isabstyle 11/05/2015Azul da cor do marO livro começa com a Rafaela de 11 anos, relatando como eram suas férias em Iriri, em Espírito Santo. Ela era a mais nova dos 4 irmão, sendo a única mulher, ou seja, protegida e também, perturbada por eles. O que mais acontecia era ela ficar na casa da praia enquanto seus irmãos se divertiam, já que ela não tinha com quem sair. A coisa mais emocionante do seu dia era quando via o garoto da mochila xadrez, um menino, aparentando ter 14 anos, passava em frente a casa. Ela não conseguia ver seu rosto, não sabia nada sobre ele, mas todo dia o observava. Não pensem que com 11 anos ela estava apaixonada, só queria desvendar o mistério que era aquele garoto. O que carregava na mochila? Por qual motivo estava sozinho? Então um dia ela foi andar pela praia com sua avó, quando a avó encontrou uma amiga e começaram a conversar. Rafaela apenas se distrai e caminha para molhar os pés na praia e … vê o garoto. A cena se passou assim: ele pegou um envelope que estava na mochila, mergulhou no mar e saiu sem o envelope, pegou suas coisas e deu de cara com Rafaela. Ela notou seus olhos azuis, virou a cara com vergonha e quando olhou de novo era tarde demais.
Não tornou a ver o garoto novamente, mas nutriu secretamente por 10 anos um fascínio por ele, escrevendo um diário desde que tinha 11 anos até os seus atualmente 21, praticamente todos os dias.
Ela é uma moça centrada, com valores, muito inteligente e apaixonada por jornalismo investigativo. Está prestes a se formar em Jornalismo e logo no começo ela está na sala de espera da Folha de Minas, esperando ser entrevistada para ser estagiária. Sim, ela passou, vai para sua área preferida, no jornal que ela queria, porém, logo no momento da entrevista, ela é apresentada ao seu mentor, e se assusta com a personalidade grosseira dele, Bernardo.
– A Rafaela vai ser uma espécie de sombra sua. Aonde você for, ela vai junto. Quero que ela sinta na prática investigativa através de alguém como você, inquieto, questionador, cabeça-dura.
Bernardo começou a gargalhar.
– Você só pode estar brincando – disse ele enxugando os olhos de tanto rir – Maurício, você me conhece. Não nasci para ensinar, mas para fazer. Como acha que vou dar conta do meu trabalho com essa… garota na minha cola?
Acontece que ele é uma pessoa muito rude, grosso, chato e muito irritante. Ele a destrata um pouco, mas Rafaela é forte, apesar de muito desastrada, quando eu digo muito eu realmente exagero. Entretanto, ainda que houvessem poucas conversas civilizadas entre eles, ela aprende bastante com seu profissionalismo e técnicas. E mesmo com todas as brigas e discussões, ela, inconscientemente, sempre se negando, nutre uma paixão por ele (isso não é spoiler porque é uma coisa muito explícita entre a leitura). O que será que acontece hein?
Ocorrem várias coisas interessantes na história, como também ocorrem coisas um tanto exageradas. O que eu gostei bastante foi a originalidade. Pelo menos para mim, já que não tinha lido nenhum romance cujo cenário fosse em meio ao Jornalismo, a correria, consequência de ter lido o livro em apenas um dia . Digamos que não foi o único motivo. Minha empolgação com a história também se deu pelo fato de eu estar adorando a minha primeira leitura brasileira de um livro young adult.
São poucas as coisas que não gostei, como a repetição de coisas como “enésima” e “diga-se de passagem”. Também não gostei de ter tantas descrições exatas de vestuário. E muitas descrições deixaram o livro parecer uma das histórias escritas por garotas que eu lia em comunidades no orkut. Não que isso seja ruim, eu gostava disso, mas é aí que está a questão. Os escritores e leitores daquele tipo de história eram praticamente crianças, ou seja, mesmo não sendo, certas partes no livro apresentaram uma imagem infantil.
Fora isso, eu gostei muito mesmo do livro, super recomendo. A história é maravilhosa, o decorrer dela é totalmente viciante, tem tensão sexual, tem reviravolta, tem muita coragem, cenas engraçadas, cenas apreensivas, é muita emoção. Fiquei parecendo uma louca ao ler, soltando gritinhos, falando sozinha, vibrando, chamando de burra, aquela coisa toda que todo mundo adora.
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