Os Versos Satânicos

Os Versos Satânicos Salman Rushdie




Resenhas - Os Versos Satânicos


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Shirlei.Stachin 25/03/2013

Os Versos Satânicos - Salman Rushdie
Bom, o que falar deste tão desejado e esperado livro, que demorei uns 4 anos para concluir a leitura de uma forma completa e entendível.

As críticas são as melhores para instigar a curiosidade do leitor porém para uma leitura correta e que alcance os propósitos do livro é necessário um mínimo de conhecimento da cultura islâmica, visto que determinadas cenas perdem o sentido sem esse conhecimento.

Agora a resenha em si, um avião é explodido por terroristas, e por milagre dois indianos sobrevivem a queda, e na volta as suas vidas terrenas se metamorfoseiam um em diabo e outro em anjo.

As histórias narradas apresentam duras críticas ao governo e a cultura. Romance vigoroso, que rendeu a Salman Rushdie um Whitbread Prize e uma sentença de morte promulgada pelo aiatolá Khomeini.
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Jaque 31/03/2024

Como visitar um lugar estranho.
Me empolguei muito no começo e estava achando intrigante a narrativa, mas confesso que depois desanimei.

O livro definitivamente não é para todo mundo, me peguei pensando várias vezes que não fazia sentido nenhum o contexto dos personagens.

Pretendo fazer uma releitura pois de fato acho que não entendi muito bem a história ou deixei passar algo crucial que faria todo o sentido, ou talvez seja falta de repertório meu não entender muito do que se fala a história.
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Tórtoro 07/07/2011

UMA METÁFORA DE ANJO E DEMÔNIO
“Para nascer de novo, é preciso morrer primeiro”

Num momento em que se discute se crianças podem ou não ler obras de Lobato com componentes racistas , em que uma revolta toma conta da mídia porque, na América, alguém queima o Corão instigado por um líder religioso, e em que, no colégio onde trabalho, uma aluna se recusa, por motivos religiosos, a ler o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, resolvo conhecer Os Versos Satânicos de Salman Rushdie, uma ficção onde não sabemos onde termina o conto e começa a verdade.
Contar todas as mirabolantes e fantásticas histórias que envolvem as reviravoltas do destino de dois homens — um transmutado em anjo ( Gibreel Farishta) e o outro em demônio ( Saladim Chamcha) , é estragar o prazer, o susto, a confusão, a curiosidade, e às vezes até a dificuldade de se digerir cada linha do livro.
É um livro que, nas suas 597 densas páginas (Editora Companhia das Letras) sobre o panorama perfeito da cultura moderna, desvenda o paradoxo ocidente-oriente, e deixa o leitor, ao seu final, com um sentimento de ignorância completa, e com a sensação de não saber dizer se a obra é uma catarse do autor ( sua forma de exorcizar demônios de sua herança anglo-indiana) ou se é simplesmente uma forma , sem piedade, de crítica, sem fazer concessões, ao dois mundos , oriente-ocidente, numa narrativa que mistura ficção e realidade.
Gibreel ( ex-menino pobre das ruas de Bombaim, é a estrela histriônica e cheia de caprichos, mas que tem tanta luz dentro de si que recebe o perdão para todos os seus pecados, antes mesmo de cometê-los, é um ator de sucesso, faz filmes teológicos e já interpretou um sem número de deuses do intricado panteão hindu) e Saladim ( menino rico de Bombaim, filho de um próspero fabricante de fertilizantes, quer ser inglês, falar, vestir-se, ter a cor dos britânicos e, por isso, rejeita a casa paterna, a cultura de seus pais e do país de origem, tornando se um ator atormentado por demônios interiores, complexo de Édipo mal resolvido, relação tensa com o pai, frustração na carreira, inadequação com a própria cor da pele escura) são ambas criaturas atormentadas por serem demasiadamente humanas.
Em resumo , dois homens caem do céu depois que terroristas explodem o avião em que viajavam. Ambos são indianos e atores, e chegam incólumes ao solo da Inglaterra,onde se metamorfoseiam, um em diabo, o outro em anjo.
Muitas coisas opõem e associam os acidentados: um é apolíneo, o outro, dionisíaco; um é apocalíptico, o outro, integrado; um é apegado à sua origem, o outro está decidido a conquistar a nova nacionalidade. Transitando entre o real e o fantástico, entre o bem e o mal, entre a infinidade de opostos complementares e inconciliáveis da vida, o romance alegórico, impregnado de magia, transcende o problema específico do emigrado que flutua entre culturas para falar de todos os cidadãos de um mundo dilacerado.
Os versos satânicos rendeu a Salman Rushdie o Whitbread Prize e uma sentença de morte (em fevereiro de 1989 foi estipulada uma recompensa de US$ 2,5 milhões de dólares a quem matasse Salman porque o livro foi considerado uma blasfêmia contra o Islã) promulgada pelo aiatolá Khomeini. Segundo as leis islâmicas, uma fatwa ( sentença de morte) só pode ser anulada por quem a proferiu, mas com a morte de Khomeini, em junho de 1989 ,a condenação tornou-se eterna. Em setembro de 1998, o presidente iraniano Mohammad Khatami anunciou que o caso de Salman Rushdie deveria ser considerado completamente encerrado. O governo do país fez uma abdicação formal na sede da ONU- Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Penso que, não fosse a polêmica acima, o livro não teria sido lido por muitos porque, por ser, segundo o próprio autor, o Alcorão com as suas doutrinas e sunas ( e por isso mesmo muito rico em informações específicas não do conhecimento habitual no mundo ocidental), em menor quantidade seriam os interessados em sua leitura.
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bernardohmws 13/09/2023

Tenebroso de ruim
O livro é tão ruim, mas tão ruim, que não consigo decidir qual nota devo dar. 0,5 ainda é muito para o que ele merece.
comprei na promoção e até que tinha achado a sinopse interessante, mas, meus amigos, que decepção. o autor deve estar rindo da cara de quem comprou a obra.
os personagens se misturam, e quem deveria ser principal, é deixado de lado. sem contar que o tempo muda tanto, que eu me perdia lendo.
pensei muito antes de fazer uma resenha, mas gosto de falar sobre livros ruins, então aproveitem.
não leiam, vão perder nada :)
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Lanzellotti 20/03/2014

Gibreel Farishta e Saladin Chamcha - os personagens principais - viajam entre passado e presente, muitas vezes confundindo a narrativa. Um livro confuso e polêmico, um caso típico de fundamentalismo Islâmico. Acredito que a crítica a servidão e a submissão ("O nome da nova religião é Submissão") imposta pelos versos do Corão, a questão das mulheres (" Não é fácil ser uma mulher onde os deuses são femininos mas as fêmeas são meros bens de mercado") e o próprio nome do livro "versos satânicos" é que fez com que o Aiatolá Komeini decretasse a morte do autor, pois o Corão é todo em versos e ele acredita que o nome do profeta Maomé tenha sido desonrado. Enfim, é um livro de muitas histórias em uma só. E acredito que é o último livro de Salman Rushdie que leio. Muito cansativo!
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Gustota 12/07/2014

Quando você sabe que vai morrer no ponto final.
Sempre me perguntei de-colé-que-é deste livro, o porquê dele ser tão polêmico a ponto de terem invocado uma fatwa para o autor, ou seja, um mandato de morte não para assassinos de aluguel, mas uma guerra santa que todo muçulmano temente a Deus deve cumprir. É lendo suas páginas que entendi mais ou menos, ainda que não justifique o injustificável.

O livro é bem complexo para nós ocidentais do extremo-ocidente. É um livro com linguagem pop que muçulmanos, indianos e ingleses irão compreender melhor (se for todos juntos, principalmente), pois as referências à cultura pop dos anos 80, das tradições dos dois países e da relação daqueles que nascem indianos em terras europeias são coisas bem exploradas pelo autor. Trata-se de uma obra de realismo fantástico onde dois atores indianos de origem muçulmana que caem de um avião em plena Inglaterra, sendo ambos bem diferentes na origem e no comportamento; um ator de Bollywood especializado em representar divindades e o outro um ator de teatro e dublador, super puxa-saco da cultura inglesa. O acidente os transforma num anjo e num demônio respectivamente.

Mas essa é só uma parte da história, da metáfora. Os personagem que se tornou santo acaba tendo uma estranha ligação nos sonhos com o Arcanjo Gabriel, aquele que divide seu nome, e são esses sonhos os sonhos de blasfêmia. Num deles volta para uma Meca pré-islâmica, outrora uma cidade politeísta dominada por um mercador e sua misteriosa e poderosa esposa, Hind, cultora de uma divindade feminina Una e Tripla. A chegada de Maomé (chamado no livro de Mahound, um nome blasfemo) confronta os poderes locais, obrigando-os a tentar o escárnio do poeta satírico Baal. É num dos confrontos entre o profeta e seus tentadores donos do poder que são proferidos os chamados "Versos Satânicos", onde Maomé permite que Alá divida seu culto com a divindade feminina. Essa passagem é apócrifa no Alcorão, mas o autor, Salman Rushdie, explora ela sem dó nem piedade, usando de uma linguagem bem atual e coloquial para tratar dessa passagem.

Outro sonho do Arcanjo Gabriel nos leva a um tal de "Imã", sujeito profético, exilado, buscando usar as ondas de rádio para confrontar os imperadores do Irã, principalmente a imperatriz, onde há uma clara analogia entre esse momento e o de Maomé em Meca. E claramente a personagem satirizada é o Aiatolá Khomeini, figura emblemática. política e religiosa fundamentalista do Irã.

Ou seja, não tinha como o cara escapar ileso desses ataques. É engraçado observar como nossa mídia consegue subverter sem dó nossos mitos religiosos e fundadores, enquanto alguns fundamentalistas tentam sem sucesso controlar e manipular tais representações. Não deixa então de ser estranho para nós que o Salman Rushdie tenha virado um demônio para a cultura islâmica mais fundamentalista. Mas não posso deixar de penar que ele quis escrever aquilo, independente de saber que seu destino seria algo muito próximo ao que realmente lhe ocorreu, pois alguém tinha que fazê-lo, se não pela escrita realidade, pela fina ironia da ficção.

Um dos trechos mais reveladores de como o escritor sabia seu destino é no diálogo final de Baal com Maomé, este primeiro já derrotado:

- Escritores e putas, são esses que você não consegue perdoar.

Enquanto Maomé responde:

- Escritores e putas, não vejo a diferença.
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Hudson 14/02/2016

Digno de uma sentença de Morte
Comecei a ler o livro por desejar saber se realmente ele era digno de uma sentença de morte, por parte de um Aiatolá, embora o livro seja dito "perigoso" penso que os livros o são em geral.

Mas de alguma forma a leitura foi bem interessante, bem diferente de " O Último Suspiro do Mouro" que é a resposta do autor ao Fatwá que o Aiatolá Khomeini proferiu ao mesmo, um livro que não empolga, espera-se mais daquele que leva uma sentença de morte, espera-se uma defesa brilhante, ao contrário do que foi exposto no livro em meu humilde entender.

O incidente que se perfaz a história do versos satânicos é controverso, aceito por algumas correntes mais liberais do islamismo e rejeitado por outras menos liberais, de alguma forma o autor se utiliza disto como fio condutor de uma história interessante que retrata realidades diferentes, expectativas diferentes sobre a vida, alternando histórias e narradores diferentes tal qual em o " O Último Suspiro do Mouro" todavia, mais interessante.

Sendo uma história agradável de se ler não achei o livro eletrizante, embora saiba que é um realismo fantástico "sui generis" o autor possui o seu jeito peculiar de escrever e ainda perde-se muito tempo consultando-se o glossário, prezaria pelas notas de rodapé que dão um acesso mais rápido quando se quer obter a informação.

É uma boa leitura, porém não sendo muito empolgante certas vezes, é relativamente bem confuso o modo pelo o qual o autor constrói a história, todavia é um bom livro e recomendável para se ler com características de estilo que se repetem em outras obras do autor.

Sobre merecer ou não o Fatwá, cabe ao leitor ponderar sobre o conteúdo do livro e olhar também quem o fez a avaliação é pessoal mas é um exercício interessante, uma boa história porém um pouco confusa em vários momentos.
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