Os Limites do Capital

Os Limites do Capital David Harvey




Resenhas - Os Limites do Capital


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Romeu Felix 22/03/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
"Os Limites do Capital" é um livro escrito pelo geógrafo marxista britânico David Harvey. Publicado originalmente em 1982 e atualizado em 2013, o livro é uma análise crítica do sistema capitalista, seus mecanismos de funcionamento e as consequências para a sociedade e o meio ambiente.

Capítulo 1 - O Capitalismo como Sistema

Harvey começa o livro descrevendo o capitalismo como um sistema social, econômico e político que se desenvolveu a partir do século XVIII. Ele argumenta que o capitalismo é caracterizado por uma série de contradições e tensões inerentes, como a busca por lucros em um contexto de competição acirrada e a necessidade de expansão contínua em um planeta com recursos limitados.

Capítulo 2 - A Lei Geral da Acumulação Capitalista

Neste capítulo, Harvey apresenta a Lei Geral da Acumulação Capitalista, que é uma teoria econômica proposta por Karl Marx. A lei afirma que o capitalismo está sempre em busca de novas formas de acumular capital, e que a exploração do trabalho humano é uma das principais formas de alcançar esse objetivo. Harvey argumenta que essa lei é uma das principais razões pelas quais o capitalismo é um sistema insustentável.

Capítulo 3 - O Espaço e a Geografia do Capitalismo

O terceiro capítulo do livro explora o papel do espaço e da geografia na acumulação capitalista. Harvey argumenta que o capitalismo é um sistema que se expande constantemente em busca de novos mercados e recursos, e que a geografia desempenha um papel fundamental nesse processo. Ele descreve como o capitalismo tem transformado o espaço urbano e rural, criando desigualdades e injustiças socioeconômicas.

Capítulo 4 - A Crise do Capitalismo

Neste capítulo, Harvey analisa as crises econômicas que ocorrem no capitalismo e argumenta que elas são inevitáveis devido às contradições inerentes ao sistema. Ele descreve como as crises são resultado da superprodução, da falta de demanda e da busca incessante por lucros. Harvey também aborda a crise ambiental e como ela está relacionada à crise econômica do capitalismo.

Capítulo 5 - A Luta pelo Controle do Espaço

No último capítulo do livro, Harvey discute a importância da luta pelo controle do espaço na história do capitalismo. Ele argumenta que o controle do espaço é fundamental para a acumulação capitalista e que a luta pela terra e pelos recursos é uma das principais fontes de conflito entre as classes sociais. Harvey também explora alternativas ao capitalismo e argumenta que é possível criar um sistema mais justo e sustentável.

Sobre a Segunda leitura:

O livro "Os Limites do Capital" de David Harvey é uma obra fundamental para compreender a lógica do capitalismo contemporâneo e seus desafios e contradições. Harvey, um dos mais influentes teóricos marxistas da atualidade, apresenta em seu livro uma análise crítica e rigorosa do modo de produção capitalista, a partir da teoria marxista e dos desdobramentos históricos e políticos do capitalismo.

A obra se estrutura em torno de três grandes temas. O primeiro deles é a crise do capitalismo, vista por Harvey como uma manifestação do descompasso entre as forças produtivas e as relações sociais de produção, que levam a uma concentração de riqueza nas mãos de poucos, gerando desigualdade social e instabilidade econômica. O segundo tema aborda as contradições do capitalismo, especialmente a relação entre o crescimento econômico e a degradação ambiental, bem como a tensão entre a lógica do mercado e as demandas políticas e sociais. Por fim, o terceiro tema do livro é a busca por alternativas ao capitalismo, que Harvey discute a partir de uma perspectiva crítica e transformadora.

Uma das principais contribuições de Harvey em "Os Limites do Capital" é a sua análise da globalização e das novas formas de acumulação capitalista. Ele mostra como a crescente mobilidade do capital e a expansão dos mercados mundiais têm impactado profundamente as economias nacionais e as relações sociais em todo o mundo. Harvey também aponta a emergência de novos atores sociais e políticos, como os movimentos sociais, que desafiam a lógica do capitalismo e propõem alternativas.

Outro destaque do livro é a reflexão sobre a relação entre o capitalismo e a natureza. Harvey argumenta que a exploração ilimitada dos recursos naturais pelo capitalismo tem levado a uma crise ambiental sem precedentes, que ameaça a sobrevivência da humanidade. Ele defende a necessidade de uma nova relação entre a sociedade e a natureza, baseada em uma compreensão mais profunda da interdependência entre os seres humanos e o meio ambiente.

Em resumo, "Os Limites do Capital" é um livro essencial para quem deseja compreender as contradições e os desafios do capitalismo contemporâneo, bem como as possibilidades de transformação social. Harvey apresenta uma análise profunda e crítica da dinâmica do capitalismo, apontando suas contradições e limites, mas também as oportunidades para a construção de um mundo mais justo e sustentável.
Por: Romeu Felix Menin Junior.
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Rári 19/09/2021

Um guia introdutório ao pensamento marxista
A obra aborda os principais conceitos construídos na obra de Marx em sua teoria crítica do capitalismo. A linguagem é um tanto complexa e conhecimentos de teoria econômica ajudam na compreensão.
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Lista de Livros 10/03/2021

Lista de Livros: Os Limites do Capital, de David Harvey
Parte I:

“As dificuldades são em parte ideológicas. A aceitação disseminada dos benefícios a serem atingidos pelo individualismo e as liberdades que um livre mercado supostamente confere, assim como a aceitação da responsabilidade pessoal pelo próprio bem-estar, constituem, em conjunto, uma séria barreira ideológica para a criação de solidariedades nas lutas. Elas apontam para modos de oposição baseados nos direitos humanos e em associações voluntárias (como as ONGs), em detrimento de solidariedades sociais, partidos políticos e a tomada do poder estatal. Por isso, há uma percepção de que todos temos de ser neoliberais. Mas as formas mais tradicionais de luta são difíceis de articular, dada a incrível volatilidade do capitalismo contemporâneo, a evidente diminuição da soberania dos Estados individuais sobre suas questões econômicas e a redefinição da ação do Estado em torno da necessidade de cultivar um bom clima de negócios para atrair o investimento. Por isso, é cada vez mais difícil identificar o inimigo e onde ele está.”
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Mais do blog Lista de Livros em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com/2021/01/os-limites-do-capital-parte-i-de-david.html

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Parte II:

“O que diferencia Marx da economia política burguesa (tanto antes quanto a partir dela) é a ênfase que ele coloca na necessidade de saídas do equilíbrio e o papel fundamental das crises na restauração desse equilíbrio. Os antagonismos incorporados dentro do modo de produção capitalista são tais que o sistema está sendo constantemente obrigado a se distanciar de um estado de equilíbrio. No curso normal dos acontecimentos, insiste Marx, um equilíbrio só pode ser alcançado por acidente. Assim, ele inverte a proposição ricardiana de que o desequilíbrio é acidental e procura identificar as forças internas ao capitalismo que geram desequilíbrio. Mas, para fazer isso, Marx tem de gerar conceitos de equilíbrio adequados para tal tarefa. E é exatamente por essa razão que ele achou necessário ir além da aparência superficial da demanda e da oferta e até mesmo das caracterizações da produção e do consumo para articular uma teoria do valor apropriada ao seu propósito. Só depois que a teoria do valor fizer o seu trabalho podemos voltar às questões da oferta e da demanda e da produção e do consumo para explorá-las em detalhes. Enquanto isso, o centro da atenção se desloca para aquele da produção e da realização do mais-valor como capital – pois, afinal, é realmente nisso que se resume o modo de produção capitalista.”
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Mais em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com/2021/01/os-limites-do-capital-parte-ii-de-david.html


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Parte III:

“Em virtude do seu controle sobre os meios de produção, os capitalistas também podem apropriar o poder social inerente ao dinheiro e colocá-lo para trabalhar como capital monetário, e assim produzir mais-valor mediante a produção. A lógica da circulação geral do capital os obriga a criar novos instrumentos financeiros e um sistema de crédito sofisticado que impulsiona o dinheiro e o capital que rende juros para um papel proeminente em relação à acumulação. Mas o poder coercivo da competição obriga os capitalistas, como agentes econômicos individuais, a abusar desse sistema e desse modo corroer o poder social do próprio dinheiro: a moeda pode ser desvalorizada, ocorre inflação crônica, crises monetárias são criadas etc. Constata-se que o seu uso do dinheiro como um meio de circulação através da ação do sistema de crédito solapa a utilidade do dinheiro como uma medida e uma reserva de valor. Então devem ser tomadas medidas para preservar a qualidade do dinheiro. Tornam-se necessários controles monetários rígidos e severos. Esses controles surgem no decorrer de uma crise quando os capitalistas se apressam em segurar a mercadoria-dinheiro (o ouro, por exemplo) como a única representação legítima do valor, ou então são impostos como parte de uma política consciente por parte de uma autoridade monetária poderosa que opera como um braço do Estado. Nas últimas circunstâncias, a política da estratégia monetária, como é seguida pelo Estado, torna-se crucial para o entendimento da dinâmica da acumulação do capital. Entretanto, sejam quais forem as circunstâncias, a tendência para o excesso no reino das finanças é fundamentalmente assinalada por um retorno às eternas verdades da base monetária.”
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https://listadelivros-doney.blogspot.com/2021/01/os-limites-do-capital-parte-iii-de.html


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Parte IV:
“O dinheiro é o poder social encarnado.”
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“Os marxistas, desde a primeira vez que Rosa Luxemburgo escreveu sobre o assunto, há muito vinham sendo atraídos pela ideia dos gastos militares como um meio conveniente para absorver os excedentes de capital e da força de trabalho. A obsolescência instantânea dos equipamentos militares e a fácil manipulação das tensões internacionais em uma demanda política pelo aumento nos gastos da defesa adicionam brilho à ideia. Acredita-se por vezes que o capitalismo é estabilizado mediante o orçamento da defesa, embora privando a sociedade de programas mais humanos e socialmente meritórios. Infelizmente, essa linha de pensamento é traçada segundo o molde subconsumista. Eu digo “infelizmente”, não tanto porque essa interpretação esteja errada, mas porque a presente teoria sugere uma interpretação mais sinistra e aterrorizante dos gastos militares: as armas não apenas devem ser compradas e pagas pelos excedentes de capital e trabalho, mas devem ser postas em uso. Pois esse é o único meio que o capitalismo tem à sua disposição para conseguir os níveis de desvalorização agora requeridos. A ideia é apavorante em suas implicações. Que melhor razão poderia haver para se declarar que chegou a hora de o capitalismo desaparecer para abrir caminho a algum modo de produção mais saudável?”
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