djoni moraes 08/11/2020
Grandes expectativas não muito retribuídas, mas bom livro, afinal.
Um livro que vale pelo seu lirismo (que é, por si só, muito belo, mas que em alguns momentos foi a única coisa que me manteve preso à leitura). Nesta narrativa, acompanhamos as andanças de Marco Polo (sim, o Marco Polo) pelas cidades do grande império do Kublai Khan. O narrador vai descrevendo cidade por cidade, desde sua arquitetura, geografia e etnografia, entremeando descrições que beiram o onírico. Talvez um dia eu retome essa leitura e veja tudo com outros olhos e até ache mais proveitosa, pois tenho a impressão que este um daqueles livros que florescem com o tempo.
"O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço".