Formas de voltar para casa

Formas de voltar para casa Alejandro Zambra




Resenhas - Formas de Voltar para Casa


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Bookster Pedro Pacifico 11/04/2022

Formas de voltar para casa, de Alejandro Zambra
Escolhido como o livro do Chile no Bookster pelo mundo, “Formas de voltar para casa” é um livro de reconstrução da memória, tendo como pano de fundo o governo de Pinochet, no final do século XX. Desde sua infância até os dias atuais, o personagem vai descrevendo passagens de sua vida e da história do Chile com base no que viu e no que lhe contaram.

É um olhar sensível e poético sobre uma geração que teve que crescer embaixo da sombra de uma ditadura. A forma como a criança vai aos poucos compreendendo a realidade ao seu redor e perdendo a idealização que faz de seus pais e avós é muito real e tocante. Mas não espere um livro apenas sobre a ditadura, é mais que isso: é uma obra sobre vidas, cotidianos e pessoas que não podiam deixar de seguir enquanto a ditadura acontecia.

Para construir esse romance, o autor se utiliza muito da metalinguagem, já que o personagem principal revive suas memórias enquanto escreve seu próprio livro. Também não posso deixar de dizer que estou cada vez estou mais fascinado pela literatura latino-americana. Apesar das diferenças culturais e da História de cada país, é impossível não perceber a existência de laços que nos unem e que fazem de nossas histórias uma narrativa semelhante.

“Sabia pouco, mas pelo menos sabia isto: que ninguém fala pelos outros. Que, mesmo que queiramos contar histórias alheias, terminamos sempre contando nossa própria história.”

Nota 8,5/10

site: http://instagram.com/book.ster
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Leila de Carvalho e Gonçalves 16/03/2020

Literatura E Metaliteratura
O chileno Alejandro Zambra é uma das vozes mais consistentes da literatura latino-americana na atualidade. Tal reconhecimento distingue uma obra peculiar, formada por um reduzido número de livros cujas poucas páginas surpreendem ao estabelecer uma simbiótica relação entre concisão e genialidade.

Concluído em 2010, ?Formas de Voltar Para Casa? é seu terceiro livro e até aqui o único narrado em primeira pessoa, um recurso que o torna mais pessoal e direto do que os anteriores. Sinteticamente, ele reúne duas narrativas com histórias conexas que são apresentadas em quatro capítulos alternados.

A primeira narrativa tem como cenário Santiago e começa em meados da década de 80, quando o Chile foi governado por uma ditadura militar. Seu protagonista é um menino, de 9 anos, que reside com a família num bairro de classe média e nas horas vagas, está vigiando o vizinho a pedido de Claudia, uma adolescente por quem está apaixonado. Ela afirma que o sujeito é um tio que raramente vê, mas gostaria de saber o que faz. Sem dúvida, uma história mal contada, ou melhor, uma história sombria está sendo encenada e levará 20 anos para ser elucidada, proporcionando novos contornos à trama.

A segunda narrativa gira em torno do romancista que está escrevendo a história anterior. Em paralelo, ele deseja reatar com Eme, sua ex-mulher, porém ela prefere aguardar um pouco mais... A bem da verdade, sequer demonstra interesse pelo livro em andamento, inspirado em suas próprias lembranças de infância.

Com uma estrutura intrincada, à primeira vista ?Formas de Voltar Para Casa? pode parecer um sofisticado livro de memórias criado a partir das consequências da era Pinochet, entretanto ao tematizar a literatura, ele também levanta instigantes reflexões sobre as expectativas e limites da ficção, por exemplo: Se vida imita a arte, a arte deve ?refletir? a vida, um pensamento que norteia toda a obra de Zambra.

Finalmente, esse é um romance geracional que aborda como lidar com o passado e de que maneira esse passado pode lidar com o presente. Também discute o protagonismo, a legitimidade da dor e ?as atrocidades de um governo de exceção, mas o que sobressai no texto é a população silenciosa, que viveu aquele período sem heroísmo, com medo ou indolência. Pior: conivente com os acontecimentos?. (Entrevista de Zambra ao Estadão, 18/01/2020).

?Ler é cobrir a cara. E escrever é mostrá-la.?

Nota: Comprei o e-book e recomendo.
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The Serial Reader 24/03/2021

Tão perto e tão longe
É um presente poder ler um livro sul-americano que foge um pouco daquele eixo que a gente mais conhece (Brasil Argentina). O Chile está aqui ao nosso lado pertinho. E mesmo assim pouco conheço da cultura chilena. Foi sensacional conhecer do ponto de vida do autor em seus dois momentos no tempo (crianca e adulto) um pouco mais sobre a cultura chilena.
E ver que independentemente das diferenças culturais, a raíz sul-americana é algo forte e que nos une de maneira linda e dolorosa.

As relações familiares, o explorar do mundo, a visão de uma criança, as inseguranças e sonhos concretizados ou não, a ditadura, o medo, são apenas algund destaques dessa experiencia sensacional que foi ler Formas de voltar para casa, e apenas preciso dizer que QUERO MAIS!
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Lucas.Perine 19/07/2020

Narrador história
Livro muito tocante, o narrador aparece na historia contando o romance que está escrevendo e isso se mistura nas suas memórias e vivências. Nos faz refletir sobre nossa história e todos os personagens e fatos históricos que constrói nossas vidas.
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Joel.Martins 09/08/2023

Grata surpresa!
Uma escrita bonita, uma história de vida em meio à ditadura e desastres naturais.
Me lembrou um pouco Violeta, da autora Isabel Allende, pois se passam no Chile...
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Aléxia 03/10/2022

OBRIGADA POR ISSO, ZAMBRA!!!
Se eu tinha achado Bonsai e A Vida Privada das Árvores apenas divertidinhos, Formas de Voltar para Casa vem com os dois pés na porta. Que livro mais lindo, que coisa maravilhosa é a literatura latino-americana!!

Fiquei muito impactada por três pontos diferentes: a forma de construir o livro, a discussão sobre família e, last but not least, a ditadura chilena atravessar toda a narrativa de uma forma que ainda não tinha visto na literatura dele.

Primeiro, a forma. Pra tentar não estragar a experiência pra quem não leu, digamos que ele é dividido em quatro partes. E que ao começar a segunda: surpresa. O conceito de narrativa dentro da narrativa que ele vinha brincando até então chega num novo patamar - muito bem executado, surpreendente, até genial pra mim.

Já os dois pilares narrativos se entrelaçam de uma forma muito interessante. É basicamente um livro sobre histórias da segunda geração de famílias que viveram a ditadura, e como ela impacta (ou não) na vida dessas pessoas. É assistir ao despertar político de um menino que cresceu indiferente, mas aos poucos percebe o quanto outras famílias tinham histórias divergentes - e o que isso significava, promovendo uma autocrítica. É um romance muito sensível sobre as relações da nossa família de origem, sobre nosso amadurecimento político e como lidamos com essas duas coisas juntas. Inclusive, ótimo timing enquanto brasileira pra ter lido.

No mais, esse livro entra pra uma categoria pessoal muito específica: livros que me fizeram rir. Não aquela risada mental tosca de ai que trecho ESPIRITUOSO. Risada mesmo, eu tava dentro do avião num voo noturno parecendo uma doida com soluços.

5 estrelas, 10/10, qualquer nota máxima vale quando a gente encontra uma pérola que nos faz lembrar por que amamos a literatura.
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Rond 20/07/2020

Suave leitura
Mostra a criação de um cidadão durante os últimos anos da ditadura pinochetista. Agradável!
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majuja 26/08/2023

Primeira experiência e muito boa por sinal
Comecei amando a leitura, a pegada psicológica e subjetiva do narrador e ao mesmo tempo a bagagem histórica e real da ditadura chilena. Li com muito gosto, com exceção de umas passagens mais ao final da obra que me entediaram um pouco e isso me fez dar só 4 estrelas mas, de maneira geral é um livro que em vários momentos dão um tapa na cara bem dado.
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Mada 05/11/2020

"Aprender a contar sua história como se não doesse"
Abri esse livro por acaso e só larguei quado terminei. É incrivelmente curto e simples, fluído.
Gostei muito dessa leitura, me tirou de uma sequência de leituras pesadas e me fez, de certo modo, voltar para mim, para minha casa.
Um livro bastante sensível e poético, proporcionando uma reflexão bastante racional sobre nosso protagonismo na própria história e na sociedade. E sobre cura, sobre continuações.
Daniel Rocha 24/05/2021minha estante
Obrigado. Esta tua resenha me fez encomendar um exemplar deste livro para mim hoje. ;)




Carla Verçoza 09/10/2020

Considero o Zambra um dos melhores escritores latino-americanos de nossa geração. "Formas de voltar para casa" é um livro que evoca lembranças. Bonito e bem escrito.
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Alexandre 01/05/2020

Foi a obra que usei para monografia do curso de letras! A leitura e a releitura compensa muito.
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Patsy Z 28/01/2015

Primeira tentativa de resenha

Desafio Skoob 2015: Mês de Janeiro - Um livro novo.

E este foi o primeiro livro que comprei em 2015, e bem um livro que não tem resenha alguma para eu ter uma ideia de como começar. Portanto aqui estão mais o que senti e entendi lendo o livro do que propriamente uma resenha elaborada com começo, meio e fim :)

Esse é meu segundo contato com o Zambra. Gostei do livro Bonsai e muito mais desse livro Formas de Voltar para Casa. Ele me tocou muito e gostei muito do livro, pena que terminou muito rápido.

O livro aborda a ditadura Chilena, mas de uma forma diferente e sutil, do ponto de vista de uma criança, que não sabe muito o que está acontecendo a sua volta. Mas depois acompanhamos outras partes, onde o protagonista se torna adulto e se torna um escritor. E de certa forma tenta recuperar suas memórias como uma forma de ajudar em seu processo criativo.

Recordando de partes da sua vida e sua essência, lembrando das suas aventuras de infância e passando a se questionar sobre ser um personagem secundário, por apesar de ter vivenciado a ditadura ele por ser uma criança não chegou a se envolver, apesar das brincadeiras de espionagem com sua amiga que não eram tão bobas assim, pois em um segundo momento ele reencontra sua amiga e adultos se envolvem e conversam muito sobre a vida, o passado e tudo o que aconteceu.

E com isso passei a questionar: será que somos os personagens principais da nossa vida? Do que estamos passando, da nossa época de vida, ou nos deixamos levar pelo dia-a-dia e não prestamos muita atenção a nossa volta, vivendo como personagens secundários.

Um trecho que amei, página 62:
"Caminhei ontem à noite durante horas. Era como se quisesse me perder por alguma rua nova. Me perder absoluta e alegremente. Mas há momentos em que não podemos, não sabemos nos perder. Ainda que tomemos sempre as direçōes erradas. Ainda que percamos todos os pontos de referência. Ainda que se faça tarde se sintamos o peso do amanhecer enquanto avançamos. Há temporadas em que, por mais que tentemos, descobrimos que não sabemos, que não podemos nos perder. E talvez tenhamos saudade do tempo em que podíamos nos perder. O tempo em que todas as ruas eram novas."
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Tuts 18/03/2021

Agradável e inovador
O romance apresenta uma estratégia muito inovadora da metaliteratura dentro do livro.Ou seja,em termos mais simples,um livro dentro do outro,escrito pelo protagonista,em boa parte da história.

Acredito que foi feito para ser uma história simples,de uma pessoa comum no período da ditadura de Pinochet no Chile,e nessa proposta o livro cumpre o seu papel com êxito.

Uma linguagem poética deliciosa de se ler,simples e que me transmitiu boas sensações. Recomendo este livro a qualquer pessoa,apesar de não ser o gênero literário que mais leio,me agradou bastante. Nunca vi ninguém comentando desse livro,exceto minha mãe que me recomendou,mas vale a pena.
Beatriz 20/03/2021minha estante
Eu amo!!


Tuts 20/03/2021minha estante
gostei bastante tbm bia


Anne 15/04/2021minha estante
achei meio(??)))




Daisy 20/02/2024

Ditadura pinochetista
Os tempos ditatorias de Pinochet são o pano de fundo do romance "Formas de Voltar para Casa" do chileno Alejandro Zambra. No livro, o personagem principal contrasta a história da sua família, que se manteve "impacial" durante a ditadura, com a da sua amiga Claudia, que carrega em sua vida o impacto da luta política do pai. Meu primeiro contato com Zambra já me fazendo colocar todos os seus outros livros na lista de desejados.
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"Meus amigos tinham crescido lendo os livros que seus pais ou seus irmãos mortos tinham deixado em casa".
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"Entendi que havia gente boa e gente ruim. Que nós éramos gente boa. Que gente boa às vezes era perseguida por pensar diferente, por suas ideias".
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"Todos estavam metidos em política, mamãe. Você também. Vocês. Ao não participar, apoiavam a ditadura".

site: instagram.com/qualquercoisaprapreencher
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pierrealmeidaba 19/09/2023

Encontrei o livro “?Formas de voltar para casa?”, do chileno Alejandro Zambra, em uma feira de livro dentro do shopping. Ao ler o que havia no verso, não hesitei em comprá-lo.

A obra começa com as lembranças do terremoto que atingiu o Chile no ano de 1985, onde o narrador conhece Claudia e, aos poucos, começa a construir uma amizade. Mas esse não é bem o principal momento histórico onde todas as histórias se entrelaçam, afinal, o Chile estava mergulhando em uma das ditaduras militares mais violentas da América Latina.

O golpe que levou Augusto Pinochet ao poder e derrubou o socialista Salvador Allende, é relatado sob o ponto de vista de uma criança que sem ter muita compreensão do que está acontecendo, passa a observar a pedido de sua amiga, a rotina do seu tio Raúl, vizinho do narrador.

Ao longo da narrativa, é possível observar as conexões políticas dos chilenos: os perseguidos pelo regime ditatorial de Pinochet, os apoiadores do governo, e também aqueles que aceitam passivamente o governo sem nada questionar.

A obra divide a vida do narrador em dois momentos: infância e idade adulta. Na fase adulta do narrador há um ponto de virada, a partir do momento em que ele –- agora escritor –- busca entender as marcas deixadas pela ditadura chilena na vida das pessoas.

Alejandro Zambra consegue construir uma trama inteligente e atual, se pararmos para analisar as manifestações recentes ocorridas no Chile que culminaram com a elaboração de uma nova constituição que foi rechaçada pela população chilena no ano passado, mantendo-se as disposições da constituição da ditadura pinochetista.
Bel 19/09/2023minha estante
uma resenha dessas ??


Andre234 19/09/2023minha estante
adorei a resenha! vou colocar na lista




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