o infinito, pode me impedir de fazer as coisas de que gosto, pode me humilhar diante de meus amigos, mas não pode me matar?" Página 153


Breno Melo trata da Síndrome do Pânico como se fosse Marina, uma jovem de 18 anos que tinha tudo para ter uma vida tranquila, mas esta calmaria foi assolada por um vendaval e nada agora pode ser chamado de normal. O autor mostra ao leitor como uma doença que a princípio é inofensiva, já que não pode matar, mas que faz com que a pessoa sofra mais danos do que uma doença "normal". Não consigo entender como as pessoas ainda tratam doenças de fundo psicológico como loucura, afinal, o autor apresenta que as pessoas que tratam de distúrbios psicológicos com remédios de tarja vermelha, já algumas pessoas consideradas "normais" tomar calmantes e remédios para dormir de tarja preta. Cadê a lógica?

Não vou me aprofundar na doença em si, mas na obra que é tocante de muitas formas. Tenho certeza que no princípio uma pessoa que não teve qualquer contato com a doença vai estranhar e classificar a protagonista como fresca (sou tratada assim até hoje aqui em casa), mas ao longo da obra o autor mostrará o quanto esta doença assim como tantas outras de fundo emocional podem se tornar destrutivas e minar todas as áreas da vida do doente, fazendo com que assim como Marina percam anos na faculdade, seu trabalho e relacionamentos afetivos que até então consideravam estáveis. Recebi um e-mail da editora Schoba e logo me interessei pelo lançamento, como vocês leitores devem ter percebido sempre trago leituras alternativas sobre doenças e assuntos pouco debatidos por aí. Em outro ponto que me identifiquei com a protagonista, além de ter perdido amigos e um semestre na faculdade por conta da doença, foi o gosto pela leitura e não é raro vermos menção a Nicholas Sparks e Meg Cabot nesta obra e assim como eu, Marina alimenta um blog literário que aos poucos foi dando margem para outros assuntos como, por exemplo, sua doença. Para conhecer um pouco mais sobre a história de Marina, não deixe de ler A garota que tinha medo, publicado em 2013 pela Schoba e você verá que uma linda história pode sim ser apresentada em apenas 250 páginas.



"Não podendo viver para coisa alguma devido à síndrome, passei a viver apenas para vencê-la. E cada dia sem um piripaque já era uma vitória." Página 179

site: http://laviestallieurs.blogspot.com.br/2013/12/resenha-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html
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Vanessa Meiser 26/01/2014

balaiodelivros.blogspot.com.br
Temos aqui um livro bastante profundo e esclarecedor sobre algo que até então eu não tinha nenhum conhecimento: a síndrome do pânico.
Considero esta obra como uma 'aula' sobre o assunto já que o Breno (autor) teve o cuidado de pesquisar muito sobre o tema antes de escrever o livro e deixar o leitor completamente inteirado de como a síndrome pode aparecer e quais as conseqüências na vida de um panicoso.
Marina é a nossa protagonista.
Ela é uma garota normal, que tem uma família normal e que leva uma vida normal até o dia do seu primeiro ataque de pânico aparecer sem aviso prévio.
Seu primeiro ataque foi em casa, no quarto com sua mãe e seu namorado presentes e presenciando tudo sem saber o que estava acontecendo. Nem mesmo ela sabia o que estava acontecendo e só bem depois de vários ataques é que ela foi finalmente diagnosticada como portadora da síndrome do pânico.
A narrativa é em primeira pessoa, como se a própria Marina estivesse nos contando sua triste passagem. Ao que tudo indica, a doença surgiu na sua vida por conta da enorme pressão de sua mãe para que ela entrasse em alguma faculdade. Marina simplesmente vivia em cima dos livros estudando e estudando para alcançar o objetivo que sua mãe propôs. Além disto, um novo amor está surgindo na sua vida, porém ela sente que o rapaz não está tão interessado nela quanto ela nele e isto a tem angustiado bastante. Assim começam aos poucos a surgirem as sensações de medo.
Como Marina em algumas ocasiões de sua vida fez uso de drogas, suas amigas e conhecidos acreditavam que os ataques eram provenientes de super dosagens, mas em nenhuma destas ocasiões Marina estava drogada.
O primeiro a lhe abandonar foi o namorado que por achar que ela está louca, simplesmente some do mapa sem dar explicações e a deixa arrasada.
Depois de muitos questionamentos descobre - se o que Marina tem. Mas para isto, ela precisou passar por situações difíceis, como por exemplo, quando teve crise na faculdade (dentro da sala de aula, na igreja no meio de uma missa e no meio do trânsito. O medo passou a acompanhar e a impedir de voltar a freqüentar lugares movimentados e de grande público.
Foi muito difícil para ela e para a família compreender como uma garota tão saudável pode ser diagnosticada com uma doença psíquica, mas o fato é que foi isto mesmo e com muita persistência ela busca a cura e a superação e uma forma de recuperar a tranqüilidade perdida em algum ponto distante.
A história se passa no Paraguai. Nunca havia lido nada sobre este país. Além do tema principal do livro, Breno também nos fornece muitas informações sobre o país visinho, além de informações sobre religião (católica) que é a religião de Marina e sua mãe.
Aqui temos bem expostos os vários sintomas que ajudam a diagnosticar a síndrome, todo o sofrimento pelo qual a pessoa passa, além da vergonha e medo de estar em público quando uma das crises chega.
Definitivamente leitura é cultura. Muitas curiosidades foram sancionadas com este livro e muitos conhecimentos foram adquiridos. Agradeço imensamente à Editora Schoba pelo envio do exemplar e quero parabenizar pela excelente diagramação e proposta da trama. Muito obrigada pela oportunidade.
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Pâmela 27/01/2014

Uma lição.
"A garota que tinha medo" nos conta a história em tom biográfico de Marina, uma jovem que foi diagnosticada com síndrome do pânico. Podemos acompanhar no livro os diversos acontecimentos na vida dela, como ela vivia antes do diagnóstico, durante o tratamento e o seu desenvolvimento. Sendo assim, Breno Melo divide a história em sete partes.

Adentramos a história de Marina, e podemos ver ambos os lados de sua vida, como sua relação com as pessoas (sua vida familiar e romântica) e sua perspectiva pessoal de mundo. Então, pode-se ver sua visão enquanto ela ia descobrindo seu diagnóstico, o que foi muito realístico. Chamo atenção para esse fato, pois geralmente é muito difícil para pessoas que recebem esse tipo de diagnóstico poderem "adentrar novamente" na sociedade, pois como mesmo Marina cita em suas memórias, as pessoas tendem a invalidar a doença por não conseguir ver os aspectos visíveis do problema, não ajudando, os simplesmente achando que é frescura. Então, o leitor (principalmente aquele que conviva com síndrome do pânico direta ou indiretamente), pode com certeza se identificar e perceber o quão desafiador é superar a patologia.

"Descobri que aqueles que sofrem, têm motivos que muitas vezes desdenhamos. Até que chega nossa vez de sofrer e os compreendemos perfeitamente. Não desejo a síndrome do pânico para ninguém, mas eu gostaria de compreensão e respeito por parte das pessoas sãs, que, tendo saúde, nem sempre têm compaixão"

Além dessa visão psicológica da vida de Marina, ela também nos conta sobre o Paraguai (sim, Marina vive no Paraguai!) e os costumes do país. Ela traz também muitos fatos sobre teologia. Achei isso o único aspecto negativo do livro, pois muitas vezes Marina adentrava demais dentro desses fatos e parecia que a narrativa fugia um pouco de foco. Mas isso não tirou todo o brilho da história.

"A garota que tinha medo" foi um livro na qual que fiquei muito ansiosa para iniciar a a leitura, e não me arrependi. Na faculdade eu ainda não tive a oportunidade de estudar mais a fundo a síndrome do pânico e ler o livro do Breno Melo, para mim foi uma ótima introdução. Com certeza vou emprestá-lo para as meninas da minha turma de psicologia para também conhecer Marina e sua relação com a síndrome. Uma história moderna, fácil de ler mesmo se tratando de um tema difícil e super realístico. Vale muito a pena a leitura.

site: http://aritmeticadasletras.blogspot.com.br/2014/01/resenha-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html
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Autora Nadja Moreno 04/02/2014

Esclarecedor... Profundo...
Este livro foi gentilmente enviado pela Editora Schoba para resenha, e posso dizer que fiquei muito contente com este 'presente'. Sim, A Garota que tinha Medo é um presente. Esclarecedor e profundo. Me senti ligada a Marina ao longo das páginas. Breno foi mestre ao traduzir a forma como os acontecimentos se desenrolam na vida de uma panicosa.

A Garota que tinha Medo conta a vida de Marina, uma jovem que desenvolve a Síndrome do Pânico e a Agorafobia, este decorrente do outro. O livro é narrado em primeira pessoa e é redigido em um estilo conversante muito gostoso de se ler. É como se Marina estivesse sentada do meu lado num Café, me contando as coisas que aconteceram com ela.

Em alguns momentos Marina divaga bastante, seja falando de religião, em especial a Católica, seja falando da guerra do Paraguai ou ainda comentando sobre obras e arte. Divaga falando de fé numa hora e de amor noutra. Nestes pontos achei a leitura um pouco arrastada, embora tenha ciência de que estas divagações estavam dentro do contexto.

Breno retrata os sintomas, os questionamentos, as angústias, a vergonha e até as pequenas alegrias que o portador de Síndrome do Pânico vive. O faz de uma forma genial que não deixa dúvidas - então é assim! O livro me fez lembrar de "O Mundo de Sofia" que nos faz entender de Filosofia de uma forma lúdica, ou de "A Viagem de Théo" que é uma aula de Teologia de um jeito romanceado. A Garota que tinha medo nos ensina sobre esta Síndrome assustadora, na forma de um bate-papo leve, descontraído, gostoso.

"Fiquei horrorizada com a minha distração. Nunca o havia visto por ali. Sabia que compartilhávamos o mesmo bairro, mas jamais havia imaginado que pudesse ser o mesmo condomínio.
Eu não era burra, ouviu? Só era distraída."

Fiquei maravilhada com a facilidade em que Breno "se transmuta em Marina" ao redigir esta obra. Quando terminei, li a NOTA no final do livro. Cita que é uma ficção. Que tudo que eu havia acabado de ler era ficção. Veja bem, eu sabia, afinal a protagonista era Marina, uma jovem, e o autor é Breno Melo. Simples de se perceber que não são a mesma pessoa, correto? Não. Errado. Ao terminar de ler e novamente me lembrar que era uma obra de ficção fiquei pasma. "Mas... era tudo tão real!" Impressionante como ao longo da leitura eu tinha certeza de estar lendo uma biografia. O relato da própria Marina. Quando dei por mim de que era uma obra de ficção Breno me ganhou como fã.

A diagramação é bem feita, páginas amareladas, fonte no tamanho ideal e capítulos pequenos. A editora Schoba é cuidadosa!

P.S. Depois de ler esta obra vejo com olhos ainda mais respeitosos os panicosos que estão por aí, por todos os lados. Olhei também com um carinho ainda mais genuíno o livro "O Pequeno Príncipe" (só entenderá a linda referência quando ler A Garota que tinha Medo). Recomendadíssimo.

site: http://escrev-arte.blogspot.com.br/2013/12/resenha-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html
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Gabii 04/02/2014

Um livro desconhecido, de uma editora que eu quase nunca tinha ouvido falar – até o dia em que alguém, a quem devo agradecer, entrou em contato comigo misteriosamente pelo meu facebook –, A Garota que Tinha Medo, foi uma leitura muito agradável, e que superou minhas expectativas.
Eu tenho que admitir que quando comecei a leitura e a personagem principal passou a discorrer sobre varias coisas relacionadas à igreja católica e ao protestantismo, fiquei com medo de acabar abandonando a leitura, mas após a pagina 50 acabei me acalmando: o texto tem mais caráter informativo, e ler informações e manuais é uma coisa da qual eu estou meio acostumada. Deixe-me explicar: eu me sinto meio desconfortável lendo coisas de caráter muito religioso (principalmente cristãs), uma coisa é a obra ter algo cristão nas entre linhas (se não eu odiaria As Crônicas de Nárnia, e isso não ocorre), outra é ela tratar diretamente disso (por motivos pessoais e familiares eu sou meio relutante em “mexer” com isso, mas isso é puramente pessoal – e traumático).
No inicio do livro Marina é uma vestibulanda que enfrenta situações parecidas com as de qualquer outro vestibulando – pressão da família, amigos, etc – e que no momento de transição para a faculdade descobre que tem algo errado com ela, acho que a parte angustiante é que em boa parte do livro é um mistério para ela qual é seu mal, mas depois de passar por ataques em que Marina acha que vai enfartar, e que são minuciosamente descritos por ela – esqueci-me de dizer que o livro é em primeira pessoa, e só pra lembrar, ela é fictícia, e a estória também – e de se interessar mais por o que esta acontecendo com ela – se metade das coisas que ela descreveu acontecessem comigo eu não ia sair do PS – ela descobre que sofre de síndrome do pânico. A partir da descoberta da síndrome do pânico, Marina escreve sobre como foi o período de seu tratamento, suas duvidas em relação a Deus e a sua fé, e como ela superou tudo isso.
Marina é muito simpática – e maluquinha, no sentido não pejorativo da palavra – e os demais personagens também o são, é legal ver um “livro escrito para pessoas, por uma pessoa, e que contém pessoas” – os personagens parecem pessoas, sabe? Não é nada incrível, e fora da realidade – e a leitura é simples e até divertida em alguns pontos, e na realidade, é bem interessante, a síndrome do pânico pela ótica de uma “panicosa” é diferente, acho que essa é uma leitura que te faz repensar o modo como você olha para pessoas com esse distúrbio, e com outros semelhantes.

site: http://embuscadelivrosperdidos.blogspot.com.br/2013/12/a-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html
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Nathy 23/02/2014

A Garota que tinha Medo – Breno Melo – #Resenha | O Blog da Mari
Quando peguei esse livro fiquei com receio porque já tinha lido outros livros abordando a síndrome do pânico, mas de uma forma tão técnica que a leitura se arrastava demais. Com esse a experiência foi muito diferente e bem melhor, na mesma tarde em que comecei consegui finalizar. Os termos abordados pelo autor são facilmente entendidos e explicados para aqueles que nunca ouviram falar do assunto e como pode interferir na vida das pessoas. Quem já sofreu desse mal ou ainda sofre conseguirá se identificar facilmente com tudo que Marina vivencia e a forma como consegue lutar contra.

Com a narrativa em primeira pessoa o leitor entra no mundo de Marina, uma menina que quando começou a ter os sintomas tinha apenas dezoito anos, um período de grandes mudanças e pressões. Tudo porque sua mãe ainda que não perceba não deixa de fazer uma pressão para a menina passar em seis universidades, ou seja, tudo que ela quer que faça é estudar e ter um ótimo futuro. Além de a leitura fluir pelos temas, gostei da forma que o autor encontrou para mostrar como esse mal pode prejudicar a pessoa que sofre disso e como outras não conseguem compreender o que passa com a pessoa. Ainda que os relatos sejam fictícios, todos os sentimentos de Marina pareceram bem reais, justamente por ja ter vivenciado isso de muito perto.

Me chame de Marina. Tenho vinte e cinco anos e sofro de síndrome do pânico desde os dezoito. Tenho ataques de pânico que podem acontecer a qualquer momento. Inclusive agora, enquanto escrevo.

A Marina é uma personagem que a cada página vai se tornando mais real até se tornar uma parte da pessoa que está lendo. Teve diversos momentos nas quais me identifiquei com a menina ao ponto que parava a leitura e mostrava para a Mari, parecia que muita das coisas relata tinham sido retiradas da minha própria história, isso foi algo que me fez gostar demais poder ter tanta proximidade com a personagem. Ao ingressar na faculdade a menina toma atitudes que não são legais e de forma alguma agiria do mesmo jeito, mas foi compreensível, pois ela parecia bastante perdida ainda mais sobre o que estava acontecendo em seu corpo e porque disso tudo.

site: http://www.oblogdamari.com/2014/01/a-garota-que-tinha-medo-breno-melo-resenha.html
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Juli.ana 04/04/2014

Um livro enriquecedor
Narrado em primeira pessoa, A garota que tinha medo conta a história de Marina, uma garota de 17 anos que passa pela pressão, constante, de sua mãe para ser aprovada em um vestibular, qualquer que seja ele, além de todas as mudanças que essa transição lhe causa. Após ser aprovada na UCA para o curso de jornalismo e começar a namorar Júlio, parecia que tudo estava se acalmando e que finalmente Marina iria se equilibrar, mas é nesse momento que ela passa a sofrer com crises de pânico.

“Alguém programou minhas esperanças no “Modo negativo” em vez de programa-las no “modo positivo”. Eu receio o que acontecerá no minuto seguinte.”

Os transtornos psicológicos têm atingido de forma massiva o mundo Ocidental. Talvez o ritmo do nosso dia a dia, a violência ou mesmo nossa filosofia de vida acabam corroborando isso. O livro é bastante interessante possuindo conhecimentos filosóficos, teológicos e lançando uma pequena luz acerca desse problema, que atualmente afeta boa parte da população mundial.

Continue lendo no Blog Reticências

site: http://www.reticenciando.com/2014/04/resenha-garota-que-tinha-medo.html
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Nessa 11/04/2014

A garota que tinha medo
Esse livro trata de um assunto muito importante, a Síndrome do pânico. Aqui conhecemos a Marina, uma jovem que está estudando dia e noite para o vestibular, para o curso de jornalismo. Ela sofre uma certa pressão por parte de sua mãe, que a faz se inscrever em umas seis universidades, em uma ela terá que passar.

Graças ao seu estudo ela consegue passar em mais de duas, onde ela poderá escolher em qual irá cursar. É diante dessa realidade, pressão da sua mãe, início na universidade, novos amigos e um amor que surge, que a síndrome do pânico aparece na vida de Marina.

Gente, para quem não conhece esta doença este livro é uma bela dica, porque aqui acompanhamos todas as características da doença, como ela começa, sensações, como a pessoa reage no momento dos ataques, como as pessoas ao redor reagem.

Algo que achei muito interessante é que acompanhamos as idas de Marina ao psicólogo e ao psiquiatra, onde encontramos possibilidades de como controlar os ataques. Gostei muito da Marina e a força que teve para enfrentar tudo, superar e seguir sua vida.

Gente, lá vai um testemunho meu... Eu tenho a síndrome do pânico, infelizmente. Ela desencadeou ano passado, logo depois que eu perdi meu irmão. Confesso que não foi fácil eu admitir e tomar coragem de ir ao psicólogo e psiquiatra, sim, por que tenho que tomar remédios para não ter os ataques.

Pelo que minha psiquiatra me explicou, isso aconteceu comigo pela junção de coisas que sofri ano passado, é como se fosse um fuga do meu cérebro, algo assim. E a síndrome surgiu por causa da ansiedade que tenho, medos intensos de que coisas ruins aconteçam, taques cardíacos, medo da morte. Medo do Medo.

Essa doença é terrível e me identifiquei muito com a Marina, em vários aspectos. Principalmente quando vemos na história a forma que as pessoas reagem quando surgem os ataques. Não escolhemos o momento, simplesmente acontece, mas as pessoas não entendem.

Bem, se você que está lendo tem ou acha que tem a síndrome do pânico, não deixe a coisa se agravar, não tenha vergonha de ir ao psicólogo, vai logo, quanto antes melhor. Se você não sabe os sintomas lá vai algumas características:

1. Coração acelerado, ataque cardíaca;
2. Falta de ar;
3. Tontura;
4. Dor no peito;
5. Medo de morrer;
6. Náuseas;
7. Tremores, suor...

Falando por mim, é terrível. Não é fácil controlar. Eu tenho essas sensações a qualquer momento, posso estar no trabalho, na rua, lendo, na livraria, com minha família, antes de dormir, não interessa, quando vejo, já estou tendo o ataque.

A leitura deste livro me ajudou muito, como falei antes, o autor dá algumas dicas de como controlar os ataques e até mesmo de como enfrentar, e eu estou colocando em prática. Tudo indica que às vezes a síndrome surge na mudança de realidade, coisas novas.

Gostei muito do desfecho da história, a leitura é fluida, gostei de como o autor explicou a síndrome e principalmente me mostrou de como é possível vencer, conviver com isso e ter uma vida "normal".
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Naty__ 17/05/2022

Resenhar o livro A garota que tinha medo é bastante complexo, não porque se trata de uma obra ruim. O livro aborda um tema bastante delicado: a síndrome do pânico. Breno nos apresenta a personagem Marina, de 25 anos, e sofre dessa doença desde os 18 anos.

A história se passa em Paraguai, um lugar praticamente incomum para ser retratado no livro. Embora nunca tenha lido nada relacionado, gostei de como o autor descreveu o enredo. A descrição do lugar é bem feita, pensamos que Breno visitou o país para escrever sua obra ou, ao menos, fez pesquisas minuciosas para retratá-la com maestria.

Marina leva uma vida aparentemente comum, contudo seus ataques de pânico surgem a qualquer momento. Seus surtos provocam medo em quem está assistindo. Quando sua crise acaba, ela sente-se envergonhada. Ela se culpa o tempo todo por suas falhas.

“Sou ansiosa e sofro antecipadamente. Me contrate como operária para construir um prédio e eu estarei erguendo o segundo andar antes de ter concluído o primeiro” (p.09).

Além das cobranças pessoais, Marina tem de enfrentar a pressão da própria mãe, pois ela, constantemente, cobra da filha para que se inscreva no maior número de instituições possíveis. Marina se inscreveu em seis e passou em quatro universidades. Para sua felicidade, ela passou justamente naquela em que desejara estudar: Universidade Católica de Assunção.

Assim como milhares de brasileiros, a protagonista passa por um conturbado processo ao enfrentar a síndrome do pânico. Marina se culpa a todo o momento por não conseguir admoestar seus sentimentos, sua ansiedade, nervosismo e o excesso de perfeccionismo.

Ao iniciar o curso de Jornalismo na Universidade Católica, ela se vê em um novo mundo. Novas ideias, novas descobertas e perspectivas. Porém, ela não imagina que nessa nova etapa outra crise de pânico irá surgir e deixará os estudantes totalmente receosos de sua presença.

“O livro é um pão que podemos comer à vontade – explicava eu –, sem que ele jamais perca sua substância. Hoje, por exemplo, comi este livrinho de poemas, sem que ele perdesse uma ideia, uma figura de linguagem, um floreio. Tudo quanto ele diz, continua exatamente onde estava” (p.78).

De forma bastante tocante, Breno consegue prender o leitor até as últimas páginas. O sofrimento que a protagonista passa consegue transpassar para nós. É possível sentir cada momento de aflição que Marina está vivendo.

Não obstante, a maneira que o autor explora o processo para a tentativa da cura, é magnífica. É possível compreender que houve um vasto estudo tanto sobre a doença em si, seus sintomas, bem como os meios para o tratamento.

Marina conhece Júlio pela internet e começam a namorar. Porém, o que era para ser um relacionamento feliz e eterno, sofre alguns contratempos. Além de abalá-la emocionalmente, isso acarreta em mais crises de pânico.

“A diferença que há entre os soldados reais e aqueles idealizados por alguns filmes é mais ou menos a mesma que existe entre as histórias de amor reais e aquelas idealizadas pelo cinema. Há soldados que são heróis de guerra, mas de um modo um pouco diferente do que imaginamos. E existem homens que são heróis no amor, mas de um jeito um pouco ou muito diferente do que as garotas pensam” (p.90).

Sua fonte de consolo, em partes, é a blogosfera. Ela tem um blog literário e resenha livros. Lá, também, ela começa a fazer postagens sobre a síndrome do pânico e declara que é portadora da doença. Muitos leitores sofrem ou conhecem pessoas que passam por esse processo e começam a dar apoio para que Marina permaneça no tratamento e seja curada.

Embora a escrita de Breno seja bem feita, de maneira comovente e diálogos bem fluídos, notei que algumas descrições na obra foram desnecessárias. Existem detalhes que não precisavam ser narrados. Porém, por se tratar de um livro escrito em primeira pessoa, a protagonista escolheu os processos mais marcantes para ser evidenciados em sua história.

Achei a capa bem diferente; não é chamativa, mas é bem artística. A diagramação é bem feita e os erros de revisão são pouquíssimos, quase imperceptíveis. A editora está de parabéns pelo trabalho bem feito.

“Quem supera seus medos é mais corajoso que aquele que nunca os teve ou jamais os enfrentou” (p.183).

Recomendo a leitura da obra tanto para quem sofre com a doença, para quem desconhece e, até mesmo, para quem a conhece. Com certeza, Breno tem muito a nos ensinar com este livro.
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Zilda Peixoto 10/06/2014

A garota que tinha medo
Sou dessas que vive zapeando pela internet à procura de boas indicações e, entre tantas críticas e comentários eis que me deparo com a descoberta de novos talentos em meio a tantas indicações de Best sellers. Numa de tantas visitas a blogs literários me deparei com a resenha da minha amiga Vanessa do blog Diário de incentivo à leitura, na qual ela opinava a respeito da obra de Breno Melo.

Nunca havia sequer ouvido falar sobre o autor até que após fazer uma breve pesquisa sobre sua carreira pude perceber que Breno não era um autor iniciante. Breno escreveu “Marta” publicado em 2010, mas somente após ler a resenha no blog da Vanessa que tomei conhecimento do seu trabalho. Pode parecer estranho, ou talvez, inadequado, mas o fato é que não acredito em coincidências.
O livro do Breno chegou em minhas mãos através de um convite feito pelo próprio autor assim que ele tomou conhecimento do comentário que eu havia deixado no blog. Nele, eu expressava a minha vontade e curiosidade em conhecer o seu trabalho. Foi por meio daquela resenha que eu tive a certeza: EU PRECISO LER ESSE LIVRO! E foi assim que tudo aconteceu.

Talvez vocês devam estar se perguntando o que esse livro tem de tão especial. Qual o motivo de tanta retórica para a apresentação de um livro? Bem, confesso que esta foi uma das leituras mais difíceis de toda a minha vida. Não porque o livro tenha uma linguagem rebuscada ou que o autor não tenha conseguido passar claramente a sua mensagem, não, pelo contrário. Breno Melo não poderia ter sido mais objetivo. Na verdade Breno conseguiu atingir em cheio o ponto mais crítico de todos: a minha alma. Posso dizer, como quem sente na pele e sabe o que como é difícil conviver com essa doença.

Quem tem o costume de me acompanhar pelas redes sociais ou até mesmo através das minhas postagens no blog sabe o quanto sou passional em minhas resenhas. Sabe o quanto me entrego às leituras e não meço esforços quanto ao desejo de esmiuçar minhas emoções. Por mais que lhes pareça estranho esse discurso, gostaria de pedir lhes a vossa atenção.

A garota que tinha medo é um livro que aborda um tema sério e muito delicado. Nele Breno Melo nos apresenta o cotidiano de Marina, uma jovem que sofre com a “Síndrome do Pânico”.
Mariana aparentemente levar uma vida comum, mas convivia com a síndrome desde os dezoito anos de idade. Marina era uma pessoa muito perfeccionista e, isso se tornava ainda mais difícil graças às cobranças incessantes de sua mãe que não lhe dava sossego, perseguindo e pressionando sempre que possível. A mãe de Marina era tão controladora que acabou obrigando a filha se inscrever em várias instituições de ensino, mas felizmente Marina conseguiu entrar para aquela que desejava - a Universidade Católica de Assunção para cursar Jornalismo.

Marina era uma garota sensível e tinha como hobby fotografar. Marina tinha um olhar sensível sobre as coisas e, era justamente durante o momento em que fotografava que ela percebia o quanto seu olhar era diferente dos demais. Na maioria das vezes torna-se ainda mais difícil para aqueles que possuem tal sensibilidade tornarem-se alheio as diferenças. O fato era que Marina não conseguia enxergar o lado “positivo” das coisas, ou seja, tudo lhe parecia não fazer sentido. Para pessoas que sofrem com a síndrome isso é muito comum e, saberemos mais adiante como compreender essa doença que por muitos é intitulada como “coisa de gente fresca”.

Marina convivia com o estresse de ser aprovada em uma das universidades na qual se inscrevera tentando incansavelmente corresponder às expectativas da mãe. A síndrome surgiu num desses momentos quando Marina mais parecia uma chaleira prestes a apitar. Seu pai ainda conseguia contornar a situação dizendo sempre a Marina para não ligar para as cobranças da mãe. Mas relaxar era a única coisa que Marina não conseguia fazer. Peça a uma pessoa panicosa para conter sua ansiedade e verá que achar uma agulha no palheiro é a coisa mais fácil do mundo.

Após ser aprovada para a faculdade de Jornalismo na Universidade Católica Marina está pronta para uma nova etapa. Novos amigos, descobertas, conflitos e tudo isso vem à tona num dos momentos mais difíceis de sua vida. Lidar com a síndrome do pânico era algo impensável até mesmo para Marina que não compreendia suas crises e acessos de “loucura”. Esse termo que muitos de nós utilizamos para descrever quem sofre desta doença vai sendo desconstruído ao longo da narrativa.

Por meio de uma história fictícia Breno Melo conseguiu nos transportar para um terreno frágil, ainda pouco explorado. Discutir sobre o assunto com tanta delicadeza e, principalmente, com muito respeito faz dele uma pessoa ainda mais admirável. Seu talento com a escrita é indiscutível e o leitor poderá comprovar isso a partir do primeiro parágrafo do livro. Hoje, a Síndrome do Pânico afeta milhões de pessoas em todo mundo e, por esse motivo vale ressaltar a importância de discutir sobre o assunto.

É impossível não se envolver e comover com a narrativa de Breno. Marina nos descreve coisas comuns do seu cotidiano, ora situações corriqueiras, ora situações extremamente delicadas. É importante salientar a preocupação do autor em descrever cada uma dessas situações com devido embasamento no assunto. Até mesmo para os leigos, a sua abordagem torna-se esclarecedora.

O autor esclarece alguns estágios importantes da doença inserindo-os dentro da narrativa sem que tais informações tornem-se enfadonhas. Não obstante ele as descreve minuciosamente cada situação permitindo compreender a perspectiva de Marina sobre a doença. É evidente que entre as constantes crises que Marina enfrenta o autor mergulhou no assunto para apresentá-lo de maneira tão minuciosa.

Mas apesar de tudo Marina é uma pessoa que leva a sua condição com leveza e humor sempre que possível tirando sarro da sua própria “desgraça” como ela mesma a descreve. Com muito sarcasmo Marina compartilha a visão distorcida e tendenciosa dos romances. Lembrando que tal observação se deve ao fato de que Marina não tem muito sucesso com seus relacionamentos.

Além de questionamentos relevantes à síndrome o autor insere fatos históricos importantes a respeito do país em que vive a personagem. A princípio pode parecer estranho inserir tantos assuntos paralelos dentro da história, mas ao longo da narrativa conseguimos acompanhar o raciocínio lógico da personagem, tendo em vista que cada fato histórico ou religioso esteja intrinsecamente interligado na narrativa.

É quase que impossível imaginar que numa história onde a personagem sofre com a síndrome do pânico, o autor possa recorrer sobre tantos assuntos. Temos a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a verdadeira história da “Guerra Grande” ou “Guerra do Paraguai” assim conhecida por nós, brasileiros.
Outro ponto notável da narrativa foi a discussão levantada sobre fé. O autor aborda o posicionamento do Protestantismo e do Catolicismo ao longo dos anos, assim como relaciona a história do Livro de Jó a vida de Marina. Definitivamente, pode parecer totalmente incompreensível que tantos assuntos diferentes possam coexistir dentro de uma única narrativa sem que nenhum deles se percam, já que o tema proposto é a doença de Marina. Mas não se deixe enganar pela minha descrição um tanto resumida.

Temos a oportunidade de conhecer a fundo o que se passa pela mente de uma pessoa que sofre com a síndrome. Encaramos os fatos como devem ser encarados e, principalmente aprendemos a lidar com o preconceito já que muitos de nós ainda desconhecemos o assunto em questão.

Para dar não deixar dúvidas que o apoio dos familiares e dos amigos é imprescindível, o autor insere personagens importantes que se apresentam ao longo da narrativa. Joana e Maitê são duas amigas da universidade que passam por situações bem constrangedoras ao lado de Marina. Sua relação com Péqui, sua amiga desde a infância também é comovente. Já não posso dizer o mesmo de sua mãe que me irritou completamente. Porém, há de se levar em conta sua ignorância em relação a doença da filha e a maneira como qualquer um de nós reagiria se estivéssemos na mesma situação. E o que dizer de Júlio, o namorado de Marina? Meu desprezo pelo personagem não permite que eu o leve em consideração.

Termos como “Ansiedade antecipatória”, “Agorafobia”, “esquiva fóbica”, assim como outros termos relacionados à síndrome são esclarecidos ao longo da narrativa para que o leitor compreenda melhor a doença. Além de agradável, a leitura torna-se enriquecedora a cada virada de página. É praticamente impossível não se emocionar com Marina. Vibramos do início ao fim da narrativa com cada uma de suas conquistas, assim como nos entristecemos com a ignorância daqueles que desconhecem o assunto e tratam os "panicosos" com desdém ou desprezo.

É importante ressaltar a importância dessa obra para aqueles que sofrem com a doença, e principalmente, para aqueles que a desconhecem. A garota que tinha medo é um livro para ser lido com bastante cautela, preferencialmente num momento em que você possa se dedicar exclusivamente a ele para que sua atenção esteja totalmente voltada ao livro. Confesso que posterguei ao máximo o término dessa leitura, pois não conseguia mais distinguir quem ditava o ritmo da narrativa, se era eu ou a personagem. De qualquer maneira termino a leitura com a sensação de ter superado cada situação vivida por Marina. Só quem sofre com a doença, já sofreu, tem algum amigo ou familiar na mesma situação saberá compreender o quanto é difícil falar, ler e abordar o assunto.

O livro é dividido em sete partes cada um apresentando um estágio da doença. Não pense que o livro é feito um muro de lamentações porque ele não é. Apesar de tudo, Marina é uma jovem bem humorada. Suas reflexões e questionamentos são sempre coerentes e acabam refletindo um pouco de cada um de nós.

A edição do livro está impecável. A capa do livro é belíssima transmitindo perfeitamente a mensagem contida no livro. Gostaria de agradecer imensamente ao autor pela oportunidade e dizer que sua obra foi um divisor de águas na minha vida. Que jamais conseguirei exprimir o quanto sua obra foi providencial. E acima de tudo, dizer que a partir dessa obra ele ganhou mais uma fã. Daqui por diante quero conhecer todos os trabalhos que o autor vier a publicar. Espero sinceramente que todos possam ter a oportunidade de conhecer o seu talento.

Avaliar o livro com cinco estrelas? Não. Para A Garota que Tinha Medo, uma constelação inteira!

site: http://www.cacholaliteraria.com.br/2014/06/resenha-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html#more
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Samantha @degraudeletras 29/12/2014

MELO, Breno. A garota que tinha medo. Lisboa: Dezembro, 2014.
Eu não conhecia esse livro até que o autor, Breno Melo, entrou em contato comigo após ler minha resenha do livro "Garota, Interrompida" (clique aqui para conferir). Claro que, como todo blogueiro literário que se preze, não contei pipoca já que o tema do livro muito me interessa!

Em "A garota que tinha medo", a protagonista, Marina, relata em primeira pessoa sua experiência com a Síndrome do Pânico. Ela começa com um apanhado geral sobre sua vida antes de começar a ter os ataques de pânico, que corresponde ao período em que ela estudava para o vestibular, quando ela passou para o curso de Jornalismo, arranjou um namorado, tinha um blog literário, frequentava a igreja... Em suma, quando ela levava uma rotina semelhante a de muitas jovens da sua idade, talvez a diferença entre Marina e o restante das garotas era sua auto cobrança exacerbada. Logo depois ela relata os episódios em que ela teve ataques de pânico e a estranheza que aquilo lhe causava por falta de conhecimento no assunto. A estória é, então, conduzida ao diagnóstico e tratamento da síndrome.

Um dos pontos mais interessantes desse livro é a sua aproximação com a realidade, pois a protagonista é tão comum, tão verdadeira que poderia estar descrevendo qualquer adolescente com os mesmos anseios, medos, desejos, religiosidade, qualidades e defeitos. Até mais da metade desse livro eu poderia jurar que conhecia a Marina de algum lugar, pois a descrição de sua rotina e dos causos de sua vida muito se aproximam do que geralmente é comum de se presenciar.

Esse período em que a Marina estuda para o pré vestibular, começa a ter ataques quase fulminantes e desconhecidos para ela, passa no vestibular, descobre o que de fato ela tem, sua aceitação e sua luta é um período cheio de medos, onde ela tem que lidar com um terreno desconhecido. Mas, acrescente isso a um período de idade que vai mais ou menos entre os 18 e 25 anos, que é um faixa de idade cheia escolhas que modelarão o resto da vida dos jovens... Não deve ter sido nada fácil.

Houve um detalhe de narrativa que me incomodou um pouco ali por volta da página 67, que corresponde a cena em que um professor do campus de Medicina liga para um amigo do hospital para pedir certa medicação pois a Marina precisava de atendimento. Como o livro é em primeira pessoa, não teria como a Marina saber o que o terceiro personagem, que estava do outro lado da linha da ligação do professor, respondia, mas ela relata as falas dos dois personagens.

O último 1/3 do livro ficou um pouco enfadonho, pois me pareceu que eu estava lendo uma cartilha para leigos sobre a Síndrome do Pânico. Eu entendo que a proposta do autor é informar por meio de um livro de entretenimento, mas ele fez exatamente isso (de maneira excelente, por sinal) durante boa parte do livro e já no final as perguntas e respostas da Marina com seu psiquiatra virou um "informativo de recepção de clínica".

Essa estória me lembrou muito uma blogueira literária que sofria de Síndrome do Pânico também (a Marina é blogueira, êêê) e fiquei imaginando o quanto deve ter sido difícil para ela durante o seu período de "crise". "A garota que tinha medo" é uma ótima indicação para quem interesse sobre o assunto, pois o autor aborda diversos pontos sobre a Síndrome de maneira super descontraída.


site: http://www.wordinmybag.com.br/
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Ana Luiza 06/01/2015

Resenha do blog Mademoiselle Loves Books
Marina é uma jovem paraguaia como outra qualquer, ao mesmo tempo em que é diferente de todos da sua idade. Aos dezoito anos ela descobriu ter síndrome do pânico e, aos vinte cinco, ela narra esse livro, voltando ao passado e relatando para o leitor sua vida antes e depois da descoberta da doença.

“O que eu não percebia é que minha felicidade estava limitada pelo momento, pela situação ou por terceiros. Todas as coisas que me faziam feliz, nessa época, estavam fora de mim. De fato, eu era ingênua e relativamente feliz.” Pág. 29

Aos dezoito anos, Marina já estava carregada de responsabilidades, sendo pressionada pela mãe e por si mesma a entrar em uma boa faculdade. Dedicando grande parte do seu tempo aos estudos, a internet é o local de lazer e de descanso da garota, onde ela mantem um blog sobre sua grande paixão – os livros - e conversa com outras pessoas. É em uma sala de bate-papo que Marina conhece Júlio, um rapaz fofo que ela passa a namorar, apesar de não ter tanto tempo para tal.

Marina consegue ser aprovada em Jornalismo na Universidade que queria e logo faz amizade com outras calouras do seu curso. Realizado o sonho de entrar na faculdade e agora tendo mais tempo para namorar, Marina estava verdadeiramente feliz, apesar de estar em uma época da vida naturalmente cheia de mudanças e incertezas, até que ela começa ter seus primeiros ataques de pânico. Aos poucos, o medo vai dominando a vida da Marina, afastando-a da sua rotina e das pessoas que gosta. Marina sabe que há algo de errado com ela, mas sua família acha que não e até mesmo alguns médicos afirmam que ela não tem nada.

“O auge eram os ataques de pânico. Era como ter um vulcão fervilhando dentro de mim, e de em quando ele entrava em erupção.” Pág. 11

Mas conforme os ataques vão se tornando mais frequentes e Marina se vê cada vez mais perdida e reclusa, a garota começa a questionar sua sanidade e até mesmo duvidar de sua fé. Quando finalmente recebe o diagnóstico correto, Marina se vê determinada a não deixar-se vencer pela doença, mesmo que para isso tenha que encarar seus mais profundos medos sozinha. Mas logo Marina descobre que não está realmente sozinha e, aos poucos, ela vai conquistando de volta tudo o que perdeu, apesar de saber que certas coisas não podem ser recuperadas e que ela, Marina, jamais será a mesma de antes.

A garota que tinha medo despertou minha curiosidade por tratar da síndrome do pânico, doença muito pouco abordada na literatura, mas que é mais comum do que imaginamos. Por ter casos da doença na minha família, já tinha uma alguma ideia dos sintomas, mas acabei aprendendo ainda mais com A garota que tinha medo. A obra é bastante instrutiva e é perceptível que o autor pesquisou a fundo a temática. Entretanto, em alguns momentos, o livro mostrou-se um pouco entediante e mecânico, como se fosse um artigo didático sobre a síndrome do pânico. No entanto, a leitura, em geral, é bastante fluída e cativante.

A narrativa em primeira pessoa de Melo é boa e o leitor tem mesmo a sensação de que é a própria Marina quem conta a história, contudo, a escrita do autor tem ainda um pouco a amadurecer. Senti faltas de descrições mais profundas, principalmente dos cenários, afinal, se não me engano, essa é a primeira obra que leio que se passa no Paraguai. Apesar disso, o autor trata o lugar com muita naturalidade e intimidade e mesmo sem ter uma imagem tão bem construída dele, o leitor se sente lá, ao lado de Marina. A trama é muito bem construída e verossímil, se fosse o nome dela que estivesse na capa, ninguém duvidaria que a Marina e sua história fossem reais. De fato, esse é um dos pontos mais fortes do livro: a obra é carregada de muita realidade.

Algo que amei é que A garota que tinha medo é recheado de referências literárias, históricas e até mesmo bíblicas, o que deixa a obra ainda mais rica. As referências bíblicas, inclusive, são muito importantes, já que a religião é muito presente e relevante na vida da protagonista. E falando nela, gostei da Marina desde as primeiras páginas. Apesar de não ser panicosa, me identifiquei muito com sua ansiedade e a pressão que ela sempre coloca sobre si mesma para agradar a todos. É impossível não se cativar com a personagem ao acompanhar suas ansiedades, inseguranças, medos, descobertas, vitórias e felicidades. Os outros personagens também são bem construídos e tem papel na história.

A garota que tinha medo é uma obra singela e comovente, uma história cativante e edificante. O autor está parabéns por abordar um tema, uma doença, muitas vezes tratado como tabu. A síndrome do pânico é mais comum do que imaginamos e deve ser tratada de modo devido, mas não é um bicho de sete cabeças. Gostei muito que A garota que tinha medo, apesar da temática delicada, seja uma leitura fácil e rápida. Recomendo-o para todos, especialmente para os que, como eu, gostam de obras que abordem doenças psíquicas.

Quanto a edição, não tenho reclamações. A diagramação, apesar de simples, está perfeita. O tamanho e tipo de fonte também estão bons e as páginas amareladas ajudam a deixar a leitura ainda mais rápida. Eu gosto da capa, é simples, mas bonita e, além de combinar com a história, a garota combina com a Marina descrita e com a que imaginei.

“ (...) ‘há mais loucura ou falta de razão no preconceito das pessoas em geral sobre os distúrbios mentais eu nos distúrbios mentais em si’.” Pág. 227

site: http://mademoisellelovebooks.blogspot.com/2015/01/resenha-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html
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