Crónicas Marcianas

Crónicas Marcianas Ray Bradbury




Resenhas - As crônicas marcianas


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Andre.28 28/12/2019

Um enredo meio morno e um final pragmático
As Crônicas Marcianas é um livro que fala muito mais da colonização de Marte do que das conquistas. O livro é um conjunto de crônicas escritas por Ray Bradbury entre o final dos anos 40 e meados dos anos 50 e está muito influenciada pela Guerra Fria, tensões raciais nos Estados Unidos e pelas mazelas do desenvolvimento humano, destruição ecológica, tensões e ameaças as guerras atômicas, etc. Particularmente mais da metade do livro fora nos dilemas dos terráqueos e pouco se falam dos marcianos.

A história é narrada num futuro distópico, mas palpável no sentido de por os elementos comuns de forma natural. Não há grandes firulas. Os marcianos aparecem mais em momentos pontuais, no começo do livro, no momento das primeiras expedições ao Planeta Vermelho. Nas três primeiras expedições os marcianos tem um papel ativo na destruição dos intentos dos terráqueos de descobrir algo, e de se estabelecerem. A Segunda Expedição tem um final meio bizarro, e Terceira e Quarta Expedições tem mais ação, sendo a Terceira com o embate direto, por meio de um truque dos marcianos, com os terráqueos. Os Marcianos são muito malacos (malandros) na maior parte do tempo. As descrições uma hora apresentam uma imagem dos marcianos, outra hora “deixam no ar” o poder que eles têm e como eles podem se transformar em humanos para despistar os terráqueos.

Na narrativa é mostrado como os humanos são destrutivos, burros, brigões e moralmente suspeitos. Na Quarta Expedição fica subentendido que os marcianos sofreram com epidemias, sendo que muitos deles devido a isso morreram. Os que resistiram se camuflaram para tentar sobreviver. No mais, a história é desprovida dos elementos “mágicos”, de utensílios e das descrições de objetos ultramodernos. Na verdade, a história é mais uma narrativa que deixa subentendido coisas, abre lacunas para interpretação própria do leitor e coloca mais o ponto de vista dos terráqueos do que dos marcianos.

O Final deixa a entender que os marcianos camuflados conseguiram ir a Terra e depois, com o inicio da Guerra Nuclear, voltarem para Marte no intuito de recolonizarem o planeta. Os humanos que conseguiram colonizar Marte abandonaram-na depois do começo da Guerra Nuclear na Terra, deixando o Planeta Vermelho quase deserto. O final é desolador para os terráqueos, que mais viveram da ilusão do que da realidade.

Particularmente não achei o livro ruim, mas nem tampouco me empolgou. O enredo morno não me cativou, mas nem de longe é um livro ruim. Tem seus méritos no sentido de mostrar as críticas sociais vividas no tempo em que foi escrito, e projetando a ideia de viagem para o espaço para um futuro, para uma distopia. Por conta disso acho que 4 estrelas é o suficiente, mas foi quase 3.
Luana 29/12/2019minha estante
Gosto mais de Enquanto a cidade dorme e outros contos


Andre.28 29/12/2019minha estante
é bacana. Gostei mais do começo do livro, e um ou outro conto. Gostei mais quando falavam dos marcianos e as expedições.




Dominique.Auler 18/10/2019

Uma incrível obra de ficção científica sociológica, traz uma série de contos que não se ligam diretamente, mas juntos contam uma história de mais de duas décadas. Uma história de colonização.

O uso de diferentes pontos de vista e os saltos de tempo lembram a série da Fundação de Asimov, e ajudam a estabelecer uma narrativa que não se prende a personalidades ou arcos pessoais, contando no lugar disso a história de toda uma geração, um capítulo culminante da história da própria humanidade.

Apesar desse contexto mais geral, Bradbury consegue criar afeições com personagens em poucos parágrafos, dando uma narrativa tocante mesmo passando pouco tempo com cada um dos novos ou antigos habitantes do planeta vermelho.

Por fim, o mundo marciano se torna um reflexo do nosso, fazendo o leitor encarar os crimes da humanidade, que cometemos ainda aqui na Terra que o livro deixa pra trás.
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livrodebolso 14/10/2019

As crônicas, por vezes assustadoras, juntas, formam um romance futurista (publicado em 1954, tem seu início em 1999 e encerramento em 2026), porém, podem ser lidas separadamente. Ainda assim, o contexto como um todo garante uma experiência melhor, eu acho.
Desde a primeira expedição ao planeta Marte, completamente frustrada, percebemos que os marcianos são muito mais evoluídos que os homens: eles conseguem se comunicar telepaticamente e usar sua mente de maneira admirável.
Antes do ano de 1999, os homens não haviam feito contato com Marte, e sua chegada repentina foi percebida precocemente e acompanhamos a reação cognitiva de uma marciana, que não resulta em coisa boa.
As expedições seguintes servem para ilustrar toda a capacidade intelectual marciana, muito mais avançada que a humana, e também perecem rapidamente.
Quando a quarta expedição chega ao planeta vermelho, a surpresa é aterradora. E os homens finalmente podem se apossar do que nunca foi seu.
Os fantasmas que sobram assombram os humanos que tentam agir naturalmente, criar um novo senso de patriotismo, recomeçar, enquanto a terra sucumbe em uma grande guerra.
Os (norte) americanos monopolizaram as viagens interplanetárias, e todos conhecemos o seu senso de amor à pátria. Sendo assim, pouco esforço se fez para brecar a ruína subsequente.
E, àquela que era uma civilização completa, com história, tecnologia, e esperança se tornou vítima de um povo ganancioso.
Nós já vimos isso antes, aqui mesmo, na Terra, não é verdade? .
.
Dentre as vinte e seis crônicas, algumas longas, outras que não ocupam uma página inteira, todas incomodam de alguma maneira. Bradbury não escreveu uma palavra que não despertasse asco no leitor, que não fosse uma crítica bem colocada, e a junção de todas formam um dos melhores livros que já li (outra vez) na vida.
Eu me lembro, de, na primeira leitura que fiz desta obra, ler na primeira página, uma frase que muito me impactou: "é sempre bom renovar nosso senso de espanto", e tarefa foi concluída com sucesso.
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juliabarros 10/06/2019

03 motivos porque “As crônicas marcianas” foi uma leitura interessante:
1 - A premissa do livro é interessante: são pequenos contos, datados de 1999 a 2026, relatando as etapas da exploração de Marte pelos humanos. Vemos algumas expedições, o primeiro contato com o planeta, as falhas, os acertos, uma corrida para conseguir escapar da Terra, entre outros pontos. A ideia central de que os humanos destroem o planeta e querem fugir para outro não é exatamente original mas é importante lembrar que o livro foi escrito em 1950 (e mesmo assim ainda fomos capazes de seguir com nossos hábitos destrutivos com a Terra, fazer o que, a ficção científica muitas vezes é capaz de prever o futuro sim).
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2 - A tecnologia mudou bastante de 1950 para cá, mas os humanos não mudaram quase nada. Um dos pontos que me agradou foi o retrato bem cru do que somos: egocêntricos. As tripulações que chegam em Marte esperam uma chegada triunfal com festa e discursos. Quando nada disso ocorre eles ficam desanimados. Outra tripulação, ao chegar se depara com seus familiares que já haviam falecido na Terra e com isso se distraem de sua missão principal. Uma leva de padres viaja para Marte visando converter os marcianos em católicos. Só pensamos em nós mesmos e nos nossos interesses. Qual era a vantagem da chegada dos humanos para os marcianos ?
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3 - Mesmo com momentos de reflexão importantes, “As crônicas marcianas” foi minha última chance para Bradbury. Apesar de ser mais bem escrito que “Fahrenheit 451”, na minha percepção, o autor segue sem fazer questão nenhuma de incluir personagens femininas que não sejam apenas ‘a esposa de alguém relevante’ para o enredo. Além disso, tem um conto sobre negros que me deixou muito desconfortável porque eles são retratados como sendo totalmente como passivos e importantes apenas como mão de obra. Então, vale a leitura ? Sim, mas acho que é importante que nossa leitura seja crítica e que sejamos capazes de problematizar os autores quando necessário.
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IvaldoRocha 04/04/2019

Tem de tudo um pouco, vale muito a pena a leitura.
Publicadas em revistas de ficção “Pulp FIction” no final dos anos 50, foram reunidas pelo autor nos fins dos anos 60.
Temos de tudo um pouco, pois algumas crônicas se passam em Marte e outras na Terra, em algumas o sonho de partir, em outras o desejo de voltar e a espera e a capacidade do ser humano de se superar e surpreender tanto pelo lado bom como pelo mal.
Embora as crônicas não tenham uma sequência estruturada, alguns personagens vão reaparecendo ao longo das demais crônicas, dando uma certa continuidade e despertando um maior interesse, pois você acaba encontrando alguns trinta anos após a crônica inicial e em algumas fica sabendo o que aconteceu com antigos personagens.
Embora possa parecer alguma coisa um tanto tola as crônicas colocam situações e questionamento sociais da época de uma forma muito inteligente e sensível. A guerra fria, a certeza da destruição da terra pela eminente guerra atômica, o racismo, a destruição de novos povos, a esperança de dias melhores, a fuga de um mundo deteriorado e por aí vai.
A crônica em que os negros partem da Terra de uma maneira inesperada, deixando os brancos desesperados com a sua partida é brilhante pelos detalhes e sutilezas.
Todas sem exceção vão além de uma simples ficção, de uma maneira ou outra acabam surpreendendo o leitor e o deixam com o que pensar por algum bom tempo após o fim do livro.
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Edson Camara 08/02/2019

LEITURA OBRIGATÓRIA PARA QUEM GOSTA DE FICÇÃO CIENTIFICA
Primeiro livro de Ray Bradbury que leio. Matei um desejo de muitos anos, não me arrependi. Valeu a pena cada minuto investido na leitura deste livro.
Para quem gosta de ficção científica, é leitura obrigatória.
É datado sim, afinal foi escrito no final dos anos 1940 e publicado em livro como uma série de contos em 1954.
Nesta época havia uma paranóia, principalmente dos americanos de que o mundo terminasse numa hecatombe nuclear.
A história se passa no futuro longínquo dos anos 1999 a 2026.
Conta desde a primeira expedição até a última.
Os humanos conseguiram vir a Marte e coloniza-lo, mas para isso tiveram que destruí-lo também, do mesmo jeito que destruiram a terra.
O livro é um pouco depressivo por este clima de destruição.
A imaginação do Ray Bradbury por outro lado é brilhante.
Algumas curiosidades por falta de informação na época que foi escrito como a cor do planeta terra ser definida como verde e não azul como conhecemos.
O último conto do livro fecha a saga com uma esperança em duas famílias distintas que ficaram e se propuseram a repousar o planeta Marte, e a última cena relatada por Ray:
Chegaram ao canal…
…os marcianos estavam lá, estavam lá refletidos no canal, onde o pai, a mãe e os três filhos ficaram olhando para eles, refletidos na água, por um longo tempo, longo tempo silencioso...
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Emilia Yumi 06/02/2019

Um clássico da ficção científica
Publicado originalmente em 1950, a obra é composta por 26 crônicas (ou contos) ligados cronologicamente, portanto recomendo a leitura do início ao fim para não perderem nenhum detalhe.
As crônicas iniciais são bem imaginativas e fantásticas, falando sobre as primeiras expedições terráqueas ao planeta Marte.
Nas crônicas seguintes, quando os terráqueos iniciam a colonização do planeta, literalmente eles trazem todo o lixo da humanidade. O autor coloca o dedo nas principais feridas mostrando o racismo, a censura, a arrogância e a necessidade de poder.
É uma obra imperdível da ficção científica. Recomendo esse clássico!!
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Luizgustavo 20/12/2018

otimo livro.
ouvia todos falarem deste livro, fui adiando sua leitura.Hoje acabei de ler e vai ser um dos melhores livros, que li em 2018 muito bom.
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Wynícius 13/12/2018

O que está por vir.
Talvez aqui esteja escrito um dos destinos da raça humana. Um destino que nunca aconteceu ou que pode acontecer. Nesta obra está escrito a mais perfeita descrição do ser humano, da sua sede por desgraça, dinheiro, amor, exploração e muitas outras coisas que nos movem sem ao menos nos questionarmos. Esse livro nos faz questionar se a exploração espacial é algo tão maravilhoso assim, se a raça humana vai mudar ao chegar em uma nova casa ou se teremos apenas outra versão da terra. Com mortes, guerras, fome, solidão e egoísmo encravados no nosso ser. Talvez, só talvez, esse livro seja um daqueles que antecipa o que está por vir.
Helen 18/09/2019minha estante
Ia escrever alguma coisa, mas você já disse tudo!




Rubens 07/10/2018

Livro sensacional...
Mas "Usher II" é um espetáculo à parte!
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Leonardo 30/09/2018

Poderia ter sido uma grande história
O livro tem todos os elementos que poderiam torná-lo uma grande história, porém a execução falhou em muitos aspectos. A ideia se perde numa tentativa de preencher vários aspectos do que poderia ser uma narrativa completa mas acaba caindo em vários clichês desconexos e bem separados por crônicas que pouco conversam entre si. O livro acerta em apostar numa escrita leve e simples que combina bem com a falta de profundidade da história e do prometido porém pouco encontrado SciFi. Talvez a leitura valha pra quem é fã extremo do gênero e já esteja lendo até os livros lado B, caso contrário existem vários outros livros clássicos (e bem melhores) que você poderia ler antes desse. Ray Bradbury passa longe de Julio Verne pra se aconchegar em George Orwell e o resultado não ficou bom.
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Vinicius 03/09/2018

Uma ótima antologia
Cada conto do livro constitui um órgão pulsante do organismo da história geral. O que temos é a grande saga da colonização de Marte pela raça humana visualizada por Bradbury, dividida em uma série de histórias em diferentes épocas e contextos (desde as primeiras expedições, passando por vários momentos e por fim até o declínio), muito bem costuradas pelo autor. Ray não era cientista, então não há grande preocupação com o aspecto técnico --ele mal é percebido --, porém, a narrativa empolgante nos coloca dentro dos acontecimentos, embora não se trate de uma escrita muito descritivista (para uma ficção científica, que geralmente reúne muitas descrições e explicações).
É um livro para refletir, para ter receio, e para rir, muitas vezes. Gostei bastante.
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Cheiro de Livro 01/08/2018

As Crônicas Marcianas – Ray Bradbury
O que fez este homem de Illinois, me pergunto, enquanto fecho as páginas de seu livro, para que episódios sobre a conquista de outro planeta me povoem de terror e de solidão? Como podem tocar-me estas fantasias, e de uma maneira tão íntima?

Quem pergunta é ninguém menos que Jorge Luis Borges, no prefácio da edição em língua espanhola de As Crônicas Marcianas, em 1954.

A resposta é que ele trouxe para a Ficção Científica qualidades artísticas e literárias que o gênero até então não tinha. E que mesmo hoje não são tão comuns. Até ali, os escritores de FC eram mais conhecidos pela imaginação do que pelo talento literário para expressar essas ideias. Publicavam seus contos em revistas baratas que pagavam pouco. Precisavam escrever muito, e rapidamente, pra garantir o sustento. Eram aventuras espaciais eletrizantes, embaladas por capas coloridas e sugestivas. Já nas histórias de Ray Bradbury (1920 – 2012), o que importava não era a tecnologia, mas o impacto emocional e pessoal dela. E mesmo assim, foi da necessidade pura que nasceram as Crônicas Marcianas.

O jovem escritor já vinha publicando contos em revistas como Planet Stories, Super Science Stories, e Thrilling Wonder Stories. Em 1949, deixou a mulher grávida em Los Angeles e foi a Nova York procurar as grandes editoras. Mas não havia mercado sério, fora das revistas, para o que ele escrevia. Já tinha publicado uma coletânea por uma editora pequena especializada em terror, mas as grandes de Nova York só se interessavam por romances. Um desses editores perguntou então se ele não tinha alguns contos que pudesse juntar numa coisa só. Era o que se chamava “fix-up”, muito comum na época. Escritores que tivessem histórias interligadas davam uma ajeitada aqui e ali e publicavam num volume só. Foi assim com Fundação, de Isaac Asimov, entre outros tantos. Bradbury já tinha pensado num livro sobre Marte, e tinha várias histórias sobre viagens ao planeta vermelho. Voltou para a Associação Cristã de Moços, onde estava hospedado, e virou a noite fazendo um esboço. Voltou no dia seguinte e conseguiu do editor um adiantamento de 750 dólares. De volta a Los Angeles, tratou de preencher os “buracos” entre uma história e outra.

Parece improvisado, mas funciona. Bradbury relata vários momentos na colonização humana de Marte. O planeta em si é bem diferente do que conhecemos hoje, depois de décadas de exploração não-tripulada. Na história de Bradbury, morte e loucura esperam os primeiros astronautas. O contato com os humanos acaba sendo fatal para os marcianos, num paralelo com as doenças transmitidas pelos europeus aos indígenas nas Américas – e também com o destino dos marcianos invasores de H. G. Wells. Os humanos também não se saem muito bem. Encontram em Marte a solidão e a nostalgia por uma Terra perdida e que a todo custo tentam reconstruir. Como reflexo do pós-guerra, os colonos vêem de longe a Terra se aproximar de um devastador conflito nuclear. E Marte acaba sendo o último refúgio dos terráqueos.

Não esperem encontrar aqui o planeta minuciosamente descrito em Perdido em Marte, por exemplo. O tom o tempo todo é eligíaco, de uma nostalgia de algo perdido, de uma vida mais simples e ingênua que estava desaparecendo no pós-guerra. Bradbury era um saudosista, e temeroso quanto ao futuro da humanidade e do uso que faremos das novas tecnologias. As paisagens áridas não estão ali simplesmente para serem conquistadas pelos bravos astronautas, e sim são um reflexo da solidão, uma lembrança da nossa pequenez no Universo.

site: http://cheirodelivro.com/as-cronicas-marcianas-ray-bradbury/
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