Ditadura à Brasileira - 1964-1985

Ditadura à Brasileira - 1964-1985 Marco Antonio Villa




Resenhas - Ditadura à Brasileira - 1964-1985


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RAFAEL 02/02/2018

Ditadura "À" Brasileira.
O livro tem um dinamismo fantástico característico da personalidade do Villa, que apresenta os acontecimentos "políticos" de 1964 (Com uma introdução desde 1960, com a eleição de Jânio Quadros passando por Ranieri Mazzilli e João Goulart) até 1985, sempre desnudando os interesses do Governo e da Sociedade Civil organizada, o dia a dia com o clima da tensão política, os impactos sociais e sempre por vezes descrevendo em breves passagens, alguma coisa do Estado e da organização Burocrática para auxiliar no entendimento. Mas o foco é sempre no círculo de poder.

Estudar este período da história brasileira é satisfatório para o entendimento de diversas lacunas que não serão respondidas pela opinião pública, moldada ideologicamente e que pouco ou quase nada sabe sobre o que opina categoricamente.

O interessante começa no título do livro com os termos "Ditadura", o tom irônico, jocoso, com a qualidade "à brasileira", estabelecendo logo de início que uma ditadura tupiniquim não pode ser equiparada com as descrições de nenhuma outra ditadura do passado ou do presente, tanto do próprio Brasil, como no caso de 1889 com o golpe militar que derrubou o Império, como na história das demais nações. Posteriormente, temos "1964-1985 a Democracia Golpeada à Esquerda e à Direita", vale ressaltar que, "à esquerda" e "à direita", no livro, é delimitado pela esfera política atuante, partidos, cargos, organizações etc. etc., e não em seu sentido terminológico que entendemos das correntes políticas e filosóficas que por vezes não têm o poder para exercer sua função de leitura da realidade e persuasão.

No final do livro o autor chega a conclusão que no Brasil, este período de 1964 a 1985, não foi uma Ditadura militar e sim, uma repressão (principalmente no período de 68 à 78 com o AI 5) contra e apenas, às forças políticas do período tanto da esquerda como da direita que mergulharam o país na crise institucional com as tentativas de golpe. Foram as políticas que levaram a supressão da Política, onde tivemos uma gestão de Estado, um Governo, tecnocrata e positivista, que ora avançava em políticas de cunho esquerdistas com as estatizações, ora utilizava-se do discurso de direita com o protecionismo e a defesa dos bons costumes, sempre prometendo o restabelecimento da democracia enquanto combatia os guerrilheiros e terroristas, subversivos.

Livro rico em detalhes. Indico peremptoriamente.
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Rafael 03/05/2018

Um contraponto à visão dominante
O livro de Marco Antonio Villa traz uma visão mais equilibrada do período – pois ele conseguiu como o título sugere “golpeado à esquerda e à direita”, mostrar uma visão de ambas as forças que estavam no embate da época –, haja vista que é um assunto muito enviesado ideologicamente e, assim, Villa não se curvou diante de ideologias que contaminam este tipo de publicação.

Assim, Villa conseguiu destoar da maioria das publicações sobre o tema. Enfrentou as polêmicas que este tipo de posicionamento traz, como a seguinte acusação “de que qualquer informação que favoreça o regime militar, a pessoa seja automaticamente a favor de torturas e etc”.

Este tipo de argumento só reforça as ideologias que tentam narrar o período sobre um prisma partidário e se distanciam de uma visão mais verossímil do período. E, assim, o livro é um contraponto necessário de um período importante da história recente do país.

Algumas curiosidades sobre o período na visão de Villa:

- A ditadura, de fato, vigorou mais no período da vigência do AI-5 (1968-1978).

- O golpe militar não foi uma criação dos Estados Unidos – pois tiveram pouca participação no período.

- A produção de cultura produzida na época, mais à esquerda do espectro político, foi combatida pela censura ao mesmo tempo em que produzia em grande escala e em diversos setores - na música, no cinema, no teatro. Dessa forma, mesmo com censura, havia muita produção cultural.

- A ditadura no país revelou-se muito distinta dos países do Cone Sul: Chile, Argentina, Uruguai. Uma das principais características foram as eleições; elas aconteceram com maior ou menor liberdade política.

- A oposição mais à esquerda por meio de grupos armados, das guerrilhas, nunca lutaram por democracia, queriam apenas implantar um regime nos moldes cubanos.

- A ditadura militar no Brasil foi muito estatista. Ela, no período, implantou mais de 300 estatais. Contradição pois ela estava mais alinhada à direita política.

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João Luiz 06/07/2018

Muito detalhado, o professor Villa faz uma análise e expõe todos os dados e fatos de forma imparcial, demonstrando todos os pontos positivos sobre a economia e principalmente as barbáries cometidas durante esse período. Excelente livro para quem tem interesse em aprofundar mais na história do Brasil.
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Jonatha.Wisenteiner 04/12/2018

Ditadura À brasileira
Uma narrativa detalhada dos fatos sem glamourizar nenhum lado. Conta com detalhes o período de 1964 a 1985 espondo o autoritarismo do regime militar e seus excessos tanto quanto a guerrilha armada e seus intentos de implantar a sua ditadura do proletariado.
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