Elly 20/11/2020
Já está entre meus favoritos!
Explicando inicialmente que está resenha se dá pelo volume 1 do livro, pois minha edição divide a história de Margaret Mitchell em 2.
No começo da história nos deparamos com uma Scarlett O'hara de 16 anos, mimada, egoísta, encantadora e convencida que tem sua vida em cor de rosa e todos a sua volta jogados aos seus pés. Porém não se engane, apesar de essas características estarem cravadas dentro dela, com o decorrer da história ela vai encarar muita coisa de cara e mudar seu comportamento quase que dá água pro vinho.
Além dela, é claro, temos outros vários personagens interessantíssimos ao longo da história, podendo mencionar: Melanie, que é um amor de pessoa e conquista qualquer leitor; Ellen O'hara, que apesar de não conhecermos muito a fundo, é uma mulher admirável; Ashley Wilkes, que apesar de ser um canalha as vezes, é interessante de se conhecer; e o meu preferido, Rhett Butler! Que, diferente de Ashley, é um canalha assumido e, como diria Scarlett, não é um cavalheiro. (Os homens sedutores e sarcásticos que não prestam são sempre os mais interessantes, não?)
Diferente de muitos leitores, eu consegui sim gostar de Scarlett apesar de seus milhares de defeitos, e apesar de ter raiva dela em muitos momentos. Isso por que eu me identifico com ela em muitos pontos, não que isso seja algo bom, mas eu me vi nela em muitos momentos. Além de tudo, Scarlett pode sim ser considerada uma feminista de seu tempo em alguns pontos, podemos lembrar de trechos como: "Estou cansada de ser artificial o tempo todo e de nunca fazer o que quero. Estou cansada de fingir que não como mais que um passarinho, de caminhar quando o que queria era correr e de dizer que estou fraca após uma valsa, quando podia dançar por dois dias e nunca me cansar. Estou cansada de dizer 'como você é maravilhoso' a tolos que não têm a metade da inteligência que tenho, e estou cansada de fingir que nada sei, só para que os homens possam me chamar do que quiserem e se sentirem importantes."
Afinal, Scarlett critica normas de comportamento para moças constantemente, e nunca está conformada com o fato de precisar ser uma boneca artificial e falsa o tempo todo.
Sobre o tópico "Scarlett e Rhett", eu amo imensamente esse casal e surtei em toda cena que eles tiveram, especialmente a da dança, a do chapéu, e a do beijo. Eles são simplesmente perfeitos (em minha opinião), e essa briga de cão e gato apenas me faz querer mais e mais desse casal.
Eu acho incrível o conhecimento que a autora expressa sobre a guerra de secessão durante todo o livro, e como o ambiente vai ficando cada vez mais caótico, e você sente a angústia dos personagens ao verem tudo a sua volta se esvaindo.
Ao que diz respeito a questão racial, acho muito bom ver como livro aborda o assunto de modo que podemos ver o horror que acontecia na época e como era brutal e repugnante. Nos incomoda e nos assusta de vários modos.
Em suma, o livro já se tornou um dos meus favoritos mesmo sem ter lido o segundo volume, tenho várias cenas vívidas em minha mente, e tenho certeza que ficarão mais vívidas após assistir o filme (coisa que pretendo fazer ao terminar o livro). Amo a personagem de Scarlett e admiro muito sua mudança e amadurecimento.