Kennia Santos | @LendoDePijamas 13/11/2015“É bom ficar de olho nessas pessoas que acham que sabem o jeito certo de se viver. Elas podem atropelar você se estiver no caminho.”É tão bom depois de uma leitura que te deixa a 300/h, ler um livro que independente das circunstâncias, te traz paz. Algumas pessoas disseram que é sem graça, e como eu já havia postado anteriormente, a princípio é bem água com açúcar mesmo.
Não vou falar que depois o livro vira uma explosão de surpresas e te deixa com as emoções a mil, porque não deixa. Afinal, é um YA, não adianta cobrar de um gênero características que não fazem parte da sua definição. Mas a escrita da Huntley Fitzpatrick é impecável. De uma forma bastante singela, discorre a história perfeitamente, é um livro bem relax, sem te dar sono e nem te deixar prestes a sofrer um AVC.
Os personagens principais são completamente cativantes, porque, são simples, sem complicações. A Sam é uma personagem de 17 anos completa e totalmente madura, apesar de não ter tido base nenhuma pra ser dessa forma. Vive numa casa desprovida de emoção e afeto, com uma irmã que não vê a hora de dar o fora, e uma mãe muito focada no trabalho e nas aparências; o que me surpreende é que, diferente de qualquer outra garota adolescente que gosta de criar grandes cenas dramáticas e discussões, Sam fica na dela, não aceitando, apenas ouvindo, pensando na hora certa de falar, sem agir por impulso para se arrepender depois.
O Jase é um garoto que têm 7 irmãos, numa família cheia de reações típicas, mas ao mesmo tempo que tem desentendimentos cotidianos, é cheia de amor e companheirismo. Não é um garoto com um histórico de mulheres imenso, não por falta de oportunidade, acredito, trabalha com o pai numa loja de ferramentas e treina bastante em busca de uma bolsa para o futebol americano.
Os personagens secundários são muito, muito bem desenvolvidos mesmo, cada um com sua importância, aparecendo nos momentos certos e nos surpreendendo com o decorrer da história. O Tim, no começo é bem insuportável, o garoto mais ‘comum’ do livro, que fuma, bebe e fala palavrão, e não tem papas na língua mas depois vai deixar rastros de curiosidade na mente de quem lê, devido à seu crescente amadurecimento na história. Alice é meio ogra e aparentemente ‘fútil’, mas é retratada com devida importância. Nan (quem já leu Rosemary Beach também é alérgico a esse nome, igual eu?) a melhor amiga da Sam, uma personagem politicamente correta, mas que depois você percebe que não é tão correta assim. E por último, o mais fofo de TODOS, George, o irmão mais novo da família Garrett, que conquista o leitor sempre que aparece, com toda sua fofura, curiosidade, e questionamentos peculiares.
Acho que a única coisa que de certa forma atrapalhou, foi a demora para desenvolver o enredo, porque o grande BAM da história, o tal segredo da sinopse, demora muito para aparecer e depois é solucionado de forma muito básica.
Claro que vou ler o próximo livro dela, porque ela tem uma escrita e narrativa excelentes, onde não tem enrolação NENHUMA (literalmente), não tem tempestades feitas num copo d’água, personagens maduros, dramas familiares na medida e relacionamentos exemplares, onde ambos expõe a opinião, desejo e conversam para entrar em acordo.
Super recomendo para quem quer ler um livro da paz, porque, apesar de ter drama, não é nada que te deixa do tipo “NOSSA NÃO ACREDITO QUE ISSO TÁ ACONTECENDO QUERO MATAR TODO MUNDO’’, super fofo e cativante, mas que te faz repensar a forma como vive.