Nélio 20/06/2016
Terminado: O EGÍPCIO, de
Mais um livro sobre o Egito! Não me canso da temática! E não sei explicar muito bem o porquê disso! Mas posso afirmar que gosto muito!
E este não foi muito diferente, apesar de a época retratada na obra (o reinado do faraó Akhenaton, aquele que no auge do Egito politeísta resolveu instituir o culto a um só deus, Aton) já ter sido retratada em outros livros que li.
Entretanto, a obra é sobre Sinuhe, um egípcio que lutou para sobreviver, venceu e correu mundo buscando conhecimento, além, claro, de fugir de seu passado. Tornou-se médico e não se restringiu ao exercício da medicina com o desejo de se enriquecer. Ele ganhava dinheiro e o perdia com naturalidade (rsrs)... Seu intuito maior se mostrou como sendo o de ajudar quem precisava, no desejo de aprender sempre mais sobre a medicina e sobre as pessoas.
“Vivi em todos aqueles que viveram antes de mim, e viverei nos que vierem depois de mim. Viverei nas lágrimas e nos risos humanos, no medo e na mágoa humana, na bondade e na torpeza humana, na justiça e no erro, na fraqueza e na força. Não desejo oferendas na minha sepultura e nem imortalidade para o meu nome.”
Destaco do livro alguns temas cuja análise foi se aprofundando ao longo do texto: a relação entre o povo e seus governantes e os deuses; a escravidão; respeito às tradições e o enfrentamento com o novo; desejo de vencer e acertar etc.
As mulheres são um capítulo à parte na obra. Força, determinação, coragem, abnegação são alguns dos valores que elas traziam em si, mas houve também muita maldade por parte de outras. Nada além do que é o ser humano: aquele ser que age segundo seus interesses ao mesmo tempo que é permeado ou não por seus valores. Cito uma das passagens enigmáticas do livro:
“A mulher é como um gato e por que motivo, também se assemelha a um gato, a paixão. Suas patas são macias, mas escondem unhas que arranham, dilaceram e que entram sem dó nem piedade pelo coração adentro. Ah! Deveras a mulher é como um gato, pois um gato também se entretém em atormentar a sua presa e em torturá-la sem jamais se cansar de tal brinquedo. Só depois que a criatura fica tolhida é que ele a devora e trata depois de procurar outra vítima.”
Foi uma leitura que fluiu, que cativou tanto pela ação quanto pelas personagens.
Muito bom, o livro!