Lili Machado 15/08/2012Marion Zimmer Bradley? Ficção Científica? Sei que parece estranho, mas a autora começou a escrever nesse gênero, em 1962. Então...Pela cronologia, esse é o primeiro livro da série Darkover, cujos livros são independentes, mas ao mesmo, complementares.
A série inclue uma lista de livros passados em períodos específicos, cada romance escrito como uma história individual.
A própria escritora, Marion Zimmer Bradley, recomendou que a ordem de leitura fosse feita através das datas de publicação, em vez da ordem cronológica dos acontecimentos, dado que o seu estilo literário evoluiu consideravelmente ao longo da sua carreira.
Mas talvez seja interessante começar por livros mais famosos da série, como A rainha da tempestade, A dama do falcão, ou A corrente partida, para se acostumar e aproveitar deste fabuloso mundo; para absorver as características, das diversas estórias desse planeta, como um conhecedor de Darkover.
No caso desse livro primordial, A chegada em Darkover, somos apresentados aos fundadores da civilização do planeta:
Num futuro distante, durante os primeiros anos em que a humanidade começa a explorar e colonizar novos mundos, uma nave que ia em direção a um desses planetas, sofre um acidente e acaba pousando em Darkover, um planeta que não teria sido escolhido para ser colonizado, pois era frio demais, e além disso abrigava espécies inteligentes, embora não civilizadas.
Sem ter como voltar ao espaço, nem como se comunicar com a Terra, a expedição é dada como perdida pela terra.
Muitos sobreviveram a queda, e pretendem reparar a nave (o que levaria muitos e muitos anos) e prosseguir viagem. A tripulação enfrenta um dilema, pois alguns querem permanecer no planeta e colonizá-lo.
Antes de decisões serem tomadas, eles começam uma exploração do planeta...
Os antecedentes étnicos destes colonizadores são celtas e espanhóis, incluindo cientistas e fanáticos naturalistas.
À medida que os anos passam sem contato com o seu planeta natal, as etnias e ideologias dos colonizadores foram se misturando, desenvolvendo uma cultura darkovana independente e distinta. O genoma humano também se expandiu, à medida que os colonizadores e os seus descendentes procriavam com os nativos Chieri.
Entretanto, eles não estavam preparados para o vento fantasma... as correntes psíquicas existentes unicamente naquele mundo, que induzem os humanos a liberar suas inibições; e para o preço que os seres da Terra teriam de pagar para que Darkover os aceitasse.
É através desse vento que temos idéia dos poderes extrasensoriais que serão refinados (Laran) por toda a série e que pertencem, inicialmente, aos nativos da raça Chieri. Além das flores Kireseth e as matrizes de cristal.
O livro introduz sobrenomes, religiões e temas culturais que estão presentes ao longo da série de livros Darkover e que narra milénios de história daquele planeta, que regride, paulatinamente, da população tecnológica, um tipo de feudalismo medieval, com pitadas de magia.
Os Darkovanos do futuro terão de se encontrar com seus primos terráqueos, algumas centenas de anos depois, em Rediscovery, e o choque de culturas os permite tornarem-se membros de um império galático.
Darkover tem sido um favorito para os fãs de ficção científica, há muitos anos, por sua atmosfera verdadeiramente alienígena e poderes desconhecidos dos humanos.
A idéia da trana não é tão original, mas a escrita de Marion é genial e favorece qualquer leitura, como seus leitores fiéis já conhecem através da série de Avalon e da série “light”: Ghostlight, Gravelight, Heartlight, Witchlight (resenhas no meu blog House of Thrillers-HOT!: http://houseofthrillers.wordpress.com/?s=light+marion ).