Tacia7 27/02/2024
Maturidade para lê-lo!
Eu coloquei esse título na minha resenha, "Maturidade para lê-lo", pois para mim isso se resume a conclusão que tive ao terminar a leitura de "E o vento levou..." , de Margareth Mitchell. Antes, fiz a leitura da série Liga Extraordinária, de Alyssa Cole e da série Mulheres Pioneiras de Beverly Jenkins. Em a Liga da Liberdade vemos o contexto histórico antes da Guerra de Secessão, e em Mulheres Pioneiras vemos o depois da Gerra de Secessão. Essas duas séries, sendo contadas por vozes negras que me inspiraram de tal forma que me fez ter tanto orgulho da minha raça e compreender que quando lutamos, estamos buscando por um futuro mais digno e igualitário para todos. Com isso, já tendo o livro " E o vento levou..., na minha estante, senti-me induzida a lê-lo. Pretendia lê-lo em algum momento, mas tinha outras leituras na frente. Comprei-o, por toda uma polêmica que estava havendo sobre o enredo do livro, que ainda há, tanto do livro ou a adaptação para filme deveriam ser ou não censurados. Confesso, que na minha infância, os personagens de Scarllett e Rhert encantaram o meu imaginário infantil. Mas à medida que fui crescendo, vivenciando o racismo em minha vida, o filme começou a me incomodar. Quando surgiu a polêmica, resolvi comprá-lo. Antes quero deixar claro a minha tristeza em relação alguns vídeos sobre as resenhas desse livro, dos quais assisti. Pois para mim, passaram o pano feio ou realmente não entenderam o quanto esse livro precisa ser bem orientado para não ser mal interpretado. Não é à toa que Margareth Mitchell só escreveu esse livro em toda a sua vida. Ela quis contar a versão do Sul e se satisfez. Ela tinha que ser a voz diante das injustiças que o povo do sul dos Estados Unidos achava que precisava. Confesso, que em muitas passagens, eu me senti mal, não foi fácil ler o racismo tão palpável na narrativa. A visão de todos os personagens, até da "doce" Melly, de tanto ódio pelos "macacos negros", fez-me sofrer. Ler os personagens defenderem a criação da Ku Klux Klan e muito deles faziam parte, é muito forte e doloroso. Eu não sou a favor da censura. Até porque, precisamos conhecer a história como realmente foi. Mas tendo um bom discernimento para que possamos dizer, isso não pode se repetir na história. Jamais.
Quero salientar que a autora escreveu muito bem. O enredo está muito bem construído. Só estou dando 4 estrelas, porque é um livro que, olhos difusos, iriam fermentar o ódio e o terror aos negros.