Patsy Z 28/01/2015Primeira tentativa de resenha
Desafio Skoob 2015: Mês de Janeiro - Um livro novo.
E este foi o primeiro livro que comprei em 2015, e bem um livro que não tem resenha alguma para eu ter uma ideia de como começar. Portanto aqui estão mais o que senti e entendi lendo o livro do que propriamente uma resenha elaborada com começo, meio e fim :)
Esse é meu segundo contato com o Zambra. Gostei do livro Bonsai e muito mais desse livro Formas de Voltar para Casa. Ele me tocou muito e gostei muito do livro, pena que terminou muito rápido.
O livro aborda a ditadura Chilena, mas de uma forma diferente e sutil, do ponto de vista de uma criança, que não sabe muito o que está acontecendo a sua volta. Mas depois acompanhamos outras partes, onde o protagonista se torna adulto e se torna um escritor. E de certa forma tenta recuperar suas memórias como uma forma de ajudar em seu processo criativo.
Recordando de partes da sua vida e sua essência, lembrando das suas aventuras de infância e passando a se questionar sobre ser um personagem secundário, por apesar de ter vivenciado a ditadura ele por ser uma criança não chegou a se envolver, apesar das brincadeiras de espionagem com sua amiga que não eram tão bobas assim, pois em um segundo momento ele reencontra sua amiga e adultos se envolvem e conversam muito sobre a vida, o passado e tudo o que aconteceu.
E com isso passei a questionar: será que somos os personagens principais da nossa vida? Do que estamos passando, da nossa época de vida, ou nos deixamos levar pelo dia-a-dia e não prestamos muita atenção a nossa volta, vivendo como personagens secundários.
Um trecho que amei, página 62:
"Caminhei ontem à noite durante horas. Era como se quisesse me perder por alguma rua nova. Me perder absoluta e alegremente. Mas há momentos em que não podemos, não sabemos nos perder. Ainda que tomemos sempre as direçōes erradas. Ainda que percamos todos os pontos de referência. Ainda que se faça tarde se sintamos o peso do amanhecer enquanto avançamos. Há temporadas em que, por mais que tentemos, descobrimos que não sabemos, que não podemos nos perder. E talvez tenhamos saudade do tempo em que podíamos nos perder. O tempo em que todas as ruas eram novas."